sexta-feira, novembro 30, 2007

30 de Novembro de 1935.

Morre Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa. A juventude é passada em Lisboa, alegremente, até à morte do pai em 1893 e do irmão Jorge no ano seguinte. Estes acontecimentos, em conjunto com o facto de sua mãe ter conhecido o cônsul de Portugal em Durban, levam-no a viajar para a África do Sul. Aí vive entre 1896 e 1905. À vivência nesse país da Commonwealth pode atribuir-se uma influência decisiva ao nível cultural e intelectual, pondo-o em contacto com os grandes autores de língua inglesa.


O Regresso a Portugal, com 17 anos, é feito com o intuito de frequentar o curso de Letras. Viveu primeiro com uma tia, na rua de S. Bento e depois com a avó paterna, na Rua da Bela Vista à Lapa. Mas com o fracasso do curso (frequentou-o poucos meses), governa-se apenas com o seu grande conhecimento da língua inglesa, trabalhando com diversos escritórios em Lisboa em assuntos de correspondência comercial. Ficou sobretudo conhecido como grande prosador do modernismo (ou futurismo) em Portugal. Expressando-se tanto com o seu próprio nome, como através dos seus heterónimos. Entre estes ficaram famosos três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Sendo que as suas participações literárias se espalhavam por inúmeras publicações, das quais se destacam: Athena, Presença, Orpheu, Centauro, Portugal Futurista, Contemporânea, Exílio, A Águia, Gládio. Estas colaborações eram tanto em prosa como em verso.


Teve uma paixão confessa - Ophélia Queirós - com a qual manteve uma relação muitas das vezes distante, se bem que intensa. Mas foi talvez Ophélia a única a conhecer-lhe o lado menos introspectivo e melancólico. O seu percurso intelectual dificilmente se descreve em poucas linhas. É sobretudo o relato de uma grande viagem de descoberta, à procura de algo divino mas sempre desconhecido. Essa procura efectuou-a Pessoa com recurso a todas as armas - metafísicas, religiosas, racionalistas - mas sem ter chegado a uma conclusão definitiva, enfim exclamando que todos os caminhos são verdadeiros e que o que é preciso é navegar (no mundo das ideias). Os últimos anos são vividos em angústia. Os seus projectos intelectuais não se realizam plenamente, nem sequer parcialmente. Talvez os seus objectivos fossem à partida demasiado elevados... Certo é que esta falta de resultados concretos o deita a um desespero cada vez mais profundo. Foi um profeta que esperava a realização da sua profecia, mas que morreu sem ver sequer o principio da sua realização.


Fernando Pessoa morre a 30 de Novembro de 1935, de uma grave crise hepática induzida por anos de consumo de álcool, no hospital de S. Luís. Uma pequena procissão funerária levou o corpo a enterrar no Cemitério dos Prazeres. Em 1988, por ocasião do centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Em vida apenas publicou um livro em Português: o poema épico Mensagem, deixando um vasto espólio que ainda hoje não foi completamente analisado e publicado.

Fonte: O Major Reformado

30 de Novembro de 1943


Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill e Josef Stalin chegaram a acordo sobre a planeada invasão da Europa em Junho de 1944 chamada Operação Overlord.

Foi em Teerão que pela primeira vez Estaline ouviu falar da Operação Overlord, o nome código do grande desembarque anglo-saxão nas costas da França atlântica, que seria realizado em 6 de Junho de 1944, coordenado com a invasão do sul daquele mesmo país. Estaline não aceitara o plano de Churchill de uma operação de vulto partindo dos Balcãs, para dali abrir um flanco na defensiva alemã da Europa Central. Achou que aquilo era pura tergiversação, uma embromação de Churchill feita às custas do Exército Vermelho que ainda tinha que passar por um inferno para empurrar os alemães para fora da Rússia. Para ele era evidente que o caminho mais curto para o fim a guerra era simplesmente os aliados ocidentais atravessarem o Canal da Mancha, libertar a França, ocupar a região industrial do Ruhr, e, sintonizados com os soviéticos vindos do leste, levar os nazistas à capitulação. Roteiro que rapidamente ganhou o apoio de Roosevelt. Em troca desse gesto, da folga que o soldado russo teria, Salina comprometeu-se – assim que a guerra contra Hitler se encerrasse –, a declarar guerra ao império japonês para acelerar o fim do conflito na Ásia.


Os “Três Grandes”, aproveitando a ocasião, também acertaram que as operações militares de maior vulto seriam doravante sincronizadas, fazendo com que uma ofensiva no fronte ocidental fosse de imediato seguida por um ataque no fronte oriental. Dessa maneira, agindo como um torniquete, as forças armadas aliadas levariam o regime de Hitler à sufocação e à derrota final. O que para acontecer arrastou-se ainda por dolorosos e sangrentos 18 meses de guerra. O único momento emotivo daquele primeiro encontro dos “Três Grandes”, deu-se por ocasião da entrega solene de um presente a Salina. O ditador, que parecia sempre ser uma esfinge aos seus parceiros da conferencia, frio, desconfiado e distante, veio a derramar discreta lágrima quando Churchill presenteou-o, em nome de Sua Majestade britânica, com uma bela espada cravejada em honra à vitória militar soviética em Estalingrado.


Ditador soviético escolheu a capital dos persas alegando que não podia afastar-se da frente de guerra, visto que as decisões mais importantes dependiam sempre dele. Mas com a chegada do inverno na Rússia, as grandes manobras foram suspensas, permitindo que ele embarcasse para um encontro de 4 dias. Os aliados ocidentais queriam saber o que ele pretendia fazer com a Polónia, rota natural a seguir para quem desejasse atingir Berlim e destruir o regime de Hitler. Salina fez ver aos seus aliados que a URSS não permitiria em hipótese alguma a instalação de um regime hostil ao comunismo, pois fora do território polaco que Hitler desencadeara a terrível invasão de 1941. Acenou com a possibilidade de dar aos polacos, depois da guerra vencida, parte do território da Prússia Oriental desde que os aliados aceitassem ele abocanhar um pedaço da Polónia do leste. Os “Três Grandes”, como passaram a ser chamados pela imprensa, comprometeram-se também a ajudar, em armas e instrutores, a guerrilha jugoslava (na época dividida entre os partisans de Tito, um comunista, e os cetniks comandados pelo coronel monarquista Draza Mihailovic), que conseguira o feito de imobilizar nos Balcãs mais de 200 mil soldados alemães.


Estaline aceitou o princípio defendido por Roosevelt da “ rendição incondicional”, isto é, os alemães teriam que depor as armas sem poder fazer qualquer tipo de exigência e os três aliados se comprometiam a não fazer qualquer tipo de acordo ou paz em separado com Hitler, ou com um seu possível sucessor. O presidente americano e o primeiro-ministro britânico se comprometeram a abrir um segundo fronte em Maio do ano seguinte, promessa que era música para os ouvidos de Salina, desejoso que o ónus da guerra fosse equitativamente dividido entre russos, americanos e britânicos (o generalíssimo enfatizou que eram os soviéticos quem enfrentavam 75% das divisões alemãs. Eram as melhores, as mais equipadas e as mais combativas).

A pensar no após-guerra

A cúpula de Teerão igualmente serviu para que Roosevelt expusesse os seus planos para a após-guerra. Imaginou, retomando o ideário do presidente Woodrow Wilson, a fundação de uma instituição internacional que substituísse a malfadada Liga das Nações (que viria a ser a ONU), “baseada no princípio de igual soberania entre todas as nações pacíficas”. Instituição que seria a responsável, num mundo democratizado, pela garantia da paz e da segurança dos povos da Terra. Seria um grande areópago de Quatro ou Cinco potências (EUA-GB-URSS- França ou China), com assentos permanentes num Conselho de Segurança, frente a uma Assembleia-geral aberta a todos. Aquele clube dos grandes do mundo, que a imprensa mais tarde chamou de as “quatro polícias” teria o papel de supervisionar os conselhos regionais, um para cada continente, para impor um clima de ordem e tranquilidade no planeta inteiro.

30 de Novembro de 1979.

Os Pink Floyd editam o mega sucesso The Wall.
’’The Wall’’’’ é uma ópera rock e um concept álbum dos Pink Floyd. Aclamado por críticos e fãs como um dos melhores álbuns dos Pink Floyd (juntamente com Dark side of the Moon e Wish you were here, “The Wall” é conhecido como sendo um clássico do rock, e os seus mórbidos e depressivos hinos inspiraram muitos dos músicos rock contemporâneos.A inspiração de Roger Waters para a criação do álbum apareceu-lhe durante um concerto da digressão de Animals em 1977. Em Montreal, Quebec Waters cuspiu na cara de um fã que estava a ter um comportamento perturbador. De imediato, repugnado com o acto que tinha cometido, surgiu-lhe a ideia de construir um muro entre si e o público, ideia essa desenvolvida mais tarde para a produção de “The Wall”.

O álbum foi galardoado com platina 23 vezes e é o 3º álbum mais vendido de sempre nos Estados Unidos e chegou a Nº 1 nas tabelas da Billboard em 1980. “The Wall” foi reeditado em CD em 1994 no Reino Unido e em 1997 no resto do mundo. No ano 2000, por ocasião do 20º aniversário do seu lançamento, foi novamente reeditado.
História

O conceito do álbum, tal como a maioria das músicas pertence a Roger Waters. A história retrata em ficção a vida de um anti-herói (“Pink”) que é martelado e espancado pela sociedade desde os primeiros dias da sua vida: sufocado pela mãe, oprimido na escola, refugia-se num mundo de fantasia que criou para si. Durante uma alucinação provocada pela droga, Pink transforma-se num ditador fascista apenas para que a sua consciência rebelde o ponha em tribunal, o seu juiz interior ordena-lhe que mande abaixo o seu muro e se abra ao mundo exterior.

Álbum

Durante as gravações, Richard Wright foi despedido da banda.
Por todo o mundo o álbum produziu uma série de singles de sucesso, incluindo: "The Happiest Days of Our Lives", "Another Brick In The Wall (Part2)", "Mother", "Empty Spaces", "Young Lust" e "Comfortably Numb".

Concertos

Os Pink Floyd apenas tocaram The Wall em concerto uma mão cheia de vezes em Nova Iorque, Los Angeles, Londres, e Dortmund. As actuações incluíam pequenos filmes animados de Gerald Scarfe e gigantescas marionetas dos seus desenhos. Os grandes palcos dos espectáculos exigiam enormes equipamentos (incluindo guindastes) e custaram muito dinheiro. Por isso a banda perdeu muito dinheiro na realização dos espectáculos, à excepção de Wright, que entretanto tinha sido contratado para os espectáculos

Filme

Uma versão em filme de “The Wall” foi feita em 1982 pela MGM sob o título de “Pink Floyd: The Wall”. O filme realizado por Alan Parker, com Bob Geldof no papel principal. O filme conta a história de um rapaz chamado “Pink” que perdeu o pai na 2ª Guerra Mundial quando tinha pouca idade, tendo por consequência desenvolvido uma relação muito estreita com a sua mãe. Abusado na escola, com poucos amigos, cresceu e tornou-se numa estrela de rock, casou com uma atraente acompanhante do grupo. No entanto a sua vida é completamente vazia e após a sua mulher o ter traído tenta o suicídio. Depois disso torna-se um líder de um grupo Neo-Nazi, após o que sofre um total esgotamento emocional.

O filme tem muito poucos diálogos, a maior parte sem consequências. A história é contada através da banda sonora, a qual reflecte os pensamentos de “Pink”. Segmentos animados por Gerald Scarfe e várias outras sequências surreais intercaladas com a acção. O filme gira fortemente à volta de material autobiográfico de Roger Waters e Syd Barrett, combinando a infância de Waters (que perdeu o pai na 2ª Guerra Mundial) com a retirada de Barrett e seu esgotamento mental. Roger Waters disse na Rádio Australiana em 1988 que estava um pouco desapontado porque não conseguia sentir nenhuma simpatia com o principal personagem representado por Bob Geldof. Que a sua investida contra os sentidos era de tal forma imperdoável que não lhe tinha dado hipótese de se envolver.

Palco

Em 2004 foi anunciado que haviam sido assinados contratos para a realização de um musical na Broadway, indo Waters escrever novas músicas. O musical conterá todas as músicas escritas por Waters para o álbum. No entanto, desconhece-se o que acontecerá com as músicas escritas em conjunto com David Gilmour (Young lust, Confortably numb e Run like hell). Prevê-se que o espectáculo esteja pronto em meados de 2005

Separação

Após Waters ter deixado o grupo seguiu-se uma batalha jurídica sobre quem tinha os direitos sobre o nome “Pink Floyd”. Waters ganhou os direitos sobre “The Wall” sendo seu nome mais associado com o álbum. Waters levou ao palco um gigantesco espectáculo de “The Wall” em Berlim em 21 de Julho de 1990 com vários artistas convidados tais como: Van Morrison, Sinead O'Connor, Cyndi Lauper, The Scorpions, Jerry Hall, e Bryan Adams, para comemorar a queda do Muro de Berlim e para angariar fundos para o for World War Memorial Fund for Disaster Relief.
Wikipedia.

Até amanhã e boa sorte!!!

Desadaptados.


"Manifestantes exigem execução de britânica. A professora britânica Gillian Gibbons, condenada por insultar o Islão, foi hoje transferida pelas autoridades da prisão de mulheres de Omdurman, leste de Cartum, para um lugar secreto para garantir a sua segurança (mais aqui)".
Os ocidentais estão habituados a ter só direitos e quando chegam a países mais “avançados” sentem algumas “dificuldades” de adaptação. E depois queixam-se que têm azar…

Coisas "engraçadas".

"A autarquia de Felgueiras já gastou mais de 400 mil euros para pagar a advogados e outras despesas dos processo-crime em que a principal arguida é Fátima Felgueiras. A própria autorizou os pagamentos (mais aqui)".

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"Há crime organizado na noite do Porto"

"O que se passa é um problema de máfia da noite do Porto e de esquemas próximos desse termo", assumiu, ao JN, o vereador das Actividades Económicas e da Protecção Civil da Câmara do Porto. "Só não vê quem não quer que há crime organizado na noite do Porto e o seu fim é da competência da PSP e da PJ", acrescentou Sampaio Pimentel. "Não tem havido notícias com problemas entre consumidores, transeuntes e frequentadores de estabelecimentos de diversão nocturna," acrescenta. "Parece que toda a gente sabe que existe um problema, mas também parece que quem não tem conhecimento são as entidades com competência para o combater", adianta Sampaio Pimentel, que diz ter esperança que este crime leve o Governo a desbloquear o "projecto pioneiro" de instalação de videovigilância da zona histórica do Porto."

E a criminalidade continua a diminuir...

"Um grupo de quatro indivíduos, encapuzados e armados com caçadeiras, roubou anteontem, cerca das 20.15 horas, um automóvel através do método de "carjacking", em Valadares, Vila Nova de Gaia. O assalto surge associado a outro roubo realizado anteontem pelo mesmo método.

A vítima, que conduzia um Mercedes C220 Coupé, circulava na Rua Dinis Dias, quando o grupo lhe "atravessou o carro à frente", contou ao JN fonte da GNR. Depois de dispararem um tiro de intimidação, os assaltantes obrigaram a vítima a entregar-lhes a sua viatura, sob ameaça da arma.

Os autores do roubo deslocavam-se num Volkswagen Polo cinzento, "o mesmo veículo utilizado ontem [anteontem]" numa situação idêntica ocorrida em S. Félix da Marinha, também em Gaia, em que o alvo foi outro automóvel da marca Mercedes, acrescentou a fonte da GNR
. "

Socialistas

"No Norte do país foi avistado um socialista, espécie em vias de extinção, identificado por se dizer chocado com o desemprego e incomodado com a pobreza.

Os socialistas, que viveram em tempos na terra e também em Portugal e que chegaram no passado a sobreviver encafuados numa gaveta, foram posteriormente dizimados pelo chamado “socialismo moderno”, uma praga da estirpe neoliberal. Em Portugal, ultrapassada pela tramóia a Idade do Ferro, o “socialismo moderno” incarnou no Partido Socialista, assim chamado para se distinguir do Partido Social-Democrata. De resto, ambos os partidos têm poucas diferenças e uma essencial semelhança: nem um é socialista nem o outro social-democrata, contrariamente ao que os próprios nomes indicam num comportamento que pode tipificar o delito de publicidade enganosa.

O socialismo está classificado em vias de extinção, e não totalmente extinto, porque de vez em quando ainda se manifesta de forma descontínua. Ainda há pouco tempo, em Lisboa, alguém proclamou que “há que fazer mais pela igualdade e a solidariedade”, pelo que foi prontamente catalogado como socialista. Um outro espécimen, com responsabilidade no engavetamento do socialismo, sentenciou que “é chocante ver como as desigualdades sociais se agravam nos últimos tempos”. Agora no Norte, concretamente em Matosinhos, um socialista clamou por “mais solidariedade social” e por mais atenção aos “desfavorecidos”.

Procurando responder ao perigo que ameaça a biodiversidade partidária em Portugal com a prática extinção dos socialistas, o Governo prometeu já que mais perto das eleições governará um poucochinho mais à esquerda, na modalidade de “socialismo realista”, o que realmente não é socialismo.
"

João Paulo Guerra

When a blind man Cries

Aproximam-se tempos difíceis…

"As autoridades eslovacas, em colaboração com a polícia húngara, apreenderam meio quilo de urânio em pó a um grupo de contrabandistas. O material radioactivo incluía urânio enriquecido e era suficiente para produzir uma "bomba suja" (mais aqui).

Exigência.

"A América obstinou-se em invadir o Afeganistão (embora os afegãos nada tenham tido a ver com os atentados do 11 de Setembro de 2001). A Europa seguiu-lhe os passos. Convém que peçam aos vossos dirigentes, que se acotovelam diante da Casa Branca, que actuem de forma consequente para acabar com a injustiça imposta aos oprimidos. A verdade é que os acontecimentos de Manhattan (Nova Iorque) foram a resposta aos massacres pela aliança americano-israelita do nosso povo na Palestina e no Líbano. Sou o responsável. Todos os afegãos, governo e povo, não tiveram qualquer conhecimento [disso]."

Ben Laden
Este rapaz faz lembrar os alemães que no fim da guerra afirmavam não ter conhecimento dos campos de concentração nazis. Mas não se afligem que o arrazoado do moço vai encontrar eco na “Orquestra Vermelha”.

Para memóra futura.

"Recuso-me a ver em cada delinquente uma vítima da sociedade e em cada distúrbio o reflexo de um problema social. Desde 2002 que levamos a cabo uma política firme contra a delinquência e penso ampliá-la. Falam muito dos vadios, mas eu quero que se fale das vítimas."

Nicolas Sarkozy

Conceitos indeterminados

"Como Soares, Sócrates aprendeu rapidamente que governar à esquerda (seja lá isso o que for) não compensa. Mário Soares, usando uma linguagem que lhe é muito querida e que garante sempre manchetes, afirmou que gostava que o PS governasse um bocadinho mais à esquerda. Mistério dos mistérios. Governar à esquerda, neste país, já não se sabe o que possa ser. É um conceito vazio. E pedir que se governe só um “bocadinho” mais à esquerda é uma blague de muito mau gosto. Para Soares, para Sócrates, para o que resta da esquerda e para os que nela, ainda, acreditam. É, só, uma outra forma de populismo. Porque a grande massa dos mais desfavorecidos espera sempre pelo Messias. Alguém que possam levar a sério. O conceito de esquerda, hoje indeterminado, graças ao uso e abuso que dele se fez, e de que Soares é um dos principais responsáveis, só serve para colorir entrevistas e discursos. A direita faz contas. Não tem preocupações metafísicas .

Mais bocadinho, menos bocadinho de esquerda, Soares continuará a sonhar com o que julga ter sido a grandiosidade da sua passagem por este vale de lágrimas e a entreter-nos com os seus devaneios. Foi toda a sua vida um desenvolto cozinheiro de variadíssimas e indigestas mistelas políticas. Mas, graças aos seus magnânimos amigos, e até pela superficialidade com que aborda os problemas, acaba sempre perdoado. Delicia-se com os cozinhados de Sócrates mas sente que lhes falta um condimento que poderia dar-lhes um sabor especial se utilizado com moderação. E excelente para a saúde política do PS.

Uma pitada da cada vez mais rara especiaria que se chama “o encosto à esquerda”. Que, se usada com as devidas cautelas, nenhum cliente recusaria. Afinal, Soares, na sua pouco inocente exortação, aconselha Sócrates a seguir-lhe o exemplo. A fazer a política de que a direita mais gosta. A de não perturbar os grandes interesses da direita anunciando profundas preocupações de esquerda. Nunca falha. Acalma consciências inquietas. É bom para todos, menos as vítimas do costume. Pedir a Sócrates que governe “um bocadinho” mais à esquerda” torna-se ainda mais patético porque Soares sabe que o apelo chega tarde de mais.

Como Soares, Sócrates aprendeu rapidamente que governar à esquerda (seja lá isso o que for) não compensa. Nem em termos de “défice” (a suprema obsessão), nem do precioso apoio explícito que a direita lhe garante. Nem em termos de futuro político. Sócrates cedo escolheu o seu campo. E para o bem e para o mal, é mais fiável que Soares. Sabe que a direita não tem melhor timoneiro do que ele. O PSD, como força da oposição, está hoje reduzido a uns quantos pactos com o PS na área da governação. Aceita as migalhas que Sócrates lhe oferece, com alguns arrufos menores, para inglês ver, mas este amor desigual tende a eternizar-se. Porque a figura tutelar de Cavaco está atenta, quer consensos, e assusta mais “este” PSD do que Sócrates. O que importa é que Soares está enamorado por Sócrates. Novo filhote adoptivo. Os êxitos de José fazem-lhe esquecer os fracassos de João. Apoia todas as suas iniciativas. Chama-lhe patriota. Afirma que Sócrates está na vida pública para nos salvar a todos. E à Pátria. Sem se rir. Como não há desigualdades sociais que se atenuem com a política de Sócrates, governar um bocadinho à esquerda, para Soares, é reequilibrar o défice sem que acabemos todos a pedir esmola. Não é pedir muito
."

João Marques dos Santos

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quinta-feira, novembro 29, 2007

Palavra.

Nas democracias, onde a palavra foi dada a uns por se supor que poderiam falar em nome de todos e, paralelamente, se criou um quarto poder em nome de direitos, liberdades e garantias fundamentais, assiste-se a um distanciamento cada vez maior entre os que julgam saber e os que não querem ouvir. Os primeiros já só falam entre si. Os segundo afastam-se cada vez mais. A abstenção, em todas as suas formas, aumentará. O poder de decidir desaparecerá. O direito à informação será, cada vez mais, uma figura de retórica. Sobre uns cairá o descrédito. Sobre outros a anestesia manipuladora da confusão.

29 de Novembro de 1947.


Os conflitos entre árabes e israelitas, como o mundo os vê hoje, começaram com a I Guerra Mundial (1914-1918). Até 1917, a Palestina possuía 26 mil quilómetros quadrados, uma população de um milhão de palestinos e 100 mil judeus e ainda se encontrava sob o domínio do Império Turco. Com a derrota dos turcos no conflito mundial, a Palestina passou para o domínio da Inglaterra. Esta se comprometeu a favorecer a criação de um "lar nacional" para os judeus na Palestina e abriu a região à emigração judaica, organizada pelo movimento sionista.


Em sessão plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas – então presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha – em 29 de Novembro de 1947, foi aprovada, por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções, o plano de divisão da Palestina, proposto pela União Soviética e Estados Unidos.
À época a Palestina já possuía uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus. Pelo projecto da ONU, eles seriam divididos em dois Estados: um judeu (com 57% da área) e um palestino (com 43% da área). A proposta foi rechaçada pelos países árabes. No ano seguinte, chegou ao final o acordo que concedia aos britânicos o domínio sobre a Palestina. Assim que as tropas inglesas se retiraram, foi proclamada a criação do Estado de Israel. O não reconhecimento do novo Estado pela Liga Árabe (Egipto, Síria, Líbano, Jordânia) foi o estopim da Primeira Guerra Árabe-Israelita (1948-1949). O conflito foi vencido pelos judeus que estenderam seus domínios por uma área de 20 mil quilómetros quadrados (75% da superfície da Palestina). O território restante foi ocupado pela Jordânia (anexou a Cisjordânia) e Egipto (ocupou a Faixa de Gaza).


A guerra ocasionou a fuga de 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel. Esse fato gerou o principal ponto do conflito entre árabes e israelitas: a Questão Palestina. Em 1956 explodiu a Segunda Guerra Árabe-Israelita, também conhecida como Guerra do Suez. O motivo fora os choques na fronteira Egipto/Israel e a nacionalização do Canal de Suez pelos egípcios. Israel, apoiada pela França e Inglaterra, atacou o Egipto e conquistou a península do Sinai. A pressão dos Estados Unidos e União Soviética fez com que os judeus abandonassem o Sinai e recuassem até a fronteira de 1949. A península foi ocupada por uma força de paz da ONU – o exército brasileiro tomou parte desta força.


A criação da OLP:

O conflito árabe-israelita piorou com a criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, em 1964. Com o objectivo de fundar um Estado palestino, a OLP iniciou uma acção de guerrilha contra Israel para retomar os seus territórios ocupados. Em 1967, com a retirada das tropas da ONU da fronteira Egipto/Israel, teve início a Terceira Guerra Árabe-Israelita, conhecida como Guerra dos Seis Dias. Mais uma vez, Israel saiu vitoriosa sobre os países árabes (Egipto, Síria e Jordânia) e ocupou a faixa de Gaza, a península do Sinai (do Egipto), as planícies de Golan (da Síria) e a Cisjordânia (da Jordânia). O êxodo palestino aumentou com mais essa conquista de Israel e alcançou, em 1968, 1 milhão e 600 mil refugiados.

Em 1973, Egipto e Síria realizaram um ataque simultâneo contra Israel na data religiosa conhecida como Dia do Perdão (Yom Kippur para os judeus e Ramadão para os árabes). Os árabes reconquistaram a margem oriental do Canal de Suez. A Guerra do Yom Kippur (ou Ramadão), como ficou conhecida a Quarta Guerra Árabe-Israelita terminou com uma intervenção dos Estados Unidos. Em 1979, Egipto e Israel estabeleceram um acordo de paz. Mas a violência na área seguiu entre OLP e Israel. Vários grupos israelitas e palestinos praticaram atentados contra seus "inimigos". Muita gente inocente morreu. Em 1993, após seis meses de negociações, Israel e a OLP chegaram a um primeiro acordo, a princípio sobre uma autonomia palestina transitória. Foi nos EUA que ocorreu o histórico aperto de mãos entre o primeiro-ministro israelitas Itzhak Rabin e o chefe da OLP, Yasser Arafat. Em 1995, Itzhak Rabin foi assassinado por um extremista judeu indignado com o acordo com os palestinos. Com a posse de Benjamin Netanyahu como líder de Israel as negociações esfriaram e a violência retornou com mais força. No dia 12 de Julho de 2000 iniciou-se, em Camp David, (o mesmo lugar do acordo de 1979 entre Israel e Egipto), nos EUA, mais uma série de negociações entre o primeiro-ministro israelita Ehud Barak e o líder palestino Yasser Arafat. O mundo inteiro torce por eles.

Fontes: Almanaque Terra
Banco de Dados Folha

Até amanhã e boa sorte!!!

Tribunal de Contas

"O Tribunal de Contas arrasou o Ministério de Correia de Campos e as contas do Serviço Nacional de Saúde. Como já tinha sido demolidor para a Estradas de Portugal e para o Ministério de Mário Lino. E, antes, para os gabinetes ministeriais, incluindo o do próprio primeiro-ministro. Ou seja, governantes e gestores públicos acumulam irregularidades e ilegalidades na gestão dos dinheiros do Estado, o Tribunal de Contas detecta-as e denuncia-as, mas, no final, tudo continua na mesma. O TC, em tudo o que fiscaliza (e é muito pouco para o que devia), destapa buracos tamanhos. Alguém os fez. Mas, como em qualquer país de terceiro-mundo, ninguém assume responsabilidades ou é responsabilizado."

MRamires

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Noite do Porto

"O comissário Pedro Teles, da PSP do Porto defendeu ontem que, apesar de a opinião pública estar convencida do contrário, a criminalidade violenta tem vindo a diminuir na cidade (mais aqui)."
Nem mais. Eis um exemplo que convence do contrário a opinião pública:

"O Ilídio Correia de 33 anos, empresário da noite portuense e segurança, foi baleado esta madrugada, pelas 4h15m, na rua de Miragaia, frente à antiga Alfândega, no Porto. Esta é já a sétima morte em pouco mais de seis meses na noite do Porto (mais aqui)."

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Criminalidade.

"O Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento de Matosinhos da GNR deteve um jovem de 19 anos suspeito de mais de 70 crimes, na sua maioria furtos em residências e em veículos, praticados nos últimos anos. Presente a tribunal, acabou por ser restituído à liberdade, com termo de identidade e residência, a medida de coacção mínima.

Segundo fonte policial, os militares da GNR deram cumprimento a um mandado de detenção visando um jovem que há muito estava na mira das autoridades. O suspeito acabou por ser surpreendido num hotel na zona de Perafita (Matosinhos).
Como era procurado, não tinha residência fixa e costumava pernoitar em residenciais, usando muitas vezes identidades falsas. "
70 crimes??!!! Como não representa perigo para a ordem pública, antes isso que ser colocado em prisão domiciliaria com pulseira.

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Sometimes I feel like screaming

Mega-operação de caça às armas

"PSP cercou bairro da Quinta da Fonte, em Loures. Centenas de agentes vasculharam cerca de 40 habitações. Queixas de insegurança dos moradores e relatos de tiros ocasionais levaram PSP a revistar toda a gente. Polícia já apreendeu várias armas, munições e deteve cidadãos (mais aqui).

Efeitos dos acontecimentos de França? Curiosamente a polícia não vai à Cova da Moura fazer o mesmo. Porque será?

Palavras para quê?

"Fátima Felgueiras custeou a sua fuga para o Brasil quando ignorou o mandado do Tribunal da Relação de Guimarães que determinava a sua prisão preventiva, com o dinheiro da autarquia de Felgueiras. Os custos do seu advogado brasileiro, Paulo Ramalho, que evitou a prisão preventiva e consequente extradição, alegando a dupla nacionalidade da autarca, foram pagos pelos cofres da Câmara (mais aqui)".

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O senão de abastecer em Espanha

"O Governo tem como meta para 2007 arrecadar 3,2 mil milhões de euros em receitas fiscais graças aos impostos sobre os combustíveis.

Com a crescente romaria de portugueses que se preferem deslocar a Espanha com um mínimo de combustível no tanque para abastecer do outro lado da fronteira, esse valor poderá ser difícil de atingir. Para este ano, as perdas poderão facilmente ultrapassar os 93 milhões de euros só devido aos abastecimentos em Espanha. Ou seja, a quebra no consumo que o aumento do preço do petróleo está a provocar não está aqui contabilizado. O fenómeno, além disso, tem repercussões no resto da economia nacional já que atrás do combustível vem todo um conjunto de compras. Os portugueses já abastecem nos supermercados espanhóis. Uma realidade que levou o Governo a reagir, no Orçamento do Estado para 2008, reduzindo o IVA de alguns alimentos que, em Espanha, são mais baratos nem que seja pela fiscalidade. Pedir harmonização fiscal pode parecer uma solução, mas será abdicar de um dos poucos instrumentos de competitividade que ainda restam aos Estados-membro. Será uma decisão que deverá ser muito bem pensada
. "

Mónica Silvares

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Liberdade e igualdade

"1. O Inspector-geral da Administração Interna diz que existe muita incompetência na polícia. Julgo que o cidadão comum não tem dúvidas sobre isso. Mas será necessário pensar se a incompetência de que fala o Inspector-geral é a mesma que os cidadãos constatam.

Das poucas vezes em que tentei obter ajuda de uma polícia, as respostas foram sempre do género: “não é nada connosco”, “até gostaríamos de o ajudar, mas não temos meios”, ou “não adianta nada prender os criminosos porque o tribunal volta a pô-los em liberdade”. Não estou a exagerar em nada. Pelo contrário, as respostas literais que me deram foram ainda mais caricatas do que estas respostas tipificadas.

Tudo aquilo que diz respeito à incompetência ou incapacidade das polícias para desenvolver a sua missão é de uma importância extrema. Não pode ser tratado como qualquer outro “caso do dia”. As polícias são o sustentáculo mais visível da liberdade ou, para ser mais rigoroso, das diversas liberdades dos cidadãos. A descrença que todos temos na capacidade das nossas polícias pode transformar-se rapidamente em descrença nas liberdades que as polícias deviam proteger.

Com certeza que em Portugal não estamos tão mal como outros. Mas as fraquezas da polícia permanecem, ou crescem, à medida que os governos se sucedem. Abandonou-se o policiamento de proximidade, há zonas das cidades em que a polícia tem medo de actuar, em muitas áreas a polícia é substituída por empresas privadas de segurança (que são uma espécie de milícias populares profissionalizadas), os negócios ilícitos de protecção – as máfias – crescem a olhos vistos, e por aí adiante.

Nada disto foi dito pelo Inspector-geral, talvez porque excederia a sua competência legal. Mas é nisto que os cidadãos pensam quando pensam na incompetência da polícia.

2. O dr. Soares diz que o Governo deve preocupar-se mais com o combate à pobreza e à desigualdade social. Esse problema não pode, aliás, ser desligado do tema das liberdades, uma vez que as sociedades mais desequilibradas na distribuição da riqueza (como o Brasil, por exemplo) são também aquelas em que a actuação policial é mais problemática e as liberdades dos cidadãos menos protegidas. No entanto, não estou certo que aquilo que o dr. Soares entende por combate à pobreza e desigualdade seja aquilo que deve ser feito.

Uma forma de distinguir as políticas de erradicação da pobreza e promoção da igualdade consiste em separar aquilo a que se chama “distribuição” daquilo a que se pode chamar “redistribuição”. São duas coisas muito diferentes.

A redistribuição é a estratégia de combate à desigualdade mais seguida pelo Estado Providência. Ora, já temos disso em abundância. Pense-se em alguns dos subsídios sociais recentemente criados ou reforçados: rendimento mínimo garantido, complemento social de reforma, ajuda à natalidade para famílias de baixos rendimentos. Esta estratégia corresponde mais a um assistencialismo por parte do Estado do que a algo que se possa chamar “justiça social”. Em termos práticos, essa estratégia tem os dias contados face às dificuldades de financiamento do Estado Providência.

A alternativa à redistribuição é a distribuição. A distribuição não é operada pelo aparelho burocrático do Estado Providência, mas pelas próprias regras do jogo económico e social. A distribuição não tem a ver com subsídios concedidos pela segurança social a instituições ou indivíduos concretos, mas com a dispersão da propriedade e do capital social pelo conjunto da sociedade. De uma forma simples, pode-se dizer que o combate à pobreza e à desigualdade pela via distributiva – enquanto distinta da via redistributiva – implica uma sistema fiscal mais enviesado a favor dos mais pobres, o acesso efectivo – não meramente legal – à educação e formação profissional, a abertura das profissões e funções que continuam a ser corporativamente protegidas, uma Inspecção do Trabalho actuante, a existência de regras de mercado verdadeiramente concorrenciais e fortemente anti-monopolistas, e algumas coisas mais.

Se, por mero acaso, fosse isso que o dr. Soares queria dizer quando falou do combate à pobreza e à desigualdade, eu estaria totalmente de acordo
. "

João Cardoso Rosas

quarta-feira, novembro 28, 2007

28 de Novembro de 1943.



Em 28 de Novembro de 1943 começava a Conferência de Teerão, no Irão, que se estenderia até ao dia 1 de Dezembro. Nela, reuniram-se os três dos maiores estadistas da época. Representando os Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt; falando em nome do Império Britânico, o primeiro-ministro Winston Churchill; e, por último, Joseph Estaline, ditador da URSS.


Somente a guerra desencadeada por Hitler, em Setembro de 1939, poderia ter colocado aqueles três homens tão diferentes, que representavam ideais tão distintos e tão contrários, reunidos ao redor de uma mesma mesa de negociações. Roosevelt era um entusiasta da democracia e do capitalismo, Churchill era a própria materialização dos interesses universais do Império Britânico, enquanto o todo-poderoso Estaline era o arauto da revolução proletária e das aspirações anti colonialistas que vinham abalando o mundo desde 1917.Um deles, o inglês, lutava para manter um império, os outros dois, o americano e o russo, lançaram-se à liça para construírem dois novos impérios. .



A Conferência de Teerão serviu para definir os rumos a seguir na busca pela vitória na Segunda Guerra, que eram os seguintes:
- rendição incondicional da Alemanha Nazista; - ajuda militar aos guerrilheiros Jugoslavos; - Polónia, com compensações territoriais e com governo pró-soviético;- acerto da Operação Overlord – o nome código do grande desembarque anglo-saxão nas costas da França atlântica, que seria realizado em 6 de Junho de 1944, coordenado com a invasão do sul daquele mesmo país;- abertura do segundo fronte na Europa Ocidental.



No encontro, Estaline assumiu ainda o compromisso de guerra contra o Japão. Além disso, a Conferência serviu também para que Roosevelt expusesse os seus planos para o pós-guerra. Roosevelt imaginou, retomando o ideário do presidente Woodrow Wilson, a fundação de uma instituição internacional que substituísse a malfadada Liga das Nações (que viria a ser a ONU), “baseada no princípio de igual soberania entre todas as nações pacíficas”. Instituição que seria a responsável, num mundo democratizado, pela garantia da paz e da segurança dos povos da Terra.



Seria um grande areópago de Quatro ou Cinco potências (EUA-GB-URSS- França ou China), com assentos permanentes num Conselho de Segurança, frente a uma Assembleia-geral aberta a todos. Aquele clube dos grandes do mundo, que a imprensa mais tarde chamou de as “quatro polícias” teria o papel de supervisionar os conselhos regionais, um para cada continente, para impor um clima de ordem e tranquilidade no planeta inteiro.

Fonte: Educa Terra

Até amanhã e boa sorte!!!

CRIL

"A Associação de Moradores de Alfornelos (ACMA) apelou à população local para protestar contra a construção do último troço da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL) que circundará esta freguesia."
À semelhança do caso Esmeralda, vamos assistir ao “estranho” funcionamento de certos lobbys...

Distúrbios nos subúrbios de Paris

"O presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeu que serão levados perante a Justiça os responsáveis dos disparos efectuados contra polícias durante os distúrbios registados nas últimas três noites nos subúrbios de Paris (mais aqui)."
Deixaram o “cancro” crescer e agora queixam-se. Por cá, o caminho é o mesmo…

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O castigo de Luísa

"Luísa Mesquita sempre foi conhecida por ser uma fiel militante comunista ortodoxa, mas foi expulsa, um facto muito raro no seio do partido. Mas ao contrário de Zita Seabra, que deixou de acreditar na ideologia, e de dezenas de militantes históricos, que decidiram sair do partido na sequência da ressaca da queda do Muro de Berlim, Luísa sempre ficou do outro lado da barricada.

Continuoua acreditar na fé e só é ostracizada no partido porque um dia se recusou a cumprir uma ordem que a afastava do Parlamento.

O PCP é useiro e vezeiro na substituição de eleitos. Usa os quadros mais populares junto do eleitorado para ganhar votos e depois troca-os por outros considerados mais adequados pela hierarquia.

Ao contrário de Carlos Sousa, que abandonou a Câmara de Setúbal, ou de Odete Santos, que saiu pacificamente do Parlamento, Luísa Mesquita, uma parlamentar e autarca com provas dadas, não colocou o lugar à disposição. Nos últimos meses passou um verdadeiro purgatório no Parlamento, excluída e ignorada pelos seus correligionários. Resistiu e foi expulsa. Ao permanecer no Parlamento, Luísa vinga-se do partido, que deixa de ter o terceiro maior grupo parlamentar. O PCP mostra neste caso o pior do seu código genético: autoritarismo e intolerância, disfarçados através do eufemístico centralismo democrático.
"

Armando Esteves Pereira

Finta manhosa

"Enquanto se assiste a todo este protagonismo espanhol na economia nacional, há um detalhe que merece ser sublinhado.

Ele parece pequeno, mas é grande: este reforço da Abertis na Brisa, e o protagonismo do La Caixa no BPI, sucedem num momento em que Portugal preside à União Europeia.

Dito de outra forma: é justamente quando o poder em Portugal está concentrado na gestão do desafio europeu que os espanhóis resolvem atacar. Repare-se: a mensagem da Europa é clara - ela quer estimular negócios sem fronteiras e capital sem nacionalidade. Ora, se o Governo português mostrasse incómodo dentro de casa por esta tomada de posição da Abertis na Brisa, seria bem fácil acusá-lo de desejar em Portugal o proteccionismo que nega na Europa. Teoria da conspiração? Infelizmente, parece que não. Mas isso dá que pensar: será que o projecto de uma Europa com mercados livres e abertos choca com os objectivos dos países que desejam para si economias fortes e dinâmicas?

Qualquer pessoa com fé nas virtudes do mercado teria resposta pronta: não choca. A Europa só poderá ter uma economia aberta se nos países que a compõem existirem economias vibrantes. E poderia acrescentar: não existe nenhuma razão objectiva para considerar que a nacionalidade do capital tem alguma influência no sucesso da gestão. Isto é, não há evidência de que os portugueses se revelem melhores gestores quando estão em Portugal – e piores quando colocam um pé fora da fronteira. Mas um espanhol, por exemplo, não diria isto. Ou melhor, podia até dizer, mas depois não praticaria a cartilha liberal. O que justifica todos aqueles que defendem, por oposição a este capitalismo de Estado, a velha ideia de que Portugal precisa de manter os seus centros de decisão dentro das fronteiras do país. Na verdade, tem sido dito nos últimos tempos que falta a Portugal a alma espanhola – essa energia que os faz saltar em defesa de qualquer empresa, de qualquer ideia, pelo simples facto de ser espanhola. Mas faltará mesmo?

O que ganharia a Brisa se agora o Governo português saltasse em sua defesa? Ou se um grupo de accionistas nacionais se unisse em bloco para impedir (como fazem os espanhois) ameaças vindas de fora? Provavelmente aquilo que está a suceder a Espanha: criar-se-ia uma enorme bolha sustentada à custa de um qualquer activo (em Espanha é o imobiliário) que, como todas as bolhas, rebenta um dia - arruinando tudo à sua volta. E isso autoriza um raciocínio final.

Preferir economias abertas a mercados artificialmente protegidos é uma evidência difícil de contestar, e tem permitido à Inglaterra, por exemplo, escapar à estagnação económica europeia. Mas isso não significa que se assista passivamente a uma jogada baixa como esta que Espanha faz em Portugal - aproveitando-se da presidência portuguesa da União Europeia para atacar.

A Brisa respondeu bem: não pediu protecção nacionalista, não exigiu núcleos accionistas nacionais, mas vai empurrar a Abertis para fora dos órgãos de gestão. E o Governo? Disse que é assunto entre privados, quando sabe que é assunto político. Pelo que a melhor resposta aos espanhóis teria sido dizer que Portugal gosta de mercados abertos e, por isso, defende todos aqueles que jogam limpo, enunciando depois as virtudes de quem joga assim, sem faltas. Os espanhóis perceberiam a mensagem: com fintas manhosas como esta, não levam nada de Portugal
"

Martim Avillez Figueiredo

Stone cold

Criminalidade

"Os moradores da Encosta do Sol, na freguesia de Gualtar, em Braga, estão preocupados com a onda de assaltos que tem varrido moradias e viaturas daquela zona urbana. Só no espaço de duas semanas, foram assaltadas mais de seis residências. O clima de insegurança instalou-se de tal forma que o presidente da junta de freguesia, João Nogueira, solicitou, ontem, um reforço do patrulhamento que terá começado na mesma noite, segundo garantiu fonte da GNR (mais aqui)."
Nada que impeça a divulgação de estatísticas provando a diminuição da criminalidade…

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AS LÁGRIMAS REPETIRAM-SE 35 ANOS DEPOIS

"Um ano ou dois antes do 25 de Abril de 1974, aurora da liberdade, a Rosa, mãe do Sérgio, com o seu irmão António (o Oliveira) e muitas outras crianças de Crestuma - teríamos sete ou oito anos - desde o recreio da nossa escola, entre o chuto na bola e o salto à corda, vimos ser enterrado um nosso conterrâneo morto na guerra do Ultramar. Com honras militares. Teria a idade do Sérgio. Não me recordo do nome. O cemitério era, e ainda é, contíguo à escola primária. A aldeia chorou. Nós, rapazes, fixávamos as lágrimas das mães. E temíamos - as mães temiam - que um dia seriam derramadas por um de nós. Servir a pátria era um destino. Mas, em 1974, prometeram que nem mais um soldado iria para a guerra. Passados 35 anos, mais ou menos, a aldeia voltou a chorar a morte de um filho soldado de Crestuma. Ao lado de Rosa. O mesmo cemitério. O mesmo recreio. Outros filhos de outras Rosas assistiram entre a bola e a corda . 35 anos depois. Tanto desenvolvimento na humanidade, e nenhuma a evolução."

Licínio Lima

Abortos.

"Estou convicto de que não vamos ultrapassar os dez mil abortos por ano. Se assim for, teremos uma taxa de 10% em função do número de nascimentos, o que tornaria Portugal um caso excepcional, com uma das mais baixas taxas de aborto no mundo, em termos de países que legalizaram a interrupção da gravidez por vontade da mulher (mais aqui)."

Jorge Branco, o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva
Segundo a Orquestra Vermelha eram milhares de abortos que originavam centenas de mortes anuais. Mais uma vez se comprova a falácia dos seus dogmas intelectualmente desonestos.

Tentaram furtar carro a um GNR.

"Um rapaz de 19 anos e duas mulheres, de 24 e 32, foram detidos, anteontem, em Santo Tirso, por um militar da GNR a quem tentaram furtar o carro. Os três terão ligações ao designado "gangue do China", um numeroso grupo suspeito de vários assaltos nas regiões do Vale do Ave e do Grande Porto, cujo alegado líder se encontra evadido há mais de três meses da cadeia de Guimarães. O jovem de 19 anos - que já tinha sido detido pela mesma força de segurança no âmbito do processo do "gangue do China" - ainda ofereceu resistência e tentou agredir o guarda, mas acabou manietado (mais aqui)."
Como os jovens vão para a prisão aprender a ser criminosos, deve-se deixá-los à solta porque assim não aprendem nada de mal e vão sendo detidos várias vezes por actos inofensivos.

Sucesso.

"Portugal perdeu para Espanha, no ano passado, 136,4 milhões de litros de combustível, num total de 146,8 milhões de euros, devido às assimetrias fiscais entre os dois países (mais aqui)."
Só prova que as políticas governamentais estão a ser um sucesso.

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terça-feira, novembro 27, 2007

27 de Novembro de 1942.


James Marshall "Jimi" Hendrix, nasceu a 27 de novembro de 1942; morreu a 18 de setembro de 1970) foi um guitarrista norte-americano, cantor, compositor e produtor que é amplamente considerado o mais importante guitarrista da história da pop. Como guitarrista, ele se inspirou nas inovações de músicos do blues tais como B. B. King, Albert King e T-Bone Walker, assim como nos guitarristas de R&B (rhythm and blues) tais como Curtis Mayfield. Ademais, ele ampliou a tradição da guitarra no rock: apesar de guitarristas anteriores, como Dave Davies (do Kinks), e Pete Townshend (do The Who) terem empregado recursos como o "feedback" (realimentação), distorção e outros efeitos especiais, Hendrix, graças às suas raízes no blues, na soul-music e no R&B, foi capaz de usar estes recursos de uma forma que transcendia suas fontes. Ele também foi um letrista cujas composições foram tocadas por inúmeros artistas. Como produtor musical, foi um dos primeiros a usar o estúdio de gravação como extensão de suas idéias musicais. Finalmente, sua importância como estrela do rock o nivela a figuras como Chuck Berry, Elvis Presley e Mick Jagger (dos Rolling Stones).

27 de Novembro de 1940.


Bruce ou O Dragão, como ficou popularmente conhecido, nasceu em 27 de Novembro de 1940 em São Francisco Chinatown. Foi levado para a China com um ano de idade, ainda bebé. Bruce iniciou nas artes marciais aos 13 anos, escolheu o Kung-Fu estilo Wing Chu e como mestre teve Sifu Yip Man. Voltou para a América aos 18 anos para obter sua cidadania. Passou a se envolver com gangues de rua e participou de muitas brigas. De São Francisco seguiu para Seattle onde morou no restaurante Ruby Chow em troca de trabalho. Enquanto isso continuou mantendo sua forma física com exercícios em casa até se formar e partir para um curso de filosofia.


Bruce Lee não queria ser bom nas artes marciais, tinha que ser o melhor. Passou a ensinar Kung Fu e, entre seus alunos uma delas era Linda Emerly, de 19 anos, com quem se casou. Se tornou um excelente marido e pai de Brandon e Shannon. Em 1964 foi visto por uma produtora de Tv. em Long Beach, que acabou contratando-o para um papel de filho de Charlie Chan numa série. Estava com 24 anos, e embora a série nunca tenha sido realizada, lhe rendeu o papel de Kato em "O Besouro Verde" (The Green Hornet). Para ensinar sua técnica do "Jeet Kune Do", chegou a cobrar 275 dólares por hora. Teve alunos de vulto como: Steve McQueen, Kareem Abdul Jabbar e James Coburn, mas, sua ambição continuava sendo Hollywood. Teve uma grande decepção quando foi chamado para actuar no seriado "Kung Fu", que não deu certo, pois David Carradine tinha mais estrela do que ele, então voltou a Hong Kong.

Demorou algum tempo até chegar às mãos de Raymond Chow, realizador, produtor e dono da Golden Harvest. Chow ofereceu a Bruce um contrato para dois filmes. Ele aceitou e foi à Tailândia para fazer "The big boss." Foi rodado com orçamento baixo no vilarejo de Pak Chung (Tailândia) e trouxe à tona um novo estilo de luta, rico, quente, extravagante, cheio de energia. O público adorou... o filme quebrou recordes em Hong Kong. Com o sucesso Raymond e Bruce planejaram outro filme. A Golden Harvest liberou mais verbas e repetiu-se o êxito. O segundo foi lançado na América como "The Chinese Connection", mas ficou conhecido como "First of Fury". Era um filme em que transparecia na acção muita raiva e destruição no qual pela primeira vez, Bruce utilizava uma arma perigosíssima, o nunchaku.

Lee partiu para a produção de seu terceiro longa. Decidiu-se pelas paisagens de Roma e chamou Bob Wall, famoso actor marcial americano. O filme era "Way of the Dragon" e contou também com Chuck Norris num papel de vilão. Bruce foi actor, roteirista e director da fita, também chamada de "Return of the Dragon". Outro tremendo sucesso que provocou engarrafamento em Hong Kong com a polícia tendo que interferir para organizar as filas das sessões. Bruce Lee descreveu seus métodos em "Chinese kung fu" publicado em 1963, ilustrando-o com desenhos explicando o texto. Os golpes de Bruce tinham um efeito dramático, não eram amostras do "Jeet Kune Do", eram também uma exposição de sua arte onde só sobrevive quem tem velocidade e previsão física. Bruce insistia em aptidão física achando que muitos atletas esquecem do treino, desenvolvem mais suas habilidades e não o individual para a participação. Chuck Norris falou certa vez: "Ninguém treina tão duro como ele. Ninguém é tão dedicado ao treino como ele".

Sua fama aumentava mais e mais. Escreviam livros, revistas eram publicadas sobre sua vida, carreira, técnica. Nos filmes de acção era o rei como no filme "The Game of Death", onde derrota grandes mestres das artes marciais. Nesse período o mundo foi surpreendido com sua morte repentina. Deitou com dor de cabeça, dormiu ou desfaleceu, ninguém conseguiu acordá-lo. Bruce morreu no Hospital Rainha Elizabeth. O corpo foi para Seattle nos Estados Unidos e como a polémica sobre sua morte continuava, no aeroporto Linda declarou:"Quero que os jornais e o povo de Hong Kong parem de especular sobre a morte de meu marido. Ainda não sabemos a autópsia, mas sei que ele se foi e não voltará. Viverá em nossas memórias através de seus filmes. Lembrem-se dele pelo seu génio, sua arte e a mágica que nos deu. Nunca esqueceremos suas palavras, seus pensamentos e a influência que teve sobre nossas vidas".

Até amanhã e boa sorte!!!

OLHOS NO GABINETE, CORAÇÃO NA RUA

"Ai, os perigos do conformismo. Perante a intenção do dr. António Costa em se aliviar de uns avençados da Câmara de Lisboa, um deputado municipal do Bloco de Esquerda sugeriu logo o fim da coligação com o PS. Mais comedido, o lendário Carlos Marques, que também anda por ali, recordou somente que o despedimento de trabalhadores é "contra o nosso código genético". Nosso, do BE. Por azar, o homem que deu um vereador ao BE, Sá Fernandes em pessoa, despachou com relativo asco as ameaças de insurgência e, com medo de perder o pedacinho emprestado de influência, a concelhia local do Bloco emitiu um comunicado apaziguador e manso.

Nem o moralismo intransigente do BE resiste às comezinhas armadilhas do mando. Com uma única autarquia, os pupilos do dr. Louçã assistem com complacência às trapalhadas judiciais da autarca de Salvaterra, aliás típicas da classe. Com um pelouro na capital, vêem-se em risco de cisões e obrigados a embaraçosas cedências, aliás típicas dos partidos do "sistema".

A rigidez doutrinal do BE é inversamente proporcional ao poder de que dispõe. Nada de novo, portanto: à medida que aumenta o poder, é previsível que o BE se "normalize" e que o seu fanatismo fradesco sofra a contaminação "burguesa", o que justifica o dilema deles. Eis o dilema do eleitorado: deve--se, a título higiénico, votar em massa no BE? À cautela, é melhor não. Em teoria, um peso crescente do BE no regime tenderia a acabar com o "código genético" do BE. O problema é que, na prática, o BE acabaria antes com o "código genético" do regime
. "

Alberto Gonçalves

As recomendações, em inglês, soam muito melhor

"Numa altura em que a Confederação da Indústria Portuguesa está a tentar o regresso de Michael Porter a Portugal – para mais um relatório sobre a competitividade da economia nacional – vale a pena recuar 13 anos e perceber as razões que levaram o então Governo de Cavaco Silva a encomendar um estudo ao professor de Harvard.

O ministro que pediu esse trabalho em 1994, Luís Mira Amaral, é claro quando explica as motivações para a encomenda. Porter, um prestigiado consultor internacional, não vinha para inventar a pólvora – as ideias que introduziu já germinavam junto dos economistas portugueses –, mas para dar um selo de credibilidade à política económica e industrial que o Governo queria executar. Curiosamente, não foram as políticas públicas que seguiram o relatório Porter de 1994 – no ano seguinte, António Guterres iria engavetar o “selo” (que custou, em 1994, 500 mil euros). Foram as empresas, algumas, que adoptaram parte das vagas recomendações do norte-americano – e com bons resultados. Treze anos depois, vale a pena perceber o que quer o país de Porter: recomendações verdadeiramente inovadoras ou um provinciano e caro carimbo de credibilidade
."

Bruno Faria Lopes

Caos e ordem

"A economia precisa da política, não para manter a ordem mas para manter as coisas interessantes.

Momoyo Torimitsu tentou fazer um retrato crítico da globalização: pequenos bonecos a pilhas, vestidos como executivos, rastejavam num mapa mundial, cruzando fronteiras sem qualquer respeito e chocando entre si e contra tudo o que lhes tapasse o caminho na mais perfeita desordem. Uma bela metáfora, mas sem querer a metáfora adquiriu contornos brilhantes. Como os bonecos acabavam por ficar imobilizados por um qualquer obstáculo, uma atraente rapariga tinha de os colocar novamente no chão, e em movimento, noutro sítio qualquer. A economia precisa da política, não para manter a ordem mas para manter as coisas interessantes.

Tradicionalmente o papel das autoridades tem sido o de impor a ordem num mundo demasiado caótico. Hoje tudo mudou ou começa a mudar. Os riscos são exactamente os opostos. Compete às autoridades manter o caos num mundo desejoso de ordem.

Vamos por partes. Se alguns bancos importantes perderam pequenas fortunas isso é absolutamente irrelevante. Alguém as ganhou. O problema não é o dinheiro que mudou de mãos mas o efeito de paralisia induzido no crédito. Em segundo lugar, a paralisia resulta directamente do ponto fraco dos mercados financeiros, o risco de liquidez, para o qual não existem ainda instrumentos adequados. Temos assistido a um crescimento exponencial do número de transacções financeiras, mas quantas transacções têm por objecto contrariar o risco de uma pausa súbita neste fluxo?

O ponto fraco, por outras palavras, é a excessiva estabilidade dos mercados financeiros actuais. No limite tendem para a imobilidade e não se pense que a tendência não é poderosa: a lição dos últimos meses parece ser a de que um mercado onde os mesmos algoritimos repetem as mesmas operações ao longo de períodos alargados não é suficientemente imprevisível e fragmentado. É precisamente quando estes modelos funcionam bem, sem choques informacionais, que o mercado desaparece. Se todos os agentes pensam da mesma maneira, então tem de haver um ponto para o qual todos confluem. Deixo para o próximo texto os perigos da procura de uma ordem financeira global.

Sabemos que os decisores públicos não têm capacidade para avaliar quando existe alavancagem excessiva ou sobrevalorização de activos, pela que a sua função, tão necessária quanto suficiente, deve ser a de compensar falhas de imaginação e contrariar comportamentos de rebanho ou efeitos gravitacionais. A defesa política da tecnologia e da globalização decorre deste objectivo. Para quem não acredita no mercado como única garantia de desordem, há um papel importante para a política.
"

Bruno Maçães

Sirius Eye in the Sky

Imigração de qualidade.

1/ "A PSP deteve, em flagrante delito, dois indivíduos romenos por suspeita de furtos em residências nos distritos de Porto e Braga. Os homens ameaçavam as vítimas com armas e usavam ainda gás paralisante e fitas adesivas para neutralizar as tentativas de resistência (mais aqui)."

2/ "É um caso praticamente inédito em Portugal. Um assassino matou, desmembrou o corpo da vítima e comeu-lhe a carne. Os restos mortais, ossos, foram colocados em sacos de lixo e deitados num mato em Almoçageme, Sintra, o que permitiu desvendar o caso. Um cidadão ucraniano de 30 é o principal suspeito destes crimes e está detido há cerca de um ano em Caxias (mais aqui)"

Criminalidade.

1/ "Entre Janeiro e Setembro registaram-se em Portugal menos 14,5% crimes violentos e graves do que em igual período do ano passado. Mas os assaltos a ourivesarias situadas em zonas cuja fiscalização é da responsabilidade da GNR aumentaram 29,8% (mais aqui)"

2/ "Em Portugal, entre Janeiro e Setembro, o crime de carjacking subiu 10,3% em relação a igual período de 2006. O crime de carjacking está directamente ligado a outro tipo de crimes violentos. Exemplo disso é o elevado número de viaturas furtadas para a prática de assaltos a ourivesarias, explicou ao DN o secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança, Leonel de Carvalho (mais aqui)."

3/ "Portugal surge em terceiro lugar no ranking dos países da União Europeia (UE) onde mais aumentou o número de crimes violentos e de roubos na década de 1995 a 2005 (mais aqui)."
O carjacking está directamente ligado a outro tipo de crimes violentos como a prática de assaltos a ourivesarias que também aumentou. Mas, curiosamente, apesar de ambos aumentarem, registaram-se em Portugal menos 14,5% crimes violentos e graves do que em igual período do ano passado…Talvez essa criminalidade tenha começado a descer desde 2005, altura em que Sócrates tomou posse…

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Precoce.

"Pedro Moutinho, líder da Juventude Popular, escreveu ontem uma carta ao líder parlamentar do PCP, Bernanardino Soares, a pedir desculpa por o ter considerado "culpado" pelo Verão Quente de 1975. Na carta, o líder da estrutura juvenil do CDS reconhece o erro de ter apontado o líder parlamentar comunista - que em 1975 tinha quatro anos - como culpado dos acontecimentos que ocorreram em Portugal no período revolucionário."

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ROSAS VERMELHAS

"A cerveja Tagus lançou uma campanha publicitária em torno do "orgulho hetero", com a imagem de um rapaz cercado por moças desejosas, com um site para promover a comunhão entre sexos opostos e, naturalmente, com polémica. Dado que as nossas proezas na cama são motivo de discrição e não de bazófia, eu julgava que o "orgulho hetero" era apenas uma ideia tonta, tão tonta quanto o "orgulho homo".

Há, porém, quem discorde. Em declarações à revista Meios & Publicidade, uma alegada "activista" dos direitos gay, por exemplo, acha que equivaler os conceitos seria igual a considerar idênticos o "orgulho branco" e o "orgulho negro". E não são? Aparentemente, não. A "activista" explica: os negros podem (e, presume-se, devem) gabar-se da respectiva cor, já que o exercício corresponde à "luta por liberdades e igualdades plenas na sociedade". Se for um branco a fazê- -lo, a coisa denuncia "opressão e discriminação".

Com um nome que dispensa apresentações ou comentários, a associação Panteras Rosas insiste no ponto: "Não há equivalência entre 'orgulho gay' e 'orgulho hetero'. O orgulho hetero não tem de ser afirmado." Também penso que não, mas porquê? Porque "além de ser hegemónico", integra a "linguagem de um partido de extrema-direita".

Eu ia lembrar que o "orgulho homo" é assíduo na linguagem de um partido de extrema-esquerda. Felizmente, esta conversa das equivalências precipitadas levou-me à reflexão e impediu-me a tempo. Infelizmente, não me impediu de visitar o blogue paródico que a Panteras Rosas dedicaram à Tagus. O blogue compõe-se de cartazes graficamente semelhantes aos da campanha da cerveja, acrescidos daquelas fotos tipo "choque" em que o "activismo" é pródigo: homossexuais presos no Egipto; assassinos de homossexuais presos nos Estados Unidos; homossexuais enforcados no Irão; homossexual apunhalado em Israel; homossexuais num campo nazi; homossexual agredido na Holanda.

Notaram o padrão? Se calhar, é por não haver nenhum. As Panteras limitam-se a alinhar notícias de crimes contra gays, sem perceberem que uns ocorrem em sociedades que os condenam e castigam e outros em sociedades que os legitimam e impõem. Ou por percebe- rem demasiado bem que a equivalência (lá está) habilidosa de regimes livres e aberrações totalitárias serve na perfeição os seus verdadeiros objectivos, os quais só incluem a defesa dos homossexuais a título de pretexto.

É por isso que não tenciono seguir o conselho de um rapaz do Bloco de Esquerda, que, sem surpresas entrou na dança para decretar a Tagus "um signo do poder homofóbico". E, de dedinho em riste como compete ao género, para ameaçar: "Quem a beber é cúmplice." Jura? Nunca lamentei tanto detestar cerveja
. "

Alberto Gonçalves

segunda-feira, novembro 26, 2007

26 de Novembro de 1942.


O filme Casablanca estreia no Hollywood Theater em New York City.


Durante a 2ª Guerra Mundial Casablanca recebia refugiados de todos os lados da Europa fugidos ao Nazismo. A sua esperança consistia em chegar a Lisboa por qualquer meio e daí partir para a América. A cidade transformou-se, assim, num antro de corrupção e intriga. Muito do que se passava em Casablanca acabava, mais tarde ou mais cedo, por passar pelo "Rick´s Café Américain", um bar e casa de jogo que era propriedade de um americano chamado Rick. O último rumor a passar pelo bar de Rick falava duas cartas de trânsito e respectivos vistos que foram roubadas a dois alemães mortos. O capitão Renault da polícia manda pender os suspeitos do costume, o que não satisfaz o major nazi Strasser, e revela a Rick que o chefe do movimento de resistência na Europa, Victor Laszlo, está prestes a chegar a Casablanca na companhia da sua mulher Ilsa. Esta teve em tempos uma grande paixão por Rick e está disposta a tudo para salvar o marido dos nazis.·"Casablanca" é, possivelmente, o mais visto, mais amado e mais mítico filme da História do Cinema.

Objecto de culto incontornável, "Casablanca", ao fim de mais de meio século, continua a ser uma obra absolutamente fascinante. Uma fabulosa, imortal e universal história de amor em tempo de guerra que o talentoso Michael Curtiz, com um fabuloso jogo de nostalgia, paixão e heroísmo, transformou num momento antológico de romantismo cinematográfico. Com duas magistrais interpretações a cargo de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman e à cabeça de um não menos notável elenco, Curtiz assinou um dos mais marcantes filmes da era dourada do cinema americano.

26 de Novembro de 1807.


A corte portuguesa decide transferir-se para o Brasil fugindo da invasão francesa que ameaçava Lisboa. A frota só se fará ao mar, na Ericeira, dia 29.

No início do século XIX, a política expansionista de Napoleão Bonaparte altera o equilíbrio político da Europa. O imperador tenta impor a supremacia da França sobre os demais países. A Inglaterra resiste e Napoleão decreta o chamado bloqueio continental: a proibição, sob a ameaça das armas, de os demais países do continente negociarem com a Inglaterra. Portugal tenta uma política de neutralidade, mas continua negociando com os ingleses. Em represália, o imperador francês ordena a invasão de Portugal pelas tropas do general Jean Junot. Firma com a Espanha o Tratado de Fontainebleau (1807), que reparte o território português entre os dois países, dividindo-o em dois reinos, Lusitânia e Algarves. Essa divisão não é posta em prática, mas a ameaça de uma invasão francesa faz com que a família real portuguesa se transfira para o Brasil.

Fuga da família real – Em outubro de 1807 os governos português e inglês assinam um acordo secreto em que a Inglaterra se compromete a ajudar a nobreza em fuga. Começa, então, o que os historiadores caracterizam como o momento do "salve-se quem puder". A notícia da fuga da família real espalha-se, e Lisboa é tomada pelo caos. Apavorada, a população da cidade sai às ruas para protestar contra os governantes que não hesitam em deixá-la entregue à própria sorte.

Séquito real – Dia 29 de novembro, depois de vários incidentes, a esquadra real parte de Lisboa escoltada por navios de guerra ingleses. Vários nobres morrem afogados ao tentar alcançar a nado os navios superlotados. Nas 36 embarcações, o príncipe-regente dom João, a família real e seu séquito, estimado em 15 mil pessoas, trazem jóias, peças de ouro e prata e a quantia de 80 milhões de cruzados, o equivalente à metade do dinheiro circulante no reino. Em janeiro de 1808, a frota lusa chega à Bahia. O Brasil passa a ser sede da monarquia portuguesa.

26 de Novembro de 1941.


Na madrugada de 26 de Novembro de 1941, a esquadra japonesa deixou lentamente a base de Kure, na baía de Hittokapu, situada no norte do arquipélago nipónico, partindo para um dos mais sensacionais feitos de guerra de todos os tempos. No mais absoluto silêncio, sem poder recorrer ao rádio ou qualquer outro apelo sonoro, seis porta-aviões, três couraçados e mais 14 outros tipos de barcos de guerra de menor porte, num total de 23 navios, sob o comando do almirante Nagumo, dirigiram-se para o alto-mar. Depois de uma ligeira escala na baía de Tankan, nas ilhas Kurilas, seguiram viagem para o Havai. Só o facto desta frota ter-se movido aquela distância toda sem que ninguém lhe desse com a vista, foi um grande feito naval. Yamamoto havia conseguido a promessa dos seus superiores que o ataque ocorreria 30 minutos depois do governo norte-americano ser avisado pelo embaixador Nomura, em Washington, da suspensão das negociações. No dia 6 de Dezembro de 1941, um dia antes da data acertada, a esquadra ancorou a uns 370 quilómetros ao norte de Pearl Harbor. A última mensagem vinda de Tóquio dizendo "Escalai o monte Nikita" fora recebida, era a confirmação para o ataque: Tora,tora, tora!

Até amanhã e boa sorte!!!

Ainda o HIV




"O risco de um cirurgião seropositivo infectar um doente durante uma operação "é desprezível", ou seja, as probabilidades variam entre duas e 24 por um milhão de actos cirúrgicos (mais aqui)."
É desprezível mas existe. Porque insiste o politicamente correcto em nos obrigar à sujeição de sermos infectados por uma doença mortal?

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GNR.


"Novecentos mil serviços requisitados e “um milhão e duzentas mil patrulhas por ano” são os números com que um alto responsável da GNR responde a Clemente Lima pelo ataque que o inspector-geral da Administração Interna lançou ontem à polícia, em entrevista ao ‘Expresso’. “Acusa-nos de termos provocado sete mortes [entre 2005 e 2006] em perseguições, mas esquece-se que, em média, fazemos uma detenção em cada 15 minutos. Com tentativas de agressões, atropelamentos e até com pistolas apontadas. Temos formação” (mais aqui).
O nosso colega fica bravo quando o ar condicionado do gabinete se avaria. Nessas alturas descobre que está muito calor ou frio. E nessa vezes em que é obrigado a abrir a janela verifica que às vezes chove… Adiante... Será chato se alguém disser ao senhor inspector-geral da Administração Interna que as polícias são a outra face da política, ou seja, os Estados que produzem políticas sociais, económicas, culturais mais justas são aqueles com as melhores e mais eficazes polícias.

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HIV


"Não há qualquer caso conhecido de transmissão do vírus da sida a não ser pelas três vias conhecidas relações sexuais não protegidas, endovenosa ou materno-fetal. Não há registo de contágio através de alimentos." A garantia é dada por João Semedo, médico e até há pouco tempo director do Joaquim Urbano, hospital do Porto especializado em doenças infecciosas. Todos os especialistas são unânimes: o risco de contágio do VIH através de comida preparada por um cozinheiro seropositivo é praticamente nulo. O preconceito é que não. As garantias científicas não impediram três desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa de validar o despedimento de um cozinheiro seropositivo, considerado inapto para o desempenho da profissão pelo Grupo Sana Hotels, onde trabalhava há sete anos.

Entretanto, o Conselho Superior de Magistratura esclareceu que a defesa do cozinheiro não contestou o facto, dado como provado pelo Tribunal do Trabalho de Lisboa, de que o VIH se pode transmitir se sangue, suor, saliva ou lágrimas forem derramados sobre alimentos, ingeridos por quem tenha uma lesão na boca. Ou seja, a Relação proferiu o acórdão com base nos factos provados e não contestados pelo tribunal de primeira instância, que considerou haver perigo para a saúde pública caso o cozinheiro continuasse em funções. O processo está agora no Supremo Tribunal de Justiça. Se são os próprios juízes a legitimar um despedimento por motivos de saúde, ainda que sem fundamento científico, é caso para questionar para que serviram 20 anos de campanhas para desmistificar a sida?
(mais aqui)"
Não deixa de ter piada o facto de o jornalista escrever que “o Conselho Superior de Magistratura esclareceu” e depois não conseguir ler o tal esclarecimento, especialmente a parte “o cidadão em questão não foi objecto de despedimento com justa causa, antes a entidade empregadora considerou a existência de caducidade do contrato de trabalho (mais aqui)”, o que resulta na pérola “se são os próprios juízes a legitimar um despedimento por motivos de saúde”.

Curiosa é também a parte “o risco de contágio do VIH através de comida preparada por um cozinheiro seropositivo é praticamente nulo”. Esse praticamente nulo é uma delícia.

Face ao exposto, não vamos comentar a qualidade e honestidade intelectual do artigo mas sim sugerir, no intuito de combater o “preconceito”, a abertura de restaurantes e outros prestadores de serviços só com pessoal infectado com HIV, sítios esses que poderão ser frequentados exclusivamente pelos acérrimos defensores do “praticamente nulo”. Pela parte que nos toca e conhecendo os extraordinários avanços da medicina, não arriscamos no nulo quanto mais no praticamente nulo.

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Novos Cowboys.

"Depois chegou uma patrulha da PSP, identificaram as duas amigas e o homem. E foram-se embora. O mágico Telmo Melo, o filho mais novo, não se conforma: "Um homem bate na minha mãe, ela morre, e não acontece nada? Que justiça é esta? (mais aqui)"
Tal como o senhor inspector-geral da Administração Interna superiormente afirma, os Cowboys da PSP chegaram lá montados em lindos cavalos brancos, fizeram a tradicional “exibição da pistola” (embora ninguém a tenha visto) e foram-se embora porque estava na hora dos quadrúpedes domésticos comerem. O pessoal não tem nada que se queixar.

I´m Goin Down

Bonnie and Clyde

"A Pinto Monteiro e Maria José Morgado ainda faltam criminosos na cadeia para se transformarem numa lenda da Justiça. Era uma vez na América a viver os tempos negros da Grande Depressão de 1929. Um casal de bandidos, Bonnie Parker, a mulher, loira, bonita, e Clyde Barrow, um galã moreno, fez as delícias dos jornais e do povo desempregado e esfomeado.

Criaram-se lendas, mitos, mas a verdade é que não havia assalto a bancos, a lojas ou morte de polícias que não fosse de imediato atribuído ao casal que o cinema imortalizou. Texas, Oklahoma, Missouri, Louisiana e Novo México eram os Estados preferidos de Bonnie e Clyde. Narcisistas, andavam sempre com uma máquina fotográfica Kodak para registar momentos de ternura. Acabaram como sabiam que iam acabar, isto é, mortos pela polícia.

Mortos os bandidos, ficou a lenda de um casal de Robin dos Bosques que aterrorizou banqueiros e proprietários para gáudio dos cidadãos que sofriam a bom sofrer com os efeitos da depressão. Mas as lendas e mitos não têm unicamente ladrões e assassinos como personagens. Também há histórias de bons polícias e magistrados incorruptíveis que lutaram contra tudo e contra todos e conseguiram pôr na prisão muitos Al Capones.

Vem isto a propósito de uma lenda que se está a criar neste sítio cada vez mais perigoso e cada vez mais mal frequentado. Uma lenda que ganhou força e impacto mediático com a substituição de Souto Moura na Procuradoria-Geral da República.

O ‘gato constipado’, como os seus críticos e inimigos o tentaram ridiculizar tão grande era o incómodo provocado pelo seu rigor, honestidade, competência e coragem, deu lugar a um beirão de pronúncia acentuada, sabichão em matéria de marketing e muito atento aos ventos que vão soprando pelo sítio. E tal como Clyde escolheu Bonnie para sua parceira no crime, Pinto Monteiro foi buscar Maria José Morgado para sua companheira na cruzada contra o crime.

Ele é ‘Apito Dourado’, ele é corrupção na Câmara de Lisboa, ele é novos abusos sexuais a alunos da Casa Pia. Basta que saia uma notícia com um qualquer escândalo que abale este pobre sítio deprimido e cada vez mais desgraçado e logo Pinto Monteiro saca da sua Maria José Morgado para sossegar os espíritos indígenas de que tudo vai ser investigado, até ao fim, sem olhar a quem e sem a velha e esfarrapada desculpa da falta de meios.

Para esta dupla maravilha não há cortes orçamentais que a impeça de atacar corruptos, grandes e pequenos, e abusadores, famosos ou não.

Bonnie e Clyde eram criminosos e são hoje uma lenda. A Pinto Monteiro e Maria José Morgado ainda faltam criminosos na cadeia para se transformarem numa lenda da Justiça
. "

António Ribeiro Ferreira

Cú absorvente

E a criminalidade continua a diminuir...

"A Avenida Fernão Magalhães, no Porto, foi esta este fim-de-semana palco de uma onde assaltos. Cinco estabelecimentos comerciais foram assaltadas entre as 13h00 de sábado e as 9h00 de hoje."

O ensino no país dos doutores.

"Se há pior lição que se possa trazer da escola é a de que não se é capaz de aprender. Infelizmente, esta é a realidade para milhares de alunos do ensino obrigatório, para já não falar do Secundário. As estatísticas do ano lectivo de 2004/5 dizem que 19,7% dos alunos do 3.º Ciclo reprovaram, ou seja, mais 1,3% do que 10 anos atrás. Especialistas em educação contactados pelo JN explicam que a escola está a penalizar as classes mais desfavorecidas, sem condições sociais, culturais e financeiras de acudir aos filhos. Para o investigador António Martins, da Universidade de Aveiro, a escola está organizada para o aluno urbano das classes média e média/alta. "O mesmo currículo que é ensinado no colégio privado de Lisboa serve, também, os alunos de uma vila no interior de Trás-os-Montes. Como pode o sucesso escolar ser o mesmo? (mais aqui)."
Eis uma boa base de sustentação para justificar a passagem administrativa dos alunos. Depois será necessário arranjar empregos especiais para não penalizar essas classes mais desfavorecidas. Ou então alargar o rendimento mínimo e chamar mais imigrantes…

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Brevemente perto de si...

"A morte de dois adolescentes, na sequência de um acidente com uma viatura da polícia, a norte de Paris, desencadeou a noite passada uma vaga de violência nos arredores da capital francesa. Dezenas de jovens envolveram-se em confrontos com as forças da autoridade, incendiaram lojas e automóveis. Foram também disparados vários tiros contra dias esquadras de polícia. Pelo menos oito agentes e um bombeiro ficaram feridos."

Chávez

"Deu nos noticiários. Uma das deputadas predilectas de Hugo Chávez invadiu os estúdios de uma televisão venezuelana e, em directo, esbofeteou repetidamente um jornalista. Parece que o jornalista havia escrito coisas desagradáveis acerca da senhora. Parece que a senhora descartou a via judicial "para que a oposição local não invocasse perseguição política". No "socialismo do século XXI" não há tribunais nem pretextos para resmungos oposicionistas: passa-se directamente ao tabefe ou a correctivos mais radicais. Diga-se que o socialismo do século XX não foi muito diferente.

Diferente foi a breve visita de Chávez a Lisboa, um enlevo pegado. Não sei em que canal, o repórter de serviço transpirava excitação com a "simpatia" do ditador de Caracas, talvez porque este não despachou a imprensa a pontapé. Também não tinha motivos, visto que, logo à partida, a imprensa o tratou com comovente meiguice.

E se insultar Bush é meio caminho para a popularidade entre jornalistas, instaurar uma ditadura dá direito a um altar no PCP. Obviamente, o PCP, sob os cognomes de Associação de Amizade Portugal- -Cuba (?) e Comité de Solidariedade com a Venezuela (?), foi esperar Chávez ao aeroporto ao som do imortal "Zeca".

Mas nem a folia civil distraiu do facto essencial: o de que ninguém acolheu Chávez com a ternura do eng. Sócrates, o qual, acompanhado pelo dr. Soares da Galp, ofereceu ao ditador de Caracas um festival de mesuras, circunflexões e sorrisos, além de Portugal inteiro para efeitos de moradia. Não o fez por obediência a tiques protocolares, o que seria compreensível se estes não dispensassem o festival. Não o fez por consideração com os emigrantes na Venezuela, o que seria aceitável se estes pudessem confiar na condescendência "bolivarista". E palpita-me que não o fez em nome dos interesses petrolíferos, o que seria banal se estes não aconselhassem mais recato.

Salvo prova em contrário, o primeiro-ministro recebeu Chávez do modo que recebeu por puro prazer e inegável vontade, o que seria ofensivo se o eng. Sócrates não fosse o eng. Sócrates
. "

domingo, novembro 25, 2007

Espelho.

"Lavei o rosto com a calma que há muito não fazia. Parecia querer tirar dele as marcas da idade, do sofrimento, da dor. O sabonete líquido perfumado de erva-doce parecia penetrar na minha pele deixando-a ainda mais sedosa. Senti-me bem acariciando a tez suave que ainda não encontra sinais do tempo, rugas ou manchas. Lembrei-me das palavras que costumo ouvir das pessoas quando menciono a minha idade, elogiando a pele bem tratada e o ar remoçado que ela me dá, escondendo o tempo já vivido. "

A tempestade


O banco Goldman Sachs (GS) divulgou um atemorizador relatório sobre a evolução a médio prazo do sector financeiro estadunidense.
O documento prevê que o preço dos imóveis ainda caia bastante, que os incidentes de crédito (pagamento de prestações) vão subir.
As seguradoras de hipotecas e empresas financeiras para sobreviverem terão que proceder a generosos aumentos de capital e a injectar fundos multimilionários nas suas reservas.
O cenário é dantesco: morte garantida do mercado «subprime»/alto risco, aperto substancial na concessão de crédito ao consumo, aumento gradual do desemprego com a inerente retracção nas despesas dos agregados familiares, ameaçadores sinais de acentuada recessão ou longa estagflação, com volatilidade e instabilidade permanente em 2008/2009.
Os analistas prevêem que, por aquela altura, o mercado oferecerá a investidores estrangeiros, designadamente das economias emergentes, marcas de grande valor global e «goodwill» a preços de saldo. Os BRIC e países membros da OPEP, aproveitarão o derrube sustentado do dólar para tomarem o controlo accionista de grandes conglomerados financeiros americanos.
O afundanço dos preços dos imóveis e a desaceleração/estagflação/recessão do ambiente económico vão afectar dolorosamente os títulos de hipotecas imobiliárias, sobretudo no segmento «subprime», ou de alto risco, segundo o detalhado estudo, no qual participaram alguns dos seus analistas da GS, e disponibilizado para o mercado desde o início da semana.
Os instrumentos financeiros subjacentes a (ou derivados de) empréstimos «subprime» poderão registar perdas superiores a USD 150 mil milhões/bilhões (mm/bi USD), lê-se no relatório.
O banco estima em USD 22 mm/bi as amortizações que algumas empresas terão que incluir nos respectivos balanços no último trimestre do ano.
A Goldman Sachs, numa análise anterior ao grau de exposição do Citigroup, previra a gravidade da crise do crédito imobiliário nos EUA e o respectivo contagio aos mercados globais e, provavelmente, à economia real.
No início da semana as bluechips americanas caíram para as cotações mais baixas em três meses. O índice Asia MSCI também registou seu menor valor desde setembro. As acções ligadas ao sector financeiro foram as mais afetadas.
Os analistas prognosticam que as seguradoras e empresas de crédito hipotecário se vão dividir em dois grupos: as que lutarão a todo o custo para sobreviver - com avultados aumentos de capital para evitar a falência - e as que talvez resistam com meros cortes, mas sempre punidos pelos investidores, nos dividendos.
A Goldman inclui no primeiro grupo as empresas MBIA Inc, Ambac Financial Group Inc, Security Capital Assurance Ltd e Assured Guaranty Ltd.
Os membros da aristocracia financeira de Wall Street como o Citigroup Inc, Washington Mutual Inc, First Horizon, National Corp and National City Corp, integram o segundo grupo. (pvc)
http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/

Escrevia em posfácio John Gray em False Down 1998:

Uma inversão do mercado accionista americano à escala do que ocorreu no fim dos anos 80 no Japão – no qual o mercado caiu mais de dois terços – deixaria empobrecidos muitos sectores da classe média americana. O súbito desaparecimento de grandes quantidades de riqueza gerada pelo mercado de títulos revelaria, à luz mais crua, a insegurança da classe média. O impacte de um crash naqueles que já são pobres seria ainda pior. Não é fantasista imaginar a reemergência de situações como a dos pobres americanos nómadas, cuja vida miserável nos anos 30 foi descrita por John Steinbeck.
(… )Seria errado interpretar o consenso político neoconservador das duas últimas décadas como sendo a expressão de convicções profundas do público americano. (…)
(…) Os Estados Unidos fariam mal se tentassem emular as práticas singulares do capitalismo europeu ou asiático – seria tão errado como tentar-lhes impor as suas próprias práticas. As reformas económicas devem ser guiadas pelos valores indígenas de cada cultura. (…)

O que surpreende é o aviso e a visão.
Nós por aqui vamos aplicando políticas ultra neoliberais em tudo.
O caso da saúde é típico e preocupante.
O caso das estradas e o início da sua privatização total cumpre de forma escrupulosa os ditames do Consenso de Washington.
Vamos ver se o caso da televisão se segue.
Passo a explicar:
Primeiro melhora-se a performance e depois destroi-se a mesma para se vender ao desbarato. Será?
É uma hipótese a vigiar para se perceber.
Para mim, atendendo ao serviço público que não existe, se fosse para privatizar, a bem da nação, seria antes da saída do Sr que foi para as estradas…
Andamos sempre em contraciclo porque interessa.
Daí os vários oásis, que o não são, são contraciclos propositados.
Faz muito bem aquele comentador que dizia ir colocar sede em Espanha, para não ser mais roubado pelo fisco e ouvir desaforo que continuam a haver fugas brutais, precisamente porque a moeda foi mal negociada e os impostos deveriam baixar e as autoridades fiscalizadoras e reguladoras deviam actuar.
A causa da perda dos neocons na Austrália não tem a ver com a guerra, tem a ver com a política neoliberal como a que destruiu a economia dos vizinhos neozelandeses…
A nossa causa de desgraça é antiga e deriva da ligação dos grupos económicos aos políticos, havendo sempre um empregozito de ocasião quando saiem.
Assim, não são eleições que resolvem, atendendo ao horizonte e às nuvens que se perfilam nele, ou seja, mais do mesmo e para os mesmos.

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