Presidente Obama
"A esperança de Obama é a mensagem dos Pais Fundadores. A grande mudança é o rosto negro com que a América enfrenta hoje o mundo.
Embora tudo tenha começado com a imagem de um sucesso impossível, a eleição de Barack Obama acaba por ser a crónica de uma vitória anunciada. Mas não existe nada de menor ou normal num acontecimento que, em muitas circunstâncias, exibe a marca de uma narrativa épica. Longe de qualquer construção ideológica, a vitória de Barack Obama é um facto histórico, é o espectáculo da história que se revela em tempo real.
Neste momento particular, Barack Obama representa o rosto de uma América fiel ao ideal dos Pais Fundadores, mas em profunda transformação. Primeiro, é a refutação do cinismo e a afirmação de que um novo começo permanece sempre no horizonte. Depois, é a consciência de que é possível contruir uma república de homens livres, sem visões ou planos utópicos. Finalmente, é a ideia de que a América pode e deve ser uma força moral no mundo. A esperança de Obama é afinal a mensagem dos Pais Fundadores. A grande mudança é o rosto negro com que a América enfrenta hoje o mundo.
No entanto, Barack Obama não está imune à lei da gravidade que rege e comanda a política. Com duas guerras, uma recessão económica e uma profunda crise de confiança internacional, o novo Presidente já esgotou o tempo para a declaração de intenções. Existe pois uma espécie de opção Obama, cujo resultado irá ditar o sucesso ou fracasso da nova Presidência. Essa opção passa pela abertura ao mundo e não pelo isolacionismo político e o proteccionismo económico. Os Estados Unidos estão de tal modo expostos em termos globais (económica, política e militarmente) que o isolacionismo representaria o declínio americano, o enfraquecimento da Europa e o vazio internacional, aliás prontamente preenchido pela China e pela Rússia. A tentação isolacionista é uma variável activa na equação, não apenas pelo fluxo regular de militares mortos que regressam do Iraque e do Afeganistão, mas também pela profunda crise económica que ameaça politicamente a América. O mundo sem os Estados Unidos é um lugar mais perigoso e vulnerável a muitas aventuras. Uma América isolada é um colosso que tende a implodir por efeito da inércia e da inacção.
Internamente, a América pode necessitar de uma nova versão do New Deal. Internacionalmente, a América não pode abdicar do papel de referência e de protecção ao mundo livre. O Presidente Obama deve pois operar a síntese entre F.D. Roosevelt e Ronald Reagan. Uma síntese que é uma verdadeira mudança. "
Carlos Marques de Almeida
Embora tudo tenha começado com a imagem de um sucesso impossível, a eleição de Barack Obama acaba por ser a crónica de uma vitória anunciada. Mas não existe nada de menor ou normal num acontecimento que, em muitas circunstâncias, exibe a marca de uma narrativa épica. Longe de qualquer construção ideológica, a vitória de Barack Obama é um facto histórico, é o espectáculo da história que se revela em tempo real.
Neste momento particular, Barack Obama representa o rosto de uma América fiel ao ideal dos Pais Fundadores, mas em profunda transformação. Primeiro, é a refutação do cinismo e a afirmação de que um novo começo permanece sempre no horizonte. Depois, é a consciência de que é possível contruir uma república de homens livres, sem visões ou planos utópicos. Finalmente, é a ideia de que a América pode e deve ser uma força moral no mundo. A esperança de Obama é afinal a mensagem dos Pais Fundadores. A grande mudança é o rosto negro com que a América enfrenta hoje o mundo.
No entanto, Barack Obama não está imune à lei da gravidade que rege e comanda a política. Com duas guerras, uma recessão económica e uma profunda crise de confiança internacional, o novo Presidente já esgotou o tempo para a declaração de intenções. Existe pois uma espécie de opção Obama, cujo resultado irá ditar o sucesso ou fracasso da nova Presidência. Essa opção passa pela abertura ao mundo e não pelo isolacionismo político e o proteccionismo económico. Os Estados Unidos estão de tal modo expostos em termos globais (económica, política e militarmente) que o isolacionismo representaria o declínio americano, o enfraquecimento da Europa e o vazio internacional, aliás prontamente preenchido pela China e pela Rússia. A tentação isolacionista é uma variável activa na equação, não apenas pelo fluxo regular de militares mortos que regressam do Iraque e do Afeganistão, mas também pela profunda crise económica que ameaça politicamente a América. O mundo sem os Estados Unidos é um lugar mais perigoso e vulnerável a muitas aventuras. Uma América isolada é um colosso que tende a implodir por efeito da inércia e da inacção.
Internamente, a América pode necessitar de uma nova versão do New Deal. Internacionalmente, a América não pode abdicar do papel de referência e de protecção ao mundo livre. O Presidente Obama deve pois operar a síntese entre F.D. Roosevelt e Ronald Reagan. Uma síntese que é uma verdadeira mudança. "
Carlos Marques de Almeida
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