quinta-feira, abril 24, 2008

Governo deve travar endividamento das famílias.

"Todos os indicadores gritam a evidência de que nós, portugueses, estamos a viver muito acima das nossas possibilidades. Esta semana, o Banco de Portugal avisou que em Fevereiro o crédito malparado ao consumo cresceu 40%, quando comparado com idêntico mês do ano anterior. E a Deco calcula que há 100 mil famílias com a corda na garganta, em vias de deixar de poder continuar a cumprir as suas obrigações para com os bancos.

Entre 2003 e 2007, o crédito concedido às famílias aumentou 50%. E a festa ameaça continuar. De acordo com o Observador Cetelem, um dos mais reputados barómetros nesta área, apenas 13% dos portugueses pretendem poupar este ano, valor que é cerca de metade dos 25% que constituem a média comunitária. Estes sinais de alarme sobre o nível de endividamento dos portugueses deveriam obrigar o Governo a pôr um freio ao consumo e estimular a poupança.

Não é isso que o Governo está a fazer. Ao mexer no enquadramento e taxas dos certificados de aforro, tornando menos atractivo o produto favorito e tradicional de poupança das famílias, provocou uma corrida aos resgates. Em dois meses apenas foram desmobilizados certificados de aforro no valor de 500 milhões de euros, contra apenas 200 milhões de novos subscritos - registando-se assim neste período um saldo negativo de 300 milhões de euros.

Neste contexto. Sócrates tem de pôr o pé no travão ao endividamento das famílias e pôr uma cenoura à frente da poupança
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Editorial do DN

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