terça-feira, setembro 30, 2008

30 de setembro de 1955.


Aos 24 anos de idade, James Dean morre num trágico acidente de automóvel. Dean ficou famoso por interpretar jovens problemáticos. Ao todo, foram três filmes na sua curta carreira; "Vidas Amargas"(1954), "Juventude Transviada"(1955), o qual ele também co-produziu, e "Assim Caminha a Humanidade", lançado nos cinemas em 1956, um ano após a sua morte.

Até amanhã e boa sorte!

Realojamento CRIL

"A construção da Circular Regional Interior de Lisboa já obrigou ao realojamento de cerca de mil famílias na última década (mais aqui)".
É verdade. Tudo teve direito a uma casinha (ex: Bairro do Casal de Mira, Casal da Boba – ler aqui e aqui) à conta dos otários que pagam impostos. E não podem dizer que é um "ghetto" (ler aqui)”…

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Petróleo

"Petróleo perde 10 dólares num dia (mais aqui)"
Claro que esta queda vai ser reflectida brevemente em Portugal…

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Curiosidades.

"A vereadora do PS responsável Acção Social da Câmara de Lisboa, que até ao final do ano passado pagava 146 euros de renda à autarquia por uma casa de duas assoalhadas no centro da cidade, na Rua do Salitre, tem uma reforma de cerca de 3350 euros (mais aqui)".

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A chave

"A estabilização que Katsouranis trouxe ao meio-campo encarnado após o intervalo do dérbi, tal como já acontecera na segunda parte em Nápoles, evitando o descalabro, pode ter recolocado o grego na posição central de onde nunca devia ter saído.

Primeiro com Petit, agora com Yebda – será assim tão difícil de perceber? Com um núcleo estável, combativo, pressionante, esclarecido e solidário, o Benfica pode colocar em rodízio todo o manancial de recursos criativos - Di María, Reyes, Aimar e Carlos Martins. A táctica em campo deve ser comandada por jogadores tácticos, cerebrais e frios. Katsouranis é a chave do Benfica, mas foi difícil de encontrar
."

João Querido Manha

Let me down easy

Estão todos loucos

"Cantando e rindo, com um ‘Magalhães’ debaixo do braço, as crianças irão felizes para a escola de sonho, sem exames e sem chumbos”.

Uma universidade do sítio, provavelmente sem mais nada de interessante para fazer, decidiu elaborar um estudo sobre o custo das explicações para as famílias que não só desconfiam da excelência do ensino público como têm a sorte de poder gastar algum dinheiro do seu orçamento para ajudar os filhos a falarem melhor a língua do sítio e não serem analfabetos em Matemática. Caiu o Carmo e a Trindade.

Os autores deram o tom e alguma Comunicação Social amplificou a indignação que varreu este sítio manhoso, hipócrita, cada vez mais pobre e cada vez mais mal frequentado. O problema com as malditas explicações é que a sua existência é um caso flagrante de desigualdade social. Porque, a exemplo do Sol, as explicações só são aceitáveis se forem para todos, sem excepção. Ricos, pobres e remediados. Caso contrário, devem ser pura e simplesmente proibidas ou, em alternativa, acabe-se com os motivos que levam as famílias a procurar explicadores para os filhos. Isto é, enterre-se de vez os malditos exames, que não só provocam um insuportável stress às criancinhas como criam essa execranda figura que é o chumbo, na versão antiga e autoritária, ou retenção, na versão socialista e moderna, que não magoa tanto os sensíveis ouvidos de pais, professores e alunos.

A sugestão do fim dos exames não partiu de qualquer grupo de cábulas, putativos delinquentes, nem de um bando de bêbedos apanhados à saída de uma taberna por uma qualquer televisão sequiosa da opinião popular ao vivo e em cima da hora. Não. A proposta veio das confederações de pais, essas misteriosas organizações que ganharam estatuto de parceiro social sabe-se lá como e porquê. Uma sugestão que caiu bem na 5 de Outubro, com uma ministra a bramar contra essa gritante desigualdade social e a prometer uma vigilância apertada aos energúmenos que dão aulas na escola pública e que não têm qualquer pudor em receber uns cobres extras com explicações a meninos ricos e betinhos que assim conseguem melhores notas nos malditos exames. Uma ministra que, diga-se em abono da verdade, tem um sonho que mostra definitivamente como o sítio não só é pobre, manhoso e cada vez mais mal frequentado mas como está a resvalar perigosamente para a loucura.

O sonho da ministra da Educação é acabar com os chumbos, perdão, as retenções. E assim, cantando e rindo, com um ‘Magalhães’ debaixo do braço, as crianças irão felizes para a escola de sonho, sem exames e sem chumbos.
"

António Ribeiro Ferreira

Pactos de silêncio

"No Outono de 1989 conduzi na RTP os debates entre os candidatos a Lisboa. O grande confronto foi PS/PSD. Duas candidaturas notáveis. Jorge Sampaio, secretário-geral, elevou a política autárquica em Portugal a um nível de importância sem precedentes ao declarar-se candidato quando os socialistas viviam um dos seus cíclicos períodos de lutas intestinas. O PSD escolheu Marcelo Rebelo de Sousa.

No debate da RTP confrontei-os com a fotocópia de documentos dos arquivos do executivo camarário do CDS de Nuno Abecassis. Um era o acordo entre os promotores de um enorme complexo habitacional na zona da Quinta do Lambert e a Câmara. Estipulava que a Câmara receberia como contrapartida pela cedência dos terrenos um dos prédios com os apartamentos completamento equipados. Era um edifício muito grande, seguramente vinte ou trinta apartamentos, numa zona que aos preços do mercado era (e é) valiosíssima. Outro documento tinha o rol das pessoas a quem a Câmara tinha entregue os apartamentos. Havia advogados, arquitectos, engenheiros, médicos, muitos políticos e jornalistas. Aqui aparecia o nome de personagem proeminente na altura que era chefe de redacção na RTP.

A lista discriminava os montantes irrisórios que pagavam pelo arrendamento dos apartamentos topo de gama na Quinta do Lambert. Confrontados com esta prova de ilicitude, os candidatos às autárquicas de 1989 prometeram, todos, pôr fim ao abuso. O desaparecido semanário Tal e Qual foi o único órgão de comunicação que deu seguimento à notícia. Identificou moradores, fotografou o prédio e referiu outras situações de cedência questionável de património camarário a indivíduos que não configuravam nenhum perfil de carência especial. E durante vinte anos não houve consequência desta denúncia pública.

O facto de haver jornalistas entre os beneficiários destas dádivas do poder político explica muito do apagamento da notícia nos órgãos de comunicação social, muitos deles na altura colonizados por pessoas cuja primeira credencial era um cartão de filiação partidária. Assim, o bodo aos ricos continuou pelas câmaras de Jorge Sampaio e de João Soares e, pelo que sabemos agora, pelas câmaras de outras forças partidárias. Quem tem estas casas gratuitas (é isso que elas são) é gente poderosa. Há assessores dispersos por várias forças políticas e a vários níveis do Estado, capazes de com uma palavra no momento certo construir ou destruir carreiras. Há jornalistas que com palavras adequadas favoreceram ou omitiram situações de gravidade porque isso era (é) parte da renda cobrada nos apartamentos da Quinta do Lambert e noutros lados. O silêncio foi quebrado agora que os media se multiplicaram e não é possível esconder por mais vinte anos a infâmia das sinecuras. Os prejuízos directos de décadas de venalidade política atingem muitos milhões.

Não se pode aceitar que esta comunidade de pedintes influentes se continue a acoitar no argumento de que habita as fracções de património público "legalmente". Em essência nada distingue os extorsionistas profissionais dos bairros sociais das Quintas da Fonte dos oportunistas políticos que de suplicância em suplicância chegaram às Quintas do Lambert. São a mesma gente. Só moram em quintas diferentes. Por esse país fora.
"

Mário Crespo

Rebuçados

"De uma coisa estarão os eleitores portugueses livres nas quatro campanhas eleitorais que se avizinham: a ASAE garante que não há no mercado rebuçados chineses.

De resto, não faltarão guloseimas, agora que a sondagem publicada pelo Diário Económico na passada sexta-feira mostrou que as intenções de voto no PCP e Bloco de Esquerda perfazem 23 por cento. Isto é, um em quatro eleitores. A esquerda deixou de ser um nicho de mercado eleitoral de maneira que, à falta de rebuçados com leite em pó chinês eventualmente "enriquecidos" com melamina, nas campanhas eleitorais não faltarão outros açúcares, para adoçar a boca dos desencantados com as maravilhas do "socialismo moderno": lambarices, acepipes, bombons, confeitos, gulodices, chupa-chupas, gomas, bolinhos, biscoitos e outras delicadezas.

Confrontado com a falta de comparência da oposição de direita, o PS vê-se acossado pela esquerda, como seria de calcular. A direita não tem propriamente razões de queixa da política governamental, o que terá contribuído para o definhamento do PSD. Tem sido em matérias sociais que o Governo PS mais tem fustigado os portugueses com uma austeridade de que não se vê fim à vista: vem desde os governos de Mário Soares, nos idos de 80, e só teve uma vaga folga, para alguns, quando se abateram sobre Portugal os milhões de Bruxelas: para além dos milhões da "formação" que deram para tudo, mas não para todos, houve emprego sazonal na construção de auto-estradas a tempo da campanha eleitoral seguinte.

Ou seja: com tanta doçaria, as quatro campanhas eleitorais vão contribuir para a engorda dos portugueses. Mas não faz mal. Passadas as eleições volta a ginástica das aflições e o aperto do cinto
. "

João Paulo Guerra

PARA QUANDO A 'PLAYSTATION' PORTUGUESA?

"Ao contrário de Pacheco Pereira, gostei da propaganda, perdão, das reportagens da RTP em volta da entrega do famoso Magalhães, o computador mais português produzido no estrangeiro. Numa época de amargura, a televisão do Estado esmerou-se em mostrar as criancinhas felizes, as professoras felizes e o eng. Sócrates, em pleno exercício das funções comerciais a que se reduziu, felicíssimo. E riam porquê? As criancinhas, pelo brinquedo que ganharam. As professoras, pelos nervos decorrentes da visita de sua excelência. E sua excelência pelos votos que tamanha generosidade eventualmente trará.

O eleitor médio talvez questione o custo da generosidade governamental (o repórter da RTP médio nem isso). Porém, não lhe ocorre questionar a contribuição dos computadores para o desenvolvimento dos fedelhos. Nos tempos que correm, o computador é fundamental, não é? Curiosamente, há quem discorde.

João Miranda já escreveu no DN sobre as limitações óbvias: colocados perante uma máquina cujo funcionamento os ultrapassa, os alunos não aprendem nada excepto o uso do rato. Mas parecem existir complicações adicionais. Nos últimos anos, frequentes estudos alertam para as desgraçadas consequências dos computadores no ensino: o que, a olhos públicos, passa por um instrumento incontornável de acesso à era tecnológica pode ser, afinal, uma distracção e um obstáculo à aquisição de conhecimentos básicos.

Pior, o computador subverte a relação das crianças com o mundo "exterior", e o retrocesso em curso não carece de estudos comprovativos. O convívio com os meninos e as meninas de hoje basta para constatar as dificuldades de concentração e "sociabilização" que exibem: regra geral, trata-se de umas coisinhas tolhidas e dependentes, uns zombies hiperactivos que não lêem, não respondem a estranhos e não mantêm a mesma actividade por um período superior a dez minutos. A não ser, claro, que a actividade inclua uma geringonça electrónica e botões.

No mundo "normal", onde também se distribuem computadores e onde também se faz propaganda da distribuição, o efeito dos ditos na peculiar evolução da espécie tem causado crescente apreensão. Em Portugal, onde a educação trocou de vez o ensino de ciências pelo festival informático, causa somente entusiasmo. Recentemente, uma investigadora da Faculdade de Psicologia do Porto decidiu que atafulhar as escolas de computadores, Internet e videoconferências não chega, e exige que as consolas de jogos se juntem ao pacote. Segundo a senhora, as consolas "desenvolvem a coordenação motora, a estratégia, a resolução de problemas, a pesquisa e a exploração". No mundo de bonecos em que os jogadores e a tal investigadora habitam, não duvido. No mundo real, isto anda um bocadinho mais complicado
."

Alberto Gonçalves

Porcelain Heart

segunda-feira, setembro 29, 2008

Esperem que o pó levante…


Ao que parece a proposta de escapatória dos criminosos de Wall Street que provocaram o cataclismo do subprime não passou no Congresso.
Era simples:
Nacionalizar os prejuízos e privatizar os lucros.
Os touros e os ursos( no sentido americano do termo) de um lado e os camelos do outro.
Por cá, foi feito por todos os políticos que estiveram nos governos de Abril, os que nacionalizaram e destruíram empresas em nome das novas economias e do socialismo ao bom estilo soviético e depois a venda ao desbarato aos amigos e padrinhos da nova máfia instalada nos corredores do poder.
Continua assim sendo.
Os tribunais e as polícia paralisadas de um lado e as chamadas entidades fiscalizadoras do outro, fizeram o seu trabalho, ocupar os lugares e receber os escandalosos vencimentos e as chorudas mordomias e à saída mesmo que a pedido as indemnizações, como chamam aos subsídios de reintegração, nome de facto adequado num sítio onde a semântica não bate a “bota com a perdigota”, neste caso até bate, porque se dá a possibilidade dos assaltantes do estado do sítio serem reintegrados com chorudas indemnizações.
Ainda pouco se sabe, sobre a tempestade que se irá gerar, depois do chamado bailout não ter surtido efeito, espera-se que os políticos de Washington de há 25 anos a esta parte, se suicidem, como habitualmente faziam os homens de bem, mas não é disso que estamos a falar.
Bem pode a figura ridícula deste cada vez mais ridículo governo, falo cá do sítio, e desta ridícula oposição deste ridículo regime, dizerem que estão em desacordo, mas o facto é que não estão e não há excepções, todos roubaram e pensam continuar a roubar o chamado estado deste sítio cada vez mais mal frequentado.
Da banca e do sector financeiro espera-se que comecem a pagar pelos jogos de casino em que entraram, como se espera nos EUA, mas como o mundo dá muitas voltas decerto será inventado, ou tentada, uma inventona, para salvar os banqueiros e homens das finanças a que se chama agora de indústria financeira, e o seus empregados políticos eleitos.
Não se sabe de facto o que aconteceu com o BCP (ponta do iceberg), e decerto não se sabe o que se irá passar com muitos outros que jogaram e estão dependentes e ancorados na banca estrangeira, a seguir ou junto, virão os fundos de pensões e os seguros.
Já há muito tempo e muito antes disto tudo, os que falavam na crise subprime foram insultados e apelidados de alarmistas, porque era prejudicial ao mercado, mas se o mercado não era jogo de roleta, então a psicologia não deveria contar, afinal os economistas das universidades e faculdades, sabiam tudo, não deveria ser?
Blair dizia hoje ou ontem, pouco importa, afinal libertou-se da coleira do dono, e já não tem aquele ar de pittbull, (decerto faz parte da arte de bem representar) que a globalização criou o problema e a solução deverá ser global.
Pois é, continua a querer morder, ainda não percebeu que a globalização e o freemarket com a desregulação e aquelas coisas do Consenso de Washington, lhes caíram também em cima e será muito provável que o saco que representa o Consenso tenha de ser virado ao contrário, ou seja, estados fortes, estados com características diferentes devem ter soluções diferentes, porque as nações são diferentes.
Afinal aquilo que o iluminismo nas suas várias facetas quis impor pela força, ou seja, tornar a humanidade homogénea, é um mito, pelo simples facto de um japonês, ser diferente de um americano, de um inglês, de um brasileiro, de um chinês e por aí adiante, como queriam as organizações supranacionais controladas pelos senhores do clube Bild, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial, que decerto muitos se lembram. A Nova Zelândia teve o seu Wellfare State destruído por esta gente, a Argentina comeu do mesmo, o Brasil, Portugal, o México e tantos outros.
O pó ainda nem levantou, esperemos que ao se levantar o Cavaleiro do Apocalipse, não seja uma nova gripe espanhola, reciclada, que não tem nada a ver com a gripe dos passarinhos como alguns idiotas ligados a uma coisa a que chamam de saúde pública por aí propalam, porque se a solução for através das teorias malthusianas, 1 500 000 000 almas vão desaparecer. Demasiado conspirativo? Assim espero?
Mas a mente humana já mostrou do que é capaz.

· If we don't significantly reduce our ever-increasing military spending now, then the bankruptcy of the United States is inevitable. We don't have much time left.
Bowing to public outrage, the House rejects the bailout and Wall Street swoons. It's another deep shock to the system--but an invigorating moment for democracy.
William Greider

Why aren't we helping homeowners directly with their debt burden? Why aren't we helping American families faced with bankruptcy. Why aren't we reducing debt for Main Street instead of Wall Street? Isn't it time for fundamental change in our debt based monetary system, so we can free ourselves from the manipulation of the Federal Reserve and the banks? Is this the United States Congress or the board of directors of Goldman Sachs? Wall Street is a place of bears and bulls. It is not smart to force taxpayers to dance with bears or to follow closely behind the bulls.
Kucinich – Congressista do Ohio

29 de Setembro 106BC - 48BC

Born and die Pompey the Great. Gnaeus or Cnaeus Pompeius Magnus (born in September 29, 106 BC and die in September 29, 48 BC), was a distinguished military and political leader of the late Roman republic. Hailing from an Italian provincial background, he went on to establish a place for himself in the ranks of Roman nobility, and was given the cognomen of Magnus — the Great by Sulla.

Pompey was a rival and an ally of Marcus Licinius Crassus and Gaius Julius Caesar. The three politicians would dominate the Late Roman republic through a political alliance called the First Triumvirate. After the death of Crassus, Pompey and Caesar would dispute the leadership of the entire Roman state.

More in Wikipedia.

Até amanhã e boa sorte!!!

As vantagens do SMS.

"Nereida afirma-se «incomodada» pelo facto de Ronaldo ter terminado a relação de 7 meses por SMS e não pessoalmente. "Era muito bom na cama e foi por isso que fiquei com ele. Fizemos sexo na noite em que nos conhecemos" (mais aqui)".
Eis algo que esperamos o PS não ter esquecido na nova lei do divórcio e que reflecte o brutal avanço civilizacional que actualmente vivemos: o fim do casamento por SMS.

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Taxas Euribor.

"As taxas dos principais mercados monetários internacionais, em particular as taxas Euribor, registam hoje uma forte subida, depois das operações de salvamento de vários bancos nos dois lados do Atlântico aumentaram os receos de que mais instituições financeiras irão falhar, levando os bancos a tentarem acumular dinheiro (mais aqui)".
Será boa política secar a fonte?

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Gangs perigosos na Costa de Caparica.

"Bonde dos Caxabaxa ou Bonde dos Mete Bala. Os nomes são sugestivos. Os grupos assumem-se como representantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa brasileira responsável por vários motins nas cadeias. Na Costa de Caparica, Margem do Sul, às portas de Lisboa, encontram-se brasileiros pertencentes ao gang. São jovens e, tal como os membros do Primeiro Comando Português, com ‘sede’ em Setúbal, conversam na internet, onde apregoam os seus ideais de violência (mais aqui)."
Ora, toda a gente sabe que não há gangs e que 99,9 por cento dos imigrantes são trabalhadores…

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MANUEL SEBASTIÃO

"O PRESIDENTE da Autoridade da Concorrência, que promete sempre investigações (depois inconclusivas, em regra) quando as queixas e suspeitas sobre o preço dos combustíveis se tornam ensurdecedoras, fez, mais uma vez, o papel de entidade virtual e inexistente neste processo. Pior: deixou que o ministro Manuel Pinho politizasse a sua função, substituindo-se-lhe na prática ao exigir a redução nos preços das gasolinas. Até que ponto deixará ir a desautorização e descredibilização do seu cargo?"

JAL

Lei do Divórcio

"A APROVAÇÃO da Lei do Divórcio por uma maioria parlamentar de dois terços – tornando meramente dilatório um eventual novo veto presidencial (apesar de tudo possível, porque o diploma sofreu alterações, ainda que não substanciais) – ignorou as reservas expressas por Cavaco Silva na mensagem que enviou à Assembleia da República fundamentando o respectivo ‘chumbo’. O fim do divórcio litigioso e a eliminação da culpa como elemento de ponderação na dissolução do casamento perspectiva injustiças grosseiras que o Legislador procura iludir remetendo para a equidade e bom senso do Julgador. Acontece que o papel dos juízes é precisamente o de aplicadores das leis e não o de seus subversores. Se a lei permite que qualquer um dos cônjuges ponha termo ao casamento apenas porque sim, bem pode argumentar o outro (por exemplo doente) com os seus direitos (por exemplo, o dever de assistência do primeiro). O que a nova lei do divórcio faz é com que o contrato de casamento tenha menos efeitos para o incumpridor do que um negócio de mercearia. E se o Legislador, assim, tanto desvaloriza o casamento, por que raio e com que sentido quer agora discutir o direito dos homossexuais à sua celebração? Mero capricho é o que é e ao que esta gente reduz o casamento... e também o divórcio."

MRamires

E a criminalidade continua a diminuir...

"CRIMES VIOLENTOS EM AGOSTO

BRAGA

29 de Agosto Trio assalta bombas de gasolina de Sobreposta

'Pedi para recuarem o carro porque estavam longe da bomba, mas eles responderam que não valia a pena porque queriam dinheiro.' Joaquim Esteves, 56 anos, funcionário da bomba.

PORTO

Dia 2 Comerciante baleado em assalto na rua do Zaire.

Dia 6 Homem esfaqueado no bairro fonte da Moura.

Dia 17 Tiroteio à porta da discoteca Via Rápida, na Zona Industrial.

Dia 27 Homem apanhado a assaltar carros e residências, no Porto.

VILA NOVA DE GAIA

Dia 1 Assalto a banco em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia.

Dia 20 Casal de namorados escapa a tentativa de carjacking.

Dia 21 Transportador de tabaco assaltado e sequestrado por gang.

'Desde o início do ano já fui roubado oito vezes', diz António Raposo, proprietário de empresa de transporte de tabaco.

AVEIRO

Dia 20 Homem sequestrado por três indivíduos.

Dia 21 Agressão a agente da PSP.

Dia 25 Assalto com arma branca.

VISEU

Dia 9 Três encapuzados assaltam posto da Galp. Levam mil euros.

Dia 18 Tiroteio no bairro da Paradinha, sem feridos.

Dia 22 Três homens armados assaltam casa.

GUARDA

Dia 19 Café assaltado.

Dia 24 Furtam GPS, dinheiro, documentos e 2oo litros de combustível a camiões estacionados.

COIMBRA

Dia 5 Dois homens detidos pela PSP a tentar furtar um carro.

Dia 6 Cofre de 300 quilos roubado de bomba de gasolina.

Dia 7 Homem esfaqueado no peito por assaltante.

Dia 21 Café na Baixa da cidade, a Tasca da D. Graça, assaltado pela 15ª vez neste ano.

Já lá vão 15 assaltos à Tasca da D. Graça desde Setembro do ano passado. 'Um estabelecimento assaltado tanta vez vai para o Guinness, ironiza Vítor Pereira, marido da proprietária.

LEIRIA

Dia 13 Homem de 33 anos agride várias pessoas na rua.

Dia 14 Mulher encapuzada furta mala de carro parado em semáforo.

SANTARÉM

Dia 2 Explode um engenho artesanal num estacionamento.

Dia 9 Dois homens assaltam bar encerrado, furtando dinheiro e bens.

Dia 24 Homem de 76 anos dispara caçadeira no quintal de casa.

Dia 26 Desconhecidos assaltaram residência e levaram todo o ouro.

'São uns toscos, cometeram o assalto com a cara destapada e com as mesmas roupas com que estiveram no bar' José Vitorino, dono de bar de Santarém.

LISBOA

Dia 3 Agosto Três homens esfaqueados nas Docas de Alcântara.

Dia 7 Dupla armada assalta BES de Campolide e faz dois reféns.

Dia 12 Agosto Dupla assalta casas no bairro de Santa Catarina, espanca e manieta residentes.

Dia 14 Assalto armado a Banco Popular na Av. Visconde Valmor.

Dia 15 Homem esfaqueado em Campo de Ourique.

Dia 23 Dupla armada assalta gasolineira na rua Castilho.

Dia 24 Fogo posto destrói dois carros na Penha de França.

Dia 26 Homem armado assalta Banif na Alta de Lisboa.

Dia 27 Assalto a ourivesaria.

Dia 28 Dupla faz carjacking e dois assaltos à mão armada.

'Ultrapassei a situação vivida no BES, mas a onda de criminalidade é preocupante. É um problema nacional, alimentado pelo sentimento de impunidade, que está a fomentar um ovo de serpente.' Teresa Paiva, médica, refém no assalto ao BES de Campolide.

SETÚBAL

Dia 6 Trio armado assalta Lidl na Estrada de Algeruz.

Dia 9 Dupla armada assalta talho Extracarnes e faz 11 reféns.

Dia 18 Trio armado assalta Minipreço na Estrada do Alentejo.

– Assalto a posto da Galp na Av. Inf. D. Henrique.

Dia 19 Dupla rouba por carjacking.

– Dupla dispara sobre homem que perseguiu até casa.

Dia 20 Dupla armada assalta ourivesaria e mata proprietário.

Dia 26 Gang armado assalta CTT de Montebelo e faz dez reféns.

'Vivemos com medo. Nunca sabemos quem é a próxima pessoa a entrar. Os clientes temem ser assaltados e os funcionários vivem aflitos', diz Andressa Sousa, gerente do talho Extracarnes.

ÉVORA

Dia 13 Homem agredido até morte em casa, no bairro do Escurinho.

'Temos de ter tudo trancado. Há 30 anos que moro aqui e nunca dormi tão mal', diz Faustino Clementino, residente no bairro do Escurinho.

PORTIMÃO

Dia 2 Detido com droga.

Dia 9 Incêndio de origem criminosa em esplanada.

Dia 13 Traficante de droga detido na praia da Rocha.

Dia 14 Traficante de droga de 40 anos detido no centro de Portimão.

Dia 20 Homem de 30 anos detido com droga na praia da Rocha.

Dia 22 Assalto a bomba de gasolina de Portimão .

Dia 24 Detido com droga na praia da Rocha.

Dia 25 Mulher ameaçada com faca pelo marido.

Dia 30 Homem baleado à porta de casa.

FARO

Dia 16 Agressão a agente da PSP.

Dia 19 Agentes da PSP ameaçados com facas.

Dia 29 Assalto aramado em café.

Dia 31 Dois idosos detidos por tentarem roubar mala no aeroporto.

– Casal detido por roubo.

'Levaram a máquina de tabaco com 300 maços e 70 euros em notas.' Graciano Viegas, proprietário de café assaltado
."

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Say what you want

Os génios ganaciosos

"A crise financeira destruiu a elite de Wall Street, a banca investimento. Das cinco grandes estrelas só duas se mantêm independentes depois do vendaval e com sérias dificuldades: Goldman Sachs e Morgan Stanley.

Das outras três, uma (Bear Sterns) foi salva da falência ‘in extremis’ por uma intervenção das autoridades americanas, que patrocinaram a operação de compra lançada pelo JP Morgan; outra (Merrill Lynch) foi vendida por metade do valor de há um ano ao Bank Of America e o Lehmam Brothers faliu.

O que é curioso é que nos últimos cinco anos estas instituições declaram 93 mil milhões de lucros e pagaram aos seus administradores as fabulosas quantias de três mil milhões de dólares. Nunca alguém ganhou tanto por tão mau serviço. A engenharia financeira era tão engenhosa que oferecia produtos tão sofisticados que, quando começou a crise subprime no Verão passado, tudo começou a ruir como se fosse um castelo construído com baralhos de cartas.

Os accionistas do Merrill Lynch perderem 50 mil milhões de dólares num ano, mas o presidente do banco Stanley O’Neal recebeu 172 milhões de dólares de 2003 a 2007. Foi a ganância destes génios financeiros que ajudou ao descalabro da economia. E por causa dessa ganância o Mundo está mais pobre e mais perigoso
. "

Armando Esteves Pereira

Urgência.

"O pluralismo é assim mesmo. Cada um pode dizer o que bem entenda, pois haverá sempre quem diga o contrário.

E foi assim que tendo António Arnaut, o autor da lei do Serviço Nacional de Saúde, declarado que o ex-ministro socialista Correia de Campos foi quem deu “a machadada final” no Serviço Nacional de Saúde, o próprio ex-ministro tem vindo com insistência a manifestar opinião diametralmente contrária, altamente favorável à sua actuação na alegada reforma do serviço público. Não havendo quase ninguém para louvar a sua obra – coroada com o afundamento em todas as sondagens de opinião e com o despedimento do Governo –, louva-se Correia de Campos num livro acabado de publicar e em entrevistas que se multiplicam a propósito da iniciativa editorial.

Em palavras, o ex-ministro é agora tão socialista como no PREC foi gonçalvista. Acontece que há mais alguma coisa, para além das palavras, para avaliar hoje o ex-ministro da Saúde. Há uma sistemática liquidação de estabelecimentos e serviços públicos de saúde, em localidades onde, obviamente por coincidência, se aprontam ou perfilam alternativas privadas. E ninguém convence ninguém que os privados avancem onde não haja potenciais utentes em número suficiente para responder à oferta de serviços e estabelecimentos de saúde.

Ontem, em entrevista ao 24 Horas, o ex-ministro verteu o derradeiro argumento a favor da sua alegada dedicação ao Serviço Nacional de Saúde: “Se tiver um acidente na rua peço por tudo que me levem a uma urgência pública”. O ex-ministro que peça principalmente às alminhas que, no caso de se verificar tão infausta como indesejada situação, a urgência pública mais próxima não tenha sido fechada durante o seu consulado
."

João Paulo Guerra

‘Show’ Sócrates

"Com a crise financeira internacional Sócrates surge fulgurante com a virgindade política regenerada.

A grande novidade política é o PS e “A Força da Mudança”. Em crescendo para as eleições, Sócrates revela um inesgotável talento teatral. Num volte-face digno de uma comédia romântica, Sócrates recorre à narrativa da mudança e afirma que a alternativa a Sócrates continua a ser Sócrates. A mensagem para os portugueses é tão óbvia quanto brutal – não é preciso mudar quando Sócrates é a mudança. A arrogância da afirmação confirma o talento do primeiro-ministro para a ficção e atesta a incompetência da oposição para o confronto político. Finalmente, Portugal chegou ao fim da história e Sócrates é o último e Grande Timoneiro.

No mundo do primeiro-ministro, Sócrates faz tudo bem mesmo quando tudo à sua volta parece correr mal. No fundo, o primeiro-ministro acumula a lucidez e a infalibilidade dos grandes líderes. Em termos políticos, Sócrates é um objecto não identificado, espécie de híbrido político em que tudo tem lugar e faz sentido. Politicamente, o primeiro-ministro é um conjunto de partes que não chegam a completar uma unidade orgânica coerente. Esta característica explica a natureza artificial da imagem política do primeiro-ministro. A eficácia de Sócrates resulta de uma identidade política volátil e de uma concepção plástica da política.

Observe-se o ‘slogan’ e o comício da ‘rentrée’. “A Força da Mudança” reclama a força de Mitterrand, apela à mudança de Obama e recorre ao estilo leve e moderno de Zapatero. Quanto ao discurso político, Sócrates reduziu o PS a uma coligação entre uma vaga ideologia de progresso e uma ideia de igualdade. O velho socialismo morreu com Sócrates e os socialistas aplaudem a sua morte.

O comício socialista mostrou ainda que o primeiro-ministro é uma fénix na política nacional. Responsável pelo controle do ‘deficit’ e pouco mais, com a crise financeira internacional Sócrates surge fulgurante com a virgindade política regenerada. O primeiro-ministro deixou de ser responsável pelo que se passa e pelo que não se passa no país, uma vez que todos os problemas têm origem na profunda crise financeira internacional. Revigorado, renovado e livre de responsabilidades passadas, Sócrates renasce das cinzas de um país que parece não ter governado. O primeiro-ministro Sócrates é hoje uma vítima como todos os portugueses. A condição de vítima humaniza o primeiro-ministro, mas deixa o país sem destino político.

Em Portugal, o consumo de antidepressivos é o triplo da média europeia. Já é um avanço quando o progresso ajuda a suportar o atraso
."

Carlos Marques de Almeida

HELSÍNQUIA TECH

"Embora deteste regressar a textos próprios, não tenho culpa de que um finlandês resolvesse repetir o acto do seu compatriota que, há perto de um ano, matou oito pessoas numa escola. Na altura, lembrei aqui a criminalidade da Finlândia (das maiores do Ocidente), a taxa de homicídios local (das maiores da Europa), a proporção de armas por habitante (das maiores do mundo) e a abundante generosidade do seu sistema penal.

Aparentemente, estes pormenores não contam. Sempre que um moço indígena entende metralhar quem lhe surge à frente, a tragédia é recebida com inaugural espanto. Agora que o sr. Saari despachou dez infelizes, toda a gente ficou tão atarantada quanto em 2007, a perguntar-se o que justifica semelhante crime num lugar em que nada justifica o crime. "Como foi possível no país modelo?", perguntava o Público na primeira página.

Curioso. Se alguma coisa comparável acontece nos EUA, o espanto é nulo e a justificação imediata. Num instante irrompem peritos a descrever, com inequívoco gozo, a violência e a "cultura da morte" que estruturam a sociedade norte-americana, ainda que o autor do maior massacre do género (o da universidade Virginia Tech) tenha sido um coreano de passagem.

Já no paraíso "social" que inspira meio mundo, do eng. Sócrates ao dr. Louçã, o facto de as pessoas se matarem e agredirem com intensidade comparável nunca remete para a violência. Especialistas aflitos tentaram em vão perceber se os finlandeses se matam por tédio, ou por excesso de conforto, ou por melancolia resultante da prosperidade, ou por desmesurada bondade, etc. No caso americano, o contexto explica de imediato. No caso finlandês, o contexto torna inviável a explicação.

O ideal, pois, é trocar de contexto, e felizmente houve uma ou duas almas esclarecidas que imputaram as chacinas finlandesas à "imitação", leia-se a imitação do que acontece nos EUA. Em suma, a culpa, como afinal não poderia deixar de ser, é da América e da sua temível "cultura de morte". Assim ficamos todos muito mais descansados: eu, você, os especialistas, o eng. Sócrates, o dr. Louçã e a maravilhosa mas algo influenciável Finlândia
."

Alberto Gonçalves

domingo, setembro 28, 2008

Skin deep

28 de Setembro de 1952.

Sylvia Kristel (born September 28, 1952 in Utrecht, Netherlands) is a Dutch actress and model. When she was 17 she began modelling. She entered the Miss TV Europe contest, in 1973, and won. She has an IQ of 164, thus, was able to skip four grades in school. She speaks Dutch, English, French and Italian. Throughout the mid-1970s she dated Belgian writer Hugo Claus. She gained international attention in 1974 for playing the title character in the soft core film Emmanuelle which remains one of the most successful French films ever produced.

Kristel found herself typecast as Emmanuelle and often played roles that captialized upon that image, most notably starring in an adaptation of Lady Chatterly's Lover, and a nudity-filled biopic of World War I spy, Mata Hari, in which she played the title role. Her Emmanuelle image followed her to the United States where she played Regina Copoletta, a maid who seduces a teenage boy, in the controversial 1981 sex comedy Private Lessons. One of her only other mainstream American film appearances was a brief comic turn in the Get Smart revival film, The Nude Bomb in 1980. She continues to appear in movies, and last played Emmanuelle in the early 1990s.

Kristel has a son named Arthur, who is also an actor. She currently resides in Amsterdam, Netherlands.

Wikipedia

Seguros de vida imunes à crise do subprime, e que valem a pena

Tão perto de nós...

O banco hipotecário britânico Bradford & Bingley deverá ser nacionalizado hoje na sequência da tentativa falhada das autoridades reguladoras e do Tesouro da Grã-Bretanha em encontrar um comprador para impedir a falência, revelou hoje o Financial Times.
Nos últimos 12 meses as acções da instituição registaram uma quebra superior a 93%. O elevado grau de exposição a créditos de alto risco e a corrida aos depósitos, nas últimas semanas, colocaram-no na mesma situação do banco Northern Rock, nacionalizado desde Fevereiro. A forte contracção do mercado hipotecário britânico deixa pouca margem de manobra às autoridades.
Ou assumem o controlo da instituição, e dão garantias aos depositantes que o seu dinheiro está em boas mãos, ou é decretada a falência.
Na Bélgica, o banco Fortis também suscita preocupações.
Ontem, o ministro belga das Finanças, Didier Reynders, reconheceu as condições adversas do mercado e informou os media que “se fôr necessário” o governo tomará as medidas adequadas à situação. “Garantimos que nenhum cliente, nenhum depositante, será abandonado”, prometeu.
As acções do banco belga-holandês caíram a pique depois de terem surgido notícias sobre a corrida aos depósitos.
Na sexta-feira, a instituição, que opera na área da banca e dos seguros, viu as suas acções registarem uma quebra de 20%.
As perdas acumuladas nas últimas 52 semanas ultrapassam os 30%.
A descapitalização do banco começou em 2007, com o investimento de EUR 24,2 mil milhões na compra do banco ABN Amro da Holanda, em consórcio com o Royal Bank of Scotland e o Banco Santander.
A crise financeira global agravou-se desde então e atirou o banco belga-holandês para a lista dos condenados.
O Fortis é o maior empregador privado da Bélgica e gere contas de um 1,5 milhões de particulares. MRA Dep. Data Mining
Não vai chegar o marketing, nem a censura...

São tudo bons rapazes e a Galp tem uns poços e Lula tem os políticos do sítio.

Máfia das favelas ilude polícias europeias
São muitas dezenas, talvez centenas, os ilegais que moram na Margem Sul de Lisboa e que não têm qualquer carimbo de entrada em Portugal.
Chegam por Madrid ou por Paris e usam a dificuldade da língua como arma para enganar as autoridades desses países.
Evitam a Portela, iludem o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
Volta velha direita e voltem os velhos militares, estes gostam de comissões e de servir os políticos da corrupta sociedade do sítio.
Pois é, para grandes males grandes remédios...
Ainda não aconteceu nada a um filho de um dos que enriqueceram do dia para a noite como diz Vallentin? Espera-se esse episódio dos Morangos com fel...

O bloco central e Washington sem consenso, esse é para os outros...

O Congresso dos Estados Unidos, enquanto as atenções estão concentradas na aprovação do bilionário programa de salvação da indústria financeira, aprovou o orçamento para 2009, no valor de USD 634 mil milhões/bilhões (mm/bi), o maior na história do país. O “sim” dos congressistas, maioritariamente afectos ao Partido Democrata, equivale a uma faca de dois gumes. Por um lado, dá cobertura legal ao financiamento da máquina governamental, que na próxima semana esgota o orçamento de 2008, permitindo-lhe que continue a funcionar sem apertos ,após as presidenciais de 4 de Novembro. Por outro, aos olhos dos eleitores americanos, que naquele dia também elegem uma parte dos seus representantes no Congresso, a dimensão dos gastos é um sinal de que a classe política é incapaz de controlar as finanças públicas, reduzir os estratosféricos custos provocados pelo laxismo orçamental e fiscal e aplicar políticas que melhorem a saúde económica do país e promova a justiça social. Porque o tempo urge, a câmara legislativa estadunidense já enviou o projecto orçamental para a Casa Branca na expectativa de seja rapidamente assinado pelo presidente George W. Bush. O documento inclui a alocação de USD 487,7 mm/bi para a Defesa, USD 40 mm/bi para a Segurança Interna e USD 72,9 mm/bi para construções militares, registando um crescimento de 6% face ao orçamento de 2008. O projecto orçamental contempla a inclusão de USD 25 mm/bi em subsídios estatais para ajudar a periclitante indústria automóvel. Tal como noticiámos em Julho, a dotação confirma os perigos que ameaçam os três ícones do capitalismo americano - General Motors, Ford e Chrysler. Os subsídios aos três fabricantes vão custar aos contribuintes USD 7,5 mm/bi. O restante será concedido sob a forma de empréstimos com taxas de juro abaixo dos preços de mercado para a modernização de fábricas e a construção de veículos que poluam menos e economizem combustível. As companhias só começarão a amortizar os empréstimos a partir de 2015. ONG’s de controlo sobre políticas públicas identificaram mais de 2300 projectos especiais que consumirão recursos superiores a USD 6,5 mm/bi. Muitos deles satisfazem os grupos de interesses que mais investem em actividades de lóbi e no financiamento aos dois únicos partidos representados no Congresso - Democrata e Republicano. MRA Dep. Data Mining
Défices que défice, basta clocar as rotativas a fazer money...
Com o que roubam no Iraque e planeiam roubar no resto do mundo, há muito money...
Democracia bipartidária? Sim, desde que os donos do dinheiro e a central sionista instalada em Washington governem o mundo.

A China ali tão perto... argumentos para o Irão?

O Senado norte-americano prepara-se para votar nas próximas semanas o pacto nuclear com a Índia, aprovado na sexta-feira pela Câmara dos Representantes, que estabelece a cooperação bilateral na produção de energia atómica, até 2050. O acordo, que prevê a transferência de tecnologia e o abastecimento de material nuclear, porá fim à proibição da cooperação nuclear com a Índia e marca o início de uma nova relação estratégica entre Washington e Nova Deli. O pacto foi criticado por vários organismos americanos e internacionais por a Índia não ser signatário do Tratado de Não Proliferação. O acordo nuclear indo-americano, segundo os críticos, fará crescer o arsenal nuclear indiano e vai desencadear uma corrida armamentista no continente asiático. Por outro lado, cria um precedente favorável à estratégia do Irão de desenvolver um programa nuclear para fins civis. MRA Dep. Data mining
Afinal são apenas negócios!

sábado, setembro 27, 2008

Tragam a Velha Direita

In 1929, Secretary of the Treasury Andrew Mellon faced the impending Great Depression and said: Bring. It. On.
Liquidate labor, liquidate stocks, liquidate the farmers, liquidate real estate … It will purge the rottenness out of the system. High costs of living and high living will come down. People will work harder, live a more moral life. Values will be adjusted, and enterprising people will pick up the wrecks from less competent people …
This is basically the stance of the House Republicans. Brad DeLong points to this nugget:
According to one GOP lawmaker, some House Republicans are saying privately that they'd rather "let the markets crash" than sign on to a massive bailout.
For the sake of the altar of the free market system, do you accept a Great Depression?" the member asked.
And John Derbyshire, over at The Corner approvingly cites the above Mellon quote and asks: "Won't somebody please dig up some of Andrew Mellon's DNA and get cloning?"
What we're seeing is the resurgence of the Old Right. It's been a long time in the making.
In The Nation
Lembram-se de ouvir falar no 28 de maio de 1926 e do que a seguir se passou?
Eu digo, sem medo, o lixo que se instalou neste estado precisa ser varrido à paulada, as direitas, os centros e as esquerdas actuais, precisam ser corridas, são farinha do mesmo saco, não há regeneração quando o cancro está disseminado, as palavras de todos eles que se acusam mutuamente, são retórica de gente desonesta.
O neoliberalismo de Cavaco, o neoliberlismo do PS e a teia de interesses entreos dois e coisas como o metro de Almada e o nepotismo também do PCP, mostra o cancro da coisa e o BE é um apêndice de gente sem convicção, a esquerda de café e do restaurante típico, mas caríssimo.
Libertemo-nos, ou libertem-se se gostam dos vossos filhos e netos.

Stirb nicht vor mir

Aumenta medo nos utentes de transportes públicos

"Um bloqueia o alvo, há outro que logo empurra ‘sem querer’. O último ataca. Às horas de ponta, Inverno ou Verão, é a história de 60 portugueses e cerca de 50 romenos no activo e especializados nas carreiras 15 ou 28 da capital (mais aqui). "

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O gozo de viver em Portugal.

"Os portugueses pagam cada vez mais impostos às câmaras: só em 2007, segundo dados da Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), os municípios cobraram a cada munícipe uma média de 235 euros, um aumento de quase 26 por cento face ao ano anterior e uma subida brutal de 24,5 por cento em relação ao acréscimo registado de 2004 para 2005 (mais aqui). "

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Curiosidades.

"Bebidas de leite chinês à venda em Portugal apesar de a ASAE ter garantido o contrário (mais aqui)"

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Antes da grande depressão e o neoliberalismo tão amado pela dama de ferro e por Cavaco

Uma sondagem USA Today/Gallup, realizada na quarta-feira, indica que a maioria dos 1019 inquiridos desaprova o plano de salvação da indústria financeira apresentado ao Congresso dos Estados Unidos, há uma semana, por Henry Paulson, secretário do Tesouro da administração Bush/Cheney.
Mais de metade (56%) acha que o poder legislativo deve aprovar medidas de emergência contrárias às sugeridas pelo governo.
A libertação de fundos públicos no montante de USD 700 mil milhões/ bilhões para combater a crise apenas mereceu o apoio de 22%. Um em cada 10 inquiridos defende que o Congresso não deverá tomar qualquer iniciativa.
Significativamente, 43% revelaram seguir o assunto “com muita atenção” e 37% com “alguma atenção”.
Com 8 em cada 10 americanos atentos às tensas negociações entre os partidos Republicano e Democrata, é praticamente seguro que o “Plano Paulson” será recusado pela câmara legislativa estadunidense.
A pressão da opinião pública, a escassos 40 dias das eleições presidenciais, deverá levar o Congresso a apoiar medidas que limitem os riscos do investimento público e que punam as empresas e gestores responsáveis pelo enfraquecimento do sistema financeiro global. Um significativo número de congressistas do Partido Republicano, que controla a presidência do país, rebelou-se e recusa qualquer tipo de acordo acusando o governo de “práticas socialistas”. Os democratas, maioritários nas duas câmaras do Congresso, afirmam que só assinam um compromisso desde que o presidente Bush convença os congressistas do próprio partido a subscrever um acordo bipartido.
Na sexta-feira, dia do primeiro debate presidencial entre os candidatos Barack Obama (democrata) e John McCain (republicano), outra sondagem da Gallup dava uma vantagem de 3% ao primeiro (48% contra 45%).
A crise financeira transformou-se na questão central da campanha beneficiando o candidato afro-americano. Face ao clima depressivo que abala o país, o painel da Gallup que mede a confiança dos consumidores, caiu um ponto, fixando-se nos 81%. MRA Dep. Data Mining
Preparem-se porque vai sobrar para a Europa e para todos nós excepto os políticos.
Afinal os "nossos" bancos importaram o lixo.
Agora o Sr Metelo, o Sr das Neves já falam, um na economia e outro em Deus, que não tem nada a ver com isto.
Espero que sejam julgados, como julgaram Sadam, afinal são crimes contra a humanidade, calculem a quantidade de humanos que enlouqueceram ou se suicidaram ou vivem debaixo da ponte...

sexta-feira, setembro 26, 2008

26 de Setembro de 1969


Lançado há 30 anos no dia 26 de Setembro, o disco era um testamento final não assumido pelos quatro. As tensões entre os Beatles haviam chegado ao extremo durante as gravações de Get Back, cujo melhor fruto até aquele ponto fôra o show no teto da Apple, em Janeiro de 1969. O filme feito durante as gravações do disco que traria os Beatles de volta às raízes rocker mostrava que a doçura infalível do grupo havia se tornado um amargor ríspido e os quatro haviam se tornado funcionários insatisfeitos de uma empresa chamada Beatles. Quando, depois do show da Apple, eles perceberam que eram bons quando eram juntos e que seus dias estavam no fim. Não tocaram no assunto, mas sabiam que Get Back era coisa do passado.

E quando Ringo, John e George se juntaram no estúdio Trident (enquanto o da EMI passava por uma reforma) para gravar I Want You no dia 22 de Fevereiro daquele ano, um novo disco começava. Apesar de ainda estarem atados a Get Back, oficialmente lançado em Junho de 69, Abbey Road começava a ser desenhado, pouco a pouco. Literalmente. Raro assistir quatro Beatles na mesma gravação, ainda mais depois que John Lennon sofreu um acidente de motocicleta no norte da Escócia, deixando-o hospitalizado por alguns dias. Mas apesar das intrigas e das recorrentes brigas pelos corredores do complexo de estúdios, o clima não era tão hostil quanto nas gravações de Let it Be/ Get Back. Os holofotes coloridos davam espaços a buquês de flores - tática de efeito moral usada com sucesso em Sgt. Pepper's - e os milhares de técnicos do filme haviam ido embora. No lugar, apenas os engenheiros de som da Apple, que viviam fugindo dos Beatles como os Stones da polícia.

George Martin acompanhava tudo à distância. Andava magoado com seus pupilos. Tolerava as drogas, as brigas, os excessos, as explosões de mau humor, as visitas no estúdio - tudo com a vista grossa de um velho professor que não quer ver seus alunos favoritos metidos em problemas. E durante o fim de 1968 ele presenciara o primeiro esfacelamento do grupo, durante o Álbum Branco e os bastidores de Let it Be.

Texto completo aqui.

Até amanhã e boa sorte!

Criminalidade violenta.


"O secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança, Leonel Carvalho, considera que o aumento da criminalidade violenta registado nos últimos meses no país deve-se a “estrangeiros que percentualmente começaram a aparecer” no país, defendendo que a actual legislação deve ser adaptada para controlar a situação (mais aqui)."
Esta frase nem parece dele. Esperamos que não seja um “caso pontual”…

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Imigração de qualidade.


"O objectivo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras era claro. Identificar brasileiros para perceber a dimensão de uma realidade que começa a preocupar as autoridades portuguesas. São centenas, vêm de favelas do Brasil e agrupam-se na Margem Sul. Estão ilegais e muitos têm cadastro. Edivaldo, o jovem recentemente detido pela PJ pelo homicídio de um ourives em Setúbal, pertencia ao Primeiro Comando Português, um movimento que apregoava a violência (mais aqui)".
Como “99,9 por cento dos imigrantes são pessoas de bem” (mais aqui) e há centenas de “maus”, deve haver mais imigrantes que nacionais em Portugal…

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Menezes.

"Agora que o Governo "bateu no fundo e está na sua pior fase, nunca o PSD desceu tão baixo", afirmou. O anterior presidente do PSD comentava os resultados de uma sondagem efectuada pela Marktest, para o “Diário Económico”, que atribui (mais aqui)"
Parece que Menezes não leu bem. A notícia diz (ler aqui)" que “a liderança de Manuela Ferreira Leite fica nos 29,3%, um resultado que só foi pior quando, precisamente há um ano, o PSD vivia a sua primeira convulsão (das duas do último ano). Nessa altura, Luís Marques Mendes deixou a Luís Filipe Menezes uns escassos 27,6% na intenção de voto dos portugueses.”

Enfim, comentários que definem as pessoas…

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Curiosidades.

"O proprietário da casa onde Vale e Azevedo reside em Londres acusa o ex-presidente do Benfica de lhe dever 416 mil euros (há um ano que não pagam rendas). A esposa do advogado português confirma que deixaram de pagar porque a casa tem problemas que o dono recusa resolver (mais aqui)"

E a criminalidade continua a diminuir...

"Foram apanhados na Cova da Moura, Amadora, os quatro rapazes que assaltaram ontem uma ourivesaria em Benfica, Lisboa. Os ladrões, com 19 a 22 anos – e antecedentes por tráfico, furto de veículo, posse de arma ilegal, roubo e condução ilegal –, foram capturados pela PSP meia hora após o assalto, ocorrido às 10h30 (mais aqui)."
Foram apanhados na Cova da Moura? Quem diria…

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Forever

O sucesso do PS

"A fraqueza do Partido Social Democrata e da direita em geral não pode ser desligada do sucesso do Partido Socialista.

O sucesso do Partido Socialista sob a liderança de Sócrates é um “caso de estudo”. A verdadeira dimensão desse sucesso tem de ser vista à escala europeia. Por todo o continente os partidos socialistas estão em crise profunda. Dos poucos que restam no poder, o “Labour” britânico está debaixo de fogo e Gordon Brown tem os dias contados; o PSOE de Zapatero, devido a erros de política económica e à inabilidade para lidar com os problemas do nacionalismo, terá cada vez mais dificuldades pela frente. Mesmo entre estes três que ainda detêm o poder, o Partido Socialista português é o que está melhor posicionado.

Julgo que a chave do sucesso do PS tem sido a sua capacidade para escapar à rigidez doutrinal que outros partidos socialistas europeus mantêm, com especial gravidade no caso do PS francês, mas também presente no actual SPD alemão, por exemplo. O PS manteve o seu progressismo cultural e o seu ideal igualitário, ainda que com alguma moderação (excessiva, segundo alguns). Mas não ficou preso às receitas tradicionais do socialismo democrático. Pelo contrário, aceitou de bom grado as liberdades económicas e decidiu enfrentar os desafios da globalização – por exemplo, na legislação laboral – em vez de tapar os olhos face à realidade.

Mas quais foram as condições objectivas que permitiram ao PS dar este salto, enquanto outros partidos europeus não o conseguiram fazer? Paradoxalmente, parece-me que este êxito do PS se deve, pelo menos em parte, à fragilidade da sua implantação social. Isto é, a generalidade dos partidos socialistas na Europa está muito ligada ao movimento sindical, incluindo ao mais radical. Num contexto de acrescida concorrência internacional, com os sindicatos na defensiva, esta ligação não permite a renovação ideológica destes partidos. No caso português, estando o movimento sindical radical nas mãos dos comunistas, o PS fica muito mais livre e com maior capacidade para se dirigir directamente ao conjunto dos portugueses e não apenas aos interesses especiais protegidos pelo velho sindicalismo.

É certo que uma parte do sucesso do PS também pode ser lida pela negativa. A inabilidade dos dirigentes políticos da direita portuguesa abriu-lhe o caminho do sucesso. Mas seria injusto não valorizar aquilo que este partido foi capaz de fazer sob a liderança de Sócrates, para além de eventuais circunstancialismos políticos favoráveis. E há também aqui um jogo de espelhos. A fraqueza do PSD e da direita em geral não pode ser desligada do sucesso do PS.

Por tudo isto, é realmente estranho que os contestatários internos do PS, como Manuel Alegre e, em termos só aparentemente mais brandos, também Mário Soares, não percebam que, se a sua linha de pensamento vingasse, o destino do Partido Socialista seria o mesmo do de outros partidos congéneres na Europa, ou seja, a proximidade da extinção. Eles deviam agradecer a Sócrates o facto de, pelo menos em Portugal, a esquerda não ter entregado o poder à direita numa bandeja, abrindo caminho a um neoliberalismo sem justiça distributiva e a um conservadorismo sem respeito pelas liberdades.

Mas o sucesso do PS está ainda longe de alicerçado. Na minha opinião, aquilo que o PS precisa de fazer hoje é alargar a sua base de apoio assumindo-se como o grande partido da esquerda não comunista. Isto é, não como um partido definido essencialmente pela matriz socialista tradicional, mas antes como um partido aberto a todas as contribuições vindas do centro-esquerda. O PS devia esforçar-se por acolher sociais-democratas não dogmáticos, novos republicanos, ecologistas de esquerda, liberais sociais, etc. Como partido de massas, o PS é um ‘catch all party’ e não lhe convém ficar colado à sua designação, ou àquilo que representava em 1973, ou no pós-25 de Abril, ou no tempo dos primeiros governos constitucionais, ou ainda no período do cato-socialismo de Guterres.

Em suma: ninguém pede ao PS que deite pela borda fora aquilo que foi no passado e que merece certamente ser conservado pelo seu valor simbólico. Mas pede-se-lhe que dê um novo fôlego àquilo que já faz no presente, assegurando assim o seu futuro. Num campo minado por “alegristas”, “soaristas” e outros que tais, terá José Sócrates força para tanto?
"

João Cardoso Rosas

O plano

"As capacidades de previsão do PR distinguem-se das do cidadão comum: enquanto um diz que a crise “vai” afectar o outro ”já” a sente na pele.

E amanhã? Ontem a expectativa e a euforia de um Plano elaborado pela administração Bush, hoje a incerteza e a depressão sobre a sua concretização. Há um ano que andamos a viver sob o véu da crise. Os mercados saltam entre os dias maus e os dias péssimos e cada vez mais se aprofundam as dúvidas quanto ao tempo que isto vai durar e ao modo como vai acabar. Não se vislumbra um remédio eficaz tal a doença do paciente. A desconfiança e a insegurança alastram, qual vírus que mina e corrói, colocando-nos a todos na eminência de um gravíssimo risco sistémico e de todas as consequências que daí possam advir.

Pior, o que exigia uma actuação ponderada e focada no epicentro do problema, encontra-se ameaçada quer por uma inconsequente, paralisante e inoportuna dialéctica ideológica produzida por quem se compraz a discutir a “filosofia” sem cuidar da “necessidade” e também por uma disputa eleitoral com republicanos e democratas a demonstrar estarem as suas prioridades colocadas na arregimentação de votos. Afinal, em tempo de guerra limpam-se armas.

Efeitos. O Presidente da República diz que a crise vai afectar os portugueses. Muito bem, ficamos todos cientes das suas capacidades de previsão, que, aliás, neste caso só se distinguem das do comum cidadão porque enquanto o Presidente diz que a crise “vai” afectar o outro “já” a sente na pele. Trata-se aqui da medida da diferença entre o futuro e o presente, ou da insustentável insuficiência dos orçamentos das famílias. Em suma, trata-se da distância entra a realidade concreta das coisas - de quem gere uma empresa, de quem vai ao supermercado, de quem tem casa, carro, electrodomésticos e até férias comprados com recurso a crédito bancário – e aquela “realidade” que se expressa em gráficos que se amontoam nas secretárias dos decisores políticos.

Muito eficaz parece ser o plano do Partido Socialista e do Governo que, afinados, concertados e sem estados de alma aparentes, conseguem colocar a atenção de tudo e de todos sobre tudo o que não seja a acção, ou inacção, do executivo. Por um lado, de Guimarães, o líder do PS lançou a reconquista da maioria absoluta, fundada na força da mudança que não se percebe muito bem o que significa, mas que tem um certo efeito apelativo, quanto mais não seja à fera que Sócrates já anunciou ser. Pelo caminho, o Governo trata o Magalhães com justificado carinho, fazendo-se fotografar ao lado do objecto transformado em talismã da sorte eleitoral. Por outro lado, o Partido, com a irreverência e a necessidade de afirmação da sua estrutura juvenil, lá vai buscar mais uma questão fracturante e coloca o país a debater com a necessária atenção, densidade e intensidade o casamento entre homossexuais. Estamos assim focados no essencial e, por isso, com a certeza de que nada será como antes
."

Rita Marques Guedes

SEM CONTROLO PARENTAL, UM LÁPIS É PERIGOSO

"Na SIC, distribuem-se os Magalhães pelas escolas. Emociona-me a alegria dos garotos com o seu primeiro computador. Mas a repórter recorda-me a que circum-navegações aquele Magalhães pode levar: os dedinhos inocentes escrevem "gata" e desembarca-se em sites de gatas escaldantes. O Magalhães, antes de tudo e sobretudo, serve é para espreitar o mal. Agora, já de olhos abertos graças à SIC, dou-me conta do perigo destas modernices. Aliás, os computadores só são a mais recente das indecências com que se corrompem as nossas criancinhas. O próprio ler já é grave. Começa-se a soletrar, passa-se a folhear O Primo Basílio e daí é um passo até ao desagregar da família. Por isso o mais importante que há para dizer do Magalhães é que ele pode levar a marotices. Que ele nos abre o mundo, como aquele que lhe deu o nome, é de somenos. Desliguem-se os Magalhães! E, já agora, partam-se os lápis (sem controlo parental, um lápis pode desenhar coisas que eu sei lá...)"

Ferreira Fernandes

Os casamenteiros

"O Parlamento vai votar a formação de pares homossexuais. É uma perda de tempo só oportuna para quem não queira discutir problemas reais do país. Há muito que pares homossexuais são banais no quotidiano nacional. Não sendo a sua existência controversa, tentar impor um "casamento" homossexual à ordem jurídica é ilógico.

Encarado sem sofisma ou oportunismo ideológico, esse "casamento" é um acto tão cheio de contradições que se vai anulando à medida que o analisamos. Se como acto biológico não faz sentido, contratualmente é desnecessário e socialmente é perigoso. O perigo está na afronta às entidades originais do corpo social que desde sempre tem constituído a base das civilizações.

A sociedade humana é formada por células familiares mono ou poligâmicas, patriarcais ou matriarcais, mas todas elas com um elemento comum. A presença essencial dos dois géneros da espécie.

A humanidade sempre manifestou consciência de que a sua existência depende da estabilidade de núcleos com capacidade reprodutiva. Por isso, bem ou mal, por via religiosa, jurídica ou consuetudinária, se tenta desde sempre contratualizar as relações entre sexos opostos de modo a garantir-lhes uma existência duradoura que promova a estabilidade da própria sociedade. Os entendimentos de como essa segurança pode ser conseguida ainda hoje variam de região para região, do mesmo modo que têm mudado através da história.

O que tem sido omnipresente é uma preocupação social com a manutenção da parceria sexual organizada com potencial reprodutivo, logo, envolvendo os dois géneros. A essas uniões essenciais, sempre se chamou casamento. É importante desiludir todos aqueles que queiram ler aqui um manifesto contra a homossexualidade. Não é. Tão-pouco preciso de tornar público se tenho ou não tenho no meu convívio íntimo pessoas de orientação sexual variada ou qual é a minha própria orientação sexual.

Nesta discussão não está em causa a respeitabilidade de pessoas nem a liberdade de opções. É a base do edifício social que está a ser posta em causa na tentativa de adulterar o seu elemento mais importante com experimentalismos.

Nada há na norma constitucional ou jurídica que obste à formação de um par homossexual (ou uma tríade, porque não). Se quiserem contratualizar garantias patrimoniais podem fazê-lo nas actuais molduras legais. É possível adoptar sem casar. Mas se o casamento é muito mais do que um mero objectivo procriativo, ao excluir "ab initium" a procriação da unidade conjugal como, por força da natureza, aconteceria nas uniões homossexuais, está-se a torná-lo em qualquer coisa que o faz deixar de ser.

Se há ambiguidade nesta área, desfaça-se.

Reafirme-se o que sempre foi entendido como casamento, que é a união formal entre uma mulher e um homem. Experimentalismos façam-nos criando uma entidade nova para diferentes uniões que até poderão vir a estruturar sociedades futuras, mas que nada têm a ver com o casamento. No presente, destruir a natureza cultural, tradicional, biológica e social do único instituto que garante a continuidade de tudo numa sociedade, amputando-lhe a especificidade e alargando-o a conceitos que a sua génese natural nunca contemplou, nem é progressista nem liberal, é absurdo
."

Mário Crespo

quinta-feira, setembro 25, 2008

25 de Setembro de 1969

O sucesso de Catherine Zeta-Jones não aconteceu do dia para noite. A actriz trabalha profissionalmente há mais de uma década. Antes mesmo de atingir a fama internacional no filme A Máscara de Zorro, ela já era igualmente reconhecida por seus trabalhos em teatro, televisão e cinema.

Nascida e criada no País de Gales e filha de operários, Catherine se tornou uma talentosa cantora e dançarina bem cedo, em grande parte devido ao contacto com o grupo jovem da congregação da Igreja Católica. Sua primeira actuação foi no papel da órfã preferida de todos em uma produção local de "Annie". Quando tinha 11 anos, a jovem estrela havia ensaiado o papel de Tallullah em "Bugsy Malone". Aos 14 anos, participou do teste para o coro de uma produção que estava em turnê. Ela demonstrou segurança e presença no palco e acabou sendo recrutada para fazer parte de "The Pajama Game".

Talvez sem surpresa, devido a sua grande experiência, a talentosa adolescente conseguiu o registro profissional de actriz aos 15 anos. Logo depois mudou para Londres, buscando novas conquistas na carreira. Demorou dois anos até que ela conseguisse um papel no musical "42nd Street", da Produtora West End. A princípio, ela era apenas a segunda substituta da estrela do show. Porém, uma noite, nenhuma das duas artistas pôde apresentar-se e Catherine assumiu o papel. Por coincidência, o produtor do show assistia ao espectáculo pela primeira vez. Ele insistiu que ela continuasse com o papel. No restante da temporada, Catherine apresentou oito espectáculos por semana. Após o encerramento da turnê ela viajou para a França. E nesse mesmo ano, estreou no cinema no filme "Scheherazade", do director francês Philippe De Broca.

Catherine Zeta-Jones retornou para Inglaterra em 1991 e integrou o elenco da série de TV "The Darling Buds of May", adaptado do romance de H.E. Bates. A série conquistou o público e Catherine tornou-se uma superestrela na Inglaterra, além de passar a ser assunto favorito da imprensa sensacionalista. Durante os três anos de enorme sucesso da série, a estrela participou de produções de Hollywood – um proeminente papel em um episódio de "The Indiana Jones Chronicles" e uma pequena participação em "Christopher Columbus: The Discovey". Ela também teve um longo relacionamento com o produtor americano John Peters. Ele chegou a propor casamento, mas Catherine disse não, por medo de ser classificada como "esposa de Hollywood". Depois de "Darling Buds of May", ela fez um divulgado retorno aos palcos em uma produção da Ópera Nacional Inglesa de "Street Scenes".

Após ter sido eleita símbolo sexual, Catherine sentiu a pressão de ter a imprensa seguindo cada passo seu e decidiu que era o momento de mudar de cenário. "A interferência em minha vida pessoal foi tão longe que cheguei a bater em um poste tentando fugir dos paparazzi", contou a actriz em uma entrevista para a imprensa internacional. A mudança foi uma mera questão de ajuste, mas Catherine descobriu que o estrelato na Inglaterra não se traduzia em fama e fortuna em Hollywood.

A princípio a carreira na televisão pareceu mais receptiva. Em 1994`, ela deixou uma impressão forte ao interpretar o papel principal em uma apresentação da CBS Hallmark Hall Fame de "Return of the Native". No ano seguinte, ela assumiu o papel-título de "Catherine the Great". Porém a grande chance surgiu enquanto representava o mesmo papel de Kate Winslet no filme "Titanic", em uma adaptação para TV. Steven Spielberg achou sua performance explosiva e a recomendou para o papel principal em "A Máscara do Zorro", do director Martin Campbell, filme produzido pelo próprio Spielberg. É suficiente dizer que quando Spielberg fala, Hollywood escuta – Catherine ganhou o papel e o filme tornou-se sucesso de crítica e de público.

Em 1999, Catherine actuou ao lado de Sean Connery em "Entrapment", um filme romântico, no qual os dois actores eram ladrões de obras de arte. Ela trabalhou ainda com Liam Neeson e Lili Taylor em "Hauting", uma refilmagem do clássico do género horror "The Hauting of Hill House", de Jan Bont. Em seguida, ela mergulhou nas filmagens da comédia romântica "Alta Fidelidade", de Steven Frears, baseada no romance de Nick Hornby. Ela também está no filme de ficção-científica "The Tenth Victim", de Lee Tamahori.

Catherine casou-se com o autor e produtor Michael Douglas em Novembro de 2000. Ainda no mesmo ano, actuou, grávida de seu primeiro filho, em "Traffic", de Steven Soderbergh. No segundo semestre de 2001 ela retorna às telas de cinema no elenco de "Queridinhos da América", juntamente com Júlia Roberts, John Cusack e Billy Crystal.

Até amanhã e boa sorte!!!

O momento certo.

"O momento para discutir questões fracturantes. Os temas ditos fracturantes afectam profundamente a vida de vários grupos sociais e de minorias na nossa sociedade (mais aqui)".
É verdade. Tal como diz o Rádio PS sem filtro, esta é a altura certa para discutir os problemas das minorias e esquecer os aumentos dos combustíveis, dos juros, da criminalidade, etc, que afectam a generalidade dos portugueses.

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Coisas de "Sherwood"

"De Janeiro a Agosto deste ano, o Estado arrecadou menos 397,4 milhões de euros em receitas do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) do que em igual período de 2007. O aumento do preço dos combustíveis levou os portugueses a utilizarem menos o carro ou a encherem o depósito em Espanha (mais aqui)."

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E a criminalidade continua a diminuir...

1/ "Quando a PJ, o GOE e o Corpo de Intervenção da PSP chegaram à Falagueira, na Amadora, às 08h00 de ontem, os três homens – entre os 25 e os 52 anos – não tiveram tempo para se livrar das armas. Em casa tinham dois revólveres, duas caçadeiras, 62 munições, 280 cartuchos e uma arma artesanal preparada para disparar munição de 12 mm (mais aqui)"."

2/ "Dezenas de familiares e amigos dos três detidos, na terça-feira, em Vila Real de Santo António, juntaram-se, ontem, à porta do Tribunal da cidade. A detenção ocorreu na sequência de uma fiscalização de trânsito, na avenida Álvaro Cunhal, que acabou em confusão. Dois polícias ficaram feridos e tiveram de receber assistência no centro de saúde – um ficou com a farda rasgada. Três indivíduos de etnia cigana – dois homens e uma mulher – foram constituídos arguidos e acusados de agressão à autoridade (mais aqui)".

É sempre com enorme prazer que vamos lendo as notícias sobre umas das raças protegidas do politicamente correcto…

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E a culpa é de ...

"O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, considera que os portugueses são culpados de enfrentarem problemas com o excesso de endividamento, por serem pouco cuidadosos quando se endividam junto das instituições de crédito (mais aqui)".
João Salgueiro esquece-se que, para dançar o Tango, são precisos dois intervenientes…

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"Acto isolado"

1/ "Um aluno da EB 2, 3 de Caíde de Rei (Lousada) foi agredido, na terça-feira, na escola, por cinco estudantes que ali frequentam os Cursos de Educação e Formação. Esta quarta-feira, familiares ter-se-ão vingado. Resultado: cinco feridos (mais aqui)"."

2/ "A GNR deteve, terça-feira à noite, treze jovens depois de um confronto entre grupos rivais que causou vários feridos (mais aqui)".
Parece que o Portugal está-se a tornar o pai mundial de todos os “actos isolados” (mais aqui)”...

Hymn to Her

“Propagandês”

"Já conhecíamos o “politiquês” como caricatura do discurso político. Com este Governo ficámos a conhecer o “propagandês”, um novo estilo que consiste em governar em função da mensagem que se quer passar à opinião pública.

Veja-se o que se passa com a Educação. Sendo uma das áreas de maior fragilidade do Governo, com a contestação generalizada de pais e professores, foi natural a escolha das escolas como palco privilegiado de propaganda. Com o pretexto do arranque do ano lectivo, montaram-se várias acções de campanha em escolas públicas, com a presença de membros do Governo a distribuir computadores, incluindo o inevitável Magalhães.

Quando se anunciou que a taxa de retenções (ou “chumbos”) no ensino básico e secundário foi a mais baixa da última década, uma estranha suspeita pairava no ar. Ainda se ouviam as acusações das Sociedade Portuguesa de Matemática (e da de química, entre outras) sobre a diminuição do nível de exigência nas provas nacionais do ano passado. Mas como uma das promessas eleitorais tinha sido reduzir para metade o insucesso escolar, não se hesitou em nivelar por baixo para embelezar as estatísticas.

Uma das características do “propagandês” é a utilização do Estado como instrumento político. Aproveita recursos públicos para fins partidários. Não se inibe sequer de utilizar quem não pode responder à letra, como as crianças do ensino básico. Neste caso foi o ministério da educação, mas outros exemplos podem ser apontados, como as operações policiais montadas para os directos televisivos ou as recentes campanhas do ministério da economia de apoio às PME. É estranho que só tenham sido publicitadas (TV, rádios e jornais) depois do discurso de ‘reentré’ da líder do PSD que propôs a aposta nas PME para recuperar a economia.

Outro ponto é a manipulação dos números. Lembram-se da promessa dos 150.000 novos empregos? O primeiro-ministro veio agora dizer que falava de “emprego líquido”, ou seja, “descontados os empregos que se perderam”. Segundo as novas “contas” o saldo seria (afinal) 133 mil postos de trabalho. Soube-se logo depois que 27% (36.000) destes “novos empregos” de que falava o líder do governo foi criado no estrangeiro, onde duplicou, em três anos, o número portugueses a trabalhar. Tudo isto quer dizer que a meta dos 150 mil empregos está ainda longe. Chega a ser de mau gosto apresentar estes números quando o desemprego atinge 7,3% da população.

O estilo “propagandês” assenta numa gestão centralizada e rígida da informação. Com o apoio de agências de comunicação especializadas, as mesmas que prestam serviços a empresas do sector empresarial do Estado, montou-se uma poderosa máquina comunicacional para gerir a agenda política, que não se inibe de tentar “pressionar” a comunicação social.

Este Sábado, o jornal Expresso publicou excertos do processo aberto pela ERC sobre as alegadas pressões do primeiro-ministro para travar as notícias sobre a sua licenciatura na Universidade Independente. Vários jornalistas, o director de informação da RR e o director do jornal Público falam de “pressões ilegítimas”. Refere-se mesmo o “tom violento” de um dos telefonemas de José Sócrates. José Manuel Fernandes relata, perante a ERC, a seguinte frase do primeiro-ministro: “Fiquei com uma boa relação com o seu accionista (Paulo Azevedo) e vamos ver se isso não se altera”.

Estas acusações, agora publicadas, não foram desmentidas. A confirmarem-se significam uma tentativa de chantagem do primeiro-ministro sobre um director de jornal. Não se compreende a omissão da ERC e o silêncio que se abateu sobre este tema, de enorme gravidade numa sociedade que se pretende de homens livres.

Nota. O Parlamento vai agora discutir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Há uma tentativa clara de marcar a agenda política com temas que interessam apenas a certas margens da população. Enquanto o país “político” discute estes temas fracturantes não se fala de desemprego, pobreza, depressão económica, inflação. O “propagandês” também passa por aqui, distrair as pessoas do essencial com o acessório
."

Paulo Marcelo

Magalhães: a suspeita e a dúvida

"A RTP pode não fazer política como garante o seu director de informação mas deve ter uma política (espera-se inabalável): a de prestar um serviço de qualidade e rigor aos portugueses.

O debate está aí, em cima da mesa, depois de 24 horas de verdadeira inundação de notícias em torno da entrega de três mil portáteis a crianças de 16 escolas. Ninguém de bom senso pode questionar a mais-valia da iniciativa, por um lado, e o mérito do Governo ao tê-la executado, por outro. Também é verdade que não são de agora as suspeitas de condicionamento da televisão pública para fins político-partidários. Aliás, se há coisa que o ministro que tutela a televisão ou o seu director de informação têm por garantido desde que tomam posse é a de que a suspeita vai surgir. “Perdeu a RTP toda a vergonha” como acusou Pacheco Pereira? Não se sabe. É preciso ver o tempo de antena que o Magalhães teve. O número de directos. Em comparação, por exemplo, com outra notícia do dia: o massacre de 10 crianças numa escola finlandesa. Pode a RTP esclarecer os seus accionistas?
"

Francisco Teixeira

Conspirando.

"A avassaladora política do simplex destruiu garantias e retirou segurança ao Direito”.

Foi encontrado no sótão de um prédio, em Lisboa, um manuscrito com um plano de acção e uma estratégia urdida por conspiradores (juízes, Ministério Público e polícias), visando, de forma maquiavélica, investigar e apurar a responsabilidade criminal dos campeões da legitimidade democrática, com base em factos inventados e em provas manipuladas. O poder judicial, que nem sequer é um poder eleito, teve o atrevimento de lançar as malhas da justiça sobre os pensadores do regime, esquecendo que a lei e a justiça foram criadas para os pobres e anónimos cidadãos e não para prejudicar quem detém o poder democrático.

Mas já que a interpretação que a justiça faz das leis não serve os interesses dos poderosos, então, muda-se a lei para satisfazer, em concreto, os justos e honestos desejos de quem manda. O poder judicial obrigou o nosso legislador a mudar as regras da prisão preventiva, a meio do jogo, por causa dos maus juízes que prendiam de mais. Agora, o poder judicial, que prende de menos, lança a insegurança e a intranquilidade nas pessoas. É por isso que os juízes têm de estar sujeitos à lei da responsabilidade civil que deixou de fora, certamente por esquecimento, os deputados e os membros do Governo, quanto ao eventual direito de regresso do Estado. Afinal, que importância tem que se legisle mal ou que as normas sejam inconstitucionais? Se for condenado, o Estado suporta a indemnização sem exigir a reposição do que pagou, porque se trata de gente que ganha mal e que merece essa atenção pelos relevantes serviços que presta. Em última instância, quem tem a culpa é quem aplica as leis, isto é, os juízes.

Desse plano de conspiração faz parte a denúncia de que, aos dias ímpares, a opção política do Governo é ter menos gente nas cadeias e, aos dias pares, passa por prender, como se verifica com a alteração à lei das armas. Conspira-se quando se denuncia que o edifício legislativo do Estado de Direito está em perigo de ruir, ante a avassaladora política do simplex que destruiu garantias e retirou segurança ao Direito. Este plano está presente quando Cavaco Silva pede respeito pelos juízes, que é preciso garantir a dignidade desta função e que o Governo ouça quem aplica as leis.

Feita a prova da conspiração, a solução passa por liquidar o princípio da separação dos poderes e substituir os juízes e o Ministério Público pelos intocáveis que investigarão em causa própria. Ficaria tudo mais claro e transparente
."

Rui Rangel

'MAGALHÃES' EM CARACAS

"É consensual dizer-se que a oposição não funciona. Após quinze dias de férias das crónicas mas não das notícias, acho a atitude, além de consensual, razoável. O PSD, que tem uma direcção praticamente muda, dispõe em compensação de uma série de direcções alternativas que não se calam. O CDS dá-se ao luxo de ficar sem vice-presidente e, durante um ano inteirinho, ninguém nota a falta do homem (nem do CDS). A extrema-esquerda, claro, faz o carnaval que pode à custa da penúria alheia ou de "causas" fundamentais que afligem 300 almas.

Valha-nos o Governo? Se a pergunta não for inoportuna, qual Governo? O eng. Sócrates aposta na segurança e preside à balbúrdia, apaixona-se pela educação e transfere-a para honestíssimas e competentíssimas autarquias, anuncia investimentos imaginários e imagina a prosperidade de uma economia esfarrapada por iniciativa própria, etc. A existirem, os méritos do Governo esgotam-se na cooperação com a Venezuela.

Não vou discutir se se pode considerar meritório o entendimento com um regime grotesco. O facto é que o entendimento é perfeito, a ponto de já ser complicado distinguir onde termina a nossa fronteira e começa o domínio dos jagunços de Chávez. Sempre que não se entretém a expulsar embaixadores americanos ou delegações da Human Rights Watch, a suprimir direitos civis e a lançar perdigotos em redor, o Idi Amin venezuelano encontra-se a receber os nossos governantes em Caracas ou a ser recebido por eles em Lisboa. Há dias, o ministro Pinho apareceu por lá a vender computadores. Para a semana, Chávez vem cá negociar quinquilharia vária. Pelo meio, ainda teve tempo de publicitar o computador em questão, o portentoso Magalhães, no seu divertido programa televisivo.

Vi o pedacinho do programa em que El Presidente chamava aos portugueses um "povo amigo" e batia com o Magalhães na mesa, a fim de lhe testar a resistência. O Magalhães resistiu. Pelo menos Chávez decidiu que sim: "Está aqui uma luzinha acesa". Em Portugal, pelo contrário, há muito que inúmeras luzinhas ameaçam fundir
".

Alberto Gonçalves

quarta-feira, setembro 24, 2008

Quem é o Sr Paulson e a crise sistémica.

O pai do plano de salvação financeira, oficialmente estimado em USD 700 mil milhões/bilhões (mm/bi), Henry Merritt Paulson Jr, 62 anos de idade, é o actual secretário do Tesouro dos Estados Unidos – equivalente a ministro das Finanças na Europa – e membro do Conselho de Governadores do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Tomou posse do cargo na segunda administração Bush/ Cheney, no dia 10 de Julho de 2006. Segundo a revista Forbes, foi CEO do banco de investimento Goldman Sachs, durante 8 anos e integrou os quadros da instituição durante 15.
Como banqueiro distinguiu-se como especialista em derivativos de crédito, tendo sido o 12.º executivo bancário mais bem pago do segmento, em 2006.
Antes de tomar posse do actual cargo governamental, nos primeiros seis meses de 2006, recebeu da Goldman Sachs, em salários e prémios de gestão, USD 16,4 milhões. Em 2005, o cargo rendeu-lhe USD 37 milhões.
Ainda segundo a Forbes, em Dezembro de 2006, Henry Paulson, detinha 0,92% do capital da Goldman Sachs. Ao câmbio da altura, em acções do banco, o secretário das Finanças possuía activos no valor de USD 632,4 milhões.
No último ano, a crise sistémica reduziu aquele património em 40%. Durante o mandato de Paulson, os bancos de investimento de Wall Street sofreram embates decisivos.
O Bear Stearns foi comprado, em Março, pelo JPMorgan Chase.
Em Agosto, o Lehman Brothers declarou falência e o rival Merril Lynch foi absorvido pelo Bank of America.
No domingo passado, os dois últimos sobreviventes – Goldman Sachs e Morgan Stanley – foram autorizados a mudar de estatuto – bancos de retalho – para terem acesso a novas facilidades de crédito e a captação de depósitos.
Os casos Fannie Mae, Freddie Mac e AIG/American International Group (AIG) envolveram créditos e garantias estatais no valor de milhões de biliões/trilhões de dólares.
O Plano Paulson, em fase de apreciação pelo Congresso, implicará a mobilização de, pelo menos, USD 700 mm/bi. “Mr. Risk”, foi elogiado pela Business Week (BW), em 2006, como alguém que sabe criar e gerir dividas e riscos.
“No último Relatório e Contas, Paulson – escreveu a BW – releva a vontade do Goldman de assumir riscos com os clientes: ‘Os bancos de investimento devem investir mais capitais próprios quando executam transacções’.
O assunto tornou-se uma obsessão no Goldman. Como descobrir riscos lucrativos, como os controlar e monitorar, bem como evitar catastróficos passos em falso que podem arrasar companhias inteiras.
Isso significa contrair mais dívida: USD 100 mm/bi em dívida de longo prazo, durante 2005, comparativamente com USD 20 mm/bi, em 1999. Isso significa apostar em grande em todo o género de derivativos exóticos e outros títulos. E implica segurar quase USD 50 mm/bi no mealheiro, cash suficiente e títulos com liquidez para aguentar a firma em situações de crise financeira.(…)
A nomeação de Paulson, o Sr. Risco, como secretário das Finanças é tão irónica quanto apropriada.(…)
Claramente, Paulson não tem medo das dívidas nem de assumir riscos. Isso pode torná-lo na pessoa ideal para agarrar a situação económica e fiscal [do país], que é mais parecida com a do Goldman do que a maior parte dos economistas admitirão.”
Dois anos depois, Paulson emitiu uma nota na qual solicita ao Congresso “autoridade para comprar activos críticos de instituições financeiras tendo em vista promover a estabilidade do mercado e ajudar a proteger as famílias americanas e a economia dos Estados Unidos.”
No domingo, no programa Meet The Press da NBC, Paulson apresentou as suas razões.
As vozes críticas não se fizeram esperar. “Com Paulson actualmente a tentar conseguir obter poderes ilimitados para administrar a maior operação de salvamento da indústria financeira na história dos EUA, muitos também se interrogam se Paulson não entrou numa dinâmica com enormes conflitos de interesses.” MRA Dep. Data Mining

When A Blind Man Cries

Bastões e bastiões

"O Governo italiano cai em cima do(s) dirigente(s) desportivo(s). Aqui, casa-se o medo com os salamaleques

José Mourinho é notícia quando ganha (quase sempre) e nos intervalos da competição, através do que diz. Quando Mourinho viu encerrado o “ciclo Chelsea” pensou que a esmagadora maioria dos clubes europeus, não ingleses, iriam cair a seus pés. Tal não aconteceu. Foi muito tempo de inquietação, à espera que uma porta se abrisse. Abriu-se a do Inter, depois de um processo complicado, concluído com o afastamento de Mancini, tricampeão nacional, e beneficiário de uma daquelas indemnizações que o futebol proporciona em profusão.

Com tempo e sabendo que o Calcio era um destino provável (e desejado), Mourinho preparou-se para entrar na Série A. Como faz do discurso uma arma forte (goste-se ou não se goste), tratou de aprofundar o seu conhecimento do idioma italiano e ensaiou logo uma graça para merecer um destaque maior da imprensa e a concomitante atenção da opinião pública.

Agora, frente a um modesto adversário (Catania, da Sicília), no arranque do Campeonato e perante uma exibição não muito convincente (2-1), Mourinho hiperbolizou o que a sua equipa (não) produziu em campo e, no final, declarou que, até com ele entre os postes, o Inter mereceria ter ganho por 5-1.

Perante tal inverdade, um director do Catania (Pietro Lo Monaco) reagiu da pior maneira possível: é “daqueles que se deviam tratar à bastonada nos dentes”, por desrespeito ao país de acolhimento. Mourinho não se ficou e, para desvalorizar a importância do dirigente siciliano, fez um conjunto de trocadilhos com o apelido Mónaco.

A história, de muito mau gosto, teria ficado por aqui e faz lembrar o quotidiano estafadíssimo do futebol português. A diferença é que, perante um claro incitamento à violência feito pelo dirigente do Catânia, o Governo decidiu intervir através do ministro do Interior, condenando o tipo de declarações e a apelar ao exemplo, instando os “órgãos desportivos competentes” a tomar posição.

Aqui, os dirigentes, com metáforas ou sem elas, instigam, provocam, incendeiam e não se passa nada. O poder político tem medo e está comprometido. Com muita coisa e gente com poder
. "

RUI SANTOS

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