Notícias urgentes contra o bloqueio
"O Público contou a história de José, que foi ontem a notícia mais lida do site do jornal. José, rapaz do Norte a viver em Lisboa, no Dia dos Namorados deste ano foi a um jantar de encalhados, de gente sem par. No regresso, deixou uma rosa no sinal de alarme do Metro, com um bilhete para uma potencial namorada. Repetiu o gesto uns dias, mas ficou sem resposta. José, que ia a jantares de 'desnamorados' e acenava com rosas às raparigas, enfim, um rapaz que fazia pela vida, descobriu outro destino: fazedor de gestos gratuitos. Quase a mesma coisa - uma flor colocada no sinal de alarme do metropolitano (sempre a mesma carruagem, a última da Linha Azul) - mas toda uma outra filosofia: desta vez, era gesto sem procura de retribuição, era sem intenção de engate.
Com a flor, José deixa uma frase com endereço universal, saudando o amor e a paixão. Não terá o talento de Cyrano de Bergerac, mas tem o mesmo panache. Há dez meses, cada dia, ele deixa a sua flor ("o meu papel é pôr a flor, depois o metro que a leve"), numa persistência gratuita e bela que um leitor, na caixa de comentários do jornal, comparou à do "senhor do Adeus, no Saldanha, lembram-se?". Como não nos lembrarmos de quem nos aquece a alma e não pede recibo? Outro leitor falou dos seus tempos de estudante, na camioneta de carreira, três anos a fazer do bilhete um barco que deixava no banco com esta frase: "Bom dia!" É só raspar levemente e sai-nos disto, gente."
FERREIRA FERNANDES
Com a flor, José deixa uma frase com endereço universal, saudando o amor e a paixão. Não terá o talento de Cyrano de Bergerac, mas tem o mesmo panache. Há dez meses, cada dia, ele deixa a sua flor ("o meu papel é pôr a flor, depois o metro que a leve"), numa persistência gratuita e bela que um leitor, na caixa de comentários do jornal, comparou à do "senhor do Adeus, no Saldanha, lembram-se?". Como não nos lembrarmos de quem nos aquece a alma e não pede recibo? Outro leitor falou dos seus tempos de estudante, na camioneta de carreira, três anos a fazer do bilhete um barco que deixava no banco com esta frase: "Bom dia!" É só raspar levemente e sai-nos disto, gente."
FERREIRA FERNANDES
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