quarta-feira, setembro 27, 2006

Acerca das palavras de Bento XVI

Resposta a um amigo que me pediu opinião e que como não me pediu segredo transcrevo com todos os riscos que uma opinião hoje pode ter.
O seu pensamento e os seus pontos de vista relativamente a Bento XVI e em particular à opinião por ele traçada a partir da " Lectio Magistralis" numa Universidade alemã e que provocaram a ira em determinados meios, de facto dá que pensar, se de facto hoje, se pode ter uma atitude de pensar alto, ou se pelo contrário se deve pensar uma coisa e dizer outra, obedecendo às regras do politicamente correcto dos secularistas evangélicos que por aí pululam e fazem lei.
Os tempos são de censura, porque se se cultiva a ignorância e o analfabetismo e com estes os ódios e a falta de razão e do conhecimento, tanto no Al Andaluz como no Oriente, que fazer?
Quem sou eu para discutir com o meu amigo questões que tão bem domina?
Sem querer ser maçador, porque pouco conhecedor das questões da Fé Cristã e dos debates com ela relacionados, faço, se me permite, um contraponto com "Os actos dos Apóstolos" (18, 13-15) que narram o processo judicial que sofreu S. Paulo, acusado pelos judeus de Corinto de criar uma seita perigosa, que arrebatava fiéis à sinagoga. O pro-cônsul de Acaya que estabeleceu justiça era Galião, irmão, precisamente de Séneca.
Galiâo diz: " Se se tratasse de algum crime ou má acção, eu escutar-vos-ia judeus, com calma, como é razão. Mas como se trata sobre questões de palavras, nomes e coisas da vossa Lei, vejam lá vocês. Eu não quero ser juíz nestes assuntos".
Ao fazer este contraponto, pode aqui se estabelecer uma semelhança com o que ocorreu quando da condenação de Jesus, mas há a meu ver, muita diferença entre o lavar das mão de Pilatos sujeito ambicioso, e Galião. Pilatos lavou as mãos mas não impediu que elas ficassem manchadas, que não sujas, o que são coisas diferentes.
Onde quero chegar? Perguntar-me-ão.
Onde muitos querem chegar mas não o dizem de forma clara ou não o dizem de todo.
Quem de facto manipula as palavras e quem de facto controla a grande maioria dos media?
A quem interessa ganhar mais adeptos para o seu lado com estas guerras de palavras e gesta de ódios?
O contraponto que estabeleço, não é de facto inocente e ao citar Séneca e S.Paulo e agora relembrar os diálogos e as cartas trocadas entre estes sábios, nos tempos conturbados em que viveram, um e o outro, com algumas diferenças, a humanidade teria mudado assim tanto?
Não concordo que se chame de reconquista o que foi conquista.
Lembrando Aznar, segundo o El Pais, que o Islão nunca pediu desculpas pelos 8 séculos que esteve em "Espanha", diria que se Aznar o disse, melhor seria chamar-se de asno que não Aznar.
Aqui relembro que dentro da Igreja Católica há quem queira reatar uma nova guerra chamada também de santa, ligando-a aos desígnios dos neoconservadores que de neo pouco terão,mas que colam muito bem a sectores cristãos americanos, tipo material disposable.
Relembro também que de alguns sectores sunitas do Islão se levantaram vozes de razão e com razão, para discutir assuntos da mesma(Razão).

Peço desculpa pelo tom, mas desejo que fiquem bem, mesmo que discordem com o meu raciocínio.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Helena Matos no Blasfémias:

"No programa «Bom dia Portugal» noticia-se a substituição pela ópera de Berlim do «Idomeneo». Esta substituição é explicada como uma forma de evitar ferir a susceptibilidade dos muçulmanos tanto mais que Hans Neuenfels que dirigia esta esta encenação de «Idomeneo» segundo a RTP é "conhecido pelas suas provocações". Esta é a novilíngua do nosso tempo. Nos jornais, nas televisões, nas palavras de cada um ela pulula.
O censurado e perseguido passa a provocador
A censura passa a acto de respeito
O medo é travestido em sinal de tolerância
A capitulação passa gesto de boa vontade
A intolerância chama-se susceptibilidade
Os intolerantes já nem precisam de ameaçar.
Primeiro horrorizaram-nos os seus actos. Agora já pensamos como eles. Pomo-nos no lugar deles. Vasculhamos o que escrevemos, dizemos e fazemos em busca do menor sinal, som ou traço que os possa ofender. Rasuramos o que possa suscitar aquilo que antigamente se designava como fúria e ódio e que agora, na novilíngua, se designa como reacção duma susceptibilidade ofendida."


E não É verdade o que Helena Matos diz????

quinta-feira, setembro 28, 2006  
Blogger zab said...

independente:

é! e ainda recentemente disse aqui (?) que a liberdade, nomeadamente a liberdade de expressão tal como a entendemos, está a acabar. Ou melhor, acabou.

quem ousa ser responsabilizado por "provocar" a ira de mulçumanos, radicais e fundamentalistas, apoiados pelo silêncio cumplice dos moderados?

e o ocidente, grão a grão, vai-se submetendo à lei da auto-censura, provocada por uma espiral de medo.

"susceptibilidade ofendida"?

até onde?

quinta-feira, setembro 28, 2006  
Anonymous Anónimo said...

zab

É garantido que será até ao dia em que se vai dizêr CHEGA!!!! Entretanto vamos ter que assistir ao desmantelamento do que levou tantos anos a construir: a emancipação do individuo, como oposto á subserviência.

As linhas de batalha são cada vêz mais claras, e as escolhas estão a ser feitas.

Ainda bem. Assim ficamos a conhecer os "enemies within...."

quinta-feira, setembro 28, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O descalabro continua.....

"Parece que, afinal, a Deutsche Opera vai mesmo apresentar a polémica versão da ópera "Idomeneo" de Mozart. Esta decisão foi tomada após representantes da comunidade muçulamana garantirem que não pretendiam exercer qualquer represália. http://msnbc.msn.com/id/15031211/

Desconhece-se se também procuram obter a aprovação de cristãos, budistas, adoradores de Poseidon ou mozartianos radicais que já protestam aqui... http://o-amigodopovo.blogspot.com/2006/09/o-idomeneo-de-berlim-indignao-de.html

No insurgente"


Pois, com a "licença" dos bosses mouros já se pode ir á opera....

quinta-feira, setembro 28, 2006  
Anonymous Anónimo said...

As noticias que nao fazem eco...

http://www.snappedshot.com/archives/238-The-religion-of-peace-and-rioting.html

quinta-feira, setembro 28, 2006  
Anonymous Anónimo said...

"....penso que devemos moderar alguns discursos também radicais para não incendiar mais este fogo sem fim..."

Vinda de quem vem, esta afirmacao mostra bem que islao e mesmo submissao...

Quem tem ku tem medo....

sexta-feira, setembro 29, 2006  
Anonymous Anónimo said...

"....penso que devemos moderar alguns discursos também radicais para não incendiar mais este fogo sem fim..."

Vinda de quem vem, esta afirmacao mostra bem que islao e mesmo submissao...

Quem tem ku tem medo....

sexta-feira, setembro 29, 2006  
Anonymous Anónimo said...

As palavras que provocaram a ira não foram as mais conhecidas, não foram as que referiram Maomé.
As que provocaram a ira foram as que falaram no diálogo da razão...
Os orgãos de comunicação mundial empolaram e a quem pertencem?
Todos têm radicais integristas, os cristãos, os islamitas e os judeus.
Todos são violentos, ou já o foram.
O pior inimigo do Ocidente é a ignorância e o analfabetismo que cresce, como alguns radicais islamitas exploram a ignorância da rua, aqui explora-se a perversão dos costumes, por mim temo que amanhã seja uma vergonha ser heterossexual ou não faça troca de casais ou não bata no meu pai ou na minha mãe. Quem veicula isto, não são os media? Quem são os donos?

sexta-feira, setembro 29, 2006  
Anonymous Anónimo said...

"Às vezes é preciso recuar para ver as coisas em perspectiva."

Cuidado com o recuar.... ainda acaba por pisar na merda.

"É minha opinião que moderação é fundamental à resolução deste problema."

Defina "moderacao"....

sexta-feira, setembro 29, 2006  

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