Memória.
"Alguns de vocês já nem se lembram dos salários em atraso em 1984 e 1985, da crise em que se encontrava o distrito de Setúbal e da inflação na ordem dos 30 a 40 por cento. Foram esses os problemas que encontrei quando cheguei à governação do País”Cavaco Silva
"No Super-Mário, onde mais haveria de ser, o Miguel Cabrita (re)escreve que o crescimento português durante os anos 1985-1995 sucedeu apesar de (e não devido a) Cavaco. Mas como efectivamente crescíamos e nos aproximávamos dos níveis de riqueza da UE a um ritmo nunca mais visto, o que terá então existido de diferente? Diz-nos MC:
"houve, além de uma conjuntura económica única, um influxo,sem precedentes nem réplicas, de fundos europeus".
Não sei o que MC entende por conjuntura económica, mas se tomarmos as taxas de crescimento do PIB como um indicador relevante para o caso, e se aceitarmos os países G7 como um bom agregado, temos então a conjuntura económica assim:
Conjuntura -Média de crescimento do somatório do PIB dos países G7:
1985-95 (Cavaco): 3,07%
1995-2002 (Guterres): 2,82%
Tanto barulho por 0,25%? (Vamos às duas casa decimais, que é moda entre socialistas)
Fundos Europeus*:
(valores aproximados)
1º pacote (1989-1993): 9.400 M€
2º pacote (1994-1999): 17.600 M€
3º pacote (2000-2006): 22.800 M€
Por períodos de governação :
Cavaco: 12.300 M€
Guterres : 22.795 M€
Barroso/Santana: 9.750 M€
Sócrates(até 2006):5.000 M€
Médias por ano:
Cavaco: 1.230 M€
Guterres: 3.800 M€
Barroso/Santana: 3.270
Sócrates (22 meses): 2.275 M€
Tenho portanto alguma dificuldade em perceber para quem está a escrever MC quando pergunta «E como é possível não ter aproveitado mais e melhor esse período irrepetível, desperdiçando tantos e tantos recursos?»
E quanto a conjunturas económicas, gostava de saber que espécie de conjuntura é, em 1985, herdar um país, entre outras coisas, com aquela dívida externa, com aquela taxa de inflação, com aquela taxa de juro, com aquela bela economia fortemente ruralizada, estatizada, nacionalizada. Com aquela bela moeda ao vento chamada escudo. Posso trocar pelos 0,25% lá de cima?
A moral desta história é a de sempre, a de que nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde vai. E não houve nem conjuntura nem fundos que travassem a desaceleração do nosso ritmo de convergência face à UE a partir de 1994 e de divergência efectiva desde 2002.
"houve, além de uma conjuntura económica única, um influxo,sem precedentes nem réplicas, de fundos europeus".
Não sei o que MC entende por conjuntura económica, mas se tomarmos as taxas de crescimento do PIB como um indicador relevante para o caso, e se aceitarmos os países G7 como um bom agregado, temos então a conjuntura económica assim:
Conjuntura -Média de crescimento do somatório do PIB dos países G7:
1985-95 (Cavaco): 3,07%
1995-2002 (Guterres): 2,82%
Tanto barulho por 0,25%? (Vamos às duas casa decimais, que é moda entre socialistas)
Fundos Europeus*:
(valores aproximados)
1º pacote (1989-1993): 9.400 M€
2º pacote (1994-1999): 17.600 M€
3º pacote (2000-2006): 22.800 M€
Por períodos de governação :
Cavaco: 12.300 M€
Guterres : 22.795 M€
Barroso/Santana: 9.750 M€
Sócrates(até 2006):5.000 M€
Médias por ano:
Cavaco: 1.230 M€
Guterres: 3.800 M€
Barroso/Santana: 3.270
Sócrates (22 meses): 2.275 M€
Tenho portanto alguma dificuldade em perceber para quem está a escrever MC quando pergunta «E como é possível não ter aproveitado mais e melhor esse período irrepetível, desperdiçando tantos e tantos recursos?»
E quanto a conjunturas económicas, gostava de saber que espécie de conjuntura é, em 1985, herdar um país, entre outras coisas, com aquela dívida externa, com aquela taxa de inflação, com aquela taxa de juro, com aquela bela economia fortemente ruralizada, estatizada, nacionalizada. Com aquela bela moeda ao vento chamada escudo. Posso trocar pelos 0,25% lá de cima?
A moral desta história é a de sempre, a de que nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde vai. E não houve nem conjuntura nem fundos que travassem a desaceleração do nosso ritmo de convergência face à UE a partir de 1994 e de divergência efectiva desde 2002.
E se é verdade que os fundos e a conjuntura são factores positivos, a realidade torna-se especialmente cruel quando nos apercebemos que estes factores continuaram altamente positivos enquanto assistíamos ao agravar da situação portuguesa. O maior problema político e económico português tem causas e soluções maioritariamente internas. E, face a elas, o meu voto vai direitinho para Cavaco.
*(Obrigado ao leitor LV pelos dados discriminados dos fundos europeus e ao Pedro Crespo pelos dados em bruto do G7)
Manuel Pinheiro no Pulo do Lobo
*(Obrigado ao leitor LV pelos dados discriminados dos fundos europeus e ao Pedro Crespo pelos dados em bruto do G7)
Manuel Pinheiro no Pulo do Lobo
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