sábado, fevereiro 28, 2009

A fase de decantação e a canibalização dos fundos de pensões

Como já tínhamos previsto, Sócrates apresentou-se no Congresso do seu Partido, como vítima de uma campanha negra para todos terem pena dele, o apoiarem e esconderem de todos os portugueses a crise interna e externa de Portugal, com uma dívida externa de 72 milhões de euros por dia!!!
E no momento extraordinariamente grave da crise internacional em que sete Países ricos da zona euro se reunem para decidir o seu futuro afastando-se dos restantes pobres, Sócrates não só não compareceu em Bruxelas para defender o interesse dos portugueses e Portugal, como discursa para os seus apaniguados, recuamdo ao tempo do "Prec", para tentar aliciar a franja mais à esquerda.
Quanta miséria humana, quanta degradação moral, quanta prostituição intelectual.
O Governo vive e governa com as delícias da sua mediocridade, pensando por procuração directa ou indirecta de assessores vermelhos, ou filosofando por colorida exsudação política hermafrodita de outros partidos marcados aqui e ali por espasmos de uma imbecilidade social política e económica.
No momento actual e segundo a G.E.A.B (global european anticipation bulletin), em 2009, a crise sistémica global vai-se conduzir por uma tomada de consciência de três importantes processos desestabilizadores da economia mundial:
1º- Consciencialização da longa duração da crise.
2º- Explosão do desemprego em todo o Mundo.
3º- Risco de colapso repentino do conjunto dos sistemas de pensões por capitalização.

Em Março deste ano quando os Gestores dos Fundos de Pensões , os reformados e os Governos tomarem consciência que a crise também está ali, o caos generalizar-se- á e os Governos são obrigados a canalizar todos estes fundos!!!

Mas citando Guerra Junqueiro:
" Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de miséria, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois já que nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas".

Um articulista num dos Semanários de hoje dia 28 de Fevereiro afirma que os portugueses sabem que os políticos roubam e mentem...mas votam neles, porque são activos e trabalham enquando que os honestos são os "choninhas"!!!!

Em 19.02.08, precisamente há um ano, eu escrevia pela Internet e para Jornais brasileiros, referindo-me ao Tratado de Lisboa e a União Europeia e afirmava:
" se a União Europeia demonstrar que pode criar um ambiente e uma sociedade económica e saudável sobreviverá. Caso contrário extinguir-se-á. Esta última hipótese a dar-se, arrastará a uma catástrofe social e económica para todos nós ou os nossos descendentes com processos violentos e de consequências imprevisiveis. A unificação europeia porém tende a trazer para todos nós uma desigualdade e insuficiência económica e ao mesmo tempo criar ao mais alto nível uma corrupção legal ou ilegal num insustentável idealismo social.
E noutro artigo eu referia-me à UE e comparava-a à União Soviética.
Esta dominou o Mundo pela força das armas, enquanto que aquela subjuga e atrofia os Países mais pobres pelo poder económico.
Infelizmente estamos a caminhar a passos largos para um domínio dos tais Países ricos levando à miséria total por arrastamento os mais pobres.
Quem é que se lembra do Tratado de Lisboa?.
É perante esta gravidade que Sócrates prefere rodear-se dos seus acólitos (trotskists,comunistas e desertores de outro partidos), para se auto elogiar e exigir uma maioria absoluta!!!! e não se deslocou a Bruxelas para defender os portugueses e Portugal
Que Deus tenha piedade de todos nós e abra os olhos aos portuguese e não os leve a votar na tal corja de pantomineiros, como dizia Almeida Garret. (1896).

Publico porque em parte concordo com o artigo.
Diria e juntaria os USA aos outros.
Mas o mais importante como já referi em vários artigos que muitos lêem sem comentar, falo da canibalização dos fundos de pensões.
Depois do cavalo de tróia gostava de ter um só para saber a irresponsabilidade desta gente e se pensam que têm 'para onde escapar, eles e as famílias.

O cavalo de Tróia e a bela Helena

Ataque ao sistema informático da Procuradoria-Geral
Computador de procurador do caso Freeport foi infiltrado por programa que permite controlo remoto

28.02.2009 - 11h10 PÚBLICO
O computador de um dos procuradores titulares do “caso Freeport” foi alvo de pirataria, tenso sido infiltrado por um ficheiro vírus tipo “cavalo de Tróia”, que permite aceder remotamente à memória dos computadores, ler, copiar e reenviar ficheiros para um endereço pré-definido, segundo noticia o semanário “Sol” na sua edição de hoje.
O jornal fala num “ataque de pirataria” ao sistema informático da Procuradoria-Geral da República (PGR), em cuja dependência funciona o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal), onde trabalham os magistrados responsáveis pela investigação do caso, Vítor Magalhães e Pais Faria.
A intromissão decorreu há cerca de três semanas, tendo atingido o computador de Pais Faria, e o "Sol" diz que o procurador-geral ordenou a abertura de um inquérito a esta situação, que está a decorrer.
O sistema foi já auditado por peritos informáricos, que confirmaram a utilização do "cavalo de tróia".
Cavalo de Tróia?
Só se a notícia for para néscios, porque nos estão a chamar estúpidos a todos.
O SIS isto o SIS aquilo, quem manda no SIS, quem manda no cavalinho?
Avante camaradas!
Repararam que o PCP achou mais importante o eleito pelo néscio povinho ir ao Cogresso que a Bruxelas?
Os Partidos são mais importantes que a Pátria, são todos internacionalistas...
Como se diz, vai ser cada um por si.
Cavalo de Tróia uma treta... a mão negra da cabala macónica talvez, Senhor Procurador, procure outro emprego ou reforme-se, isto é vergonha a mais...
O Pelicano

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

A Tale That Wasn't Right

E a criminalidade continua a diminuir...

1/ "Em menos de uma hora, duas farmácias e uma bomba de gasolina foram assaltadas. Foi anteontem à noite, na zona de Braga (mais aqui)"

2/ "Carro da EMEL alvo de tiro (mais aqui)"

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Espectáculo de Espinho começa mal

"José Sócrates chega ao XVI Congresso do PS com o partido absolutamente na mão. Não são os arrufos de Manuel Alegre e o seu namoro intermitente com o Bloco de Esquerda que perturbam o sono do líder socialista.

É evidente que o PS arranca hoje para um ciclo decisivo de eleições com o País numa situação económica terrível. É evidente que muitos politólogos têm dito que o desemprego galopante, as falências e o desespero de muitas famílias favorecem o PS. É evidente que há algo de estranho com as sondagens.

Portugal nunca esteve tão mal. Portugal nunca teve uma situação social tão terrível. A instabilidade social está por todo o lado e tende a agravar-se. Pois bem. Nada disso aparece nas inúmeras sondagens políticas. Parece que o país político é um e o país real é outro completamente diferente. Seja como for, Sócrates quer mobilizar desde já o PS e o País para uma nova maioria absoluta.

É por isso que não se percebe que os organizadores do Congresso tenham colocado umas cortinas pretas à volta do recinto para impedir as televisões de mostrar os congressistas de frente. Servem para quê? Afinal, de que tem medo Sócrates? De si mesmo? Do partido? Ou dos cidadãos eleitores?
"

António Ribeiro Ferreira

Trabalhar em Portugal.

"O número anual de horas trabalhadas em Portugal diminuiu entre 2002 e 2006, revela um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgado hoje. Com base nas horas trabalhadas, o INE conclui que a produtividade do trabalho em Portugal cresceu em média 1,2% ao ano, entre 2000 e 2006, com o valor mais alto a ser atingido em 2006 (1,6%) (mais aqui)".

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"Malhar".

"O ministro dos Assuntos Parlamentares acusou hoje a presidente do PSD de ter uma concepção «empobrecida» da democracia ao criticar o primeiro-ministro por estar ausente da cimeira europeia, domingo, em Bruxelas, para encerrar o congresso do PS (mais aqui)"
Gostaríamos mais ver Santos Silva discutir os problemas que afectam o país. Mas como “malhar” é uma tarefa mais fácil…

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Taxas de juro.

"As taxas Euribor registaram um novo recuo generalizado, acumulando agora 98 sessões consecutivas de quedas (mais aqui)"
E lá fora as taxas de juro continuam a cair…

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Pirotecnias

"O partido governamental realiza o Congresso num dos momentos de maior crise da democracia portuguesa. Crise imensa de valores que, entre dúvidas na lisura de quem nos governa e inseguranças quanto às instituições da República, nos roubou o sentimento de dignidade e orgulho nacional que é o que inspira os povos a ultrapassar as crises. Sem essa ferramenta, ao fim dos quatro anos de governação de José Sócrates - entre Freeport I e Freeport II - Portugal vive um quotidiano de descontentamento.

Como conduzir os trabalhos do mais importante órgão do partido, evitando que números do desemprego diariamente desactualizados não dominem as preocupações de militantes responsáveis? Como evitar que o desencanto dos estraga-festas desfigure com a realidade relatos mediáticos mais virtuais?

Com uma operação de choque e espanto de efeitos pirotécnicos, sob a forma de moções e diversões. O guião arranca com uma supergirândola que rebenta qual big-bang e ocupa o espaço de debate dominando o Congresso: "O Tino de Rans já não pega. Vamos convidar Mahmoud Ahmadinejad, Raúl Castro ou Hugo Chávez", propuseram os assessores de media. "Ahmadinejad não vem! Nós nem sequer somos islâmicos e os iranianos já disseram que não gostam do casamento homossexual. Os irmãos Castro sempre irritaram Mário Soares, portanto, não. Ficamos por Chávez. Ninguém o convida na Europa e ele vem de certeza. Soares acha-lhe piada e as televisões vão andar sempre atrás dele".

"Porreiro, pá. Mete aí na agenda um jogging na Cova da Moura e manda vir da Havanesa cinco caixas de Coronas que ele também ainda fuma". Um conselheiro mais prudente dirá que com esta vinda de Hugo Chávez talvez seja melhor eliminar na tradução para espanhol da moção do secretário-geral aquela parte na página 6, onde se lê : "uma após outra, as ditaduras inspiradas pelo comunismo foram derrubadas pelos povos em busca de liberdade e democracia". 'Está claro que isto é dirigido ao PCP, mas parece mal, logo agora que o camarada Chávez se tornou presidente vitalício". "Depois, para cobrir os problemas das escolas, da saúde, da justiça e da falta de Magalhães vamos lançar então a proposta do casamento gay. Para já como um processo facultativo aberto aos cidadãos que o requeiram, mas que tendencialmente poderá ser obrigatório, a menos que se pague uma coima ao atingir-se a maioridade. Essa parte deixa-se para quando a Comissão Europeia nos impuser o procedimento relativo aos défices excessivos. Para os pensionistas deixarem de fazer contas a pacotes de subsídios e complementos que não chegam para os medicamentos diários nem para a meia de leite e o folhado de salsicha mensal, aí lança-se a discussão sobre a eutanásia. Ficam todos cheios de medo e não falam mais disso".

E pronto. Inspirado pela presença de Chávez, o Congresso votará por unanimidade as 26 páginas da moção de José Sócrates. Mesmo aqueles pontos da página 4, onde se descreve que no passado houve uma fase de "falta de sentido de Estado e da dignidade das instituições tão intolerável que obrigou à demissão antecipada do Governo". Esta é a parte mais perigosa da moção de Sócrates. Claro que ele se refere ao governo PSD/CDS. Mas está a dar ideias a Cavaco, para quando o presidente tiver tempo para se concentrar no Governo, depois de resolver aquela questão que ele tem lá no Conselho de Estado
. "

Mário Crespo

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Curiosidades.

1/ "Os preços dos combustíveis voltaram esta quarta-feira a subir nos postos da Cepsa e da Galp e vão aumentar na Repsol, reflectindo a evolução das cotações dos produtos refinados no mercado europeu, confirmaram à Lusa fontes oficiais das empresas (mais aqui)"

2/ "Já a BP disse que vai descer o preço da gasolina em 3 cêntimos para 1,159 euros o litro, enquanto que o gasóleo vai ficar 2 cêntimos mais barato, passando a custar 0,949 euros. Fonte oficial da petrolífera explicou ao Económico que "não existe uma correlação directa entre o preço do crude e os refinados" e que a diminuição dos preços está a reflectir uma descida na procura (mais aqui)"

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PGR

"A RIDÍCULA censura de um carro alegórico no corso de Carnaval de Torres Vedras e posterior revisão da decisão – provando que o Ministério Público é até demasiado célere quando quer e pode – concorre directamente com a desastrosa gestão do caso Freeport pela Procuradoria-Geral da República. Não há semana em que Pinto Monteiro não reincida em atabalhoadas e contraditórias declarações e comunicados públicos. Que prejudicam a imagem do Ministério Público e em particular da ‘sua’ Procuradoria-Geral da República. Uma investigação que esteve parada durante anos passou em poucos dias da ausência de suspeitos para arguidos constituídos. E o mesmo procurador-geral que há semanas garantia que na investigação em curso «não há arguidos nem suspeitos» é o primeiro a afirmar agora que «sempre que há ilícitos há suspeitos». Pois, como se todos não o soubéssemos."

MRamires

Combate à criminalidade.

"Rui Pereira anunciou esta semana que o combate à criminalidade vai contar com mais dois mil agentes já este ano e que o Governo vai avançar com uma nova lei das armas como instrumento fundamental para a política de segurança interna. Serão aqueles dois mil agentes os mesmos que o ministro anunciou no início do ano passado, depois de ter recusado qualquer reforço das Polícias no final de 2007? E a nova lei das armas será a mesma que o Governo também já entregou faz meses na Assembleia da República? Trata-se apenas de mais um ministro rendido à ‘anunciarite’ aguda de que padece o Governo, que não se cansa de repetir os anúncios das ‘boas’ medidas. Se não fosse assim, já em quantos milhares de milhões não iria o apoio às PME’s, tantos os anúncios feitos por José Sócrates e Manuel Pinho? Estranho é que ainda ninguém tenha vindo anunciar quais as conclusões do relatório sobre a criminalidade relativo a 2008. Não deve ser nada bom.

MRamires

Nothing Else Matters

Os limites da crise

"Parece que, com a crise, a palavra de ordem é: gastar. Está tudo tão adormecido e retraído na economia, que, dizem os peritos, daquilo que precisamos é de gastar.

Nada de enfiar o dinheiro no bolso. Vão à rua e gastem. Comprem. Consumam. E o Estado também. Este é o lado mais paradoxal da economia. Se chegámos à crise, foi porque gastámos em demasia, porque nos endividámos. Agora sairemos da crise continuando a gastar e ainda mais endividados.

Eu sei que tudo se explica nesta vida, mas acreditem que só depois de passarmos por momentos de grande confusão.

Como sabem, eu não sou economista. Vou lendo umas coisas para ver se aprendo. De resto, sou jurista. O que é um jurista? Um jurista é aquela pessoa que tem de ser impedida por todas as maneiras de participar em debates sobre o casamento homossexual. Um jurista é também um monumental chato. Quando outros têm uma ideia, aparece logo um jurista como se fosse um fiscal a dizer o que não se pode fazer. Portugal é um país de juristas porque toda esta cultura de inacção e paralisia está-nos absolutamente entranhada. Na maioria das vezes, isso é mau. Tem dias em que é bom.

Não estou bem a divagar. Reparem que, um pouco por todo o lado, os governos receberam um mandato discricionário para intervir na economia.

Surgiram programas que pretendem relançar o investimento público, lançar obras públicas e injectar dinheiro como forma de aumentar o rendimento disponível para o consumo. É uma ideia que levou Obama a avançar com o seu programa ambicioso de estímulo económico. É uma ideia que tem recebido a caução do influente Paul Krugman que já avisou: esqueçam os défices.

O nosso Governo sempre teve ideias sumptuárias em matéria de investimento público (lembram-se por que saiu Campos e Cunha do Governo?). Agora tem-se agarrado a estes princípios para vender e justificar politicamente todas as intervenções do Estado. 1,5 mil milhões de euros para salvar o BPN?

É a crise. Estradas, caminhos de ferro, projectos megalómanos? É preciso aumentar o investimento público. Empresas intervencionadas? É preciso salvar o capital disponível.

E eu digo: é preciso desconfiar. Não acredito em mandatos livres dos governos, mesmo em tempos de crise, e não vejo que o Governo tenha um critério claro que explique o seu novo intervencionismo. Tudo bem que é preciso injectar dinheiro na economia para aumentar o consumo público e privado. Mas não é verdade que esses efeitos sobre o consumo têm de ser imediatos? Não é o caso dos grandes projectos que pedem tempo até puxarem pela procura. E se o Estado quer intervir em empresas, que se meta apenas naquelas que são competitivas e que estão a sofrer os efeitos da crise na retracção excepcional da procura. Em tempos de crise o poder precisa de ser vigiado
."

Pedro Lomba

OS PESOS E AS MEDIDAS

"Porque é que Dias Loureiro já foi condenado em público num processo, o do BPN, em que nem sequer é arguido? Porque é que a presunção de inocência não se aplica a Dias Loureiro? Porque é que Dias Loureiro não suscita vozes reflectidas a censurar os julgamentos populares? Porque é que ninguém supõe existir uma campanha negra contra Dias Loureiro? Porque é que poucos ou nenhuns desconfiam da "instrumentalização política" das notícias sobre Dias Loureiro? Porque é que não se censura a violação do segredo de justiça a propósito do "caso" BPN e do respectivo envolvimento de Dias Loureiro? Porque é que as opiniões publicadas acerca de Dias Loureiro não primam pela cautela e pelos escrúpulos? Porque é quase unânime a exigência de que Dias Loureiro se demita imediatamente do Conselho de Estado em nome da respeitabilidade do cargo? Porque é que a direcção da Lusa não impõe a supressão da informação desagradável relativa a Dias Loureiro? Porque é que a PGR não emite comunicados regulares a fim de proteger o bom nome de Dias Loureiro?

Juro: não tenho a mais vaga admiração, ou até simpatia, pelo indivíduo. Tenho apenas curiosidade em comparar o tratamento que lhe é dispensado à decência recomendada em histórias que eu julgava idênticas, não que de momento me ocorra alguma
."

Alberto Gonçalves

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Highway to Hell

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É preciso preservar o Banco de Portugal

"Vitor Constâncio ficou surpreendido com a queda do PIB no quarto trimestre de 2008, referindo que a profundidade do tombo vai obrigar a rever as projecções para 2009. E embora não o tenha dito, ficou no ar outra ideia: a de que a queda do PIB este ano pode ser pior do que os 1,5% previstos pela Comissão Europeia.

O problema é que há poucas duas semanas o próprio Constâncio recusou o pessimismo de Bruxelas, limitando a quebra do PIB a cerca de 1%. Como é pelo menos a segunda vez no espaço de dois meses que o governador avança com previsões que não se cumprem, isto merece reflexão. Porquê? Porque o Banco de Portugal, pela frequência com que se pronuncia sobre a conjuntura (e pelos erros de avaliação), corre o risco de imitar, pela negativa, o Ministério das Finanças.

A conjuntura está demasiado incerta, dificultando as previsões? Certamente. Mas essa devia ser razão bastante para o Banco não rever projecções a cada mês. Se as Finanças insistem em fazê-lo, descredibilizando-se, é uma coisa. Mas o banco central não se pode dar a esse luxo.

O Banco foi, graças à sua qualidade técnica, uma peça-chave do processo de estabilização económica do pós-democracia (razão que levou o País a confiar nele). Não pode deitar tudo isso a perder com intervenções frequentes, e mal medidas, sobre a conjuntura. Constâncio devia saber isso. Até para proteger a sua própria imagem, de "craque" em questões macroeconómicas
."

Camilo Lourenço

Grande porcaria

"A crise económica não tem apenas coisas muito más. Nestes meses de recessão, desemprego, pobreza e desespero de muitas famílias, os indígenas lêem, vêem e ouvem, perplexos e indignados, histórias obscenas de uns tantos senhores e senhoras, altamente respeitáveis na sociedade lusa, que andaram anos e anos, impunemente, a roubar, de colarinho branco, gravata e bons vestidos, milhões e milhões.

É evidente que num sítio pobre, deprimido, manhoso, hipócrita e cada vez mais mal frequentado a fartura e ostentação de muita gentalha sempre levantou imensas dúvidas. Os avisos, os alertas e os discursos bem-intencionados sobre a corrupção eram apenas palavras que o vento levava rapidamente para bem longe e a vidinha voltava rapidamente à normalidade da roubalheira consentida e organizada.

Algumas vozes mais inconformadas, como a de João Cravinho, eram prontamente caladas e enviadas para exílios dourados para não perturbarem a paz dos que andavam a roubar por tudo o que era banquinho, banqueta, banco, autarquia ou ministério. O que tem a vindo a público sobre o que se passou durante estes anos no BPN é uma história de fazer arrepiar as pedras da calçada. E é natural que as pessoas se interroguem como é que só agora, que a peneira se estilhaçou com a crise financeira internacional, se descobre um roubo de tal dimensão. E também é legítimo que os indígenas ponham as mãos na cabeça e percebam cada vez menos o verdadeiro alcance da nacionalização do banco fundado por Oliveira e Costa.

E se o BPN levanta imensas perplexidades, o caso do BPP e a intervenção apressada do Banco de Portugal é muito mais um caso de polícia do que outra coisa qualquer. Acontece que nestes como em outros casos, como na extraordinária fortuna acumulada pelo presidente da Câmara de Braga, família e amigos, nem polícia nem a Justiça servem para grande coisa. E já que andam para aí a destapar o pântano, seria muito bom que o senhor ministro das Finanças e a Caixa Geral de Depósitos explicassem muito bem o fabuloso negócio que fizeram com o senhor Manuel Fino, que vendeu metade das acções que tinha na Cimpor por um valor 25 por cento superior ao preço de mercado para amortizar uma dívida ao banco público.

Olhando de longe tudo isto, a ideia que fica é que a ladroagem decidiu cerrar fileiras para defender a democracia e as instituições dos ataques de uns bárbaros que odeiam ladrões, pântanos e porcarias
."

António Ribeiro Ferreira

CASAMENTOS ESCANDALOSOS

"O grande debate sobre o casamento homossexual está a suscitar um debate subterrâneo e algo irónico sobre o impedimento dos casamentos polígamo e incestuoso. Os defensores do primeiro rejeitam a mistura ("absurda e ofensiva", garantem) com os segundos. Reaccionarismo? Para dizer o mínimo. Se apenas o preconceito e a lei que o reflecte impedem o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo, porquê distingui-lo das demais possibilidades de matrimónio e do combate aos demais preconceitos? É verdade que o activismo gay tenta explicar. Eu é que não percebo os argumentos.

Um dos argumentos pretende que, ao invés da poligamia e do incesto, a homossexualidade é identitária. A sério? Por regra, a identidade de uma minoria é conferida pela maioria. Mesmo descontada a célebre "boutade" de Gore Vidal ("homossexual é substantivo, não adjectivo"), é evidente que a definição de alguém enquanto homossexual teve na origem um carácter pejorativo que não estamos interessados em manter, pois não?

Outro argumento sustenta que o casamento gay não prejudica ninguém. Nem o poligâmico, desde que se assegure idêntico estatuto aos géneros. O Islão, em que o papel da mulher é legalmente subalterno, é péssimo exemplo. Para nem falar da hipótese da poliandria (união de uma mulher com vários homens), não é obrigatório que a poliginia (união de um homem com várias mulheres) corresponda a um sistema injusto. Quanto ao incesto, é possível que a sua interdição talvez tenha começado logo pelos problemas genéticos que a reprodução dentro da família imediata coloca, maçada erradicável numa época em que, como todos (excepto a dra. Ferreira Leite) compreendemos, o casamento não se resume à procriação.

O último argumento é o do barulho. Aparentemente, só importa discutir o casamento homossexual na medida em que só os homossexuais se organizam em grupos para combater a discriminação de que se dizem alvo. Mas não será que o poder reivindicativo do movimento gay mostra justamente a respeitabilidade que conquistou? E que a inexistência de campanhas em prol da poligamia e do incesto exprime o medo e a discriminação muito superiores a que os seus praticantes, reais ou platónicos, estão sujeitos? Nunca se sabe.

Não acho o assunto demasiado empolgante. Acho, porém, que se a ideia é acabar os preconceitos, conviria deixarmo-nos de hipocrisias e acabar com todos de uma vez, incluindo o que restringe o matrimónio a seres humanos. Os zoófilos também são gente, e se os desenhos animados não são, há gente empenhada em casar com eles (no Japão decorre uma petição para o efeito). Já que o casamento não tem de ser o que a lei define, pode ser o que um homem quiser. Ou dois homens. Ou três, sendo um deles uma mulher e os restantes os irmãos Metralha
."

Alberto Gonçalves

terça-feira, fevereiro 24, 2009

CABEÇA NO AR

"Numa altura em que, por cá, a indignação face à intolerância do cardeal Saraiva Martins a propósito dos casamentos homossexuais substituiu a indignação face à intolerância do cardeal Patriarca a propósito dos casamentos entre cristãs e muçulmanos, convirá contar a história de Muzzammil Hassan. Em 2004, o sr. Hassan, árabe a viver nos EUA, fundou, com a mulher Aasiya, o canal de televisão Bridges (pontes), destinado a contrariar os "estereótipos negativos" dos islâmicos na América após o 11 de Setembro. Nas palavras deste crente dito moderado, o Bridges Tv mostraria a liberdade, o pacifismo, o progresso e o respeito pela diversidade pregados pelo Alcorão. Infelizmente, o sr. Hassan não dispunha de tempo para ver o próprio canal, já que em casa se ocupava a espancar a esposa por desobediência às leis divinas. A polícia foi chamada incontáveis vezes. Em Janeiro, Aasiya pediu o divórcio, que a sharia não admite sem o consentimento do marido. Há dias, o sr. Hassan cumpriu o castigo prescrito e decapitou a senhora. O corpo e a cabeça foram encontrados nos estúdios da Bridges Tv, não sei se em directo se em diferido. Embora pareça óbvio que prejudicou mais a imagem de Aasiya, um "amigo da família" afirmou que o crime iria "afectar a imagem do Islão". Com ou sem cabeça, o pobre Islão é sempre a vítima. "

Alberto Gonçalves

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Da Opus Dei à Maçonaria, história breve de um banco e outras tropelias do regime

De um amigo

Vale a pena ler com atenção, se tiveres paciência.

Em países onde o capitalismo, as leis da concorrência e a seriedade do
negócio bancário são levados a sério, a inacreditável história do BCP
já teria levado a prisões e a um escândalo público de todo o tamanho.
Em Portugal, como tudo vai acabar sem responsáveis e sem
responsabilidades, convém recordar os principais momentos deste "case
study", para que ao menos a falta de vergonha não passe impune.

1. Até ao 25 de Abril, o negócio bancário em Portugal obedecia a regras simples:
Cada grande família, intimamente ligada ao regime, tinha o seu banco.

Os bancos tinham um só dono ou uma só família como dono e sustentavam
os demais negócios do respectivo grupo. Com o 25 de Abril e a
nacionalização sumária de toda a banca, entrámos num período
revolucionário' em que "a banca ao serviço do povo" se traduzia, aos
olhos do povo, por uns camaradas mal vestidos e mal encarados que nos
atendiam aos balcões como se nos estivessem a fazer um grande favor.

Jardim Gonçalves veio revolucionar isso, com a criação do BCP e, mais
tarde, da Nova Rede, onde as pessoas passaram a ser tratadas como
clientes e recebidas por profissionais do ofício. Mas, mais: ele
conseguiu criar um banco através de um MBO informal que, na prática,
assentava na ideia de valorizar a competência sobre o capital.

O BCP reuniu uma série de accionistas fundadores, mas quem de facto
mandava eram os administradores - que não tinham capital, mas tinham
"know-how".

Todos os fundadores aceitaram o contrato proposto pelo "engenheiro" -
à excepção de Américo Amorim, que tratou de sair, com grandes lucros,
assim que achou que os gestores não respeitavam o estatuto a que se
achava com direito (e dinheiro).

2. Com essa imagem, aliás merecida, de profissionalismo e competência,
o BCP foi crescendo, crescendo, até se tornar o maior banco privado
português, apenas atrás do único banco público, a Caixa Geral de
Depósitos.
E, de cada vez que crescia, era necessário um aumento de capital.
E, em cada aumento de capital, era necessário evitar que algum
accionista individual ganhasse tanta dimensão que pudesse passar a
interferir na gestão do banco.

Para tal, o BCP começou a fazer coisas pouco recomendáveis: aos
pequenos depositantes, que lhe tinham confiado as suas poupanças para
gestão, o BCP tratava de lhes comprar, obviamente sem os consultar,
acções do próprio banco nos aumentos de capital, deixando-os depois
desamparados nas perdas da bolsa;

Aos grandes depositantes e amigos dos gestores, abria-lhes créditos de
milhões em "off-shores" para comprarem acções do banco, cobrindo-lhes,
em caso de necessidade, os prejuízos do investimento.

Desta forma exemplar, o banco financiou o seu crescimento com "o pêlo
do próprio cão", aliás, com o dinheiro dos depositantes - e subtraiu
ao Estado uma fortuna em lucros não declarados para impostos. Ano após
ano, também o próprio BCP declarava lucros astronómicos, pelos quais
pagava menos de impostos do que os porteiros do banco pagavam de IRS
em percentagem.
E, enquanto isso, aqueles que lhe tinham confiado as suas pequenas ou
médias poupanças viam-nas sistematicamente estagnadas ou até
diminuídas e, de seis em seis meses, recebiam uma carta-circular do
engenheiro a explicar que os mercados estavam muito mal.
3. Depois, e seguindo a velha profecia marxista, o BCP quis crescer
ainda mais e engolir o BPI.
Não conseguiu, mas, no processo, o engenheiro trucidou o sucessor que
ele próprio havia escolhido, mostrando que a tímida "renovação"
anunciada não passava de uma farsa.

Descobriu-se ainda uma outra coisa extraordinária e que se diria
impossível: que o BCP e o BPI tinham participações cruzadas, ao ponto
de hoje o BPI deter 8% do capital do BCP e, como maior accionista
individual, ter-se tornado determinante no processo de escolha da nova
administração... do concorrente!
Como se fosse a coisa mais natural do mundo, o presidente do BPI dá
uma conferência de imprensa a explicar quem deve integrar a nova
administração do banco que o quis 'opar' e com o qual é suposto
concorrer no mercado, todos os dias...

4. Instalada entretanto a guerra interna, entra em cena o notável
comendador Berardo - ele é só o homem que mais riqueza acumula e menos produz no país (protegido pelo 1º Ministro), que lhe deu um museu do Estado para armazenar a colecção de arte privada.
Mas, verdade se diga, as brasas espalhadas por Berardo tiveram o
mérito de revelar segredos ocultos e inconfessáveis daquela casa.
E assim ficámos a saber que o filho do engenheiro fora financiado em
milhões para um negócio de vão de escada, e perdoado em milhões quando
o negócio inevitavelmente foi por água abaixo.
E que havia também amigos do engenheiro e da administração (José M.
Pitta Goes Ferreira), gente que se prestara ao esquema das
"off-shores", que igualmente viam os seus créditos malparados serem
perdoados e esquecidos por acto de favor pessoal.
5. E foi quando, lá do fundo do sono dos justos onde dormia tranquilo,
acorda inesperadamente o governador do Banco de Portugal e resolve
dizer que já bastava: aquela gente não podia continuar a dirigir o
banco, sob pena de acontecer alguma coisa de mais grave - como, por
exemplo, a própria falência, a prazo.
6. Reúnem-se, então, as seguintes personalidades de eleição:
o comendador Berardo, o presidente de uma empresa pública com
participação no BCP e ele próprio (Faria de Oliveira) ex-ministro de
um governo PSD e da confiança pessoal de Sócrates, mais, ao que
consta, alguém em representação do doutor "honoris causa" Stanley Ho -
a quem tantos socialistas tanto devem e vice-versa.
E, entre todos, congeminam um "take over" sobre a administração do
BCP, com o "agréement" do dr. Fernando Ulrich, do BPI.
E olhando para o panorama perturbante a que se tinha chegado, a juntar
ao súbito despertar do dr. Vítor Constâncio, acharam todos avisado
entregar o BCP ao PS
Para que não restassem dúvidas das suas boas intenções, até
concordaram em que a vice-presidência fosse entregue ao sr. Armando
Vara (que também usa 'dr.') - fabuloso expoente político e bancário
que o país inteiro conhece e respeita.
7. E eis como um banco, que era tão independente, que fazia tremer os
governos, desagua nos braços cândidos de um partido político - e logo
o do Governo. E eis como um banco, que era tão cristão, tão "opus
dei", tão boas famílias, acaba na esfera dessa curiosa seita do
avental, a que chamam maçonaria.
8. E, revelada a trama em todo o seu esplendor, que faz o líder da oposição?
Pede em troca, para o seu partido, a Caixa Geral de Depósitos, o banco público.
Pede e vai receber, porque há 'matérias de regime' que mesmo um
governo que tenha maioria absoluta no parlamento não se atreve a pôr
em causa.
Um governo inteligente, em Portugal, sabe que nunca pode abocanhar o bolo todo.
Sob pena de os escândalos começarem a rolar na praça pública, não pode
haver durante muito tempo um pequeno exército de desempregados da
Grande Família do Bloco Central.
Se alguém me tivesse contado esta história, eu não teria acreditado.
Mas vemos, ouvimos e lemos. E foi tal e qual .

PS.: e a história do BPN/SLN tem uns aspectos igualmente muito
semelhantes e interessantes!.....

É o Bloco Central a funcionar…………….. Vulgo Centrão

Depois do que os banqueiros centrais e os outros fizeram há que conter a ira...

Exercícios militares e policiais de preparação para conter potenciais revoltas populares provocadas pelo crescente empobrecimento da população estão actualmente em curso em várias regiões dos Estados Unidos. Nas últimas semanas, diversos especialistas alertaram para o perigo de um “Verão de Raiva” em solo americano face ao agravamento da crise económica e da subida em flecha do desemprego. Os sinais de militarização do quotidiano norte-americano não páram de aumentar.
Entre os dias 27 de Janeiro e 8 de Fevereiro, 150 soldados do Comando de Operações Especiais dos EUA participaram num exercício antiguerrilha urbana, com helicópteros militares, armas automáticas e explosivos. A Associated Press noticiou que as autoridades o descreveram com “um treino cuidadosamente planeado e seguro.”
A Guarda Nacional de Iowa foi obrigada a suspender um exercício militar programado para Abril, em Arcadia, devido aos protestos da população que teme estar em curso a “preparação da imposição da lei marcial” em alguns estados norte-americanos e uma operação em larga escala para desarmar a população.
O assunto tem sido amplamente noticiado em muitos blogues mas ignorado pelos chamados “media de referência”. Num deles -LewRockwell.com - o exercício em Iowa destinava-se a “recolher informação, procurar e deter um negociante de armas suspeito”. O autor identifica o sargento Mike Kots, da Guarda Nacional, como fonte da informação.
No dia 9 de Janeiro, em Richmond, Virgínia, cerca de 2.000 marines - fuzileiros navais e tropas especiais aerotransportadas - iniciaram um treino de duas semanas que envolveu o desembarque de tropas em zonas populacionais. O jornal Richmond Times Dispacht confirmou tratar-se de um “exercício antiguerrilha urbana” para, entre outros objectivos, “familiarizar os pilotos” dos helicópteros com o terreno. Um dos residentes filmou as operações e disponibilizou imagens no YouTube.
Estas operações militares, que as autoridades negam ter como objectivo o desempenho de missões policiais em solo norte-americano, foram divulgadas em Setembro de 2008, na edição online do periódico militar Army Times. “A partir de 1 de Outubro e durante 12 meses a 1.ª Brigada de Combate [da 3.a Divisão de Infantaria] ficará sob as ordens do Comando Norte (NorthCom), enquanto unidade de resposta a solicitações federais relacionadas com desastres ou emergências, naturais ou provocadas artificialmente, incluindo ataques terroristas.” O boletim electrónico refere que “a nova missão assinala a primeira vez em que foi atribuída a uma unidade no activo a execução de tarefas exclusivamente sob o comando do NorthCom.”
Na edição de 1 de Outubro de 2008, o jornal electrónico Homeland Security Today, da agência estadunidense responsável pela segurança interna, noticiou que “o comando militar americano encarregado de proteger o território continental dos Estados Unidos começou a constituir a sua primeira unidade exclusiva, para dar resposta a ameaças químicas, biológicas, radiológicas, nucleares e explosivas”.
No passado dia 17 de Janeiro, a organização federal dos presidentes de câmara - United States Conference of Mayors - publicou um extenso documento (344 páginas em PDF) ilustrativo da militarização da sociedade norte-americana e das estruturas de protecção e defesa civis. A lista dos equipamentos solicitados pelos autarcas ao governo federal, para a execução dos programas de segurança pública, fornece abundante informação.
As exigências dos mayors norte-americanos ascendem a centenas de milhões de dólares e incluem, entre outros, uma vasta parafrenália de material militar antiguerrilha, sistemas de vigilância, armamento, sofisticados equipamentos de telecomunicações e veículos blindados.
A lista foi apresentada numa altura em que a 92% dos governos estaduais estão com graves problemas financeiros ou perto da bancarrota, conforme noticiámos no passado dia 7.
MRA Alliance
Pedro Varanda de Castro, Consultor
Por cá já alguém disse que era cada um por si, aliás já é, porque o Estado morreu e ninguém dos eleitos é impoluto, os outros obedecem com passividade, desde antes do 28 de Maio a que não se assistia a uma babdalheira destas proporções.
Cada um por si, basta ver o relatório sobre assassínios cometidos e quem os cometeu

O Dia do juízo Final lentamente

A semana que agora termina foi marcada por um conjunto de factos e acontecimentos que apontam para a completa falência do actual modelo capitalista em que vivemos. A banca enfrenta graves problemas de solvência. Os banqueiros centrais e os políticos estão a conduzir o planeta para uma catástrofe com as dimensões bíblicas do Armagedão.
Tudo isto com uma incrível ligeireza.
O primeiro presidente afro-americano da América, Barack Obama, ficará na história como o mais gastador e, provavelmente, como um dos menos responsáveis.
Um mês depois de ter tomado posse, Obama assinou a lei que irá injectar na economia americana USD 787 mil milhões/bilhões (mm/bi) através de um chamado “pacote de estímulo económico”. Antes havia anunciado o programa de combate às penhoras imobiliárias, no montante de USD 275 mm/bi.
Não contente com isto, o seu governo, através do Secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciou um novo programa de salvamento do sistema bancário no montante de USD 3 mil biliões/trilhões.
Tudo somado, o Estado norte-americano criou mais uma dívida de USD 4062 biliões - 4,062 trilhões - no acanhado espaço de 30 dias…
Para termos uma ideia da dimensão das responsabilidades assumidas pela administração Obama, basta pensarmos que se tivéssemos nascido há dois mil anos atrás ainda teríamos de recuar 2053 anos para conseguir poupar a “módica” quantia de mil milhões de dólares por ano.
Quatro mil e sessenta e dois anos - 2053 AC + 2009 DC - ao ritmo anual de mil milhões, foram reduzidos a apenas trinta dias pelos alquimistas financeiros do establishment norte-americano!
A magnitude e o ritmo do endividamento norte-americano, bem como dos 27 países da União Europeia, irão fazer da Grande Depressão um acontecimento menor na história do capitalismo.
Nos próximos meses, vamos continuar a assistir à desarticulação e desmembramento do sistema.
Para já, em câmara lenta…
PVC

Come Back To Me

E VOCÊ ANUNCIAVA AOS NAZIS O DIA D?

"O jornal inglês The Times, na quarta-feira, tinha uma manchete sobre a guerra nas fronteiras entre o Afeganistão e o Paquistão que era uma cacha: "Base Secreta para Predators." Seguiam-se duas páginas provando que o isolado aeroporto de Shamsi, no Paquistão, serve de base para os drones, aqueles aviões americanos sem piloto. De reconhecimento mas também lançando mísseis, os drones Predators têm feito razias entre os talibãs, seja em território afegão, seja nas províncias fronteiriças paquistanesas.

Tanto o ex-presidente Pervez Musharraf como o actual, Asif Ali Zardari, têm preferido que a aliança com os americanos não seja muito visível num país de 97% de muçulmanos e pasto do radicalismo religioso. Logo, o artigo do Times foi negado pelo ministro da Defesa paquistanês. Em artigo de opinião junto à reportagem, o jornal assinalava o "duplo jogo" de Zardari. Por um lado, pressionado pelas forças dos talibãs, o Presidente paquistanês aceita que nas províncias do Noroeste, no Vale de Swat, seja implantada a lei da sharia, a forma mais violenta de fascismo muçulmano (por exemplo, as raparigas são impedidas de frequentar a escola). Por outro, Zardari aceita que um aeroporto paquistanês seja usado pelos "drones" americanos para operações militares em território paquistanês.

Ora esta ambiguidade do Governo paquistanês verifica-se também no próprio The Times. Na capa e nas páginas 6 e 7 (e no dia seguinte volta à carga com mais provas), o jornal denuncia o uso do aeroporto de Shamsi pelos drones. E, na página 2, em editorial, o jornal louva o pragmatismo do Presidente Zardari por deixar os americanos utilizar os drones no seu território. Estes ataques, diz jornal, "têm atacado casas onde os líderes da Al-Qaeda se encontram, têm morto vários comandantes e fazem pressão para que eles abandonem as zonas tribais que os protegem." O editorial acaba assim: "O extremismo deve ser derrotado, pelos drones, pelo Exército [paquistanês] e pela lei."

O jornal, no editorial, escolhe um lado - legítimo, porque contra o terrorismo (contra o qual, aliás, jovens ingleses combatem na região). Mas, mais do que o editorial, será a reportagem, também do Times, que será lida no Paquistão. E essa não ajudará o combate dos drones contra o terrorismo. Os radicais islâmicos servir-se--ão da reportagem para fragilizar quem no Paquistão combate os terroristas.

Dir-se-á: mas o sacrossanto direito à informação, um dos pilares da democracia, foi cumprido. E, sobre isso, eu pergunto: um repórter que vai numa acção militar secreta e perigosa, se a sabe de antemão, anuncia-a para quem a possa atacar? Pois é, quem tem cu sabe as limitações dos sacrossantos direitos
"

Ferreira Fernandes

O Zoo de Nova Iorque, os despedimentos e as empresas

"Há dias, o responsável do Zoo de Nova Iorque lembrava que na Grande Depressão, em que muita gente passou fome, aquele espaço fechou portas. Razão? Um Zoo não pode "despedir" animais.

Ou melhor, pode "despedir" uma rã ou um porco espinho, mas não pode largar na rua animais perigosos. Nem mesmo em momentos de profunda crise económica.

Solução? Em alturas de vacas gordas, quando apetece expandir e "contratar" novos animais, a equipa de gestão não se esquece de algumas perguntas. Uma delas é, paradoxalmente, óbvia: se as pessoas deixarem de vir ao Zoo, como é que se mantém os animais?

Num tempo em que as empresas despedem às dezenas de milhar, vale a pena os gestores atentarem neste raciocínio. E importarem a técnica da "contratação" de animais... para a contratação de pessoas. É claro que não se pode levar este exercício ao exagero, porque há despedimentos que são inevitáveis (se não forem feitos, podem pôr a empresa em perigo). Mas se os gestores fossem mais cuidadosos nos momentos de euforia, muitos despedimentos seriam evitados. Bastava que antes de decidir fizessem a mesma pergunta dos gestores de zoos: E quando vierem as dificuldades económicas como é que vamos manter os contratados?

P.S. - Jerónimo Martins, Sonae e PT não vão despedir pessoas este ano. Pressão da opinião pública, do poder político ou do marketing? Pouco interessa: desde que não despeçam
..."

Camilo Lourenço

O raio-x do País

"A sociedade portuguesa, às vezes, tem de tapar o nariz porque o perfume não abunda nestes dias conturbados. Do abismo onde o País mergulhou vêm à superfície casos como o do BPN, sinais de que o colete-de-forças social está a rebentar.

Há um círculo vicioso de corrupção e impunidade em Portugal. Já poucos duvidam disso. Mas ninguém ficaria tão espantado se o resto de Portugal tivesse forças para iludir o drama do desemprego, que caminha para dias mais negros, apesar da animação governamental.

Há um paradoxo muito simples: se o País está virado para o consumo e para a circulação financeira, o que acontecerá se a maioria deixar de ter dinheiro para adquirir? Essa é a ponta do icebergue nacional: o dinheiro circula, mas a dimensão da nossa indústria é ridícula (e quase toda ela multinacional), a aposta no mar ou na agricultura é patética.

Desde há séculos que, exceptuando alguns casos, a economia local é alérgica a criar riqueza. Prefere a especulação e esquece o investimento em sectores produtivos. O facilitismo não é apenas político, também é económico. Como se tudo não bastasse, o sistema político cola-se à nação de forma perversa, clientelista e parasitária. Vivemos neste enganador idílio há séculos, mas nunca como agora se percebeu que o sapato já não cabe no outrora delicado pezinho da Cinderella local.

Não é por acaso que o BPN é o raio-x do País. Ele, na sua dimensão, mostra por que Portugal continua a viver com saudades do tempo em que a pimenta e o ouro pagavam a falta de génio nacional
."

Fernando Sobral

NÃO SABER DE QUE TERRA SOMOS

"Há um momento imperdível em todas as entrevistas de correspondentes indígenas a celebridades internacionais do espectáculo. É aquele em que, após os preliminares, o correspondente dispara a pergunta obrigatória sobre Portugal. A pergunta pode ser posta de várias maneiras (Gosta de Portugal? Já lá esteve? Pensa lá ir?), mas o importante é a resposta, e o brilho nos olhos do nosso compatriota quando, nos casos idílicos, a celebridade confessa que um amigo seu é casado com uma neta de açorianos, que lhe contaram maravilhas da "luz" de Lisboa e que aguarda ansiosamente um convite para nos visitar.

Não sabia que é preciso convite para aterrar na Portela ou em Pedras Rubras. Sei que os portugueses se encantam genuinamente sempre que o país é identificado pelo "outro". Em parte, porque na maioria das vezes o "outro" não faz ideia de que o país, cujo nome geralmente nem se deram ao trabalho de traduzir, existe. Em parte, porque nós próprios temos dúvidas. No estrangeiro, ouvem-me falar esta língua misteriosa e tentam adivinhar se sou polaco, francês, argentino ou espanhol. Do alto do meu patriotismo, informo que sou português e observo a expressão parada do interlocutor ("Oh, portuguese"), quase a pedir desculpa por não ter mais nada a dizer. E não tem mesmo, excepto, às vezes, o nome de um jogador da bola ou de Magalhães, ignoro se o navegador ou o "portátil" barato. Com o patriotismo em baixo, procuro desanuviar o ambiente: "Não se preocupe, Portugal é realmente pequenino."

No Domingo passado, porém, Portugal pareceu gigante. Conforme os "media" caseiros repetiram insistentemente, Barack Obama enviou uma carta a Cavaco Silva em que pedia a indispensável colaboração do PR na construção de "um mundo mais seguro". Rádios, televisões e sites noticiosos entraram em rebuliço com a evidência de que Obama (e logo Obama!) não só reconhecia a existência de Portugal como era suficientemente íntimo da toponímia pátria para endereçar com sucesso uma carta a Belém, ainda por cima uma carta que colocava o chefe de Estado e, por inerência, dez milhões de cidadãos no centro dos desafios globais.

A folia durou horas, ou o tempo necessário para apurar que Obama mandara uma carta igualzinha a José Sócrates. E outra a Jaime Gama. E outra, suspeito, ao director da Carris. Ou seja, que Obama não mandou carta nenhuma, mas que alguém na Casa Branca, munido de um texto normalizado, de uma impressora e da lista dos membros da ONU, se dedicou a despachar um bilhete de cortesia aos titulares de órgãos de soberania das cento e tantas nações da Terra. No processo, Portugal mereceu o fatal relevo dado ao Togo, embora eu duvide que a euforia no Togo tenha sido comparável. E da melancolia subsequente nem é bom falar
."

Alberto Gonçalves

domingo, fevereiro 22, 2009

22 de Fevereiro de 1943.

Os primeiros elementos da Rosa Branca são executados. A partir de 27 de junho de 1942, nas caixas do correio de grandes cidades do sul da Alemanha e da Áustria, começaram a ser distribuídos panfletos contra o regime nazista, pelo movimento de resistência "Weisse Rose". O Rosa Branca (Weisse Rose), atuante em Munique e em Hamburgo, foi o movimento de resistência de jovens alemães mais conhecido durante o Terceiro Reich. Seu núcleo era formado por universitários de 21 a 25 anos de idade, entre estes os irmãos Hans e Sophie Scholl, Alexander Schmorell, Willi Graf e Christoph Probst.

Os panfletos, que começaram a ser distribuídos nas caixas de correio de intelectuais dos grandes centros na Baviera e na Áustria, exortavam à resistência passiva contra a guerra e a opressão intelectual pelos nazistas. Os textos revelavam o alto nível cultural de seus redatores e apelavam a valores religiosos. Nos quatro primeiros panfletos, distribuídos entre 27 de junho e 12 de julho de 1942, foram usados em profusão trechos apocalípticos da Bíblia. Os dois últimos folhetos, entretanto, tiveram um estilo completamente adverso. Em linguagem direta, apresentavam planos concretos para a Alemanha pós-guerra, dirigindo-se a todas as camadas da população.
Primeira derrota chocou a população alemã. A morte de 300 mil alemães na batalha de Stalingrado, em fevereiro de 1943, representou uma reviravolta na Segunda Guerra Mundial. A primeira derrota alemã alimentou a resistência em todas as cidades européias ocupadas pelos nazistas e ao mesmo tempo chocou a população do país.

Willi Graf, Alexander Schmorell e Hans Scholl passaram a noite pichando Abaixo Hitler e Liberdade nas paredes da universidade e de prédios vizinhos. O grupo Rosa Branca aproveitou a ocasião, publicando um novo panfleto. A estratégia era redigir os textos em máquina de escrever, copiá-los e enviá-los pelo correio a partir de várias cidades diferentes. Descobertos enquanto depositavam suas mensagens nos corredores do prédio principal da Universidade de Munique, os irmãos Hans e Sophie Scholl foram presos pela Gestapo, a polícia política de Hitler. Junto com Christoph Probst, foram julgados no dia 22 do mesmo mês. Em pouco mais de três horas de julgamento, foram condenados à morte e executados no mesmo dia. Os demais membros do grupo de resistência Rosa Branca de Munique foram executados após julgamentos sumários, entre abril e outubro de 1943.

Mais indignação do que ideologia
O objetivo dos panfletos era abalar a confiança dos alemães no Führer, despertar ao menos um mínimo de dúvidas sobre a veracidade da propaganda feita pelo regime e alimentar eventuais células de resistência no próprio povo alemão. O movimento surgiu menos de uma ideologia política e mais da indignação com a forma como os alemães aceitavam o nazismo e a guerra feita em seu nome. A coragem dos membros do Rosa Branca ficou conhecida em toda a Alemanha ainda no decorrer da Segunda Guerra. O escritor Thomas Mann reconheceu seus méritos publicamente, num pronunciamento transmitido pela BBC no dia 27 de junho de 1943. Reproduções do último panfleto da resistência estudantil, feitas na Inglaterra, foram jogadas pelos aviões britânicos sobre território alemão.

Durante o segundo semestre de 1943, a Gestapo descobriu em Hamburgo um grupo de resistência que divulgava os panfletos do movimento de Munique. Dos 50 participantes, oito universitários foram condenados à morte: Hans Konrad Leipelt, Greta Rothe, Reinhold Meyer, Frederick Gaussenheimer, Käte Leipelt, Elisabeth Lange, Curt Ledien e Margarete Mrosek

Mais.

Te Quiero Puta!

Expulso.

"Argentina expulsa bispo que negou o Holocausto (mais aqui)"
Esperamos que lhe tenham oferecido um livro de história para ele se distrair na viagem de regresso que é bem longa.

Aumento na reforma dá menos 55 €

"O secretário-geral do Sport Lisboa e Benfica (SLB) e chefe de gabinete de Luís Filipe Vieira viu a reforma reduzida em 55,77 euros depois de ser aumentado 2,9%, de acordo com o estipulado pelo Governo para a Função Pública em 2009 (mais aqui)"

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David e Goliedson

"Dois golos de Liedson e muitos erros de David Luiz decidiram o dérbi de ontem, em que o intervalo deu a volta à cabeça dos jogadores do Sporting, abrindo caminho a um triunfo indiscutível por 3-2. Os leões chegaram a ridicularizar a equipa do Benfica, que apareceu apenas nos minutos finais a obter um golo de Cardozo, de cabeça, precioso para manter vantagem no confronto directo (mais aqui)"
Convinha lembrar que o David Luiz é defesa central e não lateral. O leo, esse sim, era defesa lateral…

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E a criminalidade continua a "diminuir"...

"Gang (imigrantes romenos) ataca Almada Fórum com cocktails molotov (mais aqui)"

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sábado, fevereiro 21, 2009

Tainted Love

ONU.

"O Líbano atacou na manhã deste sábado Israel, lançando três projécteis a partir de Nakura. Um dos quais atingiu o norte do território israelita, na Galileia, provocando um ferido (mais aqui)"
O Líbano não tem uma força de paz (mais aqui)? Ou a ONU só serve para acusar Israel (mais aqui)?

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"Já vi muitos filmes na televisão, mas ao vivo...."

"Um grupo fortemente armado tomou de assalto um café e bloqueou a rua para roubar uma carrinha de tabaco, esta sexta-feira, na Trofa. Pouco depois, ao fazer o transbordo da mercadoria, foi surpeendido pela GNR e fugiu (mais aqui)".

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Bancos.

"Os sindicatos dos trabalhadores bancários escreveram a José Sócrates a pedir-lhe que impeça os bancos de dispensar trabalhadores com contratos a prazo (mais aqui)"
A solução “passa” por aumentar ainda mais os spreads dos empréstimos…

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Taxas de juros.

"As Euribor voltaram hoje a registar uma descida generalizada, depois da taxa a 12 meses ter interrompido ontem um ciclo de 93 quedas consecutivas (mais aqui)".
E lá fora, apesar de alguma tosse, as taxas continuam a descer…

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Este não é o nosso Portugal...

1/ "As ourivesarias estão na primeira linha da vaga de assaltos, registando-se em 2008 dois ataques diários. O ouro roubado é derretido, dando depois origem a novas peças. A criminalidade violenta cresce perigosamente em Portugal, ao nível de 12% no ano passado (mais aqui)"

2/ "Roubos tornaram-se moda em hospitais portugueses (mais aqui)"

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sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Downbound Train

E a criminalidade continua a diminuir...

"GANGS ARMADOS NÃO PARAM DE ATACAR NA MARGEM SUL (mais aqui)"

"APONTAM AS ARMAS À CABEÇA PARA INTIMIDAR "

"Uma parte "considerável" dos assaltos à mão armada são cometidos na Grande Lisboa por grupos de menores, "rapazes de 15, 16, 17 anos" que atacam com "grande violência"."

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Pois, e ...?

"Muitos jovens que integram bandos violentos ou de assaltantes envolvem-se com esses grupos a partir de idades precoces – 12, 13 anos (mais aqui)"

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Uns e os outros

"Implacável. O escrutínio sobre a actuação da direcção do PSD é de uma intensidade tal que raia a desproporção, tanto mais quando comparado com a ligeireza com que são tratadas os erros e as sobrancerias do primeiro-ministro, as asneiras do Governo e do PS, os desmandos de alguns ministros e a acção dos outros partidos da oposição.

Não quer isto dizer que, por parte do PSD e da sua liderança, não existam insuficiências assinaláveis, ausências inexplicáveis e silêncios injustificáveis, mas a verdade é que o exagero está a tomar a parte pelo todo.

Assim que foi lançado o Fórum da Verdade, através do qual os social-democratas pretendem promover o debate sobre questões de relevância nacional, já um coro de vozes trata de desqualificar a iniciativa, ora porque era abrangente demais, ora porque era de menos, ora porque vinha tarde, ora porque era uma qualquer repescagem de um projecto que andava por aí esquecido numa gaveta da sede nacional do partido.

Contraditório. Este afã crítico que eleva à condição de primeira página a divergência interna ou o pequeno acessório e remete para nota de rodapé a apresentação de opções alternativas ou a tomada de posições políticas contra o Governo já começa a preocupar acima de tudo porque é limitativo do exercício do contraditório, peça fundamental de um regime que se pretende democrático e por isso fomentador da alternância.

Estranho. Referências ímpares do meio socialista falam em medo e alertam para a limitação nas condições de expressão da opinião divergente, só que a coisa passa ligeira como se de um ‘fait-divers' se tratasse e, portanto, sem importância de maior. A ameaça de cisão no partido socialista permanece tão activa quanto ditarem os ‘timings' de Manuel Alegre e os interesses da sua esquerda musculada, só que o facto surge natural como se natural fosse um partido do arco da governação viver sob ameaça de um corte interno que, a concretizar-se, rasga o seu âmago identitário.

Exigências. Exige-se do PSD que apresente um pacote de alternativas, um programa de Governo, um conjunto de medidas contra a crise, uma estratégia para as autárquicas e mais outra para as europeias, e aceita-se com uma leveza inqualificável que o partido do Governo e o seu líder incontestado, que têm especiais responsabilidades na situação em que o país se encontra, apresentem um programa de acção para a próxima legislatura cujos temas mais relevantes passam pelo casamento entre homossexuais e pela regionalização. Eis o que é uma verdadeira recauchutagem da lógica do pão e do circo, porque antes como agora o que importa é distrair as massas. Assim mesmo, para que o país se possa ir desfazendo com menos estrondo
."

Rita Marques Guedes

SE NÃO TÊM PÃO, QUE COMAM PIPOCAS

"Em digressão pelo PS profundo, o eng. Sócrates defendeu o casamento entre homossexuais e, a propósito, recomendou aos militantes o filme Milk, biografia de Harvey Milk, activista gay e político americano. Dias depois, o PS profundo fez saber que não está entusiasmado com a ideia do matrimónio. Decerto os militantes viram o filme. Eu vi, e quando, a meio do dito, saí da sala, não me apetecia berrar pelas minorias sexuais, mas contra os que convenceram Sean Penn de que sabe representar.

Se, à semelhança de tantos comentadores, a instrução do eng. Sócrates se fundamenta em obras de Hollywood, há que perceber que nem todos seguem o mesmo percurso de aprimoramento cultural. Principalmente, há que ter cautela com as obras em causa, sob pena de afugentar o partido e, o que é pior, os eleitores em geral. Caso o eng. Sócrates insista na campanha cinematográfica até às legislativas, convém, por exemplo, que não justifique o alargamento da licença parental com Três Homens e um Bebé. Ou a regionalização com O Senhor das Moscas. Ou o papel governamental na "criação" de emprego com o Jesus Cristo de Zefirelli. Já a proposta de tirar aos remediados, perdão, aos ricos para dar ao Estado, perdão, aos pobres, pode ganhar com o próprio Robin Hood - o de Mel Brooks, claro, que sendo também fraquinho tem aquele nonsense caro a um país arruinado cujo primeiro-ministro sugere umas fitas e faz outras
."

Alberto Gonçalves

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

19 de Fevereiro de 1943.


Começa a batalha da passagem de Kasserine. A passagem de Kasserine, uma abertura com 2 milhas (3,2 quilómetros) de largura, situa-se na Tunísia central, na corrente dorsal grande (uma extensão das Montanhas Atlas). Era um ponto-chave na ofensiva aliada na Tunísia durante a 2ª guerra mundial. Depois de estudar o inimigo, Rommel decide atacar em Kasserine. Pessoalmente dirigiu o ataque da 10ª divisão panzer no intuito de atingir Le Kef e cercar o exército aliado no norte da Tunísia. Após 4 dias de combate, ciente das fraquezas das suas forças ordenou a retirada em 22 de Fevereiro. A passagem foi retomada pelas forças americanas com perdas muito pesadas em 25 de Fevereiro.

Mais aqui e aqui.

19 de Fevereiro de 1941

É criado o Afika Korps. O deutches Afrikakorps (ou simplesmente Afrika Korps ou DAK) foi o comando alemão que controlava as divisões Panzer na Líbia durante a Campanha do Egipto na Segunda Guerra Mundial. Foi formado a 19 de Fevereiro de 1941, após o OKW ter decidido enviar uma força expedicionária para ajudar o exército italiano, que tinha sido alvo da contra-ofensiva britânica, a operação Compasso. A força expedicionária alemã, comandada por Erwin Rommel, no início consistia do 5º Regimento Panzer e de várias outras pequenas unidades.

Rendeu-se aos aliados em 12 de maio de 1943.

Wikipedia

Mais aqui e aqui.

19 de Fevereiro de 197.

CLODIUS ALBINUS suicida-se depois de derrotado por Severus. Nascido em Hadrumeto, na África, Decimus Clodius Albinus cedo ganhou notoriedade no reinado de Commodus, numa campanha contra os dácios. Pode ter sido governador da Germânia Inferior antes de assumir o governo da Bretanha, no fim do reinado de Commodus (provavelmente, em 192). Quando Septimius Severus foi proclamado imperador, no verão de 193, ofereceu a Clodius o título de caesar1, o que implicava dividir o poder com ele, a fim de evitar a franca inimizade. Albinus ocupou o consulado com Severus em 194; durante esse ano, começou a assumir, mais abertamente, ares de imperador, emitindo mesmo moedas que o proclamavam augustus2. Enquanto Severus estava ocupado com Pescennius Niger, no Oriente, Albinus ganhou o controle da Gália3, que manteve durante o ano de 195 e parte de 196, quando Severus se voltou então contra ele. A batalha decisiva entre os dois rivais aconteceu em Lyon4, em 19 de fevereiro de 197. Albinus foi derrotado e cometeu suicídio. Diz a lenda que Severus passou, cavalgando, sobre o cadáver do rival.

1 (caesar) Imperador que ocupava o cargo há pouco tempo; herdeiro legitimado.
2 (augustus) Título atribuído ao imperador, ou ao(s) imperador(es) mais antigo(s); "caesar" era o título atribuído ao imperador mais recente no trono, ou ao herdeiro legitimado do imperador.
3 Antiga região da Europa que compreendia a França, parte do território Belga e oeste da Alemanha.
4 Cidade da França.

Mais.

Coffe & TV

E a criminalidade continua a diminuir...

"Portugal com maior taxa de homicídio da Europa Ocidental (mais aqui)"

"Rui Pereira é o único a dizer que não sabe que a criminalidade aumentou (mais aqui

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15 assaltos numa noite.

"A PSP informou esta quarta-feira que registou na última noite, na cidade de Pombal, cerca de 15 assaltos, na forma consumada e tentada (mais aqui)"

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Petróleo.

1/ "A BP vai aumentar os preços da gasolina e baixar o custo do gasóleo a partir da meia-noite, seguindo o exemplo da Galp e da Cepsa. O encarecimento da gasolina nos postos da BP é motivado pela subida das cotações dos produtos refinados nos mercados internacionais (mais aqui)"

2/ "Às 9h05, o contrato de Março do West Texas Intermediate (petróleo de referência nos Estados Unidos) deslizava 0,06 dólares para os 34,87 dólares. Já o barril de ‘brent’ (petróleo de referência para as importações portuguesas) para entrega em Abril avançava 0,06 dólares para os 41,09 dólares em Londres, a recuperar da queda de 5,2% registada ontem para o valor mais baixo desde o dia 30 de Dezembro de 2007, causada pela queda das bolsas mundiais e pelos receios de um agravamento na crise na Europa (mais aqui)".

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A sério?

"A deputada do PS Helena Terra defendeu hoje que os portugueses já se habituaram às taxas moderadoras na saúde e acolhem pacificamente os valores em causa, rejeitando propostas da oposição para eliminar aqueles pagamentos (mais aqui)".

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UMA ESPÉCIE DE EVOLUÇÃO

"Nas celebrações do segundo centenário de Charles Darwin, confesso nem sempre identificar o que se celebra. Como nunca percebi os que invocam antepassados ilustres para reivindicarem prestígio presente, não percebo os que adoram partilhar a ascendência com uma espécie de símio. Enquanto descoberta científica, a selecção natural ou, mais apropriadamente, os processos da selecção natural foram uma revolução dramática e são, com poucas alterações pelo caminho, uma evidência tão digna de festejos quanto, por exemplo, os achados de Bohr, os quais, fora de meios circunscritos, ninguém assinala com a euforia devotada a Darwin. A causa é simples: ainda que signifiquem igualmente uma mudança de paradigma, os estudos em volta do átomo não se prestam a apropriações "leigas" com a mesma facilidade de A Origem das Espécies, obra sujeita a todos os abusos ideológicos.

Se, desde a sua publicação, louvar Darwin foi, para muitos, uma forma de atacar a tradição bíblica, actualmente o ataque centra-se num certo evangelismo protestante, que é sobretudo americano e ajuda a "demonstrar" a estupidez da América. Curiosamente, usa-se menos Darwin para demonstrar a estupidez do Islão, que recusa o evolucionismo por lei. E não se referem as oscilações do próprio Darwin entre o agnosticismo e a crença, e o cuidado com que procurou "compatibilizar" as esferas da ciência e da fé: ao alterar radicalmente a concepção do Homem e o seu lugar na História, A Origem das Espécies demoliu a interpretação literal do Velho Testamento, mas não o sentimento religioso, um equívoco alimentado pelos que, com as melhores e as piores das intenções, ergueram Darwin a símbolo do ateísmo.

Com grande liberdade teórica, outros tentaram erguer Darwin a outros implausíveis símbolos. Marx chegou a ver nos mecanismos da selecção das espécies a "legitimação" biológica para a luta de classes e o materialismo histórico, que culminariam no comunismo. E o darwinismo social propriamente dito imaginou que a sobrevivência dos mais aptos era conceito aplicável aos homens, o que abriu portas à eugenia e ao nazismo.

Darwin, porém, não pode ser responsabilizado pelas duas maiores calamidades do século XX. Ao contrário da visão teleológica destas, Marx e alguns dos "racialistas" acabaram por notar com desgosto que o mundo descrito por Darwin não concorre para um fim predeterminado nem se move por regras estritas: é um mundo em permanente mudança, onde o acaso desempenha papel fundamental. Darwin limitou-se a descrever o que acontece, e não o que gostaríamos que acontecesse. Se for justo retirar uma lição "social" do seu contributo, ei-la: A Origem das Espécies é também um tratado contra a doença das utopias, assumida ou disfarçadamente religiosas. É esse Darwin que eu celebro
. "

Alberto Gonçalves

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Até amanhã e boa sorte!!!

Gozar com o povo.

"Tem 18 anos e um longo cadastro, sobretudo por furtos e roubos violentos. A passagem pela prisão, em 2008, não mudou a sua actividade. Pifas, alcunha de Rafael David Gonçalves, foi detido domingo à tarde pela GNR de Guimarães em flagrante delito no interior de uma residência na vila de Ponte. Isto depois de ter saído em liberdade do Tribunal de Lousada, em Janeiro, sujeito a apresentações periódicas. Que nunca cumpriu. Ontem voltou a sair em liberdade do tribunal, sujeito a aprensetações diárias à GNR (mais aqui)".

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welcome to the jungle

Taxas de juro.

"A Euribor a seis meses, o indexante mais utilizado nos créditos à habitação em Portugal, caiu abaixo da taxa de referência do Banco Central Europeu pela primeira vez em cinco anos.

A taxa a seis meses desceu hoje para 1,997%, o valor mais baixo desde Março de 2004.

Já a Euribor a três meses, usada como referência sobretudo para os créditos às empresas, assinalou um novo mínimo histórico ao descer para 1,912%. A Euribor a 12 meses recuou por seu turno para 2,096%
(mais aqui)".
E lá fora as taxas de juro continuam a cair...

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Bancos.

"Bancos ganham 3,5 milhões por dia mesmo com crise. A crise afectou os resultados dos 4 maiores bancos privados (BCP, BES, BPI e Santander Totta) que viram os resultados de 2008 a cair, mas mesmo assim conseguiram ganhar 1.271,5 milhões de euros, o que representa um ganho de 3,5 milhões de euros por dia (mais aqui)"

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Taxa de desemprego.

1/ "A taxa de desemprego caiu para os 7,6 por cento no final de 2008, um valor que representa um desagravamento face aos 8,0 por cento registados em 2007 e fica aquém das previsões do próprio Governo, que apontava para uma taxa de 7,7 por cento (mais aqui)"

2/ "A taxa de desemprego subiu para 7,8% no quarto trimestre do ano passado, um crescimento ligeiro face à taxa de 7,7% do trimestre anterior. Em termos homólogos não houve variação (mais aqui)".

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Gang dá pontapé na cabeça a idosa

"Uma idosa, de 75 anos, foi cercada à porta de casa ao final da tarde, em Massamá, Sintra, e resistiu a entregar a sua mala aos três jovens assaltantes. Por isso atiraram-na ao chão – e, enquanto um se agarrava com força às mãos da mulher, outro desferiu um violento pontapé na cabeça da vítima para que esta libertasse a carteira. É apenas um em oito assaltos violentos do grupo de Massamá, mas, depois de apanhados pela PSP, Carlos Alexandre, o mesmo juiz que prendeu o banqueiro Oliveira e Costa, já mandou dois deles em prisão preventiva. Os dois têm apenas 16 anos mas um longo currículo nos roubos – atacam com amigos no interior dos comboios, nas estações e acessos às estações da Linha de Sintra (mais aqui)".

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Pobreza

"Portugal com mais crianças à beira da pobreza (mais aqui)"
Desculpem mas preocupam-nos mais o casamento homossexual…

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OS MONÓLOGOS SOCRÁTICOS

"Por motivos que nem forças ocultas saberão explicar, vi um pedaço do debate quinzenal no parlamento. Quer dizer, vi o eng. Sócrates habitualmente exaltado, a fazer voz grossa e a acusar os adversários das piores vilanias. Em democracias aborrecidas, os debates do género servem, grosso modo, para discutir as políticas e propostas do Governo. Os nossos particulares debates servem para mostrar que qualquer contestação à actuação do Governo representa uma vergonhosa afronta ao regime e, suponho, à humanidade em peso.

O que sucede na Assembleia da República só não é um solilóquio do primeiro-ministro porque a oposição às vezes arrisca uma dúvida e ensaia duas banalidades discordantes. No fundo, porém, trata-se apenas de deixas para o eng. Sócrates disparar o vasto (bem, não demasiado vasto) léxico da vitimização. Fundamentalmente, tudo o que belisque a honestidade e o brilhantismo inatos do homem constitui um ataque pessoal, um insulto cobarde e, na definição que já é um clássico de 2009, uma campanha negra.

Em princípio, não seria difícil desmontar a soberba inerente à metralhadora de queixumes. Mas seria correcto? Por mim, hesito. Aos poucos, coloco a possibilidade de o eng. Sócrates ter razão. Pensem comigo: e se tem? E se é a má-fé que nos leva a questionar a nobreza do seu carácter e a justiça das suas acções? E se ele deseja de facto o progresso do país, não há a hipótese de os que dele divergem desejarem o atraso ou no mínimo uma coisa assim-assim? E se a "campanha negra" é real e movida pela inveja que a grandeza normalmente desperta? E se, como a sua retórica insinua, o eng. Sócrates pairar merecidamente acima das críticas, no fundo uma expressão masoquista contra quem quer o nosso bem e faz do nosso bem o seu desígnio? E se, afinal, o eng. Sócrates for melhor que todos nós?

Por inércia ou cansaço, começo a acreditar nisso e, o que é mais esquisito, parece-me que o eng. Sócrates também
."

Alberto Gonçalves

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Em nome da democracia global

A justiça norte-americana começou a investigar o papel que alguns líderes da hierarquia militar dos Estados Unidos desempenharam no desaparecimento de 125 mil milhões/bilhões (mm/bi) de dólares canalizados para a reconstrução do Iraque.
Ninguém sabe onde páram nem quem os desviou.
Bernard Madoff, o corretor responsável pela maior vigarice publicamente assumida na história financeira dos Estados Unidos, poderá não ter sido mais do que um aprendiz nas insondáveis técnicas da fraude e do engano.
O inspector-geral para a reconstrução do Iraque adianta o número de USD 125 mil milhões/bilhões (mm/bi).
Porém ninguém sabe ao certo quanto se evaporou no processo de “restauração da democracia” e de reconhecimento dos “direitos humanos” no Iraque, para usar expressões tão caras ao establishment estadunidense, de matriz republicana ou democrata.
Cerca de 58 milhões de dólares chegaram às mãos do controlador dos EUA para o sul e centro do Iraque - Robert J. Stein Jr. - mas, apesar de o destinatário ter sido fotografado ao lado das pilhas de notas de 200 dólares, elas evaporaram-se.
Stein é um dos burocratas dos EUA que já foi condenado por fraude e lavagem de dinheiro durante a execução dos serviços que prestou no Iraque.
Agora, os investigadores querem descobrir o envolvimento de altas figuras do Pentágono e da administração Bush/Cheney na delapidação sistemática de fundos públicos.
O Prémio Nobel da Economia (2001), Joseph Stiglitz estima que a ocupação do Iraque deverá custar ao contribuinte americano qualquer coisa entre USD dois e três mil biliões (trilhões) de dólares.
Segundo o diário “New York Times”, o processo de investigação recomeçou quando os investigadores confiscaram recentemente os registos bancários do coronel Anthony B. Bell, coordenador das adjudicações de empreitadas no Iraque, nos anos de 2003 e 2004.
Outro suspeito é o tenente-coronel Ronald W. Hirtle, com idênticas atribuições, em 2004, no chamado processo de reconstrução do país ocupado pelos exércitos americano e britânico.
Que sérios que nós somos e tudo em nome da democracia, a ponta do fio está à vista e esta foi uma das maiores fraudes da história: a destruição de um país à bomba a mando do sionismo, mas sempre com lucros e vigarices pelo meio.
O que a orquestra vermelha diz é uma coisa, outra coisa é a vergonha de muitos americanos e a sua ruína.
Pelicano

It's A Long Way To The Top If you wanna rock'n'roll

À espera da sorte

"Os portugueses são os europeus que mais investem no Euromilhões. Compreende-se: o mundo real é perigoso e incerto. Ninguém em Portugal acredita que José Sócrates ou Manuela Ferreira Leite os salvarão de serem remediados ou pobres.

Todos supõem que o Euromilhões poderá garantir-lhes o paraíso na Terra. As pessoas costumam arriscar porque sabem que o jogo pode ser a derradeira estratégia de sobrevivência em determinadas circunstâncias. Como acontece num país pobre como o nosso. A partir de certa altura, por aqui, as pessoas sentem que não lograram atingir os seus sonhos. Assim, que soluções lhes restam para poderem viver bem? Excepto apostar num jogo que possa dar milhões, não se vislumbram muitas opções, num país com fraca mobilidade social, com pavor ao risco e com uma incapacidade notória em sair do seu pântano económico. Não é por ignorância, é por desespero.

Como é que se podem concretizar as esperanças e sonhos sem que o dinheiro caía do céu? Os portugueses não são como os gauleses de Astérix: esperam que o que venha lá de cima seja uma forma de libertação. O risco no jogo deveria simbolizar uma sociedade que arriscasse nas ideias, na inovação e na alteração da bolorenta ordem reinante.

Mas em Portugal isso não sucede. Parte do rendimento dos portugueses é utilizada no jogo da incerteza, aquele em que a imaginação ocupa o lugar da probalidade. Jogar é não ficar parado. Como dizia uma personagem da notável série "The Wire": "It's all in the game". E em Portugal isso é a cruel realidade
."

Fernando Sobral

DOIS COELHOS E UM POPULISTA

"Eis Francisco Louçã, professor catedrático e director de uma Unidade de Estudos sobre a Complexidade na Economia no ISEG, em discurso directo na convenção do Bloco de Esquerda: "Imaginem que se colocam dois coelhos numa cova. De certeza que vão surgir coelhinhos, se for um casal de coelhos. Mas experimentem pôr duas notas de cem euros juntas uma com a outra numa caixinha. Acham que vão surgir notas de vinte euros nessa caixinha?"

Os delegados à convenção, familiarizados com o jargão da economia complexa, concordaram e aplaudiram. Eu espantei-me com o reaccionarismo social do BE, já aqui referido por Ferreira Fernandes. Desde logo, nada obriga os coelhos a procriar. O coelho pode recorrer a preservativos. A coelha pode recorrer ao aborto. Um deles pode invocar dor de cabeça. E ambos podem constituir um casal homossexual em união de facto, o que inviabiliza os coelhinhos a menos que reclamem a adopção, direito que a lei nega a gays, a roedores e, sobretudo, a gays roedores. De qualquer modo, talvez a fábula do dr. Louçã não pretendesse levantar tantas e prementes questões.

O dr. Louçã desejava apenas ilustrar um curioso axioma: o trabalho produz, o capital não produz. Para um catedrático do ramo, não está mal, embora eu duvide que um doutorado em psiquiatria que lesse as mãos em part-time mantivesse o primeiro emprego por muito tempo. Entenda-se: não quero cometer a injustiça de achar o dr. Louçã ignorante. Ele sabe que, sem capital, provavelmente nem sequer há trabalho. O problema é que o homem tende a subordinar a carreira científica à política, e a proferir inanidades assim sempre que lhe apontam um microfone ou uma plateia. Com dois dígitos nas sondagens, as inanidades aumentam proporcionalmente. Os vestígios de rigor académico que, a espaços (largos), o dr. Louçã ainda exibia desapareceram em prol da excitação das massas. Dito de outra maneira, os vapores do sucesso levam o dr. Louçã a revelar os seus verdadeiros propósitos.

A este respeito, nunca como na convenção o BE foi tão confessional. Pela boca do chefe ou dos discípulos (as diferenças ou não existem ou são caladas), a natureza do BE emergiu com tocante franqueza: um bando "anticapitalista", que odeia a propriedade privada e ambiciona nacionalizar os sectores "estratégicos", restringir a liberdade dos indivíduos e das empresas e, em suma, transformar Portugal na Albânia da lenda ou na actual Venezuela. Não é exclusivo português o receio de que as crises de regime facilitem a ascensão de populistas radicais. Pois bem, o populismo está aí, e o que será particularidade caseira é a surpresa por virem da esquerda, extrema, extremíssima
."

Alberto Gonçalves

Verdade e mentira

"Finalmente os governantes do sítio bateram no fundo e começaram a tentar falar verdade aos indígenas. Custou, mas a realidade crua e nua dos números a isso os obrigou. É triste que assim seja. Que só depois de muitas mentiras e de muita poeira atirada para os olhos das pessoas os discursos oficiais comecem a ter alguma coisa a ver com a miserável situação económica do sítio. E também é muito significativo que a mentira possa ser premiada e a verdade condenada na praça pública por muitos imbecis que andam por aí à solta a defender as suas sinecuras e mordomias.

Os factos falam por si. A economia lusa afundou-se 2 por cento no último trimestre de 2008 e estagnou no conjunto do ano. Muito bem. No dia 14 de Novembro do ano passado, quando o crescimento no terceiro trimestre foi nulo, Manuel Pinho, ministro da Economia, afirmou que estes brilhantes números mostravam que a economia do sítio estava a resistir à crise e realçava o facto de muitos outros países já estarem em recessão. É evidente que esta mentira oficial não se limita a Manuel Pinho, um homem muito dado a afirmações bombásticas que a realidade não tardava a atirar para as profundezas do ridículo.

O seu colega Teixeira dos Santos, das Finanças, só muito recentemente reconheceu que andava às cegas no meio da tormenta, sem GPS, e que as nuvens eram tantas que nem as estrelas o salvavam. Acontece que esta mentira oficial não é um exclusivo destes dois senhores. Faz parte de uma certa forma de estar e de fazer política neste sítio miserável, pobre, deprimido, manhoso e cada vez mais mal frequentado. É por isso que não deixa de ser irónico que muitos mentirosos andem agora assanhados com a amnésia de Dias Loureiro sobre o BPN. É por isso que tresandam a hipocrisia as críticas e os ataques desenfreados dos mentirosos do costume à política de verdade da líder do PSD.

É por isso que não deixa de ser sintomático o incómodo de muita gente, dentro e fora do maior partido da Oposição, mesmo no seio do todo-poderoso PS, com as repetidas afirmações de Manuela Ferreira Leite sobre a verdade na política e a sua recusa em alinhar nos tristes e obscenos espectáculos de marketing. Numa altura em que o sítio está rapidamente a caminho de bater no fundo, o que faz falta é falar verdade e apontar o dedo às muitas sereias que engordaram e enriqueceram nesta triste democracia da treta à custa de muita mentira, de muita miséria e de muita corrupção. Moral e material
."

António Ribeiro Ferreira

O Eremita

Oliveira do Hospital.
Há cinco anos sozinho e sem conforto
Vive há cinco anos entre dois rochedos cobertos com plásticos
Manuel Maria Dias, 80 anos, é talvez o último dos homens primitivos a viver em Portugal.
Tem milhares de euros a receber da reforma mas habita uma caverna escavada entre duas pedras em Seixo da Beira, concelho de Oliveira do Hospital.
Não há luz, nem água canalizada.
A higiene, da casa e a pessoal, é feita ao lado dos cobertores estendidos no chão enlameado.
A barba e as unhas demonstram o isolamento a que se votou.
Ao lado das penedias em que habita, está o início de um barracão que a junta de freguesia iniciou. De nada valeu.
Manuel Maria Dias é um homem livre.
Nem a reforma quer.
"Tem algum jeito nunca ter dado nada ao Estado e agora querem dar-me a mim?", pergunta-se."O dinheiro é sangue, custa a ganhar", aponta o octogenário que mora entre duas rochas num terra que o pai comprou "antes de ir para o Brasil. Somos três, as minhas irmãs moram lá para baixo e eu vivo aqui. Sozinho!", dispara com lucidez acutilante.
A casa, assim lhe chama há cerca de cinco anos, são duas pedras cobertas com plástico e pinheiros.
Lá dentro uma protuberância das rochas guarda a água que serve para cozinhar e limpar. Ao lado está a cama e ao fundo, numa reentrância dos penedos fica a dispensa.
De que vive? "Trabalho nas florestas e vendo uns cabos para enxadas nas feiras."
O magro sustento permite "comprar umas cabras ou galinhas".
Os 30 quilómetros que separam Seixo da Beira de Nelas ou de Oliveira do Hospital são percorridos sempre a pé.
"Demoro três horas", conta o eremita.
Manuel já não tem animais. "O que compro enterro na terra e a gente perde a vontade de trabalhar, não se tira lucro nenhum. Arrendei o pasto."
As compras "são feitas uma vez por mês" quando vai à feira. Os dias são passados na lavoura. É da terra que vem o sustento.
"Semeio centeio e faço pão." A carne que come é comprada "de vez em quando", explica.
Os dias "são passados a trabalhar, à noite como e cama". E o frio? "Agacho-me aqui e faço uma fogueira."
A fogueira, feita no mesmo buraco onde dorme, é alimentada com troncos que vai puxando à medida que ardem.Apesar de tudo, é aqui que Manuel é feliz, rejeita mudar de vida.
"Sou feliz aqui. É a vida de um pobre homem só. Triste mas uma vida", exclama.
DN
O Pelicano

Férias dos Portugueses em 2009


segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Porquê a ameaça ao Euro e à CEE e de onde vem a ameaça

O último conselho de ministros das Finanças da UE, em Bruxelas, foi ensombrado por um documento de 17 páginas, preparado pelos serviços da Comissão Europeia, segundo o qual os activos tóxicos na posse dos bancos poderão ser os carrascos da União Europeia e da Moeda Única se forem ultrapassados os limites dos programas de salvação do sistema financeiro.
Pela primeira vez, os ministros dos 27 discutiram os limites do endividamento público perante a provável implosão, em 2009, de grandes bancos europeus em situação falência técnica devido a ruinosos investimentos com derivativos de crédito.
Antes do encontro os números de analistas independentes e do FMI não eram encorajadores. Os maiores bancos europeus indicavam que, desde 2007 até ao presente, o volume global de amortizações de activos atingiu os 1.063 milhões (bilhões) de dólares, 293.700 milhões/bilhões (mm/bi) dos quais nos balanços dos bancos europeus.
O FMI estimou, em Janeiro, que o total dos activos tóxicos globais se situavam em USD 2.200 milhões - incluindo derivativos hipotecários, créditos ao consumo e às empresas.
O economista Nouriel Roubini, desde o último trimestre de 2008, aponta como “valor realista” um total de activos tóxicos da ordem dos “3.600 milhões de dólares”, exclusivamente na posse de bancos norte-americanos.
O referido documento da Comissão Europeia lançou o pânico e a incredulidade entre os ministros ao estimar aquele valor, relativamente aos bancos europeus, em qualquer coisa como 25.000 milhões de dólares (17.803 milhões de euros).
“Todo o mundo ficou petrificado quanto à possibilidade de um segundo programa de salvamento bancário fazer explodir o endividamento público numa altura em que os mercados obrigacionistas estão cada vez mais cépticos sobre a capacidade de países como a Espanha, Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e a Grã-Bretanha conseguirem pagar as suas dívidas”, escreveu o Daily Telegraph, na edição do passado dia 11.
As taxas de juro já estão a penalizar crescentemente as dívidas contraídas por aqueles países e, futuramente, terão idêntico reflexo no endividamento dos campeões deste mercado da dívida - incluindo a super solvente Alemanha.
“Tais considerações são particularmente importantes no actual contexto de crescimento dos défices orçamentais, do agravamento dos níveis da dívida pública e das ameaças à emissão de dívida soberana”, sublinhava-se no documento da Comissão Europeia.
A dimensão do problema é enorme e inversamente proporcional à capacidade das autoridades europeias e dos Estados-membros para o resolver, mesmo conjuntamente.
Esta é a razão pela qual prevemos que aquilo a que assistimos em 2008 não passa de uma ligeira amostra do tsunami financeiro que nos espera em 2009.
MRA Dep. Data Mining
Pedro Varanda de Castro, Consultor
Estes artigos demontram e é melhor ir lê-los ao sítio original por causa dos links, já se sabia o que ía acontecer muito antes de Setembro, oresto é crime organizado pelos de sempre.
Parabéns ao Pedro pelo regresso.

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