a esquerda traída
O moralismo é a protecção dos mais fracos. O Nietzsche percebeu isso e, como era uma pessoa forte, suicidou-se. Eu, como homem de esquerda, sou moralista. Como moralista, defendo a criação de muralhas de moralismo. As regras morais são leis protectoras dos mais fracos - incluindo a protecção contra aqueles que as constroem. Porque às vezes também sou forte, e nessas alturas tenho todo o interesse em quebrá-las. Pensar que por eu as construir e as poder partir sou um hipócrita, é hipócrita.
Sou um homem de esquerda, e por isso sou contra o aborto. Como sou um homem de esquerda, abomino a ideia de que a falta de condições económicas é razão válida para não nascer. Como homem de esquerda, estremeço ao ouvir que a mulher deve ter controlo totalitário sobre o seu meio de reprodução, quando a criança ainda depende dele para sobreviver.
Mas como homem de esquerda, do que gosto menos é da ideia que a lei está boa como está: de que o aborto deve ser ilegalizado porque representa a interrupção de uma vida humana, mas que se devem abrir excepções para os deficientes - ou se a vida da mulher estiver em risco. Mas ao menos estes argumentos são honestos - vêm da direita classista, segregacionista, aristocrática, pior, burguesa. Destinam-me a criar uma sociedade regida pelos melhores, onde estes não têm que perder tempo com os mais fracos.
Como homem de esquerda, do que ainda gosto menos é da direita.
Sou um homem de esquerda, e por isso sou contra o aborto. Como sou um homem de esquerda, abomino a ideia de que a falta de condições económicas é razão válida para não nascer. Como homem de esquerda, estremeço ao ouvir que a mulher deve ter controlo totalitário sobre o seu meio de reprodução, quando a criança ainda depende dele para sobreviver.
Mas como homem de esquerda, do que gosto menos é da ideia que a lei está boa como está: de que o aborto deve ser ilegalizado porque representa a interrupção de uma vida humana, mas que se devem abrir excepções para os deficientes - ou se a vida da mulher estiver em risco. Mas ao menos estes argumentos são honestos - vêm da direita classista, segregacionista, aristocrática, pior, burguesa. Destinam-me a criar uma sociedade regida pelos melhores, onde estes não têm que perder tempo com os mais fracos.
Como homem de esquerda, do que ainda gosto menos é da direita.
3 Comments:
A questão não se prende apenas com questões económicas. Então, e as condições psicológicas e emocionais?! Não contam?! Será que não interessa que uma mulher e um homem tragam ao mundo alguém que não são capazes de amar, que não desejam?! Não existe apenas economia financeira, também existe economia emocional. Terá a Lei legitimidade de obrigar alguém a tornar-se pai só por preciosismo e capricho, não se importando com as condições de vida e com o modo como a criança se irá desenvolver?!
Pois é, Tania....
A emoção é tanta que até não dá para se lembrarem de uma camisinha...
Contra a chuva. Claro!!!!....
Uma pergunta só. Já fez um aborto??
100% de acordo com Luis Gaspar!!!!
E quantos há que rejeitaram os rótulos de Esquerda/Direita para se tornarem verdadeiros Independentes e seguirem as suas consciências???
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