Deixem-me ser um pouco abusador...
Sou autor e primeiro subscritor de uma das moções que vai a discussão no XXº Congresso do CDS-PP e quero convosco partilhar as minhas ideias e colher ensinamentos que possam resultar de reflexões e críticas que lhe queiram apor.
Antecipadamente peço desculpa aos Autores deste blog que simpatica e generosamente me admitiram se, porventura, discordam deste meu abuso.
Com génese em militantes do CDS do distrito de Setúbal, foi ontem entregue a Moção "Combater com Ideias, Lutar por Portugal!"
Apoiada por um significativo número de militantes de norte a sul do país, os seus proponentes ponderaram elaborar um texto pois, «nesta hora, que é importante, que é difícil, que é decisiva, não são admissíveis nem calculismos, nem tibiezas, nem hesitações tácticas: Exige-se a todos que, acreditando poder contribuir para futuro do CDS e para as ideias que nos movem, exerçam a coragem da participação na discussão do rumo e do futuro que queremos».
Para nós «a noite de 20 de Fevereiro de 2005 foi uma desilusão, uma lição e um desafio.
«Uma desilusão porque o comportamento responsável e positivo praticado pela generalidade dos governantes e altos quadros da Administração Pública ligados ao CDS mereciam uma avaliação mais atenta e mais justa por parte dos eleitores.
«Uma lição que provou a inconveniência da excessiva uniformização no discurso, o risco de uma elevada personalização da liderança e o erro da confusão política entre a voz e os interesses do Governo e a voz e os interesses do CDS e dos seus eleitores. Ao descurar a defesa dos seus eixos de combate em nome de comandos tácticos que não conhecia, o CDS deixou-se entorpecer em nome da não hostilização de um parceiro que nunca verdadeiramente nos considerou e que constantemente se preparou para romper a coligação no momento que considerasse mais conveniente.
«Mas também um desafio. A todos para que mobilizem as suas energias para o combate ideológico que permita libertar Portugal da ditadura do “politicamente correcto”. Um combate ideológico que foi adiado nos últimos 30 anos. Um combate sem medos e sem complexos pois o Futuro de Portugal e dos portugueses não passa – nem poderá passar – pela vitória dos extremismos “esclarecidos” das esquerdas . Se o CDS souber – e quiser! – recuperar a iniciativa do debate de ideias e, com coragem e sem complexos, aceitar encarnar a modernidade das ideias da Direita e marcar a diferença em relação ao “bloco central de interesses” (com as suas ramificações radicais de esquerda), se aceitar e cumprir este desafio o CDS ganhará um espaço que tem faltado para alcançar o crescimento em apoio que tem escasseado».
Estes militantes defendem que se faça uma afirmação da diferença que marca e esclarece. Porque acreditam que Protugal precisa de um CDS moderno, incisivo, apaixonado, com Causas e sem receio de as defender... mesmo quando isso é difícil: «em política, quem não pensa o que diz não diz o que pensa... e não faz o que deve! Mais vale defender aquilo em que se acredita, mesmo com o risco da incompreensão. A verdade compensa!»
Apresentamo-nos como disponíveis para uma intransigente defesa da Vida Humana e a manutenção da unidade nacional e a urgência de uma descentralização como causas que o CDS não pode deixar de defender.
«As questões do aborto e da eutanásia não são questões de comportamento individual aceitável, mas procedimentos que causam danos graves e irrecuperáveis em terceiros que tem um direito tutelável (a Vida) mas uma capacidade jurídica de exercício diminuída. É da tutela desse direito que se trata. Porque só há esse Direito! Como poderemos ou não aceitar a “coisificação” da Vida e que dela se possa dispor em atenção dos interesses daqueles que, pela natureza das coisas e pelos Princípios mínimos de humanidade, deveriam ser os primeiros a lutar por eles.As questões do aborto ou da eutanásia não se referem a gostos, opções ou moralidades, mas apenas o cumprir da exigência de lealdade para com os mais fracos».
Na mesma Moção apresentam várias propostas inovadoras para serem as "bandeiras" do CDS do futuro. A reforma do poder municipal («através do reforço das competências e aumento das disponibilidades financeiras das autarquias»), um novo modelo de desenvolvimento económico («uma nova abordagem da Globalização e o seu aproveitamento para a modernização da economia portuguesa, a consagração de uma nova cultura para o papel do Estado e da Administração Pública que permitam o emergir de uma nova cultura empresaria»), profundas mudanças no sistema fiscal («a aposta num sistema fiscal descomplexificado, baseado numa taxa única tão baixa quanto possível, sem abatimentos ou deduções») e uma nova abordagem nas questões sociais («opor ao "welfare state" o "workfare state": mais do que a continuação do assistencialismo fiscal, o Futuro passa pelo auxílio à constituição de pequenos negócios»), a consagração da Liberdade como critério de prestação dos serviços básicos sociais («o acesso universal e gratuito a uma prestação básicas de serviços essencias não tem como exigência necessária e única que o Estado central seja o fornecedor directo e monopolista. Além disso, a Liberdade exige a possibilidade de escolhas, verdadeiras e concorrentes»). Além de propostas de revisão constitucional.
São também abordados temas como os próximos actos eleitorais e a política de alianças, assim como uma significativa reestruturação e modernização da organização interna do Partido.
Esta moção propõe-se, antes de tudo, a discutir ideias... só depois se deverá abordar a questão da liderança. Só depois de sabermos o que queremos é que poderemos descobrir quem liderará o caminho!
Baixa da Banheira, 5 de Abril de 2005
Antecipadamente peço desculpa aos Autores deste blog que simpatica e generosamente me admitiram se, porventura, discordam deste meu abuso.
Com génese em militantes do CDS do distrito de Setúbal, foi ontem entregue a Moção "Combater com Ideias, Lutar por Portugal!"
Apoiada por um significativo número de militantes de norte a sul do país, os seus proponentes ponderaram elaborar um texto pois, «nesta hora, que é importante, que é difícil, que é decisiva, não são admissíveis nem calculismos, nem tibiezas, nem hesitações tácticas: Exige-se a todos que, acreditando poder contribuir para futuro do CDS e para as ideias que nos movem, exerçam a coragem da participação na discussão do rumo e do futuro que queremos».
Para nós «a noite de 20 de Fevereiro de 2005 foi uma desilusão, uma lição e um desafio.
«Uma desilusão porque o comportamento responsável e positivo praticado pela generalidade dos governantes e altos quadros da Administração Pública ligados ao CDS mereciam uma avaliação mais atenta e mais justa por parte dos eleitores.
«Uma lição que provou a inconveniência da excessiva uniformização no discurso, o risco de uma elevada personalização da liderança e o erro da confusão política entre a voz e os interesses do Governo e a voz e os interesses do CDS e dos seus eleitores. Ao descurar a defesa dos seus eixos de combate em nome de comandos tácticos que não conhecia, o CDS deixou-se entorpecer em nome da não hostilização de um parceiro que nunca verdadeiramente nos considerou e que constantemente se preparou para romper a coligação no momento que considerasse mais conveniente.
«Mas também um desafio. A todos para que mobilizem as suas energias para o combate ideológico que permita libertar Portugal da ditadura do “politicamente correcto”. Um combate ideológico que foi adiado nos últimos 30 anos. Um combate sem medos e sem complexos pois o Futuro de Portugal e dos portugueses não passa – nem poderá passar – pela vitória dos extremismos “esclarecidos” das esquerdas . Se o CDS souber – e quiser! – recuperar a iniciativa do debate de ideias e, com coragem e sem complexos, aceitar encarnar a modernidade das ideias da Direita e marcar a diferença em relação ao “bloco central de interesses” (com as suas ramificações radicais de esquerda), se aceitar e cumprir este desafio o CDS ganhará um espaço que tem faltado para alcançar o crescimento em apoio que tem escasseado».
Estes militantes defendem que se faça uma afirmação da diferença que marca e esclarece. Porque acreditam que Protugal precisa de um CDS moderno, incisivo, apaixonado, com Causas e sem receio de as defender... mesmo quando isso é difícil: «em política, quem não pensa o que diz não diz o que pensa... e não faz o que deve! Mais vale defender aquilo em que se acredita, mesmo com o risco da incompreensão. A verdade compensa!»
Apresentamo-nos como disponíveis para uma intransigente defesa da Vida Humana e a manutenção da unidade nacional e a urgência de uma descentralização como causas que o CDS não pode deixar de defender.
«As questões do aborto e da eutanásia não são questões de comportamento individual aceitável, mas procedimentos que causam danos graves e irrecuperáveis em terceiros que tem um direito tutelável (a Vida) mas uma capacidade jurídica de exercício diminuída. É da tutela desse direito que se trata. Porque só há esse Direito! Como poderemos ou não aceitar a “coisificação” da Vida e que dela se possa dispor em atenção dos interesses daqueles que, pela natureza das coisas e pelos Princípios mínimos de humanidade, deveriam ser os primeiros a lutar por eles.As questões do aborto ou da eutanásia não se referem a gostos, opções ou moralidades, mas apenas o cumprir da exigência de lealdade para com os mais fracos».
Na mesma Moção apresentam várias propostas inovadoras para serem as "bandeiras" do CDS do futuro. A reforma do poder municipal («através do reforço das competências e aumento das disponibilidades financeiras das autarquias»), um novo modelo de desenvolvimento económico («uma nova abordagem da Globalização e o seu aproveitamento para a modernização da economia portuguesa, a consagração de uma nova cultura para o papel do Estado e da Administração Pública que permitam o emergir de uma nova cultura empresaria»), profundas mudanças no sistema fiscal («a aposta num sistema fiscal descomplexificado, baseado numa taxa única tão baixa quanto possível, sem abatimentos ou deduções») e uma nova abordagem nas questões sociais («opor ao "welfare state" o "workfare state": mais do que a continuação do assistencialismo fiscal, o Futuro passa pelo auxílio à constituição de pequenos negócios»), a consagração da Liberdade como critério de prestação dos serviços básicos sociais («o acesso universal e gratuito a uma prestação básicas de serviços essencias não tem como exigência necessária e única que o Estado central seja o fornecedor directo e monopolista. Além disso, a Liberdade exige a possibilidade de escolhas, verdadeiras e concorrentes»). Além de propostas de revisão constitucional.
São também abordados temas como os próximos actos eleitorais e a política de alianças, assim como uma significativa reestruturação e modernização da organização interna do Partido.
Esta moção propõe-se, antes de tudo, a discutir ideias... só depois se deverá abordar a questão da liderança. Só depois de sabermos o que queremos é que poderemos descobrir quem liderará o caminho!
Baixa da Banheira, 5 de Abril de 2005
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