Bastonário versus Ministério Público.
As palavras do Bastonário dos Advogados levaram a uma troca de palavras mais acesa entre os ilustres colegas dos Blogs Causidicus e Cordoeiros.
Sem querer tomar o papel de juiz em litigância alheia, ouso afirmar que ambos têm e não têm razão.
É preciso ter em conta que:
1. no início da audiência, a juíza ditou para a acta despacho referindo-se exclusivamente à falta de condições da sala de audiência;
2. dos cerca de 70 advogados, somente meia dúzia ficou de pé;
3. durante as audiências que tiveram lugar nos Olivais, os advogados, apesar de estarem todos sentados, não dispunham de bancada.
Ora, se o bastonário estivesse de facto preocupado com a “dignidade , as condições e a liberdade de defesa”, teria obrigatoriamente pronunciado-se muito antes, sobre as audiências efectuadas nos Olivais, aonde os advogados, sem disporem de bancada, foram obrigados a usar as pernas como mesa.
Entre ouvir uma leitura de despacho em pé ou exercer a defesa sem dispor de uma bancada, esta última não é bem pior?
Acrescente-se que é notória a persistência com que o Bastonário, em todas as suas intervenções críticas, acaba sempre por visar o Ministério Público, a maioria das vezes desnecessariamente, para não dizer, sem qualquer razão.
De facto, desde os primórdios do processo Casa Pia, existe um aparente “ódio de estimação” do Bastonário ao Ministério Público, espelhado em ataques cirúrgicos, os quais chegam mesmo ao ponto de contradizer-se, como foi o caso de exigir a cabeça do Procurador Geral da República e, no dia seguinte, vir defender a sua permanência.
Também sobre ele também pesa a dualidade de critérios utilizados para com os advogados envolvidos no “Caso Casa Pia”.
Não é que o bastonário não tenha razão sobre a falta de condições inerentes à logística dos megaprocesso, mas a omnipresença das referências ao MP é descabida de razão e não encontra melhor explicação que, a de alimentar o clima de “guerra”.
Clima essa que ele teima em alimentar, apesar de sempre afirmar o contrário.
P.S. curiosamente o advogado João Nabais, que nunca tinha aparecido nas audiências anteriores, apareceu nesta para cumprimentar a juíza e, claro, falar à TV.
Enfim. O habitual do recente capa de revista da “VIP”.
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