Compreender António Costa.
"O Orador (Vitalino Canas, que se seguia a António Costa que tinha feito uma intervenção no mesmo sentido): — A pergunta que se coloca é a seguinte: terão hoje o Primeiro-Ministro, o Ministro da Administração Interna e os restantes Ministros coragem para dizer, olhos nos olhos, às populações, aos bombeiros, aos autarcas que o Governo fez tudo o que podia fazer?!
Aos autarcas e às populações que se queixam de deficiências de coordenação, de modo generalizado, de falta de meios, de terem de combater os fogos sozinhos, de deficiências operacionais, pode o Governo dizer que nada disso é verdade?!
Não se trata apenas de admitir que o sistema teve falhas, como já fizeram o Primeiro-Ministro, o Ministro da Administração Interna e também, agora, o próprio Presidente do SNBPC. Trata-se de admitir com humildade que o Governo falhou. E falhou, desde logo, quando menosprezou os avisos que em tempo útil, muito antes de Agosto, lhe foram endereçados com serenidade, equilíbrio e responsabilidade.
Que maior exemplo de falha do Governo e do sistema que montou se pode apontar do que o facto de o Governo ter demorado vários dias a aperceber-se da gravidade da catástrofe?
Já o Sr. Presidente da República andava há vários dias no terreno sugerindo, aliás, a declaração de calamidade pública e ainda o Sr. Primeiro-Ministro, após o Conselho de Ministros do Porto, desvalorizava a situação e se mostrava confiante na adequação dos instrumentos mobilizados pelo Governo para enfrentar essa mesma situação!
Enganaram o Primeiro-Ministro ou enganou-se este redondamente. Qualquer das hipóteses é, obviamente, grave.
(IX Legislatura - 1.ª Sessão Legislativa (2002-2003) Comissão Permanente - Reunião de 14 de Agosto de 2003)
Todo o debate sobre os fogos, é um documento exemplar do que está mal na nossa política puramente posicional (o que se diz na oposição é o contrário do que se diz no governo e vice-versa), que tem desacreditado o PS e o PSD. Aqui a vergonha é do PS e estas palavras devem servir para "ler" o que diz hoje António Costa, um dos participantes do debate de 2003 e hoje Ministro com responsabilidades no sector, substituindo o Primeiro-ministro que está em férias."
Abrupto
Aos autarcas e às populações que se queixam de deficiências de coordenação, de modo generalizado, de falta de meios, de terem de combater os fogos sozinhos, de deficiências operacionais, pode o Governo dizer que nada disso é verdade?!
Não se trata apenas de admitir que o sistema teve falhas, como já fizeram o Primeiro-Ministro, o Ministro da Administração Interna e também, agora, o próprio Presidente do SNBPC. Trata-se de admitir com humildade que o Governo falhou. E falhou, desde logo, quando menosprezou os avisos que em tempo útil, muito antes de Agosto, lhe foram endereçados com serenidade, equilíbrio e responsabilidade.
Que maior exemplo de falha do Governo e do sistema que montou se pode apontar do que o facto de o Governo ter demorado vários dias a aperceber-se da gravidade da catástrofe?
Já o Sr. Presidente da República andava há vários dias no terreno sugerindo, aliás, a declaração de calamidade pública e ainda o Sr. Primeiro-Ministro, após o Conselho de Ministros do Porto, desvalorizava a situação e se mostrava confiante na adequação dos instrumentos mobilizados pelo Governo para enfrentar essa mesma situação!
Enganaram o Primeiro-Ministro ou enganou-se este redondamente. Qualquer das hipóteses é, obviamente, grave.
(IX Legislatura - 1.ª Sessão Legislativa (2002-2003) Comissão Permanente - Reunião de 14 de Agosto de 2003)
Todo o debate sobre os fogos, é um documento exemplar do que está mal na nossa política puramente posicional (o que se diz na oposição é o contrário do que se diz no governo e vice-versa), que tem desacreditado o PS e o PSD. Aqui a vergonha é do PS e estas palavras devem servir para "ler" o que diz hoje António Costa, um dos participantes do debate de 2003 e hoje Ministro com responsabilidades no sector, substituindo o Primeiro-ministro que está em férias."
Abrupto
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