O Ministro da Defesa e os "congelamentos"
O Ministro da Defesa, Luís Amado, em declarações à comunicação social a propósito do "congelamento" dos 3 programas estruturantes para o reequipamento das FA's (distribuindo de resto o mal pelas aldeias, já que congelou um programa por ramo - F-16, blindados de rodas e a vinda das OHP), disse que o que o diferenciava de Paulo Portas, seu antecessor no Ministério era o estilo, acrescentando que Portas pretendia ter mais visibilidade mediática, já que era lider partidário.
Sem querer discutir os méritos ou deméritos do [i]low-profile [/i]de cada um dos ministros, acho que esse é um argumento perigoso, já que bem ou mal Portas lançou concursos, deixou outros processos bem encaminhados, e apenas cancelou a participação de Portugal no projecto do A-400M (decisão que pode ser polémica e sugeita a discussão) e os helis para o Exército, que eu apludo.
Mas a argumetação de Luís Amado é perigosa num ponto muito concreto.
Quer ele dizer que para se fazer algo, é necessáro que se seja líder partidário?
Ora um ministro com perfil mais técnico não terá competência para defender a pasta que tem entre mãos e aceita caninamente o que o Ministério das Finanças tem para distribuir pelas várias pastas?
Portas fez o que fez na Defesa só por ser líder de um partido da anterior coligação?
Muito mal esteve este ministro para justificar a suspensão por um ano ou mais (outra indefinição, já que se esperaria que o Minsitro soubesse se essa suspensão era efectivamente por um ano ou por mais).
Ora o que sai mais barato hoje sairá mais caro amanhã, já que é incontornável a necessidade de reequipamento.
Uma inevitabilidade, dado o estado de obsolescência de muitos dos equipamentos
Pegando no exemplo dos PandurII para o Exército, acharão os responsáveis que a Steyr irá manter os preços acordados, se o desbloqueamento da entrega ocorrer em 2007?
E os prazos para tal?
Que credibilidade terá um país que contrata a compra de equipamento, e que depois congela esses contratos por "um ou mais anos"?
Muito mal parece ter entrado a actual equipa da Defesa neste Ministério.
E muito mal ficará o país e as suas FA's.
Porque o Estado e os governos não podem mais encarar as compras de equipamentos como se de brinquedos se tratasse, para entreter os generais nos quarteis e nas bases, para que não aborreçam a classe política de S. Bento.
Esses equipamentos são os instrumentos e as ferramentas que assegurarão a soberania e a Defesa do Estado e da Nação portuguesa.
Não podem as FA's seram mais uma vez o parente pobre das áreas da governação, como o têm sido desde há muitos anos.
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