O Céu está a cair
"Este Governo deixou de imanar do Parlamento. Ao desprezar a política, o Governo é uma delegação de Bruxelas.
O Governo comporta-se como os gauleses da aldeia de Astérix: não tem medo dos romanos que o cercam, mas sim de que os deuses lhes façam cair o céu em cima da cabeça. Isto é: fica mais aterrado com o FMI e a senhora Merkel do que com os portugueses. Por isso actua como se os portugueses fossem um exército de terracota que está aqui para votar e pagar impostos e não para os questionar.
A paz podre nacional floresceu assim. O Governo, como é visível neste OE e nas inacreditáveis declarações de Vítor Gaspar, é uma alforreca financeira. É o cobrador de impostos de Bruxelas e despreza a política e a economia. O modelo que a Europa nos quer legar é simples: um país pronto a acolher as multinacionais que encontram aqui os salários baixos que já não descobrem na China e sem mercado interno porque ninguém tem dinheiro para consumir. Está no OE e nas frases de Vítor Gaspar que, agora, já se dá ao luxo de achincalhar abertamente Cavaco Silva, como se este fosse irrelevante. Vítor Gaspar acha que pode dispensar a política e o bom-senso com o seu modelo de empobrecimento do país. Cumprindo, sem questionar, o que dizem Bruxelas e Berlim. Sem escutar sequer o FMI.
Este Governo deixou de imanar do Parlamento. Ao desprezar a política, o Governo é uma delegação de Bruxelas. Um contabilista sem sensibilidade política, que é porta-voz dos credores e que é mudo quando deveria falar das reivindicações portuguesas. Este Governo está, com este OE que será do tudo ou nada (depois desta carga de impostos só resta colocar os portugueses a pão e água), a aniquilar o que resta da economia interna e a pôr em causa a democracia. O céu há-de cair-lhes em cima. "
Fernando Sobral
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