O fim de Pinto da Costa*
"Pinto da Costa terá sempre um lugar de destaque na história do futebol português. Tirou o FC Porto da clandestinidade e deu-lhe expressão internacional, muito à custa das ‘guerras’ que moveu internamente. A grande questão é saber se o FC Porto alguma vez poderia atingir a visibilidade que possui de outro modo. Talvez não. O ‘centralismo’ estava demasiado marcado no País e o futebol português estava confinado ao peso do Benfica e Sporting.
Pinto da Costa, à conta daqueles que foram ao beija-mão (os mesmos que estão dispostos a dar-lhe o ‘beijo da morte’), inverteu o ‘quadro de influências’ e passou a dominar o sistema. Muito importante: nunca se esqueceu de dotar as suas equipas com jogadores, maioritariamente, competentes.
Teve muitas arbitragens a favor? Teve. Teve a conivência de quase todo o País? Teve. A conivência do poder político e até da comunicação social. Mas se acreditou na impunidade (como tantos outros) foi porque se habituou a ela. Não o desculpabiliza? Não. Mas compromete quase todo o País.
Pinto da Costa, apanhado nas escutas e desvalorizando a acção de Carolina Salgado, ex-companheira, vive agora um momento particularmente perturbante da sua vida, enquanto cidadão e dirigente desportivo.
Há que esperar. A decisão da UEFA em não admitir o FC Porto na próxima edição da Champions admite recurso. Pinto da Costa sempre foi homem de bluffs, mas não me parece que, numa fase de evidente fragilidade, se arriscasse tanto, ao dar a entender que o Conselho de Justiça da FPF acolherá a(s) sua(s) tese(s). O que é, na verdade, demonstrativo da forma como os órgãos da FPF funcionam e as influências que sobre eles recaem.
É evidente que a substituição de Valentim Loureiro por Hermínio Loureiro na Liga foi um grande revés para Pinto da Costa. O presidente do FC Porto chegou a dominar a seu bel-prazer, sem muito se esforçar, a FPF e a Liga ao mesmo tempo. Há quem diga que, nas negociações para a eleição de Hermínio Loureiro, a Disciplina foi entregue ao Benfica e a Arbitragem ao Sporting. É uma visão grave e redutora, que põe em causa a credibilidade de especialistas da qual não quero duvidar.
Mas é verdade que estes lugares sempreforam ‘negociados’e que Pinto da Costa tem, hoje, um campo de manobra mais reduzido e se centra, basicamente, na Federação.
Uma coisa é certa: se Pinto da Costa não conseguir dar a volta neste processo, será o seu fim. Sem honra nem glória.
* SE NÃO SE SAFAR DESTA
Nota – Manuel Alegre não se deixa condicionar pelos grupos de interesses e continua a pensar. Que aragem de ar fresco na política!
Nota 1 – Se o Governo e o PS olhassem para o País teriam mais respeito por Alegre.
Nota 2 – Manuela Ferreira Leite recentra a imagem do PSD e trava a sanha golpista. É um avanço."
Pinto da Costa, à conta daqueles que foram ao beija-mão (os mesmos que estão dispostos a dar-lhe o ‘beijo da morte’), inverteu o ‘quadro de influências’ e passou a dominar o sistema. Muito importante: nunca se esqueceu de dotar as suas equipas com jogadores, maioritariamente, competentes.
Teve muitas arbitragens a favor? Teve. Teve a conivência de quase todo o País? Teve. A conivência do poder político e até da comunicação social. Mas se acreditou na impunidade (como tantos outros) foi porque se habituou a ela. Não o desculpabiliza? Não. Mas compromete quase todo o País.
Pinto da Costa, apanhado nas escutas e desvalorizando a acção de Carolina Salgado, ex-companheira, vive agora um momento particularmente perturbante da sua vida, enquanto cidadão e dirigente desportivo.
Há que esperar. A decisão da UEFA em não admitir o FC Porto na próxima edição da Champions admite recurso. Pinto da Costa sempre foi homem de bluffs, mas não me parece que, numa fase de evidente fragilidade, se arriscasse tanto, ao dar a entender que o Conselho de Justiça da FPF acolherá a(s) sua(s) tese(s). O que é, na verdade, demonstrativo da forma como os órgãos da FPF funcionam e as influências que sobre eles recaem.
É evidente que a substituição de Valentim Loureiro por Hermínio Loureiro na Liga foi um grande revés para Pinto da Costa. O presidente do FC Porto chegou a dominar a seu bel-prazer, sem muito se esforçar, a FPF e a Liga ao mesmo tempo. Há quem diga que, nas negociações para a eleição de Hermínio Loureiro, a Disciplina foi entregue ao Benfica e a Arbitragem ao Sporting. É uma visão grave e redutora, que põe em causa a credibilidade de especialistas da qual não quero duvidar.
Mas é verdade que estes lugares sempreforam ‘negociados’e que Pinto da Costa tem, hoje, um campo de manobra mais reduzido e se centra, basicamente, na Federação.
Uma coisa é certa: se Pinto da Costa não conseguir dar a volta neste processo, será o seu fim. Sem honra nem glória.
* SE NÃO SE SAFAR DESTA
Nota – Manuel Alegre não se deixa condicionar pelos grupos de interesses e continua a pensar. Que aragem de ar fresco na política!
Nota 1 – Se o Governo e o PS olhassem para o País teriam mais respeito por Alegre.
Nota 2 – Manuela Ferreira Leite recentra a imagem do PSD e trava a sanha golpista. É um avanço."
Rui Santos
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