A coragem do medo.
Se ainda havia dúvidas sobre as verdadeiras razões que motivaram o voto no PSOE, agora elas dissiparam-se completamente. Zapatero apresentou como prioridade do seu programa político, a retirada das tropas espanholas do Iraque.
Também não podia apresentar mais. A política de Aznar tinha deixado a Espanha económica e politicamente forte. Razão porque as sondagens davam a vitória ao PP antes dos atentados. A dúvida residia em saber-se se era com ou sem maioria.
Mas os terroristas de Bin Laden actuaram no momento certo. Um atentado cobarde em vésperas de eleições e uma mobilização geral da Espanha ditaram a queda de Aznar. Mobilização essa que, feita através de mensagens na Internet e por telemóveis ( estilo Al-Qaeda ), foi perfeita.
Defendendo o Slogan “os mortos não são motivo de campanha”, com ele mesmo aproveitamento fizeram uma campanha ilegal. A sua origem, PSOE ou a própria Al-qaeda, só o futuro a desvendará.
O que é certo é que essa mobilização encontrou eco no enorme medo dos eleitores neutros e na esquerda anti-americana, cujo combate contra o imperialismo americano a faz vincular-se ao mais sórdido aliado, desde que este seja inimigo da América.
Assim, vitorioso pelo medo, Zapatero logo se apresou a anunciar a retirada das tropas do Iraque em finais de junho se a ONU não interviesse.
Mas isso era pouco. No dia em que Zapatero assumiu a chefia do governo, novamente num golpe genial, Bin Laden em “resposta aos desenvolvimentos positivos que recentemente apareceram” propõe tréguas á Europa. O objectivo era claro. Obrigar Zapatero a cumprir a promessa eleitoral. O socialista depressa percebeu. Rapidamente transformou a retirada das tropas numa fuga rápida. Opção que está a deixar um travo amargo entre os seus próprios apoiantes.
O velho estilo socialista de “trabalhar para a sondagem”, em detrimento da responsabilidade e do sentido de Estado.
Moqtada al-sadr, que se encontra cercado em Nadjaf por americanos, polacos e pelos tais espanhóis, agradeceu e pediu aos seus irmão terroristas ( delicadamente designados por resistentes ) para não atacar as forças em fuga.
O mais revoltante disto tudo é a vitória que os terroristas obtiveram com esta política. Política essa maldosamente apelidada de corajosa pelos anti-americanos. Como se fugir algum dia fosse um acto de coragem.
Mas o pior disso é que os terroristas também têm a noção do seu poder e sabem como a usar.
Quem compreende a vontade de abandonar o Iraque a braços com uma guerra civil defendida pela esquerda? Ao menos podiam esperar por uma transferência de poderes minimamente sólida. Mas, com certeza, esses “pacifistas” defensores dos direitos humanos sabem o que é melhor para o povo iraquiano.
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