O fim dos subsídios
"No próximo ano, os trabalhadores do sector privado vão receber metade dos seus subsídios de férias e de Natal repartidos pelos 12 meses do ano.
Trata-se, segundo o Governo, de uma medida de carácter excepcional e temporário que visa minimizar o impacto do aumento da carga fiscal sobre os rendimentos dos trabalhadores. Mas a alegada preocupação do Governo para com estes últimos soa a cinismo, e isto é o que mais aborrece.
Com efeito, a diluição de metade dos subsídios é um truque para dar aos trabalhadores a ilusão de que a quebra nos rendimentos será menor, atenuando assim a previsível escalada da tensão social, para lá de permitir arrecadar impostos antecipadamente... Quanto ao "carácter excepcional e temporário" da medida, o Governo já deu a entender que gostaria que os salários passassem a ser pagos em definitivo em 12 prestações ao invés de 14.
Caminhamos, pois, para a extinção definitiva dos subsídios e para a perpetuação de medidas para a redução salarial apresentadas agora como temporárias, no âmbito da estratégia de empobrecimento em que o Governo se empenha com fervor, em nome de um ganho de competitividade que deste modo nunca será atingido. "
José Rodrigues
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