domingo, agosto 31, 2008

Mercado?!!... que mercado?

Nout Wellink, governador do Banco da Holanda manifestou-se preocupado com a crescente dependência dos generosos fundos de financiamento do BCE/Banco Central Europeu por parte dos bancos europeus.
A situação está a causar algum embaraço em Frankfurt, embora ninguém o queira assumir publicamente.
“Existe um limite para se fazer isto. (…) Se vemos os bancos a ficarem demasiado dependentes dos bancos centrais temos que os pressionar para procurarem outras fontes de financiamento”, disse Wellink ao jornal financeiro holandês Het Finacieele Dagblad.
Boa parte da persistente procura de liquidez, a coberto da opinião pública e, alguma vezes, contornando as próprias leis nacionais, é originada por instituições sedeadas em países afectados pelas crises imobiliária e hipotecária.
Países como a Espanha, a Holanda, a Irlanda e a Grã-Bretanha estão na primeira fila.
O Banco de Espanha revelou na sua última estatísta sobre o tema que os bancos espanhóis aumentaram os seus empréstimos junto do BCE para o valor recorde de quase €50 mil milhões (bilhões).
Segundo o jornal britânico “Daily Telegraph” a situação “está a tornar-se numa questão sensível”, por ser uma forma encoberta de salvar bancos comerciais em dificuldades, impedindo que o mercado funcione correctamente.
“Ninguém tem coragem de apontar o país envolvido pois logo que o façamos causaremos uma reacção do mercado que conduziria a uma corrida aos bancos”, disse a fonte citada pelo diário britânico.
Crisis what crisis?
O mercado deve funcionar, dizem os arautos do neoliberalismo, assim chamado.
Os académicos diziam que não havia crise subprime, que era tudo inventado por gente alarmista.
O BCE faz favores aos bancos, mas nem a todos embora a família seja toda a mesma, embora com ovelhas mais ou menos ranhosas.
A Senhora que tudo sabe, não faz mais do que manda o patrão, ou seja, a Europa é um embuste, mas decerto não se diz nada do que já se não saiba.
Aguarda-se a criação do grupo, USA, México e Canadá... e a volta dos Confederados(?).

The End

Crime ‘jacking’

"O aumento da probabilidade de um indivíduo vir a ser preso tem um maior efeito preventivo que o agravamento abstracto das penas.

Em vez de incêndios, este verão trouxe uma onda de crimes a Portugal. Bancos, postos de combustível, ourivesarias, farmácias, tribunais, automóveis (‘carjacking’) são assaltados com uma frequência a que o país não estava habituado. Até o Presidente falou sobre o tema.

Como explicar este aumento da criminalidade? Será que existe uma relação com a reforma penal feita há menos de um ano?

Recordo que o Código de Processo Penal foi alterado, com os votos da bancada socialista, para diminuir o recurso à prisão preventiva. Com as novas regras, só pode ser preso preventivamente quem tiver cometido um crime punível com prisão superior a 5 anos (antes era 3 anos), deixando de fora grande parte dos crimes contra as pessoas (sequestro, ofensas corporais, violência doméstica, pornografia de menores, etc.) e contra a propriedade (furto, dano, burla, extorsão, associação criminosa, tráfico de influência, posse de armas ilegais, etc.).

Só no dia em que a nova lei entrou em vigor da lei foram libertados 115 presos preventivos. Segundo o Observatório Permanente da Justiça, em menos de um ano, houve uma redução de 52% do número destes presos. A pequena e a média criminalidade foram excluídas da prisão preventiva, acentuando o seu carácter excepcional.

No plano dos princípios, num sistema penal eficaz, onde a justiça fosse rápida, estas alterações até podiam fazer sentido. Mas como isto não acontece, muitos dos autores de crimes permanecem longos anos em liberdade e, não raras vezes, reincidem na prática criminosa. Não deixa de ser curioso que o autor “material” destas polémicas alterações seja o ministro que mais tem sofrido com a actual onda de criminalidade.

Recordo que o actual MAI, Rui Pereira, foi o coordenador da Unidade de Missão que preparou esta reforma penal. Talvez seja esta uma das razões para o PSD pedir a sua demissão.

Mas o problema não é apenas legislativo.

Não existe em Portugal uma base de dados integrada de apoio à investigação criminal, partilhada por órgãos judiciais e policiais. Isso permite casos como a libertação de um perigoso cadastrado, fugido há 8 anos da prisão, após ter sido ouvido durante horas no Tribunal de Loures. Os sistemas de informáticos são amadores, prejudicando a investigação e o cumprimento dos prazos (e garantias) processuais.

Alguns exemplos. Os “inquéritos” abertos pelos órgãos policiais têm de voltar a ser inseridos manualmente pelos vários DIAP. A informação sobre o registo criminal pode demorar meses a chegar aos tribunais, o que pode impedir a realização de julgamentos sumários (art. 381.º CPP), após detenção em flagrante delito, tal como foi pedido pelo PGR. Em vez disso, os arguidos são libertados e podem ficar anos a aguardar julgamento.

Tudo isto acentua a sensação de fragilidade do Estado. Glosando o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, temos um Estado que é forte com os fracos, mas fraco com os fortes. Mas será que o caminho é aumentar as penas de prisão?

Estudos existentes demonstram que a certeza da pena tem um efeito dissuasor mais elevado do que a respectiva severidade, ou seja, o aumento da probabilidade de um indivíduo vir a ser preso tem um maior efeito preventivo que o agravamento abstracto das penas.

O caminho, por isso, não passa por aumentar as penas mas em melhorar a eficácia na sua aplicação, dotando o sistema dos meios necessários, o que não tem acontecido, apesar da criação de um “super polícia” na dependência de um “silencioso” primeiro-ministro.

Nota: Esteve bem o PR ao vetar uma lei do divórcio que aproximava o casamento ao regime da “união de facto”, tornando-o num dos contratos mais precários do nosso sistema jurídico. A mensagem fundamentada de Belém apresenta bons argumentos para alterar a lei, protegendo a estabilidade familiar, o cônjuge “mais fraco” e os filhos menores. Espera-se, agora, bom senso por parte da bancada socialista
."

Paulo Marcelo

sábado, agosto 30, 2008

I Want You To Want Me

E a criminalidade continua a diminuir...

1/ "Mais seis assaltos violentos em menos de 24 horas. A Grande Lisboa voltou a ser palco de vários crimes violentos: um banco e uma carrinha de valores assaltados à mão armada; Multibanco furtado de tribunal; trio assalta duas churrasqueiras e homem no Multibanco (mais aqui)"

2/ Quatro homens assaltaram uma ourivesaria em Ruivães, Famalicão, ferindo duas pessoas a tiro, ainda que sem gravidade. No centro de Guimarães, cinco estabelecimentos foram assaltados esta madrugada. Em Sintra, uma agência da Caixa Geral de Depósitos foi assaltada por dois encapuzados (mais aqui)".

3/ "Razia a churrasqueiras (mais aqui)"

4/ "A dependência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Rio de Mouro, Sintra, foi assaltada esta sexta-feira (mais aqui)"

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Criminalidade.

"Volto ao assunto para concluir. Anteontem, o Presidente falou do aumento da taxa de criminalidade para defender a necessidade de "uma estratégia". O gabinete governamental que trata da matéria defende que houve um aumento de dez por cento de "ocorrências" só nos primeiros seis meses do ano. O PS acha que as coisas não estão bem.

O procurador-geral falou ontem. O retrato de conjunto não é admirável, mas não exige medidas radicais, como o espectáculo italiano com o exército na rua. Pede, sim, que se trate da casa e se cumpra a lei. São coisas que soam mal aos ouvidos sensíveis – mas são as únicas coisas decentes a fazer. No fundo, é essa a primeira função do Estado moderno: manter a segurança, ser corajoso na defesa dos cidadãos, ser exemplar na punição dos criminosos. Não há volta a dar
. "

Francisco José Viegas

Insegurança

"Alguns criminosos vivem mais comodamente nas prisões do que nas suas próprias casas”

Cavaco lançou novo alerta. A insegurança aumenta e desafia pessoas e Estado. Descarada e atrevida, ri-se de quem não a soube conter.

Banalizada estatisticamente, a insegurança começa também a ser já banalizada em alguns discursos. Como se ela fosse uma inevitabilidade como a chuva ou como o frio. A banalização passou a ser o estratagema que usam alguns responsáveis para sacudir a água do capote. Quem não tem soluções banaliza. É assim, dizem eles. É o custo do progresso, da abertura das fronteiras, do nosso abraço ao Mundo. Mentem. E, por isso, o grande combate dos cidadãos tem de ser contra esta obtusa tentativa da sua banalização.

Não é porque o Mundo esteja infestado de pragas para as quais não há remédio que a insegurança (por cá) existe e aumenta. É pela displicência com que os tribunais e os sucessivos governos a têm tratado. Pela confusão que se instalou na cabeça dos legisladores e penalistas entre o academismo e a realidade. É porque as polícias desapareceram das ruas, se acomodaram com funções administrativas ou se entretêm numa residual caça à multa. É claro que importa atacar as causas profundas do crime. O desemprego, a impiedosa marginalização social, a liquidação de qualquer esperança de vida digna. É claro que temos de nos preocupar com a reinserção social do criminoso quando ela se mostre possível. Mas estas são formas de abordagem da questão global da criminalidade que se suscitam em tempos diferentes e nada têm a ver com a estratégia da sua contenção. E que gera muitas confusões nas cabecinhas mais frágeis dos nossos decisores políticos. Se a criminalidade existe hoje, entre nós, com a intensidade com que ela se manifesta, é devido à (também ela criminosa) displicência com que o fenómeno tem vindo a ser tratado. É porque os brandos costumes são o caldo de cultura de eleição da criminalidade. É porque o sistema prisional está cada vez mais parecido com uma cadeia de hotéisdeauto-estrada.É porque qualquer criminoso sabe que pouco tempo ficará nas prisões. É porque homicidas, violadores e criminosos em geral sabem que muito provavelmente encontrarão no seu caminho uma boa alma que os mandará para casa em paz a aguardar julgamento. É, também, porque, quando raramente as polícias actuam com firmeza, logo outras alminhas muito piedosas se insurgem contra a sua suposta brutalidade. É porque alguns criminosos vivem mais comodamente nas prisões do que nas suas próprias casas. É porque as prisões custam dinheiro e os presos idem aspas.

E dinheiro só para TGV
."

sexta-feira, agosto 29, 2008

Irmãos Catita

29 de Agosto 1915/1982


Born and died Bergman (August 29, 1915 – August 29, 1982) Academy Award-winning Swedish actress.
Ingrid Bergman was born in Stockholm, Sweden. When still very young, she lost both of her parents and was raised by relatives; she studied at the Royal Dramatic Theater in Stockholm and had a small role in Munkbrogreven (1934), her first movie. After a dozen films in Sweden, Bergman was signed by David O. Selznick to star in the English language remake of of her earlier 1936 Swedish language film, Intermezzo (1939). The film was an enormous success and "Sweden's illustrious gift to Hollywood" had arrived.

After completing a few pictures in Sweden and appearing in three successful films in the United States, Bergman joined Humphrey Bogart in the 1942 classic film Casablanca. Two years later she received her first Academy Award nomination for Best Actress for the film, For Whom the Bell Tolls (1943). The following year she won Best Actress for Gaslight (1944). She received a third consecutive nomination for Best Actress with her performance in The Bells of St. Mary's (1945). She would receive another Best Actress nomination for Joan of Arc (1948). Alfred Hitchcock who directed her in Notorious and Spellbound was known to be obsessed about her.

In 1949 Bergman met director Roberto Rossellini. She fell in love with him while performing in his film Stromboli (1950). Bergman left both her husband, Dr. Aron Petter Lindström and their daughter Pia Lindström for Rossellini, and they married and had 3 children, including twin daughters actresses Isabella Rossellini, Isotta Rossellini, and a son, Roberto Ingmar Rossellini. The affair caused was a scandal in both Hollywood and with the public; Bergman, who was pregnant at the time of the marriage, was branded as "Hollywood's apostle of degradation" and forced to leave the States.

With her starring role in (1956)'s Anastasia, Bergman made her post-scandal triumphant return to Hollywood and won Best Actress for a second time. She would continue to alternate between performances in American and European films. She received her third Academy Award (and first for Best Supporting Actress) for her performance in Murder on the Orient Express (1975), but she publicly declared at the Academy Awards telecast that year that the award rightfully belonged to Italian actress Valentina Cortese. In 1978 she played in Ingmar Bergman's Autumn Sonata (also known as Höstsonaten) for which she received her seventh Academy Award nomination and made her final performance on the big screen. It is considered to be among her best performances.

She could speak Swedish, German, French, English and Italian fluently, which caused fellow actor John Gielgud's remark, "She speaks five languages, and can't act in any of them", which, given her prodigious talent, must have been a joke. Her last husband, Lars Schmidt, was a callow and much-younger man, but Bergman accepted his dalliances with equanimity.

She died of complications from terminal breast cancer on her 67th birthday (which caused some to intimate that she had hastened her own end) in 1982 in London, England. She was cremated in Sweden, her ashes scattered with a part kept to be interred in the Norra begravningsplatsen in Stockholm.

Bergman was honored posthumously with an Emmy Award for Best Actress in 1982 for the television mini-series A Woman Called Golda, about the late Israeli prime minister Golda Meir.

For her contributions to the motion picture industry, Ingrid Bergman has a star on the Hollywood Walk of Fame at 6759 Hollywood Blvd.

Filmography
Landskamp (1932)
The Count of the Old Town (1935)
The Surf (1935)
Swedenhielms Famly (1935)
Walpurgis Night (1935)
Intermezzo (1936 movie) (1936)
On the Sunny Side (1936)
Dollar (1938)
The Four Companions (1938)
A Woman's Face (1938)
One Single Night (1939)
Intermezzo (1939 movie) (1939)
June Night (1940)
Rage in Heaven (1941)
Adam Had Four Sons (1941)
Dr. Jekyll and Mr. Hyde (1941)
Casablanca (1942)
For Whom the Bell Tolls (1943)
Swedes in America (1943) (short subject)
Gaslight (1944)
Spellbound (1945)
Saratoga Trunk (1945)
The Bells of St. Mary's (1945)
American Creed (1946) (short subject)
Notorious (1946)
Arch of Triumph (1948)
Joan of Arc (1948)
Under Capricorn (1949)
Stromboli (1950)
The Greatest Love (1952)
Journey to Italy (1953)
Of Life and Love (1953)
Fear (1954)
Joan of Arc at the Stake (1954)
Paris Does Strange Things (1956)
Anastasia (1956)
Indiscreet (1958)
The Inn of the Sixth Happiness (1958)
Goodbye Again (1961)
Auguste (1961) (cameo)
The Visit (1964)
The Yellow Rolls-Royce (1964)
Stimulantia (1967)
Cactus Flower (1969)
Henri Langlois (1970) (documentary)
Walk in the Spring Rain (1970)
From the Mixed-Up Files of Mrs. Basil E. Frankweiler (1973)
Murder on the Orient Express (1974)
A Matter of Time (1976)
Autumn Sonata (1978)

Wikipedia

FOOL FOR YOU LOVING NO MORE

José Sócrates

"O regresso de férias tem sido desastroso, do ponto de vista político. A criminalidade violenta disparou, com assaltos, roubos e mortes quase todos os dias, sem o Governo saber bem o que fazer ou dizer. E os números falaciosos de empregos criados, que continua a anunciar, esbarram na insensível taxa de desemprego e no assustador número de trabalhadores que perderam, entretanto, o seu emprego. Quando não colidem com as próprias encenações, infelizes e controversas, que escolhe para essas sessões de propaganda."

JAL

Informação.

"O senhor coordenador do Gabinete de Segurança e Criminalidade não sabe se "em termos matemáticos" há mais ou menos crimes. Vinda de quem vem, esta declaração é estranha. Mas ele tem a certeza de que os jornais prestam um mau serviço ao País noticiando casos criminais, porque isso "fomenta o sentimento de insegurança das pessoas".

O ideal, no fundo, seria que as pessoas que vivem em bairros inseguros fossem alvo de um ‘black-out’ informativo para que pudessem ser alvos de violência e de assaltos no maior dos segredos – tudo para que poupássemos as nossas elites ao conhecimento das misérias alheias. O Mundo seria mais agradável. No tempo do dr. Salazar, por exemplo, os jornais estavam impedidos de falar sobre crimes. Vemos que, afinal, havia um sentido pedagógico na censura
. "

Francisco José Viegas

Valores.

"Depois do responsável do GCS, o tenente-general Leonel Carvalho, ter avançado ontem que a criminalidade violenta aumentou "ligeiramente acima dos dez por cento" nos primeiros seis meses deste ano, o gabinete emitiu ao início desta tarde um comunicado a indicar a subida registada foi mais próxima dos 15 por cento. Apesar deste aumento, o GCS sublinha que esta percentagem é inferior às de 2004 e 2006 (mais aqui)".

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A política das polícias

"As estatísticas sempre foram as melhores armas dos políticos. No Governo, ou na oposição, os mesmos números servem para descrever o céu e o inferno. Os criminosos, como se sabe, não actuam com base em estatísticas: os únicos números em que são fortes são os que contabilizam a assaltar bancos, carrinhas de valores ou pessoas. Actuam no momento. Como, em resposta, os polícias ou os juízes.

Esse é o mundo real e não o das estatísticas que os ministros da Administração Interna e da Justiça gostam de mostrar. Só quando os crimes se tornam notórios na comunicação social é que os políticos se costumam mover. A classe política tem, do crime, uma visão formada a ver séries televisivas. Julga que a ficção é um reflexo da realidade. Não escuta polícias e juízes: estes são um ruído de fundo para as decisões que já tomaram. Por isso, a criação de um secretário-geral de segurança, dependente de um primeiro-ministro, que torna as polícias um braço de controlo político- -partidário, apenas motiva um encolher de ombros da sociedade. Tal como foi a alteração da legislação a limitar a prisão preventiva, porque os juízes prendiam demais e as cadeias tinham espaço a menos. Mas tudo isso foi uma forma, como se sabe, de defesa da classe política contra rajadas de vento judiciais não previstas. A impunidade total ciranda, legalmente instituída. Calcula-se que o ministro da Administração Interna, enquanto se assaltam bancos, deve estar atento à série "Perdidos", para ver se percebe como deve actuar
."

Fernando Sobral

ROU-BA-DOS!

"O Vitória de Guimarães, apesar de não ter exibido em campo o seu maior potencial comparativamente ao Basileia, foi roubado no país do sr. Blatter. ROU-BA-DO! – com todas as letras.

O lance anulado pelo árbitro-assistente sobre o minuto 90, que daria entrada ao Vitória na Liga dos Campeões, através de um segundo golo e subsequente empate, é a prova de que os árbitros (e seus assistentes) detêm um poder não compatível com os milhões envolvidos no negócio-futebol.

Este negócio não pode continuar dependente da plena soberania dos árbitros e o sr. Blatter e o sr. Platini, sabedores que uma má decisão de uma equipa de arbitragem significa a perda ou o encaixe de muitos milhões, continuam a fazer de conta que o futebol só é futebol se souber “compreender” e “suportar” o erro, quando de erros se trata…

Andam a brincar connosco: até o “baseball” (um jogo em que a intervenção dos árbitros não costuma suscitar profundas polémicas) já aderiu às novas tecnologias, em caso de dúvida.
O Vitória de Guimarães foi duplamente roubado: no campo e no banco (5 milhões de euros).

Mais: o Vitória corre o risco de ser roubado e ainda mais penalizado… por mau comportamento dos jogadores (junto ao túnel) e, eventualmente, do público. Um escândalo!

O problema maior é que NINGUÉM parece interessado em suscitar esta questão de uma forma séria e consequente. O presidente da Liga chegou a ter um assomo de vontade, mas é óbvio que a eficácia de uma luta desta natureza não pode deixar de contar com a participação activa dos Clubes e das Federações – e todos aqueles que, de algum modo, se preocupam com a protecção da verdade desportiva. É um assunto que também diz respeito aos árbitros.

É um assunto universal e seria importante a criação de entendimentos no sentido de pressionar a UEFA (no caso europeu) e a FIFA para derrubar o conservadorismo e a mentira.
É uma luta para a qual peço a adesão de toda a comunicação social.

Talvez importe reflectir se o Vitória também não foi vítima, outra vez na Suíça, de ter tentado tirar partido das incidências do Apito Final
."

Rui Santos

quinta-feira, agosto 28, 2008

Streets of London

Presidente da UEFA lamenta presença do FC Porto na Champions

No dia em que teve lugar o sorteio da Liga dos Campeões, o presidente da UEFA manifestou o seu desagrado com a presença do FC Porto na Champions. Sublinhou que sempre «defendeu o combate à corrupção»

Mais aqui

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Até amanhã e boa sorte!!!

E a culpa é de ...

"O aumento da criminalidade gera uma sensação de insegurança geral na população», defendeu o psicólogo criminal Ricardo Santos. «As pessoas passam a andar sempre com um olhar desconfiado, com receio de que o vizinho do lado seja um assaltante. Há uma tendência para tentar encontrar culpados e normalmente escolhe-se sempre o elo mais fraco. Geralmente a culpa recai nas minorias porque são mais frágeis e têm mais dificuldade em se defender. Desta forma, descarta-se a possibilidade de sermos nós próprios os autores dos problemas (mais aqui
É verdade. A culpa dos ciganos andarem aos tiros com os africanos é nossa. E é nossa porque perdemos uma vida a trabalhar para contribuir com impostos para as casas que eles têm de borla.

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Há dúvidas?

"O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) considera que a culpa do recente aumento da criminalidade é das "incoerentes" leis penais e da inexistência de uma reforma dos tribunais (mais aqui)".
Querem exemplos? Eis um: "Alguns foram detidos mais de uma vez na mesma semana pela prática do mesmo crime e, mesmo assim, não podem, por causa das novas imposições legais, continuar presos"

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Qualidade da apreciação.

1/ "A Procuradoria-Geral da República garantiu ao JN que os crimes violentos estão a aumentar apenas "qualitativamente" e "não em número". No entanto, e tendo em conta os números da Procuradoria Distrital de Lisboa, verifica-se que os crimes contra o património - violentos ou não - aumentaram 15% (mais aqui)".

2/ "A criminalidade violenta registou um aumento de cerca de dez por cento nos primeiros seis meses deste ano relativamente ao período homólogo de 2007, revelou esta quinta-feira o responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança (mais aqui)."
Trata-se de um aumento de 10 por cento na qualidade do crime. Será por isso que a justiça não funciona?

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À atenção do Bloco de Esquerda.

"Vários beneficiários do Rendimento Social de Inserção do concelho de Viseu estão a receber cartas da Segurança Social a pedir a devolução de parte do subsídio que lhes foi enviado. Têm 30 dias para resolver a situação (mais aqui)"

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E a criminalidade continua a diminuir...

"A Grande Lisboa foi, ontem à noite, varrida por uma onda de assaltos. Na mira dos larápios estiveram duas churrasqueiras (uma em Odivelas, outra na Tapada das Mercês). Um homem foi ainda vítima de carjacking no Centro Comercial Vasco da Gama, na Expo. Um outro foi obrigado a levantar 200 euros num multibanco."
Agradeçam a quem fez as novas leis penais e o seu prima economicista.

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Aconteceu em Agosto...

4 de Agosto de 1872
- Maria Severa completa 15 anos e a madrinha põe-na a fazer o trottoir entre a rua da Palma e o Intendente.
5 de Agosto de 1930
- O Beato Padre Cruz faz o seu primeiro milagre, conseguindo que o rápido Lisboa Porto, onde viaja, chegue à tabela a S. Bento.
6 de Agosto de 1993
- A conhecida astróloga Maya prevê, com dez anos de antecedência, que prestigiadas figuras do nosso jetset seriam incomodados pela polícia por causa dos prostitutos da Casa Pia.
8 de Agosto de 1148
- Entra em Lisboa e começa a frequentar os bares do Cais do Sodré, um playboy nortenho de nome Afonso Henriques que, entre as raparigas, ficou conhecido por «O Conquistador».
12 de Agosto de 1939
- Na presença do Prof. Salazar, é cantada, em S. Bento, pelas alunas do Liceu Maria Amália, a hilariante marcha da Mocidade Portuguesa «Lá Vamos Cantando e Rindo», que também faz rir o sisudo ditador.
15 de Agosto de 1385
- Seis séculos antes de Pinto da Costa, o grande Nuno Álvares Pereira consegue seleccionar e mentalizar a sua equipa e vence brilhantemente os espanhóis em Aljubarrota.
17 de Agosto de 1412
- Depois de um violento assédio sexual, Romeu consegue meter-se na cama de Julieta, tirando-lhe os três, com grande desgosto das famílias de ambos. Mal imaginavam os jovens amantes que essa pinocada lhes iria custar a própria vida.
20 de Agosto de 2.285 (antes de Cristo)
- Tur-Akon, faraó do Egipto, tem o famoso sonho das vacas magras e das vacas loucas.
21 de Agosto de 1928
- Eva Duarte, conhecida como Evita, vai para a cama, pela primeira vez, com o coronel Juan Perón num bordel de Los Toldos e pega-lhe uma camada de chatos argentinos, os mais assanhados da América do Sul.
26 de Agosto de 1940
- È atribuido a Adolfo Hitler, pela sua justa luta contra o imperialismo judeu, o «Prémio Lenine da Paz»

Adaptado de um texto do Mestre (José Vilhena)

Sunrise

Mais segurança

"A segurança interna passou a dominar, no último mês, a agenda política nacional, ganhando peso idêntico ao da economia na prioridade dos portugueses e, necessariamente, do Governo.

Um conjunto de crimes violentos, menos organizados do que o que se tem feito passar, mas, ainda assim, violentos e do qual o assalto ao BES foi o ponto de ‘não retorno’, obrigaram o governo socialista a repensar a sua estratégia política e orçamental.

No momento em que se prepara a proposta de orçamento do Estado para 2009, o mais político dos documentos financeiros desta legislatura, a primeira preocupação de José Sócrates era, e não podia deixar de ser, a economia, o crescimento e o emprego. Só que, como se sabe, menos crescimento, desemprego e instabilidade social trazem consigo, por razões diversas, o crime e a insegurança dos cidadãos em geral. Foi, basicamente, isto que sucedeu no mês de Agosto, como se o destino tivesse determinado que os portugueses poderiam ir de férias, mas não poderiam ‘estar’ de férias.

Dito isto, o resultado das primeiras discussões em torno do orçamento para 2009 só poderia resultar na definição de que a Administração Interna não poderia ser penalizada pela necessidade do ministro das Finanças de reduzir o défice público. Sim, de Teixeira dos Santos que, em matéria de distribuição de dinheiro, tem mesmo de funcionar como o polícia mau por oposição aos outros ministros, que querem ser os polícias bons. Isso, ou seja, um mês de diferença entre a fixação dos primeiros ‘plafonds’ de despesa dos ministérios para 2009 e a garantia, ao Diário Económico, de uma fonte da Administração Interna de que o orçamento global para o próximo ano vai aumentar em termos reais, foi um passo.

Ora, é este um dos dogmas da política portuguesa: melhores decisões e melhores estratégias assentam sempre em mais recursos financeiros. Nem sempre é verdade e, no caso dos gastos públicos, é quase sempre mentira. O problema é que, em ano pré-eleitoral, o Governo foi encurralado – e deixou-se encurralar – na lógica de que se não arranjar mais dinheiro para financiar a segurança, a insegurança vai aumentar.

O tema da segurança presta-se aos mais variados aproveitamentos políticos, de uma esquerda que desconfia da segurança porque teme o longo braço ‘direito’ do Estado e de uma direita que considera que o longo braço ’esquerdo’ do Estado é irresponsável e diletante.

Primeiro, é preciso saber a natureza da insegurança que o país atravessa, perceber se é conjuntural, por razões de ordem económica, ou estrutural, assente em grupos organizados. Saber isto é saber se se justifica um aumento do orçamento do ministro Rui Pereira para o próximo ano. Ninguém parece muito preocupado em responder a estas dúvidas, mas sim em ganhar votos, sem segurança nenhuma
."

António Costa

RÚSSIA SERVE VINGANÇA FRIA: 2-1 AOS EUA

"Houve dois momentos da História Universal recente em que metade da Terra aboliu a outra metade. Estão contabilizados. Jogos Olímpicos de Moscovo, 1980: URSS, 195 medalhas (nunca os russos tiveram tantas e nunca mais repetiriam). E Jogos Olímpicos de Los Angeles, 1984: Estados Unidos, 174 (também o seu recorde). Esses "sucessos" das superpotências têm a mesma explicação: corriam sozinhas, cada lado boicotava os Jogos do outro. Em desporto olímpico é mero desperdício, quatro anos depois há mais e tudo entra nos eixos. Em política internacional é mais grave, ignorar o outro abre caminho a uma escalada. Os EUA ignoraram a Rússia e deram a independência ao Kosovo. Ontem, a Rússia respondeu com duas independências: Ossétia do Sul e Abcásia. Era melhor o jogo parar. O líder russo Dmitri Medvedev acaba de dizer: "Não temos medo da guerra fria." Ir para aí, até é capaz de ser prudente. Na guerra fria, ao menos, ambas as partes reconhecem que a outra existe."

Ferreira Fernandes

QUEIRAM IR BUGIAR!

"Em matéria de letras gordas, o PS soma e segue. Já era de esperar que os socialistas reagissem como baratas tontas às críticas de Manuela Ferreira Leite quanto ao silêncio do primeiro-ministro sobre a insegurança crescente em Portugal.

Manuela sublinhou, e muito bem, que o primeiro-ministro tem obrigação estrita de se explicar perante o País ante um problema de tal gravidade.

A comunicação social que fez coro com as esquivas manipulatórias do PS só mostrou a que ponto já vai a iliteracia política entre nós, ao equiparar, como se fossem a mesma coisa, a opção táctica de Manuela, de só falar quando entender, e a obrigação óbvia que recai sobre o primeiro-ministro de se explicar com clareza perante o País quando isso se torna imperativo e urgente.

Portugal acabou por ganhar, neste mês de Agosto de 2008, a medalha de ouro das Olimpíadas do crime.

Assaltos a agências bancárias, a áreas de serviço nas auto-estradas, a ourivesarias no centro de cidades, a veículos de transporte de valores, homicídios, roubos de automóveis, gente encapuzada ou não mas bem armada, feitura de reféns, uso de explosivos e de armas proibidas, tudo isto, mais as rixas e rivalidades nas zonas problemáticas em que morre gente por dá cá aquela palha, se tornou o verdadeiro e azedo pão nosso de cada dia.

Nesse quadro são manifestas a impotência das autoridades que nos governam, a incapacidade das forças de segurança, a benignidade criminosa das molduras legais e algumas decisões processuais, atitudes e situações que se revelam de uma complacência inenarrável para com o banditismo.

O caso de Campolide já pôs a nossa esquerda festiva em alvoroço: para criticar os agentes da polícia há quem se ponha a equacionar vida humana e património bancário, como se a vida dos reféns não tivesse estado em sério risco e só a vida dos assaltantes contasse para alguma coisa. E vergonhosamente, alguma comunicação social mostrou-se logo preocupada em indagar das reacções dos familiares daqueles pobres cordeiros incapazes de fazer mal a uma mosca, assim atingidos pela boa pontaria da barbárie policial.

Ao ministro Rui Pereira continuam a ouvir- -se coisas de pasmar: em vez de se manifestar consternado por um pai se fazer acompanhar pelo filho de 13 anos na prática de um crime, do que resultou a morte do menor, evidentemente acidental, em consequência da perseguição a tiro pela GNR, limitou-se a dizer que "estava consternado", sem mais, deixando logo cair implicitamente todo um juízo de culpabilização sobre a GNR...

Por sua vez, o caso da carrinha da Prosegur é altamente intrigante. Nem seguia em condições de resistir a um ataque, nem as autoridades previram que um troço de auto-estrada sem câmaras de vigilância é particularmente idóneo para assaltos do tipo daquele que foi feito. E muito menos previram que as saídas para mudança de via poderiam ser utilizadas para uma fuga em sentido contrário... Então o que é que andam todos a fazer? Que raio de coordenação há entre a GNR, a concessionária, a transportadora, os especialistas de segurança nestas coisas?

Com isto tudo, há mesmo factos que proporcionariam saborosos exercícios de humor se não fossem dramáticos: ouviu-se há dias o ministro da Administração Interna anunciar, na televisão, a aquisição de vários milhares de novas armas de fogo para equipamento das forças da ordem.

Esqueceu-se todavia de acrescentar que depois, mesmo que venham a receber essas armas, as forças da ordem ficarão inibidas de usá-las na prática, tais as preocupações oficiais e oficiosas de se tratar o bandido como se ele fosse uma variante sem preço do bom selvagem, apaparicando-o quanto baste e até, se for caso disso, pedindo-lhe desculpa pelos incómodos causados.

Em matéria de segurança e tranquilidade públicas, de defesa da vida, da integridade física e de bens e valores patrimoniais, Portugal está a ficar podre. Este Governo está a ajudar ao apodrecimento. E ainda se quer que Manuela não interpele o primeiro-ministro por ele não dizer uma palavra sobre o assunto? Ora façam o favor de ir bugiar!
"

Vasco Graça Moura

UM PAÍS DE CAMPEÕES

"Os resultados não se vêem só pela conquista de medalhas", disse um treinador de atletismo que integra a extrovertida delegação portuguesa a Pequim. E com razão. As medalhas recompensam apenas a aptidão física. Injustamente, o Comité Olímpico Internacional não oferece nenhum prémio à criatividade, de longe o grande talento nacional. Correr e saltar são exercícios de que qualquer bruto é capaz. Mas quem consegue desencantar, de aparente improviso, aquelas fabulosas justificações que os atletas portugueses atiram aos media após cada falhanço?

Além do clássico instantâneo "De manhã só é bom é na caminha", desabafo que deixou uma nação a espumar ódio sobre o lançador de peso Marco Fortes, tivemos o "A égua entrou em histeria com medo do ecrã de vídeo" (torneio de dressage, não me peçam explicações: sei que envolve cavalos ou, no mínimo, éguas), o "Não sou dada a este tipo de competições" da lançadora de martelo que ficou em 46.º lugar (entre 50), o velejador que acusou a má-língua da Internet, o corredor que "bloqueou" face ao "estádio cheio" e levou uma "tareiazinha", a judoca que lutou "contra os árbitros", etc.

Sinceramente, isto tem graça. O público não acha. Enquanto não explodiu de orgulho com o "ouro" de Nelson Évora, a esquizofrenia caseira remoeu fúrias contra os 14 milhões de euros gastos em gente "indigna" de "representar" Portugal, sem notar que os derrotados, desprovidos de particular brilho ou condições, é que representam literalmente Portugal.

Portugal, no desporto e no resto, é assim esfarrapado nos feitos e exímio nas desculpas. Em Pequim, Nelson Évora foi a rara excepção, que o público exalta no absurdo pressuposto de que pode partilhar ou beneficiar do seu sucesso. Eis uma revelação chocante: não pode. Por um lado, porque o sucesso implica o trabalho que Évora teve e as audiências aos gritinhos não tiveram. Por outro lado, porque a glória olímpica não induz o progresso colectivo, pormenor aliás notório no bem-estar das populações de Cuba, Jamaica, Etiópia ou Quénia.

Estes sim, são países mal "representados" em Pequim, na medida em que os "seus" melhores atletas não condizem com a respectiva miséria geral. Os "nossos", salvo Évora e, em parte, Vanessa Fernandes, são a nossa cara, e não me parece que um 1,4 euros sejam um preço elevado para a vermos reflectida ao espelho. Claro que a imagem não é demasiado bonita, donde os resmungos.
"

Alberto Gonçalves

quarta-feira, agosto 27, 2008

Até amanhã e boa sorte!!!

O silêncio é de ouro.

1/ "O responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança e Criminalidade defende que a divulgação de notícias sobre os assaltos que são cometidos no país pode levar ao aumento destes crimes. Leonel de Carvalho sustentou que a cobertura destes acontecimentos “fomentam o sentimento de insegurança das pessoas” (mais aqui)."

2/ "O número de assaltos registados esta terça-feira não é especialmente preocupante, na opinião do responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança, general Leonel Carvalho, uma vez que ele tem «conhecimento de outros dias em que ocorreram igual, ou mesmo mais assaltos (mais aqui)».

Como dizia um comentador: “já estou a imaginar um delinquente em casa, a ver o telejornal e a pensar, fonix já assaltaram mais um banco, fonix, amanhã também tenho que assaltar um. Toca a telefonar ao sócio, com o telemóvel que gamou ao vizinho: Oh Toni, amanhã vamos assaltar um Banco, e o Toni, amanhã não posso, vou assaltar os CTT. Porra Toni, assaltamos o Banco de manhã e a tarde assaltamos os CTT. Então está bem, mas ouve lá, o que vamos fazer depois com tanto dinheiro? Olha, Oh Toni, vamos comprar um BM. Mas ouve lá, o BM podemos sempre pedir emprestado. Então Toni, vamos jantar fora e aproveitamos e assaltamos umas bombas da gasolina também. Mas ouve lá, tu vais declarar isso tudo no teu IRS? Oh Toni, estás maluco dos cabeças, eu não, nunca ouviste dizer que ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão? Ahhh.”

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“Brutais” reflexões.

"Teixeira Lopes espanta-se que "pouco ou nenhum pensamento" a esquerda tenha sobre a insegurança, "a não ser que a polícia é um instrumento repressivo do Estado": "Mas essa, convenhamos, apesar de verdadeira, é uma velha e estafada desculpa para não pensarmos em nada, oferecendo de bandeja à direita o terreno do medo"... (mais aqui)

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A criminalidade é uma coisa muito séria.

"A onda de assaltos e crimes violentos é uma coisa muito séria. É preciso uma estratégia muito adequada para que a imagem de país seguro não seja alterada (mais aqui)"

Cavaco Silva

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"Encapuzados assaltaram gasolineira da via rápida Costa de Caparica (IC21). Levaram dinheiro e assaltaram uma pessoa que estava a abastecer. Sem mostrarem armas (mais aqui)".

Toccata und funge

O que guarda um polícia?

"As vagas de assaltos e outros crimes, em pleno ambiente de crise económica, provocam um natural crescendo de inquietação nas pessoas. O carjacking, por exemplo, é uma prática delinquente violenta. Em tempos de crise há, contudo, quem o entenda como forma desesperada de arranjar dinheiro, porque o carro roubado é vendido nos circuitos do crime organizado.

O mesmo vale para assaltos a bancos e estações de serviço. O que se pode dizer do assalto a um supermercado chega a um desvario de raciocínios que tem muito a ver com a crise, mas quase nada com a realidade dos criminosos.

A ideia consequente é a bóia securitária. Por alguma razão, a presidente da Câmara de Setúbal alerta neste CM para o facto de haver somente 200 polícias para 120 mil habitantes. Lembro de memória uma curiosa estatística. O rácio do número de polícias por criminosos apanhados. Qualquer coisa como 14 polícias por delinquente detido em Washington, nos EUA, uns 16 em Paris, 18 em Londres, e mais de 1200 polícias por criminoso preso na Cidade do México. Quem não ouviu já falar da ‘mordida’ mexicana?

Os cidadãos têm direito à segurança. E a sociedade deve discutir medidas. Contra a ideia feita de aumentar sem fim o contingente de polícias. De facto, o que é que os polícias guardam? O respeito social pela propriedade privada guarda, de certeza, muito mais e melhor
."

João Vaz

Prisão preventiva

"O coordenador do Gabinete de Segurança tem dito que não são "dois ou três casos menos habituais" que fazem uma alteração da criminalidade. Se há coisa que já não funciona no domínio do discurso preventivo é esta tendência para reconduzir Portugal ao velho estereótipo dos brandos costumes.

Sejamos claros: há uma alteração séria do tipo de criminalidade que as polícias enfrentam e que tem vindo a implodir os brandos costumes. Isso acontece quando se mata e assalta pessoas no coração das cidades. Quando se dispara contra tudo o que mexe. Quando se rouba turistas a tiro.

O paradigma mudou. Em Portugal há mais bandos, há mais armas, há uma inusitada facilidade para disparar e um sentimento de impunidade que só existia na criminalidade de colarinho branco. Há uma pulverização absoluta da prisão como meio de sanção e de dissuasão do crime. As polícias deixaram de ter a almofada da prisão preventiva e os juízes defendem-se, até porque são responsabilizáveis em matéria cível.

Que cocktail mais explosivo poderíamos ter: leis que todos os dias desautorizam a Justiça e juízes, condição que tantas vezes é apenas a circunstância de um homem concreto, emparedados no labirinto de um espírito menos livre, seja pela ameaça da responsabilidade civil seja pela subjectividade de uma vingança contra o legislador!?
"

Eduardo Dâmaso

Criminalidade.

"Muitos leitores acusam-me de ceder ao populismo, por abordar o problema da criminalidade. Estão enganados – não o fiz: limitei-me a ler as notícias do jornal. O procurador-geral é que anunciou para esta semana medidas de emergência.

Eu limitei-me a falar da gente humilde, submetida diariamente à violência dos gangs e dos grupos de fedelhos organizados, e que nunca sabe se, no regresso de um dia de trabalho, encontra a casa intacta ou vandalizada. Gente que não pode deixar os filhos sair à rua, porque tem medo de que sejam assaltados ou que comecem a roubar. A ligeireza com que se despreza a ‘pequena criminalidade’ é assustadora, porque é a que atinge directamente as pessoas que andam a pé e que têm de esperar pelo autocarro numa paragem deserta, sujeitas a ameaças ou a violência
."

Francisco José Viegas

Os salários

"Segundo notícias de ontem, o Benfica oferece a Luis García um salário mensal a rondar os 284 mil euros, qualquer coisa como 57 mil contos na moeda antiga.

O negócio arrasta-se quando há negociações porque, às vezes, nem negócio existe. Apenas “circo”. Alternativas nascem como cogumelos porque há muitos jogadores, há empresários e a valorização dos “activos” através dos jornais alimenta a expectativa.

Reyes é, agora, o futebolista mais bem pago do plantel benfiquista: 220 mil euros (44 mil contos). Significa que o Benfica decidiu aumentar a sua folha salarial, independentemente da responsabilidade de exigir ao atleta espanhol rendimento compatível com o ordenado e outras compensações.

Pablo Aimar aufere 150 mil euros (30 mil contos) e Carlos Martins “quadruplicou o salário que tinha no Sporting”, ganhando agora 24 mil contos.

Se é verdade que o Benfica necessita de aumentar a qualidade do seu plantel e não sendo absolutamente certo que isso só se faz através do pagamento de salários muito altos (o inflacionamento dos passes dos jogadores não é uma realidade de hoje e poucos se preocupam com isso porque há muita gente, no futebol, a quem essa situação interessa, sob o pífio controlo de alguns Governos sobre as operações de transferência, na sua vertente fiscal e do ponto de vista da verdade em relação às verbas declaradas), a gestão de um balneário que sofre um abalo desta natureza não é fácil. Luisão e Katsouranis estão satisfeitos?

Acresce a “coincidência” do interesse (?) de vários clubes “ingleses” na contratação de Di María. Parece mais evidente que o Benfica tem jogadores a mais para os flancos. Se o argentino custou (no total) 8 milhões, como se pode recusar uma proposta (real?!) de 20?

O Benfica não pode continuar a contratar sem vender, embora me pareça que Di María pode ser o melhor flanqueador entre as soluções por ora apresentadas. Má decisão, portanto, se a atracção por Reyes e Urreta corresponder à desvinculação de Di María.

Estas contratações só podem acontecer através do financiamento dos bancos e da reestruturação do serviço da dívida. É um jogo perigoso
."

Rui Santos

VERDES DE RAIVA

"Antigamente, as pequenas comunidades tinham sempre os seus malucos de estimação, os quais, na falta de cuidados médicos, corriam pelas ruas, com olhos transtornados e pouca roupa, a anunciar o fim do mundo. Apesar dos avanços nas prestações de saúde, as sociedades modernas têm o Greenpeace. O Greenpeace é uma associação especializada em informar a humanidade de que a humanidade não deveria existir e que, já que desgraçadamente existe, tudo o que lhe diz respeito é vergonhoso, intolerável e catastrófico. "Tudo" não é exagero: para os membros do Greenpeace, qualquer pretexto permite amaldiçoar o semelhante. Do aquecimento global aos casacos de pele, da poluição à guerra no Iraque, os "activistas" (agora chamam-lhes assim) da seita arranjam com encantadora facilidade motivos de protesto e apocalipses para o dia seguinte.

O que não arranjam são provas. A história da Greenpeace é um já longo relato de patranhas deliberadas, erros inadvertidos, exageros e imprecisões. Às vezes, os "activistas" até acertam, mas apenas na medida em que um carro desgovernado pode percorrer cem metros e não atropelar os transeuntes. É uma probabilidade remota: regra geral, o Greenpeace atropela os factos e, por simpatia dos media, a imputabilidade.

Em Portugal, por exemplo, os bloqueios da associação ao desembarque de madeiras proibidas que afinal não eram proibidas ficaram célebres. Que se saiba, os prejuízos dos importadores ficaram por pagar. Com nenhuma legitimidade, a Greenpeace denuncia. Com escassa ciência, a Greenpeace falha. Com pleno descaramento, a Greenpeace safa-se airosamente e ascende a um prestígio que não se entende.

Ou entende-se: à luz da estranha culpa que sentimos por vivermos como vivemos. E, descendo ao pormenor, por comermos como comemos, a deixa para o Greenpeace trazer uma barcaça a Lisboa a fim de nos explicar que possuímos "um apetite insaciável" e de nos aconselhar a ingestão de peixes "sustentáveis". Insustentável é a soberba de uma senhora da barcaça, que nos invectivou, com maus modos, a reduzir o consumo de bacalhau. Um dia, quando se apurar que, contas feitas, era a tainha que estava em risco, a senhora provavelmente não vai pedir-nos desculpa. Certamente eu não lhe pedi a opinião.

Essa é, aliás, a única vantagem da Greenpeace. Se não lhe reconhecemos autoridade, não lhe devemos obediência, bênção que merece todas as comemorações possíveis: à Brás, à espanhola, assado, no forno, à Zé do Pipo, à lagareiro, com grão, à Gomes de Sá
"

Alberto Gonçalves

terça-feira, agosto 26, 2008

26 de agosto de 1967.


Nasce Brian Epstein. No dia em que o convidaram a aderir a uma banda chamada Quarrymen, o jovem George Harrison, então com 15 anos, já tinha formado o seu próprio grupo. Era uma coisa sem grandes ambições, chamada The Rebels, com ele e o irmão a tocarem em festas a troco de quantias irrisórias e comida à discrição. Não lhe foi difícil trocar os "rebeldes" pelos "pedreiros". E, sem o saber, dava nesse momento o passo mais importante da sua vida. Daria outro, mais tarde, mas poucos se aperceberam disso. Foi quando pôs todo o seu esmero de guitarrista na gravação de um tema tradicional, "My Bonnie", que ele e os seus novos companheiros registaram na Alemanha para a Polydor, num disco em que faziam de banda de suporte a Tony Sheridan. Nessa altura, já John Lennon inventara outro nome para o grupo, cruzando batida (beat) com escaravelho (beetle) até chegar a The Silver Beatles e depois a The Beatles.

Mas o famoso maestro Bert Kaempfert não gostou, achou-o com pouco impacto comercial (mal ele sabia quanto se enganava!) e transformou-os em Beat-Brothers... Pois foi como Beat-Brothers (agora o disco já por aí circula, com o nome original dos Beatles) que eles gravaram "My Bonnie", com Harrison a brilhar na guitarra. Ora no dia em que um jovem entrou na maior loja de discos de Liverpool e pediu "My Bonnie" na versão dos Beatles deparou com um vendedor admirado. Ele, cuja loja se gabava de ter tudo, não sabia quem eram. E decidiu procurá-los no "Cavern", onde tocavam. O homem, que além de vendedor era proprietário da loja, chamava-se Brian Epstein.

Em 3 de dezembro de 1961, os Beatles encontravam-se com Brian Epstein na sua loja para discutir a possibilidade dele empresariar a banda. Uma semana depois concordaram que Brian deveria ser o empresário. Um contrato foi preparado com início dia 1 de fevereiro de 1962 e duraria cinco anos, tendo cada uma das partes a opção de rescindir, avisando com 3 meses de antecedência.O contrato foi assinado pelos Beatles em 24 de janeiro de 1962. Curioso é que Brian nunca assinou esse contrato, pedindo aos Beatles que acreditassem em sua palavra, afirmando que nunca os enganaria. .

Os termos diziam que Brian teria 10% de comissão sobre rendimentos até GBP 1,500.00 e 15% sobre rendimentos acima de GBP 1,500.00. Em 1963 o percenagem de Brian aumentou para 25% e este percentual era calculado antes das despesas serem deduzidas.Em 26 de junho de 1962, Brian fundava a NEMS Enterprises Limited, uma agência de entretenimento separada da NEMS (Northern End Music Stores) que era de propriedade da família Epstein em Liverpool. Começou com 100 Libras em acções, divididas entre ele e o seu irmão, Clive Epstein. Em 27 de abril de 1964 aumentou o capital para 10 mil libras em acções, com 5 mil para ele próprio, 4 mil para seu irmão e 250 para cada um dos Beatles.Estes 10% de participação dos Beatles na NEMS era um presente que Brian fazia questão de tornar público, exibindo-o como prova de que ele não estava ali para enganar a banda.


Em março de 1964 a NEMS contava já com um quadro de 15 empregados e em 1966 este número já atingia a marca dos 80 funcionários divididos por 5 escritórios. Brian contratou, entre outros, Gerry & the Pacemakers, Cilla Black e Billy J. Kramer. Em 1963, grupos descobertos pelo empresário eram responsáveis por cerca de 85 músicas no TOP das 100 britânicas.Pensa-se que o empresário dos Beatles manobrou nos bastidores. Embora negasse sempre a história, próximos dele, afirmam que ele encomendou 10 mil cópias do primeiro single dos Beatles, LOVE ME DO, para a sua loja de discos com o objectivo de colocar a música nos hits.Algumas pessoas chegaram a caracterizar Brian como um devotado, porém ingênuo empresário. Em certa ocasião perdeu 750.000 mil libras quando um cobrador de impostos viagarista pediu-lhe dinheiro para eliminar o verdadeiro imposto a ser pago. Um outro exemplo foi o contrato de merchandising, que dava em retorno apenas 10% das vendas brutas. Posteriormente ele renegociou esse contrato em 1964, mas somente depois de deixar de ganhar uma soma incrível estimada em 100 milhões de dólares.

Voltando à ingenuidade de Brian, o grande empresário dos Beatles também falhou renegociação do miserável contrato dos Beatles com a EMI por dezessete meses, permitindo que um ridículo e insignificante royalty ficasse intacto até que o contrato fosse novamente renegociado em novembro de 1966.Em 1967, o Financial Times estimava que Epstein tinha uma fortuna à volta de 7 milhões de libras (mais de 55 milhões de dólares). Quando faleceu no segundo semestre daquele ano, foi descoberto que sua fortuna era menor devido ao jogo e elevados gastos.Brian Epstein foi encontrado morto em seu quarto, sábado 26 de agosto de 1967. Tinha então 32 anos. No dia 8 de setembro o médico legista emitiu um veredicto de morte acidental devido a uma overdose de Carbitol, que contém a toxina brometo, resultante dos comprimidos que le tomava para a insônia. O médico legista confirmou que a morte foi devido a um acúmulo de bromato no seu organismo, inconsistente com suicídio, que requer uma dose grande e única. A polícia encontrou 17 vidros de comprimidos de várias espécies em sua casa. O memorial aconteceu em St. John´s Wood, próximo a casa de Paul em Abbey Road, dia 17 de outubro de 1967, e ele foi enterrado em um cemitério judeu em Long Lane, Liverpool. O funeral foi restrito à família e nenhum dos Beatles compareceu, embora tenham estado presentes ao memorial.

A sua morte os Beatles iníciou o declínio dos Beatles..

Site Brian Epstein.

Até amanhã e boa sorte!

Jornalismo.

Título: "Portugueses são dos que menos trabalham na União Europeia"

Notícia: "Portugal faz parte da maioria dos países onde os horários semanais não chegam às 42 horas. Contudo, o Luxemburgo é o país onde se trabalha menos horas: 39,9 horas em média por semana (mais aqui)".

A Rússia e os "outros"

"O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou esta terça-feira o reconhecimento da independência das repúblicas separatistas georgianas da Ossétia do Sul e Abkházia, contra todos os apelos lançados pela comunidade internacional (mais aqui)".
"A invasão da Geórgia não se limitou a mostrar o quanto o Iraque enfraqueceu, espiritual e materialmente, os EUA. Também mostrou que não existe um substituto para a liderança americana. A missão diplomática europeia foi célere, mas totalmente ineficaz. A União Europeia (UE) está, aliás, profundamente dividida em relação à Rússia. Os estados-membro que no passado integravam o império soviético estão determinados a resistir às intimidações da Rússia. A Alemanha e outros estados-membro receiam ofender Putin se acelerarem a entrada da Ucrânia e de outras antigas repúblicas soviéticas na Nato e na UE. Os EUA têm ainda de definir como irão lidar com a Rússia. E a Europa também – o problema é que não pode nem vai fazê-lo.

Para haver liderança é preciso ultrapassar a questão do Iraque. Infelizmente, para os cidadãos das antigas repúblicas soviéticas e para os seus vizinhos da Ásia Central, isso ainda vai levar algum tempo
"

Taxas de juro.

"A subida das taxas de juro está imparável. De acordo com o Banco Central Europeu, foi em Portugal que as taxas de juro dos créditos à habitação mais avançaram no conjunto dos países da Zona Euro. Um aumento quase duas vezes superior à média do clube da moeda única (mais aqui)".

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E a criminalidade continua a diminuir...

1/ "O ataque de encapuzados, armados de facas e bastões, anteontem, a atletas num jogo do Ínsua Clube, levou, esta segunda-feira, o governador civil de Viana a reunir com o comandante da GNR e este a prometer vigiar Moledo diariamente. As autoridades já têm conhecimento de que mais cenas de violência promete o gangue que invadiu, anteontem à tarde, as instalações do Ínsua Clube, e agrediu violentamente os membros de uma das equipas de futebol de salão, que disputava um torneio, provocando dois feridos (mais aqui)."

2/ "Atingiu a tiro a mulher que tinha bebé ao colo (mais aqui)"

3/ "Assaltaram bombas no intervalo do jogo (mais aqui)"

4/ "Estação dos CTT assaltada em Setúbal (mais aqui)"

5/ "PSP identifica gangue juvenil suspeito de 16 furtos (mais aqui)"

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Praia de Carcavelos

"Cascais: Assaltos a restaurantes repetem-se na praia de Carcavelos (mais aqui)"

Parece que a praia do “Não Arrastão” (mais aqui) continua a um espectáculo. Só mesmo para veraneantes em busca de sensações fortes…

All Those Years Ago

TODAS AS QUINTAS

"Enquanto os moradores da Quinta do Mocho, da Quinta da Fonte e das restantes quintas que embelezam o concelho de Loures trocam tiros, a autarquia local oportunamente inaugurou a Quinta das Mós. Trata-se de 210 fogos destinados a cidadãos inscritos no velhinho Programa Especial de Realojamento, que até agora viviam em condições impróprias e a partir de agora passam a viver em condições mais impróprias, pois toda a gente sabe que os bairros "sociais" do género gueto (uma redundância) obrigam pessoas pacatas a traficar drogas, a pegar em armas e a disparar sobre o semelhante como se não houvesse alternativa.

Curiosamente, há alternativa. Bastava, para isso, que as câmaras municipais não construíssem guetos, ou que os mitómanos da pobreza protestassem os guetos desde o seu início, ou que os pobres, com ou sem aspas, recusassem à partida as chaves de entrada nos guetos. E que, em última instância, a acção policial tivesse consequências. Por azar, as câmaras constroem, os autarcas brilham, os mitómanos calam e os pobres aceitam, todos contentinhos, a habitação gratuita. E a Justiça portuguesa é a Justiça portuguesa.

Não tarda que alguns dos moradores imponham na Quinta das Mós o quotidiano de pequeno crime ou grande vadiagem que define lugares assim, não tarda que os moradores sem cadastro se queixem à TVI do "clima de insegurança", não tarda que comentadores indignados surjam indignadíssimos a condenar a edificação do gueto em causa e a absolver os residentes, não tarda que a sociedade se consuma em dores.

Aliás, não tardou mesmo nada. Logo na cerimónia de inauguração do bairro, três dos presuntivos moradores estrearam uma sessão de pancadaria que levaria um polícia ao hospital e dois populares à esquadra. A pândega animou graças à participação de um grupo de descontentes com a renda das casas que lhes foram atribuídas. A renda, talvez valha a pena lembrar, é simbólica. Não vale a pena dizer que o episódio também
. "

Alberto Gonçalves

Tranquilidade

"Com o ministro sentado no seu gabinete, com um telemóvel na mão, o sítio está tranquilo.”

O Verão neste sítio cada vez mais mal frequentado está verdadeiramente tranquilo. Não se passa nada de preocupante. Na política, na economia, na segurança e na vidinha dos indígenas que andam por aí a gastar combustível em auto-estradas, itinerários principais e estradas nacionais a fingir que estão a gozar umas férias extraordinárias. Claro que só mesmo os irresponsáveis se permitem descansar numa altura em que a economia não sai do sítio, com tendência para abrandar, e os políticos preparam com grande empenho e entusiasmo o regresso à conversa fiada, aos discursos balofos, aos lugares-comuns habituais.

Quem não é irresponsável e anda a trabalhar que nem um doido é o senhor ministro da Administração Interna. Mas não está sozinho. Andam por aí uns bandidos à solta a fazer horas extraordinárias e o resultado está bem à vista. Assaltos a carrinhas de valores, a bombas de gasolina, a ourivesarias, tiroteios de Norte a Sul do sítio. Enfim, um festival de violência que o senhor ministro acompanha de perto, no seu gabinete do Terreiro do Paço, sempre de telemóvel na mão a dar apoio às forças de segurança que não têm mãos a medir para acorrer a tanto crime. E que ainda por cima têm trabalho a dobrar quando um qualquer magistrado liberta uns bandidos presos na véspera e a polícia os apanha horas mais tarde, com as mesmas armas, a fazer novo golpe.

Mas como o senhor ministro da Administração Interna foi um dos pais do novo Código de Processo Penal e não foi de férias, o sítio pode estar perfeitamente tranquilo. Enquanto o senhor ministro estiver no gabinete, com um telemóvel à mão é certo e sabido que a tranquilidade está totalmente garantida. Totalmente é uma forma de dizer, porque andam por aí umas almas subversivas, como um director da Polícia Judiciária, a dizer que os indígenas têm de se habituar a viver com a criminalidade violenta.

Esta afirmação é de uma injustiça absoluta. Então está um senhor ministro no seu gabinete no Terreiro do Paço, de telemóvel na mão, sem férias, a tomar nota dos crimes que se cometem no sítio e vem um alto funcionário pôr em causa essa dedicação? Não pode ser. É por isso que o PSD fez mal ao pedir a demissão do senhor ministro. Com o senhor ministro sentado no seu gabinete do Terreiro do Paço, com um telemóvel na mão, o sítio está tranquilo, os criminosos actuam com tranquilidade e os indígenas assistem com total tranquilidade a este festival de violência
."

António Ribeiro Ferreira

Criminalidade

"É visível que em Portugal tem abundado o crime sem castigo. Muitos que prevaricam ficam impunes.

1. Parece ser dominante a opinião de que o combate e a punição da criminalidade são insuficientes. Muitos referem que os crimes crescem devido à falta de punição e de medidas preventivas.

É visível que em Portugal tem abundado o crime sem castigo. Muitos que prevaricam ficam impunes. Os que dispõem de poder económico contratam bons defensores e conselheiros, conseguindo escapar às confusas malhas da lei. Criminosos de outro cariz social acolhem-se na protecção de seus gangs.

A defesa dos criminosos deveria consistir apenas em verificar seus graus de culpa, atenuantes, motivações. Não seria de os ajudar com mentiras, ocultações, estratagemas dilatórios. Não seria de aconselhar os criminosos a negar crimes praticados nem a ocultar ou destruir provas. Estes actos são ilegítimos e ilegais. Os criminosos têm de ser castigados e não auxiliados na ocultação dos crimes ou nas suas práticas. Também nas cumplicidades tem de haver punições.


2. A Constituição da República quis dar guarida ao ideal – que todos somos iguais, que a priori não se pode ou não se deve discriminar uns dos outros. Assim, consignou no seu artigo 13º: a) todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. b) ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social

A Constituição prescreve também (artigo 27º) que “todos os cidadãos têm direito à liberdade e à segurança.”

E também indica, no seu artigo 24º, o direito à vida, indicando que “a vida humana é inviolável…”


3. Os ideais consignados na Constituição têm sido muito proclamados e elogiados. Todavia, há também que proclamar que na vida real actual são notórias condutas fora de mínimos de normalidade.

Entendemos não se dever qualificar de iguais todos os nossos concidadãos. Há bons cidadãos, alguns com extraordinárias qualidades humanas, e há maus cidadãos, de mau carácter, que enganam, roubam e alguns até matam ou, pelo menos, mostram-se manifestamente perigosos.


4. É assim também cada vez maior o número de pessoas que se mostram incomodadas com a alusão de que a culpa dos crimes resulta mais da sociedade injusta e que esta é que faz surgir a delinquência. E também já incomodam as frases bonitas tradicionais, designadamente a de que “é preferível cem criminosos à solta a um inocente preso”. Cidadãos comuns, perante o crescimento da criminalidade, proclamam ideias inversas e, exigem prevenção do crime e mão pesada para os criminosos.


5. São fundados os receios dos cidadãos perante criminosos à solta, por más sentenças, abandono de provas substanciais por carências formais, falhas processuais, caducidades, prescrições. Hoje, quem tem liberdade de circulação por toda a parte são os criminosos; velhos, crianças e até demais cidadãos comuns não se afoitam a sair à rua e menos passear em muitas zonas das terras onde vivem, receosos de serem assaltados, roubados, agredidos ou mortos.


6. Não se estranha que a generalidade dos cidadãos, se interrogue se não será melhor a sociedade ter legislação mais punitiva, penalizando até, na dúvida, a inocência. Será mal menor, nas circunstâncias actuais, a sociedade penalizar inocentes, porquanto grave, grave, é inocentar criminosos. Isto porque os justos são honestos, bons, têm mais capacidades de resignação e de perdão e não se queixarão nem se vingarão. Inversamente, deixar criminosos em liberdade é voltar a acontecer o mal. Se são doentes que sejam tratados, vigiados, sujeitos a medidas de segurança. No verão repetem-se os crimes de incêndio praticados por reincidentes deixados à solta. Há que impedir que voltem a incendiar.

Os cidadãos comuns não se chocam com discursos contra leis vigentes, pois consideram-nas excessivamente brandas em relação aos criminosos; e criticam os tribunais, entre o mais, pelo seu moroso funcionamento. Estão fartos de ser vitimados. Mostram-se cada vez mais indignados, revoltados
."

Rogério Fernandes Ferreira

segunda-feira, agosto 25, 2008

Até amanhã e boa sorte!!!

Turismo em Portugal.

"Um cidadão alemão foi baleado esta segunda-feira na estação de Boliqueime, Loulé, alegadamente por resistir a um assalto (mais aqui)".
O ministro, para salvar o turismo, sempre pode mostrar as estatísticas aos alemães que eles facilmente vão concluir que o compatriota deles era azarado. Então não é que o único crime que acontece mensalmente acontece logo com ele?

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Justiça de qualidade.

"A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta segunda-feira a detenção de um homem em Lisboa, suspeito de violar uma jovem de 19 anos quando esta regressava a casa, escreve a Lusa. O suspeito de 26 anos, um imigrante que se encontra em situação ilegal em Portugal, já foi interrogado e ficou sujeito a apresentações periódicas, com proibição de contactos com a vítima e de frequentar certos locais (mais aqui)".

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E a criminalidade continua a diminuir...

1/ "Militares da GNR agredidos (mais aqui)"

2/ "Agente da PSP baleado (mais aqui)"

3/ "Morto com 2 tiros à porta de boîte (mais aqui)"

4/ "Trio mata idosa em roubo falhado (mais aqui)"

5/ "Assaltantes aos tiros em dois cafés (mais aqui)"

6/ "Assalto a posto à mão armada (mais aqui)

7/ "Assaltam ourives e Galp (mais aqui)"

8/ "Dois homens armados com uma pistola e uma faca assaltaram ontem a bomba de gasolina da Redil, na rua Castilho, junto ao Estabelecimento Prisional de Lisboa. Os indivíduos, com sotaque brasileiro, ainda abasteceram a mota antes do assalto (mais aqui)".

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Wish You Were Here

Realidade estatística

"Portugal está um país mais inseguro e violento? Os responsáveis governamentais e policiais têm-se esforçado por fazer o discurso da prevenção, assegurando com base em dados estatísticos que continuamos a ser um país pacato. É certo que esse é o domínio em que se tem de mover o discurso político e institucional. Tem de comunicar segurança, controlodasituação, confiança.

Não pode daí vir o rastilho do alarmismo. E desejável será sempre que ele também não venha do saudável confronto entre partidos políticos. Acontece, porém, que o crescimento inusitado da violência e o uso recorrente e cada vez mais letal das armas de fogo estão a tornar a situação explosiva. Já todos percebemos o quão perigoso é circular nas periferias, nos centros, nas estradas secundárias ou auto-estradas deste País. A isso responde-se com uma boa investigação criminal, mais polícias na rua, com maior pressão sobre as zonas mais sensíveis, investidas permanentes contra as armas ilegais, proliferação da videovigilância, cooperação entre forças policiais e encarando, de vez, que é preciso mudar algumas regras no recrutamento e formação de polícias. Seguramente, não se responde com estatísticas que não dão qualquer espécie de conforto a ninguém
."

Eduardo Dâmaso

DIVÓRCIO ESCANDALOSO

"Por acaso, discordo do veto presidencial à lei do divórcio. Já escrevi aqui, e não tive entretanto motivos para mudar de ideias, que o casamento unilateral deve ser bem mais tortuoso do que o divórcio (relativamente) unilateral. Além disso, não compreendi um dos principais argumentos do prof. Cavaco, que se opõe a que o marido que "agride a mulher ao longo dos anos" possa "obter o divórcio independentemente da vontade da vítima de maus tratos". A "vítima de maus tratos" não abdica dos ditos? As referências femininas do prof. Cavaco devem habitar regiões profundas do masoquismo.

Dito isto, também não consigo alcançar a ira da esquerda perante o veto e o encanto da esquerda com a nova lei. Ouvi por aí críticas ao "conservadorismo retrógrado" de Cavaco e louvores à "mudança civilizacional" que o regime proposto representa.

O escândalo é exagerado. Não é inédito: desde que vindas da esquerda, até as medidas decentes chegam envoltas em pompa regeneradora e fardas de guerrilha. Se contrariadas, as medidas justificam logo a devoção à "causa" e os apelos à "luta", ainda que ninguém perceba o ardor de uma e a necessidade da outra. Para os senhores da esquerda, cada insignificância social convoca de imediato as massas para a defesa dos direitos civis, sempre brutalmente ameaçados e a reclamar "fracturas" urgentes. Os senhores da esquerda só não comparam as nossas liberdades às vigentes no Irão porque, no fundo ou nem sequer no fundo, acham o Irão uma sociedade tolerável. Os senhores da esquerda são completamente desconexos e mortalmente chatos. Imaginemos a infeliz que se casou com um por descuido: a que desumano martírio pretende o prof. Cavaco condená-la?
"

Alberto Gonçalves

domingo, agosto 24, 2008

24 Agosto de 79 DC

Mount Vesuvius erupts. The cities of Pompeii, Herculaneum, and Stabiae are buried in volcanic ash. The city of Pompeii, along with Herculaneum and many smaller places around the Bay of Naples, were Roman municipalities destroyed during an eruption of the volcano Mount Vesuvius in 79 CE. The eruption was described by Pliny the Younger (see below), whose uncle Pliny the Elder died after travelling across the bay with a flotilla of naval vessels to save some of those trapped in the seaside towns.

Herculaneum (modern Italian Ercolano) was an ancient Roman town of the Italian region of Campania. It is today most famous for having been preserved, along with Pompeii, in the eruption of Mount Vesuvius beginning on August 24, A.D. 79 that destroyed the towns, burying them in ash that has hardened into volcanic tufa. A pyroclastic flow preceded the main eruption, killing many residents, whose bodies were encased in ash that preserved their last moments in casts. In contrast to Pompeii, Herculaneum was a smaller town with a wealthier population at the time of its destruction.

The city of Stabiae was at the foot of Mount Vesuvius, and therefore was one of the communities damaged by its eruption in 79 AD. Some few people got away from the initial lava, and told others of the coming erruption, but succumbed to the ash as it started to fall. The intensity of the heat probably bogged them down to let the ash overcome them. Stabiae was actually some miles south of Pompeii, a seaside resort like Baiae. It survived the eruption but was almost destroyed when the surge column, or most of the airborn mass ejected by the volcano, collapsed.

The Roman statesman and naturalist (and General) Pliny the Elder ended his failed rescue mission to Herculaneum at Stabiae (some sources are taken to indicate he simply went to Stabiae to observe the eruption, giving no heed to those stuck on the shore at Herculaneum). He died there having choked on the poisonous volcanic gasses he had inhaled during his stay there during the eruption of Vesuvius. His nephew Pliny the Younger left behind a detailed record of the Vesuvius eruption that became in essence the first modern scientific description. Geologists now describe a type of subaerial volcanic eruption as "Plinian".

Wikipedia

24 de Agosto de 410


Roma é saqueada por Alarico. Com a morte de Teodósio em 395, os visigodos, chefiados por Alarico, reiniciaram os ataques, ameaçando Constantinopla. Mediante negociação diplomática, foram desviados para a Grécia, que saquearam e destruíram durante anos, sobretudo Corinto e as cidades do Peloponeso. Em 401, após novas negociações diplomáticas, as autoridades de Constantinopla fizeram com que Alarico fosse para a Itália. Lá chegando, depois de duas tentativas, os visigodos cercaram a cidade de Roma, nela penetrando na noite de 24 de agosto de 410. Durante três dias Roma foi saqueada e incendiada. No dia 27, Alarico evacuou a cidade, levando consigo reféns, entre os quais a irmã do imperador. Tomando a direção sul, destruiu Cápua e atingiu o estreito de Messina. De lá pretendia passar para a Sicília e tomar depois o rumo da África, onde pretendia se fixar. Porém, sua morte súbita, ainda naquele ano, fez os visigodos mudarem de plano.

Enquanto o Império estava ocupado em defender-se dos visigodos, uma série de ondas invasoras se iniciava no norte, o que acabaria resultando na queda do Império Romano Ocidente.

Sultan of Swing

E a criminalidade continua a diminuir...

"Um homem, de 33 anos, tentou ontem à tarde, em Peniche, roubar um carro no interior do qual se encontravam duas crianças, de 8 e 13 anos, filhos da condutora. O assaltante ainda conseguiu ligar o motor e fazer marcha-atrás, mas foi impedido de seguir viagem por populares, que se aperceberam da situação e conseguiram retirá-lo do carro e imobilizá-lo até à chegada de um carro-patrulha da PSP (mais aqui)".
Se não fossem os populares o que sucederia às crianças?

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O atendedor de "call-center"

"Os "call-centers" são úteis. Mas tornaram-se o símbolo da sociedade portuguesa do início do século XXI. Nos "call-centers", as perguntas e as respostas estão praticamente pré-definidas, facilitando o diálogo entre clientes e fornecedores de serviços.

Têm um problema: têm dificuldades em responder às questões que não estão no guião. Isto é: sendo uma perfeição em termos de algoritmos, recusam as questões que fogem ao que está programado. O que lhes sobra em tecnologia, falta-lhes em filosofia.

Respondem ao "como", não respondem ao "porquê". Não custa perceber porque é que José Sócrates atira foguetes ao ar quando é inaugurado um "call-center". A ideologia de Sócrates é o guião de um "call-center". Todas as perguntas e respostas estão programadas. O discurso do primeiro-ministro é o de um atendedor de "call-center".

Exemplo: no guião servido por Sócrates, são reclamados 133 mil novos empregos no País desde que está no Governo; na lista de respostas não está a que possa dizer quantos se perderam no mesmo período. Ou quantos têm o seu local de trabalho em Espanha.

Mas compreende-se. O discurso político de Sócrates resume-se a um algoritmo: cada comando do seu computador ideológico só pode conter uma resposta a uma pergunta pré-definida, porque só sabe efectuar uma tarefa. Que não admite questões. Quando se misturam tarefas com questões que podem ser contraditórias, o "menino de ouro" deixa de ter o Toque de Midas ao seu dispor. O "call-center" de Sócrates gira à volta de uma palavra: "spin".
"

Fernando Sobral

É urgente travar o crime

"Tendo em conta dados estatísticos que asseguram que não há hoje mais criminalidade violenta do que há um ano atrás, convenci-me de que estas ondas de assaltos são epifenómenos com tendência a esbater-se. Agora, já não tenho essa opinião. Não há jornal que não traga em destaque acções criminosas de diverso tipo, a ocorrer diariamente, sendo cada vez mais sofisticados os métodos e os meios usados pelos criminosos. Os assaltantes mostram uma tal ousadia que nenhum património está protegido.

Semana sim, semana não, um banco é assaltado, há dois dias uma carrinha blindada foi abalroada por especialistas que usavam armas automáticas e explosivos, um assalto a ourivesaria em Setúbal terminou com a morte do proprietário, ontem, uma bomba de gasolina teve sorte semelhante, caixas de multibanco, em todos os lugares, até na entrada de tribunais, são arrancadas com enorme aparato, quase todas as semanas... e tudo isto é uma gota de água no oceano, porque os assaltos de esticão, a entrada em casas particulares, o carjacking são o pão de cada dia.

Ou seja, o País desenvolveu uma casta de criminosos, alguns ‘com estágio’ nas capitais do crime, uns são nacionais, outros importados e sem trabalho, que começo a ficar com a ideia de que as polícias não conseguem dar conta do recado. São muitos gangs, usam armas sofisticadas, actuam em todos os cenários, têm ‘serviços’ de informações eficazes, são invulgarmente violentos e começam a provocar o medo nas populações, de norte a sul do País.

Certamente, as autoridades têm um diagnóstico perfeito da situação, mas não se nota a eficácia das suas decisões, porque o crime em vez de diminuir aumenta. Isto exige a intervenção ousada do Governo, para evitar que o País se transforme num paraíso para a ‘fina flor do crime’. Há muitas razões para explicar esta criminalidade em catadupa. Umas decorrem da situação económica do País, do desemprego, etc. Mas outras são mesmo a entrada de ‘catedráticos’ do crime que vêm cá fazer uns assaltos em tempo de férias. A polícia portuguesa é muito qualificada, mas desconfio de que chegue para as encomendas. Cruzo-me nas ruas de Lisboa com muitas viaturas da PSP e da Polícia Municipal (na caça à multa), mas não me sai da cabeça que, há uns meses atrás, um cidadão fugia de um grupo enfurecido e se refugiou numa esquadra da polícia.

Como só havia um elemento de serviço, o cidadão foi espancado dentro da esquadra. Há qualquer coisa que não está a correr bem. É preciso agir com firmeza para travar estes crimes. Quanto mais rápido melhor. Lisboa não pode ser a cidade mais insegura da Europa
. "

Emídio Rangel

sábado, agosto 23, 2008

Cocaine

A grande rebaldaria

"Estes legisladores de meia-tigela tinham obrigação de saber que ninguém é obrigado a casar”

O PR vetou a lei do divórcio, deixando em muito mau estado o mais recente brinquedo do PS com que PCP e BE também gostam de brincar, e aplaudiram pensando que com isso nos brindavam com uma magnifica manifestação de progressismo sócio-cultural. Coitados. Julgam-se liberais num combate de vida e de morte com conservadores empedernidos e avessos à modernidade. Os cavaleiros da luz nesse interminável combate contra as trevas. Mas não passam de uns pobres diabos incapazes de imaginar, sequer, que o bom senso é uma das notas mais importantes da acção político-legislativa.

Querem eliminar a culpa numa relação onde (quando conflitual) existe sempre, necessariamente, (pelo menos) um culpado, que com este inesperado presente dos socialistas e suas prestimos as sucursais verá branqueados os seus mais ou menos ignóbeis comportamentos sem censura adequada. Com esta lei o único fundamento do divórcio passará a ser ‘porque sim’. Tudo bem. O PS, para proteger os mais incautos, até pode eliminar o casamento civil e promover (explicitamente) as uniões de facto. Mas ‘vender’ a violação de contratos, sem fundamento que o justifique, apelando a um suposto progressismo, é pouco menos do que grotesco. E um péssimo exemplo que só pode vir de quem também não cumpre as suas obrigações mínimas.

Para melhor se entender, o que o PS propõe é como se numa outra qualquer relação contratual uma das partes anunciasse que não iria cumprir o contrato porque lhe não apetecia fazê-lo. E a lei lho consentisse.

É a fotonovela Cristiano Ronaldo/Real de Madrid/Manchester sobre cumprimento de contratos a dar cabo da mioleira do luso legislador.

A superficialidade sócio-filosófica da lei agora vetada é um verdadeiro mimo. Para os autores da lei e os que a aprovaram parece que o casamento não é um contrato livremente celebrado entre adultos conscientes e de boa fé, mas, pelo contrário, uma grilheta de que é imperativo libertá-los. É uma espécie de castigo, uma ratoeira em que as pessoas caem, por culpa do legislador (que não soube fazer melhor), e de que, por isso, é urgente libertá-los para que todos possamos viver felizes para sempre.

Ora estes legisladores de meia-tigela tinham obrigação de saber que ninguém é obrigado a casar. Casa quem quer e (em princípio) com quem quer. E sabe ao que vai.

Epílogo: aqui para nós, acho que quem deixa que o Estado regule as suas mais íntimas relações pessoais, podendo não o fazer, não pode passar sem castigo. Ele aí está
."

João Marques dos Santos

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