Quem tem medo do Eurostat?
"A zona euro é uma aplicação próxima do que a teoria económica define como zona monetária óptima. E, como explicam os livros, para que funcione é preciso haver coordenação entre os membros nas diferentes políticas económicas: monetária e orçamental. Na Europa, isto foi conseguido ao nível monetário com um Banco Central Europeu com poderes e independência reforçada. E, em termos de política orçamental, de uma forma imperfeita com o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). Os vários membros do “clube” do euro têm tido dificuldade em cumprir os objectivos orçamentais. Portugal tem sido um exemplo, mas também as grandes economias como a Alemanha e a França. E, muitas vezes, têm recorrido a expedientes contabilisticos para enganarem as instâncias comunitárias. Veja-se o caso grego que nunca cumpriu o PEC, mas só agora foi descoberto. Por tudo isto, o sistema de informação é fundamental para verificar quem cumpre ou não as regras definidas para todos. O Eurostat tem cumprido este papel, o que lhe tem granjeado muitos inimigos. Assim, os Estados-membro querem agora um órgão que controle o Eurostat. Vingança? Talvez. Forma de pressão? Óbvia. Ou seja, os países estão mais preocupados em diminuir a força do Eurostat do que em cumprirem as regras. Sofre o euro e os pequenos países como Portugal que dele necessitam como de pão para a boca. "
Bruno Proença com Nuno Miguel Silva e David Dinis
Bruno Proença com Nuno Miguel Silva e David Dinis

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