sexta-feira, dezembro 31, 2004

Pobre país.

"Voltar a acreditar em Portugal." é o lema do PS para esta campanha. Mas acreditar em quê se tudo o que o novo PS de Sócrates parece ter para dar são os restos do PS de Guterres? Os cabeças de lista dados a conhecer esta semana são uma imensa desilusão, uma sucessão de homens do aparelho e senadores socialistas, com anos de exercício em São Bento e passagens mais ou menos conturbadas pelos governos de Guterres. Enfim, a "tralha guterrista". Será nela que Sócrates quer que os portugueses voltem a acreditar? "

Bom ano.

Desejo Bom Ano a todos.

Ohh...

"Os comerciantes prejudicados pela construção do túnel do Marquês de Pombal não perdoam ao advogado José Sá Fernandes. Ameaçam avançar para tribunal exigindo indemnizações pelos prejuízos de que têm sido vítimas, agravados pelos sete meses em que as obras estiveram paradas por decisão do tribunal. Muitos dizem-se mesmo dispostos a aderir à recém-criada ‘Comissão de Lesados por Sá Fernandes’."

E o Sá Fernandes já sabe disso? Ele que se esforça tanto para defender o interesse da comunidade.

Uma evidente questão de colaboração.

"Na Avenida 24 de Julho, onde decorria mais uma Operação Stop, o director nacional da PSP, Branquinho Lobo, garantiu que apesar de tudo Lisboa é uma cidade tranquila, “onde existe criminalidade, mas a situação não é alarmante”. Mas “os cidadãos também têm de colaborar”, alertou."

Exacto. Se nenhum cidadão violar a lei, acaba a criminalidade.

Brincadeira

"Os gritos da empregada levaram Hermínio Agostinho, de 63 anos, para a rua, para acudir ao vizinho ourives, que estava a ser alvo de um assalto. Nessa altura, ainda não imaginava que veria um dos ladrões apontar-lhe uma pistola e carregar no gatilho. Valeu-lhe a bala ter ficado encravada no cano da arma. Tudo aconteceu pelas 11h30 de quarta-feira. Uma manhã calma de Inverno, quando quatro indivíduos de raça africana tomaram de assalto a ourivesaria ‘Marijóia’, em Massamá."

O Ministro da administração Interna tem razão. A criminalidade está a diminuir. Esta situação foi uma brincadeira de carnaval antecipada. Eles depois devolvem o que levaram.

Reforços.

"Afinal ainda não é este ano que chegam novos reforços à Luz e só nos primeiros dias de 2005, ou seja, na próxima semana, devem começar a ser conhecidos os jogadores que vão reforçar o plantel ‘encarnado’. Um avançado e dois médios são os desejados, mas a concretização das transacções ainda não aconteceu. O tempo não joga a favor dos benfiquistas, uma vez que se pretenderem utilizar alguns dos reforços no ‘derby’ com o Sporting, terão de proceder à sua inscrição na Liga de clubes até ao dia 6 de Janeiro, ou seja, 48 horas antes do embate com os ‘leões’. "

Razão porque os jornais desportivos, este ano, anormalmente, não avançaram com nomes. No nosso modesto entender, os melhores reforços que o glorioso podia ter era a saída do duplo V (Vieira/Veiga).

Jornalismo.

Este 24 Horas é o máximo. Nós não somos jornalistas e sabemos quando é que ele volta. Adiantamos que, com um bocado de sorte, vem acompanhado por outra estrela brasileira que joga em Espanha.

quinta-feira, dezembro 30, 2004

A campanha eleitoral continua.

O ministro da Administração Interna afirmou que O PAÍS ESTÁ CALMO E A CRIMINALIDADE A BAIXAR. Deixamos para a oposição os comentários que, diga-se de passagem, não são poucos. Lembramos somente que em 2003, o crime subiu 6% em relação ao ano de 2002.

Já agora:

1/ "O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Colectivos de Lisboa (STTCL) quer ver implantado, imediatamente, um acompanhamento efectivo, por parte de agentes da PSP, a todos os veículos da frota da Carris. Face às últimas agressões a motoristas da empresa, a Carris recusa alarmismos, optando por salientar o bom entendimento que já existe entre a companhia e a PSP de Lisboa."
Correio da Manhã, 10/11/2004

2/ "Desemprego, corrupção, saúde e consumo são apontadas como algumas das áreas mais problemáticas em Portugal, apresentando factores que impedem a segurança humana no país, de acordo com dados do relatório de 2004 da Social Watch. O relatório da Social Watch, iniciativa criada em 1995 durante a Cimeira Mundial para o Desenvolvimento, em Copenhaga, e que reúne organizações da sociedade civil de 60 países, diz que o contexto em Portugal é de "crise económica, insatisfação generalizada e falta de expectativas". (...)

O texto referente a Portugal é assinado por membros da OIKOS, uma organização não governamental humanitária portuguesa, e afirma que "cresce a impressão de que na democracia portuguesa reina uma cultura de irresponsabilidade e impunidade" e aborda o problema do endividamento das famílias e do aumento do desemprego em Portugal. "Nas últimas décadas, os portugueses tornaram-se fortes consumidores e as mudanças na conjuntura económica não fizeram com que moderassem os seus gastos. O altíssimo nível de endividamento das famílias agravou-se drasticamente", diz o documento. Segundo dados do Banco de Espanha e da Associação Portuguesa de Consumidores, 96,6 por cento das famílias portuguesas estavam endividadas em 2001.

Apesar de indicadores sócio-económicos, como educação, informação, ciência e tecnologia, colocarem Portugal entre os países em melhor situação ou acima da média, o Social Watch alerta para o problema da corrupção no país. Os casos de corrupção incluem subornos, grandes delitos económico-financeiros, tráfico de influências, fraudes em licitações e encobrimento de responsabilidades penais. O relatório sobre Portugal aponta também o problema dos imigrantes no país, que actualmente representam cerca de cinco por cento da população. Três em cada quatro portugueses opõem-se ao novo fluxo migratório, segundo o documento da Social Watch, ainda que quase todos se manifestem contrários a um tratamento desigual para os imigrantes.
Na área da saúde, "o sistema público não oferece respostas a tempo e está constantemente à beira do colapso", diz o texto, citando organismos internacionais que atribuem esta situação à "má administração". (...)

O documento assinala que "Portugal ocupa um lamentável primeiro lugar na União Europeia em matéria de acidentes de trânsito". Cinco pessoas morrem em média por dia no trânsito e 19 sofrem lesões graves, sendo as principais causas dos acidentes o excesso de velocidade, as manobras perigosas e o consumo excessivo de álcool."

Público, 28/11/2004

Oportunidade única.

1/ "Um homem foi anteontem baleado numa nádega quando estava no interior de um café, no bairro da Cova da Moura, na Buraca, Amadora."

2/ "Um casal de namorados foi ontem assaltado por quatro indivíduos, na zona de Carnide, em Lisboa. Depois de roubarem, e até de agredirem, as vítimas, os mesmos indivíduos são suspeitos de, passado pouco menos de meia hora, terem realizado um roubo por esticão em Benfica.
Os assaltantes, quatro indivíduos, aparentando 17 a 25 anos, e todos de etnia africana, surpreenderam o casal de namorados pelas 02h30. “Os jovens, ambos com 18 anos, caminhavam na Rua do Seminário, em Carnide, quando se depararam com um Ford Fiesta azul, de onde saíram os quatro indivíduos”. Os assaltantes desapareceram, vindo o Ford Fiesta que utilizaram em ambos os roubos a ser encontrado abandonado, já ao princípio da manhã de ontem, no meio do bairro da Cova da Moura, na Buraca. "

Visite já hoje o Texas (Cova da Moura) à sua porta e contribua com a sua carteira e telemóvel. Não deixe para amanhã essa alegria porque, se não vier ter connosco (eles), nós (eles) vamos ter consigo.

Promoções: na compra do pacote semanal, oferta de uma farda policial com colete reflector

Brindes aos primeiros 100: carga de porrada e baleado numa zona corporal à escolha.


Com o patrocínio de Tiroteiro e Porrada Tours

Dança de cadeiras.

"Os partidos correspondem ao estado da nação. Fazem-me lembrar um homem que numa feira vendia vinho e vinagre, da mesma pipa. O vinho saía por um lado, e o vinagre por outro. A droga era a mesma. É o que acontece com a política dos nossos partidos: é igual e sai da mesma pipa. Só as torneiras é que são diversas ..."

[Guerra Junqueiro, citado por Bordalo Pinheiro in Pontos nos ii, aliás, in Guerra Junqueiro, por Lopes d'Oliveira, vol II, ed. Excelsior]

A lista dos putativos candidatos ao cadeiral de S. Bento é trabalho de uma chateza emotiva, mas revigorante. Quando se avista Luís Filipe Menezes a descer o escadório do Bom Jesus de Braga, sob os aplausos da ralé, a profanação é soberba. O frenético edil de Gaia não se machuca, nunca tropeça, não repousa. Ei-lo a contorcer-se de vaidade na ribeira de Gaia, no faccis um olhar vesgo à procura de Rui Rio. Enquanto isso, Zita Seabra, em delírio de gula política, prepara-se para atacar uns salmonetes e castigar uns doces de laranja, lá para os lados de Setúbal. A coisa vai de promessa ou não arribasse a Castelo-Branco o terrífico boxeur Morais Sarmento, a carpir saudades da juventude on the road. Enquanto muitos olham para as poltronas das suas ambições políticas, o genial camarada Lima, ex-João Carlos Espada, seguindo antiquíssima paixão, tricota mais um programa eleitoral, desta vez sob a silhueta do liberal Santana Lopes. E o brasileiro do costume, um tal Jacome da Paz, desenha a produção laranja. Lá vai a onda tsunamizar por aí.

A resposta rosa não se faz esperar. Com vigor furtivo, o inefável Pina Moura ficará retido na cidade da Guarda, organizando palestras em catadupa. O laureado electricista espanhol é um compêndio escolar que muito irá instruir os indígenas locais, avaros da coisa económica. Na sua estância costumeira, Lisboa, Jaime Gama declara que não irá satirizar para a Bica do Sapato, enquanto confessa que tem ideias vigorosas e estimadas sobre tudo e está pronto para a acção. A peça não fica composta sem a graciosidade intelectual de Miranda Calha, em terras de Portalegre, o perfume espiritual de José Junqueiro em Viseu e, principalmente, sem a presença discreta de Alberto Costa, agora deslumbrado em terras do Rio Liz. A tudo isto se chama evolução e elegância socrática. Já vimos o filme.
"


Heroine.

She walks in beauty like the night
Discarding her clothes in the plastic flowers
Pornographic and tragic in black and white
My Marilyn come to my slum for an hour
I'm aching to see my heroine
I'm aching been dying for hours and hours

She walks in the beauty of a magazine
Complicating the boys in the office towers
Rafaella or Della the silent dream
My Marilyn come to my slum for an hour

I'm aching to see my heroine
I'm aching been dying for hours and hours,
been dying for hours and hours

She walks in beauty like the night
Hypnotizing the silence with her powers
Armageddon is bedding this picture alright
My Marilyn come to slum for an hour

I'm aching to see my heroine
Aching, been dying for hours and hours
I'm 18, I need my heroines
Aching, been dying for hours
Oh and I'm never alone now
Now I'm with her

Suede.

P.S. Na esperança que o amigo Luís Gaspar consiga os seus intentos.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Dúvida.

"O Ministério da Segurança Social garantiu que vai efectuar este mês o pagamento dos subsídios de desemprego e doença, após ter alegadamente ordenado que esses pagamentos fossem feitos em Janeiro."

Será que o Decreto-Lei n.º 240-A/2004. do DR 303 SÉRIE I-A 1º SUPLEMENTO de 2004-12-29 tem alguma coisa a ver?

Alguém reparou?

Alguém reparou quantas vezes o 24 Horas publicou artigos a desacreditar o advogado da Casa Pia e o do Bibi, ou seja, os que representam maior perigo para os outros arguidos?

Alguém reparou quantas vezes se falou mal dos outros advogados?



A verdade da mentira.

"O pai de ‘Teti’, o jovem de ascendência cabo-verdiana cuja morte, em Junho último, deu origem a confrontos entre a PSP e alguns habitantes do Bairro 6 de Maio, na Damaia, foi ontem detido pela polícia, acusado de liderar uma rede de tráfico de droga. J.V. assumiu papel de liderança nas manifestações públicas de protesto contra a actuação da PSP da Amadora.

O pai do jovem ‘Teti’ acusou vários agentes da polícia local de brutalidade, durante o interrogatório a que o jovem de 16 anos foi submetido, na madrugada de 18 de Junho, no interior da esquadra da Reboleira para onde foi levado, na companhia de mais dez jovens, todos acusados de roubos com agressão.A morte de ‘Teti’, no dia 19, incendiou os ânimos no interior do Bairro 6 de Maio, provocando duas noites seguidas de distúrbios e de confrontos com a PSP. Em sequência das declarações que proferiu publicamente após a morte do filho, J.V. chegou mesmo a ser processado, por difamação, pelos dez agentes da 1.ª Equipa de Intervenção Rápida da PSP da Amadora, que refutaram as acusações de brutalidade feitas pelo pai de ‘Teti’.

A autópsia feita ao cadáver concluiu pela não existência de quaisquer lesões traumáticas. "


Daniel Oliveira, do Barnabé, bem tentou utilizar a fatalidade que atingiu o jovem para atacar as forças de segurança:

José Carlos terá sido sequestrado por agentes policiais que o algemaram e o levaram para lugar incerto, onde terá sido brutalmente espancado para confessar quem teria roubado uma carteira. Depois de ter sido entregue à família em muito mau estado, José Carlos esperou muitas horas no hospital para ser atendido. José Carlos, 16 anos, acabou por morrer. Relatório da autópsia: não se estabelece ligação entre o espancamento e a morte do rapaz.

Isto é tudo o que sei. Mas acho estranha a coincidência de um rapaz de 16 anos morrer depois de um espancamento e de nenhuma relação haver entre os dois factos. Mas devo ser eu, que sou desconfiado.
"

Publicado por danieloliveira em quarta-feira 23 junho 18:45Comentários (62) TrackBack

Disse depois em resposta a um comentário ao seu poste: “Espero que quando se confirmar o espancamento (confirmado pelas pessoas do bairro) os comentadores que aqui o desmentiram venham desmentir o que escreveram. Quanto aos comentários racistas que aqui leio, tirando a manifestação do meu nojo, nada tenho a debater com eles. "

Publicado por Daniel Oliveira em junho 23, 2004 10:37 PM”


Curiosamente tal não se verificou. Antes o contrário. Só que o amigo Daniel deve ter-se esquecido do seu próprio comentário e não desmentiu o que escreveu. Agora com mais esta revelação, será que vai continuar silenciado? Tivemos o cuidado de deixar um comentário a lembrá-lo. Comentário esse que ficou sujeito a censura e não sabemos se verá a luz do dia. Queremos acreditar que, para o amigo Daniel, a desgraça alheia não é só relevante quando se pretende atingir determinados fins.

P.S. Desde quando a palavra da polícia tem menos valor que a do vulgar cidadão? "Racismo" ao contrário?

Favor contribuir.

«Feliz daquele que tomar parte nesta guerra com a sua vida e a sua riqueza e feliz daquela cujos filhos participarem nesta batalha pelo Islão

Bin Laden

Manter acesa a chama da insurreição no Iraque custa à Al- -Qaeda 200 mil euros por mês. Por isso há que contribuir.

Portugal no seu melhor.


Na SIC Notícias deu uma reportagem onde entrevistaram portugueses que partiram depois da tragédia para a Tailândia, mantendo as férias marcadas como antes de tudo acontecer.

Dulce Ferreira respondeu que já tinha as férias marcadas, que não tinha ficado nada preocupada com o que tinha acontecido, porque os pais, que lá estavam, tinham enviado uma mensagem a dizer que tinha havido "uns tsunamis e umas coisas", mas estavam bem.

Quando a jornalista lhe pergunta se estava triste com toda a situação Dulce Ferreira respondeu "sim, claro, agora já não vou ter todas as condições de férias que iria ter se por acaso não tivesse acontecido nada disto. por outro lado, estou contente, porque vejo as coisas mais ao natural, como elas são."

A vida é bela.

"Para combater a criminalidade nos transportes públicos, cerca de 300 agentes da PSP participam esta quarta-feira numa operação especial. Elementos do comando metropolitano da PSP de Lisboa vão patrulhar transportes de passageiros na capital.

Além da prevenção da criminalidade, a acção destina-se também a promover a segurança nos transportes públicos e rodoviários. O ministro da Administração Interna, Daniel Sanches, vai acompanhar a iniciativa.
"

Obrigado por avisarem. Hoje o ministro vai fazer propaganda política protegido pela polícia, amanhã voltamos a ser assaltados. Como a vida é bela. Para alguns claro.

Portugas.

"Três dias após o maremoto, o balanço provisório aponta para mais de 70 mil mortos. Mas, as epidemias podem vir a causar tantas vítimas como o sismo referem responsáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o director gabinete de crise da OMS, David Nabarro, o caso é de tal forma preocupante que as epidemias poderão mesmo provocar tantos mortos como a catástrofe natural provocou. Os corpos já em decomposição e a mais que provável contaminação das águas são condições altamente propícias à propagação de doenças. Também a ONU lançou um alerta, que tem que ver com o perigo de infecções intestinais e pulmonares que, defende, poderão ser os primeiros de muitos problemas de saúde. "

Isso não impede que os nossos "portugas", disfarçados de turistas e guiados pelo espírito humanista, continuem a chegar à Ásia para ajudarem a restabelecer a normalidade.

Ganância.

"As autoridades tailandesas admitiram ontem que o Departamento Meteorológico local poderá ter atrasado um alerta de tsunami por receio de causar prejuízos à lucrativa indústria turística do país."
A ganância custou mais de 70 mil vítimas.

Nervos?

"A defesa de Paulo Pedroso anunciou ontem, em comunicado, que vai avançar com uma participação disciplinar à Ordem dos Advogados e que também não prescinde de accionar os mecanismos de responsabilidade criminal e cível contra António Pinto Pereira, defensor das vítimas da pedofilia do processo Casa Pia. Em causa está o facto de Celso Cruzeiro e João Pedroso considerarem que Pinto Pereira fez declarações públicas em que, diz o comunicado, qualificou de “absurdo” o despacho de não pronúncia do deputado do PS e afirmar que vai fazer chegar à Relação certidão do teor das declarações que Carlos Silvino prestou no Tribunal de Monsanto. [‘Bibi’ disse à juíza Ana Peres que viu Pedroso perto de casas, em Elvas e Lisboa, onde ocorreram abusos sexuais de crianças].

Com a mesma deselegância – no acto e na forma – com que critica na praça pública as decisões juridiscionais que não acolhem as suas teses, o senhor Dr. Pinto Pereira decide encenar, com espalhafato inaudito, quadros e acções manifestamente insólitos (...), já que, como advogado, ele não pode deixar de saber que as declarações do arguido Carlos Silvino já foram produzidas em fase anterior ao processo, em que, diferentemente do que sucede na actual fase, a defesa do Dr. Paulo Pedroso pôde intervir, sendo que sobre elas recaiu decisão, devidamente fundamentada, da Senhora Juíza de Instrução, que as analisou e concluiu pela sua falta de credibilidade”, refere o comunicado. Logo a seguir, Pinto Pereira é acusado de ter uma actuação pautada “pelo anúncio de propósitos (...) juridicamente aberrantes” e de estar a perturbar “a acção da Justiça, a descoberta da verdade e a liberdade do julgamento”.

“Toda esta tramitação tem sido acompanhada, pela defesa do Dr. Paulo Pedroso, com a máxima serenidade e discrição(...). Não tem sido porém esta a actuação de outros agentes que, apoiados em certos e determinados órgãos de Comunicação Social, têm desenvolvido uma campanha desenfreada de propaganda dos interesses da acusação, ocultando intencionalmente a verdade dos factos, intoxicando a opinião pública, intimidando as vozes e as opiniões livres, exercendo uma presão – inadmissível e nunca vista em tempo algum no nosso país – sobre os juízes e os Tribunais, a quem convulsionadamente exigem, em desrespeito total pela pessoa e pela função, que decidam o que eles querem”
."


Lembrando-nos do folclore na Assembleia da República (entre outros), não podemos deixar de sorrir ao ler o comunicado.

terça-feira, dezembro 28, 2004

Uma raiva incontida.

"Deixem-me exprimir a minha indignação. Ante a tragédia, o horror, o sofrimento, as vidas perdidas aos milhares, a destruição de cidades inteiras, «portugas» chegavam a Bangkok, em bando, para férias de que não desistiam, alguns sorridentes na TV com comentários do género, «uma vez que já aconteceu, já não voltará a suceder agora», «já falei para o hotel está tudo bem e sempre podemos ir à praia». Que bom não é? É a maltosa do «eu quero saber é do meu», a multidão da ganância, do egoísmo, da falta completa de humanidade, os que estão na vida para «curtir», nem que seja atropelando os outros.São estes os que geram o país que temos e o mundo em que vivemos.No rodapé da televisão, enquanto as imagens confrangedoras de devastação passavam, seguia uma «fita» noticiosa: «Madeira e Brasil são agora alternativas turísticas ao Oriente». Uma raiva incontida atravessou-me a alma! Filhos da puta! Com todas as palavras: filhos-da-puta! É o mínimo que se pode dizer. Desculpem, eu detesto palavrões, mas não encontro palavras que melhor me sirvam. Filhos da puta!"

José António Barreiros


"O chefe de Governo admitiu o sentimento geral de crise, aludindo a que muitos portugueses se sentem preocupados, mas pediu-lhes «esperança reforçada». Ao enumerar os diversos destinatários da sua mensagem (doentes, presos e os que trabalham no feriado), o chefe do Governo especificou em concreto «aqueles que estão em prisão preventiva há anos».

Afirmando que o Natal é um período em que geralmente as pessoas se viram para dentro de si próprias e se lembram daqueles que «pior» lhes fizeram, Santana Lopes sugeriu compreensão, afirmando «pedir a todos que sejam particularmente compreensivos com a diferença». Dirigindo-se aos mais carenciados, confessou que gostaria de resolver os seus problemas «num golpe de mágica».

Ser primeiro-ministro, disse ele, é também «um exercício, uma prova» de tolerância, de resistência e de entrega ao trabalho. Neste momento, admitiu, é hábito os portugueses dizerem mal de si próprios, mas é preciso que tenham orgulho em si mesmos, tanto mais que, ao longo de oito séculos de História, «Portugal sempre soube fazer das fraquezas forças»
."


Pois. Com magia é fácil resolver os problemas. Agora quando toca a ser a sério pia mais fino. Talvez com mais entrega ao trabalho se resolva.

Dúvida moderna.

"Com toda esta polémica a propósito da clonagem, uma grande pergunta urge colocar. Alguém que tenha relações sexuais com o seu próprio clone é:

a/ homossexual,

b/ está a masturbar-se ou

c/ lixou-se?"

Desenvolvimento do país.

"O secretário de Estado adjunto do ministro da Presidência, Barreiras Duarte, defendeu, ontem, em Faro, que a imigração deve ser vista como uma oportunidade para o desenvolvimento de Portugal e não como um problema."

Nem mais. Eis alguns exemplos:

"1. Quatro indivíduos romenos, principais suspeitos de três assaltos a ourivesarias praticados, na semana passada, em Oeiras e Lisboa, foram ontem detidos pela polícia espanhola, no país vizinho."

2. Os grupos de romenos responsáveis, no último ano, pelo saque de centenas de parquímetros em Lisboa, e o roubo de dezenas de milhares de euros, mantêm-se activos e actuam em rede.

3. Duas lojas de telemóveis, uma no Cercal do Alentejo e outra em Vila Nova de Milfontes, e uma boutique nesta última localidade foram ‘visitadas’ no mesmo dia por imigrantes do Leste da Europa, de diferentes nacionalidades, responsáveis por um aumento significativo da pequena criminalidade que preocupa os comerciantes do Sudoeste alentejano.

4. Três mulheres e um homem foram, na noite de quarta-feira, alvos de grupos de jovens assaltantes. Todos actuando com o mesmo ‘modus operandi’, os gatunos conseguiram despojar as vítimas de inúmeros bens pessoais. O primeiro desta série de crimes ocorreu na Rua Damião de Góis, na Damaia. Pelas 19h35 de quarta-feira, uma mulher foi rodeada por três indivíduos, todos africanos, que aparentavam 18 a 25 anos.

5. A GNR anunciou ontem a detenção, em Mangualde, de quatro indivíduos que se dedicavam ao furto, viciação e receptação de veículos, que seriam vendidos para países africanos. A quadrilha, constituída por quatro brasileiros e um português, de Vila Nova de Foz Côa, com idades entre os 19 e os 58 anos, foi desfeita na segunda-feira e a GNR considera que “há a possibilidade das carrinhas furtadas serem vendidas a países africanos, matéria que a PJ já está a investigar”.

EMILIE, LA OLVIDADA

"Outubro de 2001. Foi-se Emilie, a viúva de Oskar Schindler, o bon vivant salvador de judeus, imortalizado por Hollywood. Faleceu poucos dias antes de seu 94o. aniversário, numa clínica na cidade de Strausberg, a poucos km de Berlim. Morreu realizando um pequeno sonho, o do retorno à sua pátria. Não a via desde 1949 e quando chegou, disse, fascinada: “A Alemanha é muito bonita, quero ficar aqui”. Seu grande sonho, porém, o resgate de seu verdadeiro papel histórico na salvação de 1.700 judeus virtualmente condenados à morte, só lentamente emerge das sombras, em que “historiadores”, políticos e Hollywood a mergulharam.

Conheci-a em 1993, na cidadezinha de San Vicente, 70 km ao sul de Buenos Aires, quando seu estado de saúde já inspirava sérios cuidados. Para localizá-la, fez-se necessário hercúleo trabalho de investigação e o auxílio veio da comunidade judaica portenha. Quem fez a ponte e me anunciou por telefone, foi Finkelstein, judeu berlinense que, fugindo dos nazistas, alcançou a América Latina através do Expresso Transsiberiano, via Rússia e Japão, e que depois de caçar onças e animais exóticos na selva boliviana para exportadores de peles, aportaria em Buenos Aires na década dos anos 50, trabalhando para a agência de notícias Dpa, antes de tornar-se o editor do “Semanário Israelita” em língua alemã.

Com o mapa rodoviário sobre o colo, demorei cerca de uma hora para alcançar San Vicente, pela estrada que segue a La Plata, cortando em linha reta o início da pampa, entediante e tristonha, como todas paisagens sem relevo. Ao receber-me no portão de sua modesta casa, reparei que Emilie arquejava ao caminhar e quando abriu a porta da sala, espantei-me com a turba de dezoito gatos, que ela me apresentou, nome por nome, e que, miando e ronronando, enroscavam-se em suas pernas, dificultando ainda mais seus passos pela casa. Contou-me que vinha padecendo de uma inclemente osteoporose que lhe triturava as articulações e principalmente os ossos da coluna. Mas não se deteve em ir à cozinha várias vezes, para servir-me café e um farto prato com pão e frios, que os gatos, já gordos mas desavergonhados, insistiam em devorar, já que eu declinara educadamente do simpático e rústico lanche. Chamou-me a atenção a modéstia de seus aposentos, hermeticamente fechados, para isolar as fatais correntes de ar para uma octogenária como ela. Era forte o odor do xixi dos gatos mesclado com os gases do óleo diesel da estufa que aquecia sofrivelmente a sala, na qual estávamos sentados naquele sábado frio e chuvoso. Surpreso, percebi que Emilie Schindler levava a vida de uma mulher pobre. Sim, porque eu trazia nas mãos um exemplar de “Schindler’s List” do australiano Thomas Keneally, imaginando que tanto a edição do livro, quanto a compra dos direitos do mesmo por Steven Spielberg para a roteirização do filme homônimo, tivessem rendido uma polpuda reserva em direitos autorais a Emilie. Boquiaberto ouvi seu relato queixoso de que o bestseller de Keneally, que já vendera centenas de milhares de exemplares no mundo todo, lhe rendera míseros 25 mil dólares, com os quais estava pagando tratamento médico. Pior: Spielberg argumentara a seu advogado que, com a aquisição dos direitos cinematográficos pagos a Keneally, teria "quitado" sua conta com os Schindler. Por isso revolta-me oito anos mais tarde, a notícia lida no portal de um jornal europeu, constatando que Emilie teria morrido como vivera durante a maior parte de sua vida: em amarga pobreza.

A vida não foi generosa com Emilie. Ela lutou durante 50 anos para emergir da sombra de Oskar Schindler. Lembro-me nitidamente de alguns detalhes da minha primeira visita. A pintura descascada das paredes da casa, os móveis velhos e mal conservados, as roupas surradas e puídas, o cabelo desgrenhado e seu rosto profundamente vincado por rugas – a tudo aderia a fuligem pastosa da indiferença incorporada com resignação. Pareceu-me ansiosa em contar-me sua história, com frases que a protagonista tivesse insistido em aprisionar o tempo nos objetos que a cercavam e em si mesma; tempo que aludia das fotos que ia retirando, com emoção reprimida, de uma caixa de sapatos e estendendo-as sobre a mesa. Fotos que remontavam ao final da década dos anos 30, na Moravia, revelando uma jovem mulher vencedora, filha de pais ricos, que apostou todas suas fichas para ser feliz ao lado de Oskar. Mas, o tempo que veio depois, assim contavam-me as duas rugas de amargura nos cantos de sua bonita boca, dilatou-se em intermináveis cinqüenta anos de infelicidade.

Quando lhe confessei, rindo, que sua semelhança com Lauren Bacall me arrancara suspiros naquela foto em preto e branco (diante de sua casa na Morávia, República Tcheca, com o carimbo do ano de 1938 no verso ainda legível), na qual estava abraçada ao galã Oskar, consegui roubar-lhe um sorriso fugaz, logo espantado por um aceno de desdém: “Mas ele sempre viveu pendurado em outras saias !”, advertiu. Ao despedir-me deste primeiro encontro, já parado do lado de fora do portão, lembrei-me de perguntar-lhe se poderíamos gravar seu memorável depoimento, que semanas depois seria transmitido pela Deutsche Welle (DW-TV) para o mundo todo, em alguma estação de trens de San Vicente. Expliquei-lhe que eu tinha imaginado que ela e Oskar tivessem se despedido numa plataforma de trem, quando ele partiu da Argentina em 1957. É que eu guardava em minha memória visual as fantasmagóricas imagens de estações de trem e o ranger metálico, gritado, das rodas dos vagões carregados de judeus, em lento movimento rumo aos campos de concentração nazistas... Mas a octogenária sorriu cinicamente, destruindo meu roteiro: ”Não foi nada romântico, ele apenas acenou, aí do lado de fora do portão, onde o sr. está. Virou as costas e partiu, foi assim que eu o vi pela última vez..”. Voltei ao carro e enquanto este rumava de volta a Buenos Aires, esforcei-me em disfarçar a imensa tristeza, reclamando do “vento” que, debaixo dos óculos escuros, me arrancava lágrimas dos olhos. A imagem dos trens, porém, se instalara de forma tão insistente em meu imaginário que, ao retornar a San Vicente, três dias depois, com minha equipe de TV, teimei em documentar a única estação, onde há anos já não circulavam trens, cujo sino estava enlaçado por uma imensa teia de aranha e cujos trilhos, que pareciam vir do nada e ir para lugar nenhum, estavam abraçados por uma imensa capoeira. No filme, usei esta imagem como metáfora de Emilie, a esquecida, cujo ilimitado amor, há muito amalgamado com indignação e fel, escapou-lhe dos lábios, quando mal nos tínhamos acomodado debaixo de um pessegueiro em flor, para gravar a entrevista em seu jardim. Apontando para uma pequena elevação de terra coberta de grama, no fundo do pomar, disparou, secamente: “Sabe o que é aquilo ? Aquela é a cova do meu cachorro, mais digna e florida que o túmulo de Oskar em Jerusalém, lhe asseguro – ele não merecia outra coisa !”.

Uma por uma, Emilie espinafrou as afirmações do livro de Keneally, que eu mantinha no colo e folheava para as perguntas, que ela respondia diante da câmera. Uma das que mais me impressionou e repercutiu pelo mundo afora, foi sua descrição dos enfrentamentos verbais que afirma ter tido com Amon Göth, o comandante SS do campo de concentração de Cracóvia: “Certa noite, durante um jantar em nossa casa, quando ele falou aquela baboseira toda, com aquela empáfia patrioteira, sobre a necessidade de sermos ‘bons alemães e esquecermos os judeus’ etc e tal, pedi-lhe que fosse embora, caso contrário eu lhe meteria a mão na cara, ali mesmo – e ele levantou-se e foi !”, disse, olhando para a câmera, desafiadora: “O Oskar comia pelas bordas, mas eu não tinha medo daqueles caras, eu os enfrentava..”, advertiu. Com estas atitudes destemidas, Emilie protegeu e salvou, inicialmente, 330 judeus – homens, mulheres e crianças – do extermínio na Polônia ocupada. É que lhe coube decidir, se um grupo de 330 judeus, que já se encontravam presos num trem, deveria seguir para um campo de extermínio, ou ficar com ela, "para trabalhar na fábrica": “Na realidade eles estavam muito fracos para trabalhar, mas eu disse aos guardas que precisava deles, assim mesmo, e daí começamos a enterrar os mortos e a tratar dos que estavam esgotados e doentes”.

Diante do avanço das tropas soviéticas sobre a Polônia, Oskar e Emilie desarmaram sua fábrica em Cracóvia e a reergueram em Brünnlitz (atual Rep. Tcheca). Remontando em sua memória um cenário de filme de mocinho e bandido, Emilie descreve de forma divertida, como corrompeu oficiais e guardas da Wehrmacht e da SS em Brünnlitz com jóias, e como conseguiu contrabandear cereais para alimentar os judeus que trabalhavam na fábrica. “Quando as jóias acabaram, usei vodca para corromper o próprio dono do moinho de cereais, vodca que tínhamos trazido de Cracóvia !”, excitou-se, como se as cenas tivessem ocorrido na noite anterior... Mas, como ?, pergunta-se, os Schindler conseguiram salvar da morte e trazer “seus” 1300 judeus de Cracóvia para Brünnlitz ? Declarando-os “força de trabalho imprescindível para a Economia do Reich”, explica a Sra. Schindler. Com algum esforço e muita persuasão, a justificativa perante a SS “colou” e os Schindler conseguiram salvar “seus” judeus da morte.

É vã, porém, a tentativa de encontrar estas cenas protagonizadas por Emilie Schindler na “Lista” de Spielberg. Simplesmente porque o diretor hollywoodiano não realizou nenhuma pesquisa adicional ao livro de Keneally, e foi o escritor quem cometeu as graves omissões, limitando-se a entrevistar Oskar, enquanto vivo na Alemanha, e seu ex-assistente em Cracóvia, o judeu Isaac Stern, que elaborara a famosa lista e que depois da 2a. Guerra emigrou para os EUA. Pior: não tivesse sido Stern - em cuja loja Keneally comprara uma mala e que o seduziu para escrever o livro, para o qual Stern e Oskar tanto buscavam um autor - e Emilie não teria recebido um tostão furado de direitos autorais da venda do livro – por decisão de Oskar, e daí a sua grande amargura. Disse-nos Emilie diante da câmera da Deutsche Welle TV: “Oskar ‘privatizou’ a história da lista, como se tivesse sido seu único protagonista. Nunca me informou que um livro estava sendo escrito e foi graças à decência do Sr. Stern, que advertiu a editora sobre a minha pobre vida na Argentina, que acabei recebendo 20 mil dólares”. Nunca se sabe ao certo, se foi esta atitude pouco ética de Oskar, que fez a Metro desistir da primeira tentativa de adaptação da “Lista” para o Cinema, depois que Oskar retornou à Alemanha, em 1957, onde faleceu em 1974. O fato é que um grande diretor estava apaixonado pela estória e esta, assim como a vida de Emilie poderiam ter tomado um rumo completamente diferente. O diretor chamava-se Fritz Lang; o legendário diretor de "Metropolis".

Só com muito esforço consegui evitar, pouco antes da estréia do filme de Spielberg, que da entrevista televisiva com Emilie fosse suprimida (censurada, por temor a pressões) sua explosiva denúncia, de que até o final de 1993 não havia recebido nenhum níquel de direitos autorais de Spielberg – acusação renovada contra Spielberg no Festival de Cannes de 2001, pelo cineasta Jean Luc Godard, através de um personagem de seu filme “Elogio do Amor”. Pressionado, em 1996 Spielberg resolvera remeter 50 mil dólares à anciã, mas esta levou adiante sua denúncia, que ganhou os foros da Justiça, quando Emilie passou a reivindicar seis por cento de participação na exploração comercial internacional d’ “A Lista”. O processo, porém, nunca progrediu e Spielberg ficou lhe devendo até a morte, o que constitui um dos episódios mais antiéticos da história de Hollywood. Não teria custado nada ao oportunista e mais rico dos diretores norte-americanos, gratificar com justiça a grande, porque – comparativamente a Oskar Schindler - modesta e arredia heroína da lendária “Lista”, que durante décadas vegetou socialmente no anonimato de San Vicente, e que continuava pobre, enquanto a “Lista” enriquecia Spielberg. São comoventes, por outro lado, as formas através das quais a Argentina, seu país anfitrião, a tratou do primeiro ao último dia sua permanência. Durante mais de 20 anos a comunidade judaica de Buenos Aires custeou suas necessidades básicas com habitação. Foi o Congresso argentino quem a declarou “Cidadã Ilustre da República Argentina” em 1999, foram os jogadores do River Plate quem lhe ofertaram uma cadeira de rodas, quando Emilie já não podia mais caminhar, e foi na Argentina, finalmente, onde Emilie conseguiu publicar seu livro de memórias.

É hilariante que, apesar d’ ”A Lista” de Spielberg e do cerco televisivo, Emilie só tenha conseguido quebrar o anonimato com sua autobiografia “Eu, Emilie Schindler”, redigido por Erika Rosenberg e lançado internacionalmente na Feira do Livro de Frankfurt de 2001. O que fez Emilie retornar à Alemanha, alguns meses antes, foi, sem dúvida, uma enorme saudade e aquele instinto de animal moribundo, que busca o chão da infância para seu último suspiro. Nos bastidores, entretanto, voltara a travar uma batalha jurídica inteiramente nova: a posse da Mala de Schindler, encontrada no sótão de uma casa na cidade alemã de Hildesheim, pelos filhos de uma confidente de Oskar, falecida em 1999. A mala havia sido presenteada por Oskar à “amiga”, e continha nada mais e nada menos que os originais da famosa Lista datilografados por Stern, várias cópias do valioso documento, mapas, fotos e intensa correspondência trocada ao longo de quase vinte anos, desde que deixara a Argentina. Como a mala fora entregue ao jornal Stuttgarter Zeitung, que publicou todo o material em forma de série, sem consulta a Emilie , esta processou o jornal e reivindicou tanto a posse da mala, como uma indenização no valor de 100 mil Marcos. Através de um acordo, conseguiu um acerto sobre 25 mil, mas a mala já estava depositada no Memorial Jad Vashem em Israel. Até o final de setembro de 2001, Emilie Schindler lutou pela transferência definitiva da lendária mala para a Casa da História da República Federal da Alemanha, em Bonn, mas um derrame a fulminou antes que se regozijasse pelo resgate – de sua própria história e de seus adereços.

Publicado: 26.7.2004

© Frederico Füllgraf
Fonte: A confraria.

Estes americanos...

"Biografia sobre Oskar Schindler, o alemão que salvou mais de mil judeus das mãos dos nazistas, mostra faces menos heróicas do benfeitor consagrado postumamente pelo filme de Steven Spielberg.


A Lista de Schindler nunca existiu. Pelo menos não a lista com L maiúsculo ficcionalizada pelo romance de Thomas Keneally, fonte do filme A Lista de Schindler, de Steven Spielberg. Esta é apenas uma das novidades levantadas pela biografia escrita por David M. Crowe e recém-lançada nos Estados Unidos sob o título Oskar Schindler – The Untold Account of His Life, Wartime Activities, and the True Story Behind the List (Oskar Schindler – O relato não narrado de sua vida, atividades durante a guerra, e a verdadeira história por trás da lista).


Listas feitas por terceiros
Na verdade, existiram nove listas, das quais quatro foram feitas por Marcel Goldberg, um membro corrupto do chamado Serviço Judaico de Ordem (Jüdisches Ordnungsdienst), a tropa policial do gueto de Cracóvia. Schindler só pôde ter sugerido alguns poucos nomes de judeus a serem salvos, pois na época estava preso, acusado de tentar subornar o comandante da SS, Amon Göth. Crowe não tem informação sobre a autoria das demais listas, ainda desaparecidas. Ele confirma que a versão de uma lista única de autoria própria foi propagada pelo próprio Schindler depois da guerra. Crowe não questiona a coragem civil de Schindler, disposto a empenhar sua fortuna e arriscar a própria vida para salvar mais de 1100 judeus da deportação para campos de extermínio nazistas. No entanto, aponta que esta atitude foi resultado de um processo de transformação pessoal. Antes de se tornar benfeitor, provavelmente motivado pela dimensão bárbara do crescente terror contra os judeus, Schindler fora um "perigoso espião de calibre", comandante da unidade do serviço secreto que planejou a invasão da Polônia. Crowe destaca que Schindler teria se oposto inicialmente à deportação de judeus também para evitar desfalque no quadro de funcionários de suas fábricas.


Mérito de Schindler intocado
Algo que a biografia de 766 páginas também destaca é o proveito que Schindler tirou de sua amizade com judeus depois da guerra. O autor não hesita em sentenciar o biografado: "Devo admitir que fico consternado com o oportunismo de Schindler, sobretudo quando se tratava de usar seus contatos de amizade com judeus para conseguir vantagens econômicas após a guerra".
O biógrafo – historiador da Universidade de Elon, na Carolina do Norte, uma instituição ligada à United Church of Christ, e membro da comissão de formação do Museu Memorial do Holocausto, em Washington – destaca que os judeus salvos por Schindler resistem à relativização de sua imagem como herói. Crowe entrevistou dezenas dos chamados "judeus de Schindler" e pôde constatar gratidão irrestrita para com seu benfeitor. O autor considera esta visão "pragmaticamente romântica", mas a respeita em seu julgamento de Schindler.


Recepção na Alemanha
A imprensa alemã noticiou com atenção o lançamento da biografia de Schindler por Crowe nos Estados Unidos. O que mais satisfez a crítica foi o fato de haver uma fonte biográfica confiável que permita avaliar a trajetória do Schindler histórico ficcionalizado por Keneally e Spielberg. O fato de a biografia apresentar um Schindler mais controverso e mais mundano – mulherengo, beberrão e oportunista – o torna mais humano, e por isso mesmo mais extraordinário, opina a imprensa alemã.
"

Curiosamente:

"Nos bastidores, entretanto, voltara a travar uma batalha jurídica inteiramente nova: a posse da Mala de Schindler, encontrada no sótão de uma casa na cidade alemã de Hildesheim, pelos filhos de uma confidente de Oskar, falecida em 1999. A mala havia sido presenteada por Oskar à “amiga”, e continha nada mais e nada menos que os originais da famosa Lista datilografados por Stern, várias cópias do valioso documento, mapas, fotos e intensa correspondência trocada ao longo de quase vinte anos, desde que deixara a Argentina. Como a mala fora entregue ao jornal Stuttgarter Zeitung, que publicou todo o material em forma de série, sem consulta a Emilie , esta processou o jornal e reivindicou tanto a posse da mala, como uma indenização no valor de 100 mil Marcos. Através de um acordo, conseguiu um acerto sobre 25 mil, mas a mala já estava depositada no Memorial Jad Vashem em Israel. Até o final de setembro de 2001, Emilie Schindler lutou pela transferência definitiva da lendária mala para a Casa da História da República Federal da Alemanha, em Bonn, mas um derrame a fulminou antes que se regozijasse pelo resgate – de sua própria história e de seus adereços. "

À semelhança de Alexandre, ainda bem que ele não se lembrou duma pretensa homossexualidade de Schindler.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Alexandre o Grande.

Fazer um filme deste tipo, supostamente biográfico, ainda por cima dedicado a uma figura ímpar como foi Alexandre, é muito arriscado e, na maior parte dos casos, afunda-se completamente. É o caso deste Alexandre, o grande.

É notório que Oliver Stone recusou-se a contribuir para prolongar o mito, oferecendo-nos um sujeito impassível, inseguro e problemático, que procura a aprovação do pai e não desiludir a mãe, que faz sexo à bruta com a mulher e é homossexual, em vez de um rei guerreiro, ambicioso, corajoso, culto, arrogante, o génio militar que venceu todas as batalhas e que levou os seus soldados aos limites do mundo conhecido.

Com o efeito, Stone, não quer contar a história mas apenas mostrar aspectos da personalidade insegura, paranóica e absolutamente nada inspiradora de confiança da personagem "Alexandre", esquecendo as suas proezas heróicas e bem mais cativantes, recorrendo até à exaustão ao relato da sua pretensa homossexualidade.

O actor escolhido para o efeito (Colin Farrell), com o seu ar de surfista, nem o papel de homossexual consegue desempenhar, tal como é pretendido, quanto mais irradiar o carisma necessário para interpretar uma personagem forte.

O argumento dá enormes "saltos" na história (da adolescência passamos automaticamente para Guagamelos, omitindo Granicos, o nó Górdio, Issus, Tiro e o Egipto, o incêndio de Persépolis, recuando, mais tarde, para o assassinato de seu pai, Filipe) e deturpa vilmente o rigor histórico (a morte de Cleitos não se passou na Índia, o momento do regresso não foi efectuado com Alexandre ferido, este não foi ferido em campo aberto mas numa fortaleza).

Esse inacreditável argumento, que transforma o filme numa história desconjuntada e episódica, sem nenhuma unidade ou objectivo dramático, passa completamente ao lado dos anos que o fizeram crescer e transformar no líder que viria a conquistar a maior parte do mundo conhecido, os anos que contribuíram de forma decisiva para moldar o seu carácter, que mostraram as qualidade que inspiraram a lealdade dos seus homens, sujeitos a provações extremas, nem informa geograficamente as conquistas de Alexandre.

Sejamos claros. Oliver Stone queria abordar mais a homossexualidade (ou bissexualidade) de Alexandre do que retratar o mito. Resultado: temos uma personalidade incompleta, que mostra muito pouco de um homem que, quanto mais não seja, foi da Macedónia aos Himalaias. As duas batalhas (nas várias possíveis ao longo de 12 anos), parecem estar ali por engano . A primeira parte do filme omite toda a campanha para dedicar-se aos problemas familiares e à suposta homossexualidade de Alexandre (referida até á exaustão), a segunda parte, o filme torna-se confuso, com factos verdadeiros colocados nas alturas erradas. Não era necessário conceber 3 horas de filme para tal.


P.S. Em determinada altura, vê-se Aristóteles debitando filosofia, no meio de uma série de ruínas. Mas não era suposto estar tudo de pé naquela altura?

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Feliz Natal.

Desejamos um Feliz Natal a todos.

Pois.

"O ministro da Administração Interna, Daniel Sanches, apelou ao civismo dos condutores e reafirmou a sua confiança na prevenção rodoviária, particularmente junto dos jovens."

Deve dar cá um resultado. Os jovens são um perigo na estrada e os acidentes só acontecem aos outros, porque conduzimos muito bem. Basta perguntar aos pintas que assassinam diariamente os nervos dos outros condutores nas estradas.


Vergonha.

"O desemprego voltou a subir. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, a subida do desemprego, em Novembro, é de 3,8 por cento, face ao mesmo período do ano passado."

Uma vergonha é o que é. Quem devia estar no desemprego eram os políticos. Desemprego salarial, porque trabalho é uma palavra desconhecida para essa gente. Os outros é que se lixam.

Feliz Natal.

"São cerca de 2500 os reclusos que vão ter autorização para ir passar o Natal a casa."

Com um bocado de sorte, alguns esquecem-se de voltar. De qualquer forma é uma medida a aplaudir.

É isso.

"O país está farto destes "políticos-proveta", saídos directamente dos bancos da escola, das associações de estudantes e das sibilinas juventudes partidárias para o poder. Está farto dos caciques autárquicos, dos cabos eleitorais e dos animadores de congressos partidários, confundidos com estadistas. Está farto de pseudopolíticos que nunca sobreviveram na vida civil, fora da protecção partidária e do abrigo do Estado, que nunca souberam o que era terem de ganhar a vida por si mesmos, terem de pagar a casa, o carro e o sustento dos filhos sem os dinheiros públicos. Está farto de gente que se serve da política em lugar de servir na política. Está farto dos oportunistas da democracia, que circulam entre a Assembleia da República, o Parlamento Europeu, o governo, os escritórios da advocacia de interesses, a administração das empresas públicas (que muitas delas existem apenas para os servir), ou a administração de empresas privadas cujos interesses favoreceram enquanto governantes. E até agora, a avaliar pela gente de sempre, que já se empurra para tomar lugar no autocarro de Sócrates (e que mal que alguns diziam dele, há uns meses atrás...), nada faz crer que o provável futuro primeiro-ministro esteja disposto à ruptura ética que se impõe."

MIGUEL SOUSA TAVARES

Estamos plenamente de acordo. Só que a raça do bom político extinguiu-se.

Maravilhoso.

"O sítio português na Internet sobre homossexualidade "Portugal Gay" lançou a primeira linha telefónica nacional para utilização pela comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT). Os responsáveis do projecto esperam obter por este meio não só sugestões ou comentários como também denúncias de casos de discriminação relacionados com a homossexualidade."

Que bom. Pode ser que os médicos começem a passar mais transgéneros.

Vergonha.

"O sindicato da Ogma - Indústria Aeronáutica de Portugal acusou hoje o Governo de ter concluído "à pressa" e "com fins eleitoralistas" o processo de privatização, fazendo um "mau negócio para o Estado" com a venda ao consórcio Embraer/EADS."

Ninguém põe cobro a isto? Vendem-se os anéis ao desbarato. Vale tudo para atingir os fins pretendidos.

Enganados.

"A Polícia espanhola deteve na madrugada de ontem, na região de Barcelona, três marroquinos suspeitos de pertencer a uma célula terrorista islâmica que tencionava levar a cabo atentados em território espanhol. Não está afastada a possibilidade de serem realizadas mais detenções nas próximas horas."

Os espanhóis obedeceram cegamente às exigências do Bin Laden. Tornaram-se seus aliados. Mas continuam na mira dos atentados. Deve ser triste sentirem-se enganados pelo Zapatero.

Natal produtivo.

Mais um dia bem passado na Damaia. Leia aqui.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Estatuto especial

"O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madaíl, pediu, esta quinta-feira numa conferência de Imprensa, a cessação da notificação dada pelo ministro da tutela, Bagão Félix, para que os clubes de futebol pagem as dívidas ao fisco até ao final do ano. O Governo exige 21 milhões de euros. Gilberto Madaíl, mostrou-se hoje «estupefacto» com a «notificação da Administração Fiscal ao futebol» no âmbito do acordo celebrado em 1998 referente a dívidas de impostos até 1996, conhecido como «Totonegócio». "

Estupefactos estamos nós, contribuintes, que ano após ano somos obrigados a pagar os impostos, enquanto estes senhores vão acumulando dívidadas ao fisco ano após ano. Quem quer explicar como conseguem?

O fogo queima.

"José Maria Martins não quer que Carlos Silvino volte a ser interrompido pela juíza Ana Peres, como sucedeu, na segunda-feira, quando o seu cliente referenciou Paulo Pedroso em casas de Lisboa e Elvas. “Carlos Silvino deve poder falar, no âmbito deste processo, de todas as pessoas que ele conhece e que praticaram abuso sexual de menores. Por isso, quando se referiu a quem viu nas casas de Elvas e dos ‘R’, é normal que tenha mencionado Paulo Pedroso, como, aliás, já o tinha feito.” E acrescentou: “Das declarações do meu cliente podem ser mandadas extrair certidões se o Ministério Público assim o entender ou o tribunal, oficiosamente, o determinar”. O CM sabe, aliás, que outros meios judiciais ligados ao julgamento do processo Casa Pia estranharam o comportamento da juíza em relação a Pedroso, dado que não interrompeu o arguido quando este mencionou outras pessoas que não foram acusadas, como Carlos Mota ou o médico Camisão, amigo de Jorge Ritto."

Já aqui tinhamos falado nesse pequeno pormenor.


Dever ou não dever, eis a questão.

"As declarações que Carlos Silvino prestou no Tribunal de Monsanto sobre o envolvimento de Paulo Pedroso no processo Casa Pia “devem” ser entregues pelo Ministério Público (MP) no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), e juntas ao recurso sobre a não pronúncia do deputado socialista."

Mais no CM.

É um "caminho" muito manhoso, capaz de levar a PJ a visitar ilustres "desconhecidos" pela manhã cedo.




"A oeste nada de novo".

"O Governo vai transferir mais mil milhões de euros do fundo de pensões da CGD, para manter o défice abaixo dos três por cento. No orçamento de Estado, apesar dos protestos dos trabalhadores, já estava prevista a transferência de 1400 milhões de euros. O presidente da CGD apresentou a demissão."

Se ainda havia alguém que acreditava vir dali alguma coisa de jeito, levou um baldo de água fria.

Mensageiro.

Às vezes parece que o 24 Horas defende com unhas e dentes os arguidos e ataca o outro lado. Mas deve ser só impressão...

Mais arguidos.

"O Ministério Público acusou mais 12 pessoas de crimes de abusos sexuais a menores, em resultado de investigações saídas do processo Casa Pia."

Devem ser todos do PS como reza a teoria da Cabala. Ou será que nasceu uma nova teoria, segundo a qual, estes são de outros partidos só para disfarçar a cabala contra os outros?

Feliz Natal.

Feliz Natal a todos.

Christmas

HAPPY CHRISTMAS KYOKO.
HAPPY CHRISTMAS, JULIAN.

SO THIS IS CHRISTMAS AND WHAT HAVE YOU DONE?
ANOTHER YEAR OVER, A NEW ONE JUST BEGUN.

AND SO THIS IS CHRISTMAS, I HOPE YOU HAVE FUN,
THE NEAR AND THE DEAR ONE, THE OLD AND THE YOUNG.

A VERY MERRY CHRISTMAS AND A HAPPY NEW YEAR,
LET'S HOPE IT'S A GOOD ONE WITHOUT ANY FEAR.

AND SO THIS IS CHRISTMAS FOR WEAK AND FOR STRONG,
FOR THE RICH AND THE POOR ONES, THE ROAD IS SO LONG.

AND SO HAPPY CHRISTMAS FOR BLACK AND FOR WHITE,
FOR THE YELLOW AND RED ONES, LET'S STOP ALL THE FIGHT.

A VERY MERRY CHRISTMAS AND A HAPPY NEW YEAR,
LET'S HOPE IT'S A GOOD ONE WITHOUT ANY FEAR.

AND SO THIS IS CHRISTMAS AND WHAT HAVE WE DONE?
ANOTHER YEAR OVER, AND A NEW ONE JUST BEGUN.

AND SO HAPPY CHRISTMAS, WE HOPE YOU HAVE FUN,
THE NEAR AND THE DEAR ONE, THE OLD AND THE YOUNG.

A VERY MERRY CHRISTMAS AND A HAPPY NEW YEAR,
LET'S HOPE IT'S A GOOD ONE WITHOUT ANY FEAR.

WAR IS OVER
IF YOU WANT IT,
WAR IS OVER NOW.

HAPPY CHRISTMAS!
HAPPY CHRISTMAS!
HAPPY CHRISTMAS!


John Lennon

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Inveja.

"O secretário-geral do Conselho da Europa, Terry Davis, instou hoje o governo britânico a rever a lei anti-terrorista na sequência da recomendação de uma comissão que, há um ano, pediu a alteração desta lei. "

"OS SERVIÇOS secretos portugueses tentam localizar a célula terrorista que poderá ter-se infiltrado em Portugal após os atentados em Espanha"

"Uma explosão de origem desconhecida danificou hoje a fachada de um quartel da Guarda Civil de Luna, uma localidade do concelho de Saragoça, no nordeste de Espanha, mas não causou feridos"

Não pode ser. Então as bombas explodem em Espanha facilmente, os terroristas escondem-se facilmente em Portugal e não acontece nada aos britânicos? Não pode ser. Há que mudar as coisas.

"Diário da imunidade".

Como diz o amigo Antonio no seu Portugal Profundo, será que o diário aonde o assaltante anotava e registava todas as suas acções ilícitas, bem como os valores que provinham dos roubos" vale como prova em Tribunal ou só o diário de Ritto é que não vale?

Soluções difíceis.

"O Governador do Banco de Portugal foi ontem recebido pelo Presidente da República e renovou as suas críticas à política económica seguida nos últimos anos. “As receitas extraordinárias serviam para encobrir um problema de fundo”, referiu Vítor Constâncio, acrescentando que é tempo de “encarar o problema de frente”."

Para um governo "eficiente", atacar o problema de frente era mais fácil. Daí deitarem mão à "novíssima" política do recurso às receitas extraordinárias que, como é sabido, trata-se de uma solução mais "díficil". Especialmente quando as suas ideias são chumbadas pela Eurostat.

Lamentavelmente!!!!

"Lamentavelmente, foi anteontem publicado sem qualquer referência ao seu autor um parágrafo retirado do blogue arqueoblogo.blogspot.com, na notícia sobre a Rua das Bocas de Viseu."


Lamentavelmente já é a segunda vez que o Público faz isso. Pelo menos de que temos conhecimento.

Partido Ideal.

"Os renovadores comunistas João Semedo e Adelino Granja vão integrar as listas do Bloco de Esquerda às eleições de 20 de Fevereiro."

Por aquilo que se conhece do Adelino Granja, o Bloco de Esquerda é o partido ideal para as suas características.

"Carlos Silvino Envolve Pedroso e Deixa Abrantes de Fora "

"Carlos Silvino ("Bibi"), que ontem prestou declarações pela segunda vez no Tribunal de Monsanto, incriminou todos os arguidos do processo da Casa Pia, com destaque para Carlos Cruz e Jorge Ritto, mas nada disse sobre o antigo provedor-adjunto, Manuel Abrantes, explicando que o faria "depois, lá mais para a frente".

Carlos Mota apresentou-me o Carlos Cruz e o Vitor de Sousa, vinham dois estrangeiros com eles", contou Silvino. Quanto a Carlos Mota, tinha-o conhecido "na oficina de motas em frente à Casa Pia, há 16 ou 17 anos", acrescentou. E disse que o homem que foi secretário de Cruz entrava "muitas vezes" na instituição, "para escolher meninos para filmagens". Na Casa Pia, "entravam e saíam como cães, sem pedir licença", disse.

O nome de Paulo Pedroso voltou a ser citado por Carlos Silvino a propósito de uma casa no Restelo, designada no processo por "Casa dos Erres". A juiza Ana Peres afirmou que o ex-porta-voz do PS não é arguido no processo."

Público.

É sempre um prazer ler certas notícias. Esta é uma. O título da notícia diz que Silvino envolve Pedroso e não fala de Carlos Mota e o Vitor de Sousa (também envolvidos pelo Silvino). Estranho também é o facto de a juíza mencionar que Pedroso não é arguido no processo esquecendo os outros dois (que também não o são).

terça-feira, dezembro 21, 2004

"A MULHER DE CÉSAR E OS CIRVER"

"Aparentemente, ainda antes de terminar as suas funções como ministro do Ambiente, Luís Nobre Guedes pretende «deixar a questão dos RIP [Resíduos Industriais Perigosos] resolvida, homologando o resultado do concurso, e lançando assim as bases para a construção dos dois CIRVER [Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos]».Duas breves notas.A primeira para salientar que a homologação do resultado de um concurso desta natureza não se enquadra, certamente, no âmbito das funções a desempenhar por um Governo de gestão.A segunda, parafraseando a sua colega de partido, Teresa Caeiro (Post 2386), «é preciso não esquecer aquela máxima de que à mulher de César não basta parecer honesta, também é preciso sê-lo». Entre os concorrentes encontram-se empresas a que Nobre Guedes teve ligações próximas até muito recentemente. Uma decisão nas actuais condições que beneficie uma das empresas a que teve ligações deixará sempre a impressão de que não há fumo sem fogo.
Logo, trata-se de uma questão de bom senso adiar a homologação do resultado do concurso.Que fique bem claro que ninguém duvida que Nobre Guedes é um cidadão honesto. Não existe a mais leve suspeição de que, se pudesse, beneficiaria uma empresa a que teve ligações profissionais. Mas como a própria porta-voz do PP reconhece, o ser é tão importante como o parecer.Portugal já esperou tantos anos pela resolução do problema dos resíduos perigosos que esperar mais alguns meses não será certamente o fim do Mundo. Nobre Guedes sabe isto melhor do que ninguém."

Do Bloguitica.

As Notícias que Nunca Saem na Primeira Página


"Mohammed al-Durra é nome de poema e é também o nome do rapaz da foto. Vezes sem conta, as televisões mostraram-nos as imagens do rapaz aterrorizado e assassinado pelos impiedosos israelitas num dia de Setembro do ano 2000. Mohammed al-Durra foi capa de todos os jornais, assunto de todas as conversas e transformou-se num mártir e símbolo da nova Intifada palestiniana.Talal Abu Rahma, o cameraman que captou os dramáticos momentos da morte da criança, acumulou prémios, entre eles o de "Best Cameraman of the Year", o "Prémio da Comunicação Cultural Norte-Sul", o Rory Peck Award e a Medalha de Bravura da Associação de Jornalistas Palestinianos.

Mais tarde, quase ninguém viu um documentário de uma cadeia de televisão alemã que demonstrou que o rapaz não podia ter sido morto pelas balas de Israel. Eu vi. Foi na SIC-Notícias, uma noite qualquer em 2002 ou 2003. A verdade inconveniente porque politicamente incorrecta é que o mártir palestiniano não teria sido morto por balas de Israel mas por balas palestinianas. Outros testemunhos apontavam no mesmo sentido. A notícia teve pouco impacto para lá das fronteiras de Israel.

Encontrar notícia pró-Israel na Europa é como ver bom futebol no Estádio da Luz: só se vier de fora. Levantaram-se então dúvidas sobre o cameraman. Do local onde ele se encontrava deveria ter sido capaz de perceber que os tiros que mataram Durra não poderiam ter sido disparados pelos soldados de Israel. No entanto, o laureado Talal até assinou um testemunho sobre o assunto.O que se passou afinal? Um jornalista do Wall Street Journal garante que estamos em presença de uma falsificação: "it was nothing but a hoax". E conta-nos a história da manipulação, que teve total cobertura da cadeia de televisão France 2.Talal Abu Rahma já se retratou e desmentiu o seu próprio testemunho e já passaram 20 dias sobre o assunto. E por cá? Nada nos nossos jornais... Afinal, o que é que interessa a verdade se a verdade contraria as nossas convicções?"

Do Jaquinzinhos

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Pobre País.

Reparem na mão de Portas. Dedo maroto?

domingo, dezembro 19, 2004

TV.

"Bastaram três meses na ‘Quinta das Celebridades’ para mudar a imagem que os portugueses tinham de José Castelo Branco, o ‘marchand’, que, nos idos de 80, deu pelo nome de Tatiana Romanov."

É o poder da televisão. Eventualmente a quantidade será inferior à qualidade. Ficamos por aqui.

No "bom" caminho.

"O tema é ainda tabu, mas há muito que a brasileira TV Globo começou a abordar a homossexualidade com naturalidade. Primeiro timidamente, agora com mais ousadia. Em ‘Senhora do Destino’, duas lésbicas vão viver cenas de amor nunca antes vistas. Por cá, a vergonha fala mais alto "

A continuar por este caminho, daqui a uns anos quem não for homossexual vai ser perseguido.


Calimeradas.



Tenho as costas cheias de cicatrizes das facadas que levei. Não cabe cá mais nenhuma”.
“Não nos deram sossego nestes quatro meses".
“Houve alguma culpa da nossa parte [do Governo]” nos acontecimentos
".

Santana Lopes

Atentos sim senhor.

"Pela primeira vez, o FC Porto é homenageado pelos seus feitos internacionais e reconhecido por entidades civis e políticas. Os vizinhos estão mais atentos à nossa casa do que aqueles que vivem connosco"

Pinto da Costa.

Isso não é verdade. A sua passagem pelo Tribunal demonstra o inverso.


Tudo calmo.

"Crimes de «carjacking» continuam a aumentar. Só num dia aconteceram três casos. Criminosos roubam carros das vítimas obrigando-as a sair das viaturas através de armas. Casos têm vindo a aumentar desde 2002. "

Claro que continua a não haver razões para preocupação.

Portugal no seu melhor.


"A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda estabeleceu hoje como objectivo eleitoral nas próximas legislativas a duplicação de três para seis do seu número de deputados e escolheu Francisco Louçã para encabeçar a lista por Lisboa."

Vejam só a ar alucinado do homem. Era o que nos faltava. Phoenix!!!!

Iraque.

"O novo embaixador iraquiano em Lisboa, que esta semana apresentou credenciais, quer desfazer a imagem de um país assolado pela violência e mostrar um Iraque onde "os focos de tensão estão limitados a pequenas zonas do território". "Fallujah não é o Iraque. Fallujah tem 250.000 ou 350.000 pessoas. O Iraque tem 27 milhões", diz, em entrevista à Agência Lusa, para explicar que "não há uma persistência da violência no Iraque, mas uma persistência da violência em determinadas zonas. Quinze das 18 províncias estão preparadas para fazer eleições hoje. Há condições de segurança"

Não é isso que os "media" têm transmitido.

Vergonha.

"O secretário de Estado adjunto do Ministro da Saúde admitiu hoje, na Figueira da Foz, que a meta governamental de todos os utentes dos centros de saúde terem um médico de família até final do ano não será cumprida. "

Vergonha de país.

Coerência.

"O nosso país “prejudica-se financeiramente: na fuga aos impostos [dos trabalhadores explorados] e na fraude fiscal [dos patrões burlões]”, refere a Obra Católica numa mensagem alusiva ao Dia Internacional do Migrante, que foi ontem assinalado. A ratificação da convenção é igualmente defendida pelo Partido Comunista Português. "

Defendem a entrada ilegal de imigrantes, sujeitando-os a serem explorados pelas mafias e patrões e, depois vêm dizer que o país prejudica-se financeiramente e eles explorados.

Acima da lei???

"A Administração Fiscal, com o necessário aval do ministro das Finanças, Bagão Félix, notificou anteontem a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para pagarem até ao fim do ano cerca de 21 milhões de euros relativos a dívidas fiscais dos clubes, que ficaram por pagar no âmbito do ‘totonegócio’, devido à quebra das receitas do Totobola. O futebol reagiu de forma violenta, por entre ameaças de não pagamento e críticas ao Governo."

E se nós, vulgares cidadãos, não quisermos pagar? É sempre a mesma coisa com estes senhores.

sábado, dezembro 18, 2004

UM RETRATO DO PODER: GOZO, PREOCUPAÇÃO, AMBIÇÃO

Esta fotografia de António Pedro Ferreira, publicada no Expresso da semana passada, é o melhor retrato do poder que temos. Tudo está certo, tudo bate certo. Escrevo sobre ela, considerando-a a melhor foto da semana, na Sábado."



ABRUPTO

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Nova Bíblia - Livro XX e último.

Livro XX-O APOCALIPSE

O livro do apocalipse é o mais enigmático de todos os que constituem o Livro Sagrado. É também o mais recente, datando do séc. II da nossa era. Os acontecimentos relatados parecem ser uma previsão de algo que sucederá no fim do mundo, não se indicando uma data. Os elementos que mais confundem os estudiosos são a referência a Michael Jackson e o "AAAAAAAGGHHH" final. Sir Duncan Fitzgerald, baronete de Plimroy, afirmou, no seu livro "Oh, my dear, I feel rather woopsy today" que este grito simboliza a agonia do espírito livre a ser esmagado pelo peso insuportável da ambivalência de valores da sociedade contemporânea.No fim dos tempos, Deus passará a sua mão sobre a Terra para castigar os pecadores e premiar os justos com a vida eterna a Seu lado. Os mortos saírão das suas sepulturas e voltarão a andar sobre a terra. Como a imaginação de Deus já não andará em muito bom estado por esta altura, ver-Se-á forçado a copiar um videoclip de Michael Jackson.
Então, a Terra inteira será tragada por um mar de fogo e as bestas do Inferno correrão livres entre os homens ímpios, saciando-se com as suas entranhas.Assim, será o dia do Juízo, tal como Deus o revelou em sonhos a este Seu humilde seguidor. Arrependei-vos enquanto é tempo e lembrai-vos de que o Senhor pune aqueles que conspurcam a Palavra Divina com a morte mais cruel e dolorosa. Ámen. A paz e a glória de Deus seja convo... AAAAAAGGGGGHHHHHHHH!!!!!!!

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Nova Bíblia - Livro XIX

Livro XIX-A "quase" ressureição
Depois de morto, Jesé foi retirado da cruz e colocado num túmulo de pedra, como era uso entre os Erveus. Três dias depois, voltaram a abrir o túmulo porque um dos apóstolos tinha deixado lá uma sandália. Quando retiraram a enorme pedra redonda que tapava a entrada, espreitaram lá para dentro com um candeia e viram que o corpo do seu mestre lá não estava. Surpresos, começaram a gritar e a erguer os braços na direcção do céu, dizendo: "Ele ressuscitou. Ele ressuscitou." Enquanto faziam isto, o apóstolo Alceu, a que justamente chamavam "o incrédulo" chamou-lhes a atenção para o facto de se terem enganado e de o túmulo de Jesé de Nazarus ser o que estava ali ao lado. Os apóstolos pararam de gritar, abriram o túmulo seguinte e viram que o corpo do Messias ainda lá se encontrava como seria de esperar. Da sandália, no entanto, não havia o mínimo sinal.

Advogado Duracell.

"O advogado José Sá Fernandes vai pedir sexta-feira ao Instituto do Ambiente que emita uma Declaração de Impacto Ambiental desfavorável ao Túnel do Marquês, no âmbito de um requerimento que irá entregar ao organismo. No requerimento, Sá Fernandes sustenta que não foram feitos os "competentes estudos" e que existe uma "alternativa viável, que tem menos custos e muito menos riscos", pelo que defende que "só pode concluir-se pelo sentido desfavorável de uma futura Declaração de Impacto Ambiental".
Depois de conseguir a paragem das obras durante sete meses, Sá Fernandes volta novamente à carga. Tendo-lhe sido negada qualquer razão na tentativa de impedimento da construção do tunel, propõe, desta vez, uma alternativa. Se ainda havia dúvidas sobre as verdadeiras intenções do advogado... Os utentes agradecem.

Tristeza.

"A Turquia será "o cavalo de Tróia" do mundo islâmico na União Europeia (UE), considerou o presidente da Líbia, Muammar Kadhafi, numa entrevista a meios de comunicação social italianos. "O mundo islâmico, nomeadamente os extremistas islâmicos, incluindo (Osama) Bin Laden, vão congratular-se com a adesão da Turquia. É o seu cavalo de Tróia", afirmou Kadhafi numa entrevista à rádio pública RAI, da qual o diário Repubblica publica hoje alguns excertos."

Diário Digital.

É preciso vir um entendido no terrorismo para "fazer o desenho". Com estes líderes a europa não vai longe. Tristeza.

Política Benfiquista.

Dos três grandes, o Benfica é, de longe, quem tem o pior plantel. O facto é branqueado pelas promessas do duo político que dirige o clube. Feitas em situações de crise (consequência das derrotas, algumas anedóticas), são rapidamente esquecidas após cada vitória salvadora. Mas está claro que tanta conversa não passa de falsas espectativas. Meio mundo está a caminho do Benfica mas, efectivamente, ninguém chega. Atente-se bem na estratégia utilizada. Por cada derrota, surge a respectiva promessa com intuito de acalmar os ânimos dos adeptos, cujo incumprimento é branqueado no silêncio resultante de uma vitória alcançada no seguimento de cada situação de crise.

Pedro e Paulo.

Novamente numa manifestação de surrealismo, Santana e Portas deram uma conferência de imprensa onde, vestidos com fatos iguais e gravatas idênticas, anunciaram o terminus do pseudo-tabu. Se alguém tinha dúvidas sobre a ligeireza do primeiro e sobre a acutilância do segundo perdeu-as. Enquanto Santana delapidou o eleitorado do seu partido num patético mar de instabilidade e contradições originadas pela manifesta falta de estratégia e liderança, Portas resguardou-se, impondo a sua autoridade ao partido e distanciando-se do seu parceiro em naufrágio. Mais. O PP tem a vantagem da competência e do sentido de Estado demonstrado pelos seus ministros enquanto no PSD, os ministros estão associados à incompetência e respectiva falta de credibilidade.

Resultado: apesar de ser o partido mais pequeno, adquiriu a capacidade de impor a sua estratégia à coligação e prepara-se para recolher um dos melhores resultados eleitorais de sempre. A verdade é que Paulo Portas tem a perfeita consciência que, nesta altura, Santana é um empecilho e assegura a sua sobrevivência política por mais alguns anos, prescindindo de fazer "acordos com mais ninguém a não ser um com o outro" - terceiro ponto do referido acordo. Por seu lado, Santana consegue o seu Harakiri político.

Sobre o acordo, repare-se como ele é mau para o PSD. Nenhum eleitor de centro-direita descontente com o desempenho da actual maioria votará no PSD, sabendo que a mesma maioria vai governar depois de 20 de Fevereiro. Isto se o PSD ganhar as eleições, coisa que se afigura pouco provável e que o próprio Santana já reconheceu implicitamente.


P.S. Curiosamente os eleitores continuam sem saber qual é a estratégia do PS.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Descubra as diferenças


Nova Bíblia - Livro XVIII

Livro XVIII-O martírio
O mesmo soldado sugeriu, então, um malmequer de madeira. Despregaram Jesé da pirâmide e construíram um malmequer, voltando a pregá-lo, de seguida, ao malmequer. Aquilo continuava a não ter grande piada. Pregaram Jesé ainda a um cilindro, a uma estrela de cinco de pontas, a uma tábua de engomar e a uma réplica em tamanho real do Monte Vesúvio. Nada parecia funcionar. Finalmente, lá decidiram cumprir a sua ordem inicial e pregar Jesé a uma cruz, até porque já não tinham forças para construir estruturas de madeira mais complicadas. Quando o fizeram, já Jesé havia morrido há muito tempo, pois nem o filho de Deus aguenta tamanhos maus tratos. Os soldados ergueram a cruz e lamentaram a sua falta de originalidade pois uma cruz nem sequer daria um símbolo decente para uma seita religiosa.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Breves linhas sobre o estado da Nação.

1/ O PSD andou a vincular a ideia que a ida de Durão Barroso para presidente da UE era benéfica para Portugal. A ideia mais não era do que branquear a sua fuga e os resultados estão à vista. A UE continua a sua política altamente lesiva ao nosso país e Barroso conseguiu um "exílio" dourado. Felizmente que no PSD há vozes críticas relativas à situação, ficando os apoiantes dessa política confinados aos homens de mão de Santana.

2/ Mais do que nunca é necessário separar o trigo do joio. O trigo escasseia cada vez mais enquanto o joio grassa e prepara-se para conduzir o partido ao suicídio.

3/ Esse joio já começa a branquear as referências do partido, como é o caso das críticas a Cavaco feitas por alguns arrivistas bem posicionados no aparelho.

4/ A crise política que se vive actualmente é da responsabilidade exclusiva do PSD e não de Sampaio. Por isso a insistência na política de vitimização, atacando sucessivamente o Presidente da República, mais não é do que o encobrimento das suas enormes debilidades.

5/ A coligação pré-eleitoral PSD - PP não é aceite pelos dois lados. Nasceu mais um Tabu, que começa a provocar alguma irritação no seio dos dois partidos e só terá o seu fim depois dos resultados eleitorais.

6/ As hesitações na tomada de decisão (fim do tabu) não estão a beneficiar os dois partidos em nada.

7/ Não é a primeira vez que há dissolução da Assembleia da República com uma maioria parlamentar. Tal sucedeu em 1982 com Ramalho Eanes e em 1987 com Mário Soares, embora estas tenham precedida pela demissão não presidencial do governo.

8/ No entano, este governo foi nomeado em substituição de outro, sem ter sido submetido à vontade dos eleitores, situação que lhe confere certa especificidade.

9/ A actuação do governo, na sua inédita crescente incompetência, deu ao PR óptimos motivos para avançar com a dissolução.

10/ Só quem não quer ver é que não reconhece haver motivos mais do que bastantes para justificar a atitude de Sampaio.

11/ Certos jogos de bastidores de Santana (como o abandono do cargo) estão a ser anulados por Portas, como ele próprio transmitiu ao afirmar que não aceitaria trabalhar com qualquer outro líder - «não eleito» - dos sociais- -democratas.

12/ A confirmação da ideia de abandono de funções por parte de Santana Lopes, revela a sua falta de respeito pelas instituições e enorme instabilidade emocional.

13 / Santanas e Portas continuam a usar a comunicação social na tentativa de passar uma imagem de sintonia entre ambos, ao contrário do que parece verdadeiramente existir.

14/ O país, a braços com um alarmante declínio económico, não tem capacidade para enfrentar crises.

15/ Resultado. Mergulhou ainda mais fundo na crise e acentua cada vez mais o seu distânciamento na cauda da UE.

16/ A classe política morreu há muito. Tal como Cavaco bem o expressou.

Virtual.



Digam à Tammy Bartender o que ela deve fazer.

LISBOA, 1906

..

Foto tirada na Avenida D.Amélia, em 1906, durante um comício do Partido Republicano, que acabava de ser de novo legalizado. Caminhava-se para o fim da Monarquia.

Esta avenida seria , 4 anos depois, rebaptizada de :
AVENIDA ALMIRANTE REIS!!!!

A avenida ficou com o nome do o republicano indigitado para comandar o golpe de 5 de Outubro de 1910. , Carlos Cândido dos Reis (1852-1910) Almirante, o indigitado chefe da revolução de 5 de Outubro, que se suicidou na véspera do evento. Oficial da Marinha e político, Carlos Cândido dos Reis nasceu em Lisboa a 16 de Janeiro de 1852 e faleceu a 4 de Outubro de 1910. Após assinalável carreira na Marinha, onde chegou a vice-almirante, reformou-se com 57 anos, quando decorria o ano de 1909. Republicano convicto anticlerical e carbonário dos mais activos e influentes, Cândido dos Reis foi, em 1910, eleito deputado pela lista republicana de Lisboa e, sem surpresa para os homens e os movimentos da época, líder do golpe militar aquando da revolução do 5 de Outubro. Entretanto e nos calores da luta, convencido – não se sabe porquê – da impossibilidade de triunfo, pôs termo à vida na noite do dia 4, exactamente na véspera da histórica Proclamação da República de 5 de Outubro de 1910.

Nova Bíblia - Livro XVII

Livro XVII-O julgamento de Pilau
Jesé foi então levado perante Pôncio Pilau, o governador da Jureia e também juíz daquela terra, pois a incompatibilidade de cargos ainda não havia sido inventada. Disse-lhe Pilau: "És tu o rei dos Erveus?", pois era essa a acusação que os erveus tinham lançado sobre ele. Jesé disse que não, que aquilo era uma mentira inventada por aqueles que dele tinham inveja. Pilau era um homem sensato e viu que Jesé falava a verdade.Voltando-se para os Erveus, disse-lhes: "Este homem não tem culpa alguma e, por isso, vou libertá-lo". Os Erveus responderam-lhe que não, que Jesé era um perigoso revolucionário anti-romano. "Então que quereis que lhe faça?", perguntou Pilau. "Crucifica-o", gritaram os Erveus. "O quê?", tornou Pilau. "Prega-o numa cruz até morrer por asfixia", explicaram os Erveus. "A sério?", quis saber Pilau."Sim!", gritaram os Erveus. "Mas isso não é um bocado sádico?", perguntou o romano.
"Não. E até podemos enriquecer com a venda de miniaturas de Jesé de Nazarus crucificado", disseram os Erveus.Pilau concordou e foi assim que os romanos passaram à história como um povo sanguinário. Pilau resolveu tentar mais uma vez e perguntou à multidão se não queriam que libertasse Jesé porque era costume, por altura da Páscoa, libertar um criminoso. "Solta antes Aguarrás", gritaram os Erveus. Ora, Aguarrás era um perigoso assassino em série. "Muito bem", disse finalmente Pilau. "Façam como entenderem" e mandou vir uma bacia de água para lavar as mãos, pois estavam sujas.

Tudo traquilo.

"Os carteiristas são responsáveis por mais de metade dos crimes em transportes públicos da Grande Lisboa registados pela Polícia no primeiro semestre deste ano. De acordo com os dados da Divisão de Segurança em Transportes Públicos da PSP (DSTP), a maioria das ocorrências deu-se no metropolitano e na Linha de Sintra da CP. Ao todo, foram 910 situações em seis meses. Ou seja, cinco por dia. De acordo com as estatísticas da PSP, relativas ao primeiro semestre de 2004, a DSTP regista o maior índice de ocorrências (65 por cento), seguindo-se as esquadras CP/Queluz-Massamá (20 por cento), Gare do Oriente (oito por cento) e CP/Oeiras (sete por cento)."

Não há razões para alarme. Os nossos políticos andam de transportes privados com guarda-costas, logo não correm perigo.

Festarolas à maneira.

"O salão dos Bombeiros Voluntários da Amadora foi alugado sexta-feira para uma festa africana. Mas um desentendimento obrigou a terminar a festa mais cedo. Um jovem, de 18 anos, foi atingido à facada no pescoço, no sobrolho e no ombro. Os bombeiros decidiram não voltar a disponibilizar o salão."

Trata-se, por certo, de um branco infiltrado no meio deles (tipo agente secreto). Toda a gente sabe que os africanos são pacíficos. Basta ouvir o que apregoam as "poucas" associações de defesa deles.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Agente quase estrangula traficante.

"A abordagem impôs-se quando o agente da PSP viu o indivíduo a entregar uma dose de droga a outro, no centro da Cova da Moura, Buraca. A princípio tudo foi normal, até o suspeito fugir. O polícia recuperou a distância, mas ao consumar a detenção foi agredido com violência. Na contenda, apertou tanto o pescoço ao traficante, que o ia estrangulando."

Miguel Curado

Coitadinho do criminoso. Apostamos que o polícia vai ser castigado.

Cadê os outros??

"As brigadas da Guarda Nacional Republicana (GNR) detectaram, entre o mês de Janeiro e Outubro de 2004, cerca de seis mil condutores sem habilitação legal para conduzir."

Seis mil??? Imagine-se quantos não escaparam.

Hoje.


E hoje a terra tremeu...

Nova Bíblia - Livro XVI

Livro XVI-O último petisco
Enquanto comiam, Jesé levantou-se tomou o pão em suas mãos e disse para os discípulos: "Tomai e comei todos, este é..." Os discípulos não o deixaram acabar e arrancaram-lhe o pão das mãos, pois estavam esfomeados e eram um bocado alarves. De seguida, Jesé tomou o cálice e disse: "Tomai e bebei todos, este é o meu..." Mais uma vez, os discípulos tiraram-lhe o cálice e beberam tudo com grande voracidade. Jesé ficou profundamente agastado com este comportamento dos apóstolos e não disse mais nada. Começava a pensar se teria acertado na escolha dos seus seguidores. Quando os criados já traziam para a mesa as febras com batatas fritas e as cervejas, pois o pão e o vinho eram só para abrir o apetite (também havia manteiga e queijo fresco, mas Jesé achou melhor não fazer o mesmo outra vez porque já sabia qual iria ser a reacção), as portas do restaurante abriram-se e entrou um destacamento de legionários comandados por um centurião que perguntou: "Qual de vós é Jesé de Nazarus?". Os apóstolos logo se puseram de pé e apontaram para o Mestre sem pensar duas vezes.
Os romanos tinham sido ali mandados pelos Erveus que se tinham sentido ludibriados por um número efectuado por Jesé em que ressuscitara um homem de nome Ladislau que já se encontrava no túmulo. Os Erveus tinham-se irritado, gritando que o homem estava só a dormir e que aquilo não era um túmulo, mas uma oficina de sapateiro em que Ladislau trabalhava.Os legionários prenderam Jesé e arrastaram-no para fora naquela que foi a primeira manifestação de violência policial. Antes de saírem, Carlos Alberto aproximou-se de Jesé e disse-lhe que lhe tinham pago trinta dinheiros para o entregar às autoridades que serviriam para pagar as últimas prestações da quadriga. A seguir, deu-lhe um beijo porque era um homenzinho de gostos muito estranhos.

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