Concerto
"Diferentes instituições e personalidades da área do poder descobriram em simultâneo, mas aparentemente em separado, que em Lisboa e Porto não está a verificar-se uma vaga de crimes. Quando muito estará a assistir-se a alguma criminalidade vaga. Não é a mesma coisa. A expressão “vaga” tem diferentes e vagas leituras.
Com efeito, o ‘site’ da PJ na Internet, uma subcomissária porta-voz da PSP em Lisboa e o líder distrital do Porto do PS, ao fim da tarde de terça-feira, tiveram a premente ideia de fazer ver aos portugueses que têm acontecido nas duas maiores cidades do país “actos isolados”, “casos” ou “acontecimentos pontuais” de criminalidade, mas nada que possa classificar-se como “uma vaga de actos violentos”.
As três declarações seguiram-se a assassínios a tiro em Sacavém, Oeiras, Camarate, Loures, a outras matanças avulsas, algumas das quais em família, à morte misteriosa de um informador da polícia e testemunha do caso das noites do Porto na explosão de um automóvel, que a polícia atribuiu de pronto a excesso de velocidade, e à descoberta do corpo de um segurança num centro comercial de Lisboa que a polícia sugeriu que poderia ter-se suicidado com sucessivas facadas no próprio peito.
Mais afinado que todas estas declarações simultâneas só um concerto das melhores bandas de música da polícia. Desafinado só o dirigente socialista Francisco Assis, que alguém se terá esquecido de avisar, e que opinou que “toda esta criminalidade” contribui para “gerar alguma insegurança”.
E era isto que as palavras de ordem queriam evitar, o alarme, a insegurança e alguma vaga ideia, ou ideia vaga, de que a administração não está a dar conta do recado em matéria de segurança dos cidadãos"
João Paulo Guerra
Com efeito, o ‘site’ da PJ na Internet, uma subcomissária porta-voz da PSP em Lisboa e o líder distrital do Porto do PS, ao fim da tarde de terça-feira, tiveram a premente ideia de fazer ver aos portugueses que têm acontecido nas duas maiores cidades do país “actos isolados”, “casos” ou “acontecimentos pontuais” de criminalidade, mas nada que possa classificar-se como “uma vaga de actos violentos”.
As três declarações seguiram-se a assassínios a tiro em Sacavém, Oeiras, Camarate, Loures, a outras matanças avulsas, algumas das quais em família, à morte misteriosa de um informador da polícia e testemunha do caso das noites do Porto na explosão de um automóvel, que a polícia atribuiu de pronto a excesso de velocidade, e à descoberta do corpo de um segurança num centro comercial de Lisboa que a polícia sugeriu que poderia ter-se suicidado com sucessivas facadas no próprio peito.
Mais afinado que todas estas declarações simultâneas só um concerto das melhores bandas de música da polícia. Desafinado só o dirigente socialista Francisco Assis, que alguém se terá esquecido de avisar, e que opinou que “toda esta criminalidade” contribui para “gerar alguma insegurança”.
E era isto que as palavras de ordem queriam evitar, o alarme, a insegurança e alguma vaga ideia, ou ideia vaga, de que a administração não está a dar conta do recado em matéria de segurança dos cidadãos"
João Paulo Guerra
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