quinta-feira, agosto 02, 2007

UM DISPARATE CONVENIENTE

"Cheias na Inglaterra. Ondas de calor na Roménia. Tufões na Atlântida. Antigamente, estes aborrecimentos eram, por definição, fenómenos naturais. Hoje, são contranatura. Antigamente, os "telejornais" empurravam notícias assim para o final dedicado a curiosidades, após a cobertura dos treinos da bola e duas reportagens sobre grávidas. Hoje, puxam-nas à abertura, sob o difuso pressuposto de que integram um vasto descontrolo do clima, o qual em última instância talvez condene a humanidade e, entretanto, anima certamente as audiências.

À semelhança de qualquer mito, o "aquecimento global" tem destas vantagens. Como os cientistas não conseguem demonstrar a existência da coisa, pelo menos no sentido apocalíptico que invadiu o senso comum, o senso comum é livre de o invocar a gosto. Se as temperaturas sobem, o caso aflige e a culpa é do "aquecimento global", ou seja, nossa. Se as temperaturas descem, o caso preocupa e a culpa é do "aquecimento global", ou seja, nossa. Se lá fora estão uns encantadores 22 graus e sopra uma brisa amena, é altura de recolhermos aos abrigos: o "aquecimento global", leia-se a intervenção humana, prepara-se para fazer das suas.

O "aquecimento global", portanto, legitima tudo. Não há razão para que não legitime também os nossos incêndios, que a tradição apraza para o mês de Agosto. Na era anterior a Al Gore, as matas portuguesas ardiam em resultado de incúria, interesses obscuros ou inépcia dos sucessivos governos. Agora é só responsabilizarmos o homem. Não o homem que regou meio hectare de floresta com gasolina e em seguida lhe chegou um fósforo. Mas a espécie em geral, que influencia o clima e, de uma enviesada maneira, leva as florestas, particularmente as nacionais, a irromperem em chamas.

A explicação não é mais disparatada que as arengas do sr. Gore. E, ao permitir dividirmos responsabilidades com a humanidade em peso, poupa-nos os remorsos. Não nos poupa as florestas, mas isso seria igual a pedir aos catastrofistas do ambiente que dissessem duas verdades seguidas, isto é, seria pedir o impossível
."

Alberto Gonçalves

4 Comments:

Blogger pvnam said...

---» O IMBECIL ainda não percebeu que o objectivo final disto tudo é PRIVATIZAÇÃO DA VIDA E DO MUNDO!!!

---» O CAOS provocado pelas empresas públicas (um exemplo: na URSS)... teve como resultado final a privatização das empresas: hoje em dia, os recursos naturais da Rússia estão nas mãos de meia dúzia de senhores...
---» O CAOS provocado pelo mundo público (vulgo a humanidade)... deverá conduzir à privatização da vida e do mundo: com os senhores donos do mundo (neo-feudalismo)...
{nota: os Bilderbergs e afins... sabem muito bem aquilo que eles andam a 'cozinhar'...}

Uma curiosidade: há décadas que as reuniões dos Bilderbergs passam incólumes na comunicação social.

quinta-feira, agosto 02, 2007  
Blogger Toupeira said...

Claro que passam eles são os donos da imprensa e do resto.
A sabujice destes albertos merecem o respeito que qualquer sabujo merece, desde que não seja cão.

quinta-feira, agosto 02, 2007  
Blogger Toupeira said...

Uma pequena rectificação.
Precisamos de ambientalistas ou de Gore para perceber?
Agora meter no saco os oportunistas que são muitos e dizer que nada acontece é no mínimo de avestruz.

quinta-feira, agosto 02, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Agora meter no saco os oportunistas que são muitos e dizer que nada acontece é no mínimo de avestruz

Isso é uma verdade.

sexta-feira, agosto 03, 2007  

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