domingo, junho 27, 2004

"Os direitos dos fumadores".

"A forma extremamente violenta com que alguns cronistas fumadores se opõem à proibição de fumar em restaurantes e em outros lugares afins é, no mínimo, surpreendente, sobretudo quando querem colocar os epítetos de "fascistas" e de "fundamentalistas" naqueles que defendem essa medida.

Se eu vou almoçar ou jantar a um restaurante, não é certamente apenas para encher o "bandulho". É, obviamente, para saborear uma boa refeição, caso contrário comia em casa. Ora, se tenho ao meu lado um indivíduo a fumar e, quem diz a fumar, diz a cheirar a suor, é impossível saborear a comida, porque a comida, pura e simplesmente, deixa de ter sabor e cheiro. Este simples facto devia dar-me o direito de não pagar a conta. Aliás, um número significativo de fumadores também não suporta o cheiro do tabaco quando está a comer.

Antigamente, quando as pessoas se respeitavam umas às outras e imperavam as regras da boa educação, um indivíduo, antes de acender um cigarro, porque tinha a perfeita consciência de que o fumo incomodava, pedia sempre permissão às pessoas que estavam ao pé.

Mas hoje, qualquer pessoa acha que tem o direito de incomodar as outras.

É, por isso, que é necessária tanta legislação. E da mesma forma que um indivíduo que bebe deve poder fazê-lo num restaurante, mas deve ser proibido de guiar, também o fumador deve poder fumar dentro do seu veículo e impedido de o fazer num restaurante. E a razão é óbvia: beber num restaurante não incomoda ninguém, conduzir com álcool pode prejudicar muita gente; fumar dentro do seu veículo não incomoda ninguém, fumar num restaurante prejudica terceiros.

Só já falta os comedores de pastilhas elásticas reclamarem o direito de as colar nos tampos das mesas e das cadeiras.

Infelizmente, a maioria dos fumadores acha-se dona do mundo e pensa que toda a gente tem de se sujeitar ao seu vício. No outro dia estava na praia e no toldo ao lado do meu, estava um casal de fumadores. Durante todo o dia, fumaram mais de 2 maços de cigarros. E o que é que fizeram às beatas? Enterraram-nas na areia, como é óbvio. Fazendo as contas, facilmente se conclui que aquele casal, durante o seu mês de férias, vai enterrar, num espaço de três metros quadrados de areia, cerca de 1500 beatas de cigarro. Acham isto normal? Mas há algum fumador que não faça isto?

Mas não é só na praia... As nossas ruas, jardins, vasos de flores, etc, está tudo pejado de beatas de cigarros. Mas dizer a um fumador que não deve atirar as beatas para o chão, nem enterrá-las na areia da praia, é violar os seus direitos... Ou, como eles dizem, é ser fundamentalista. "


Santana-Maia Leonardo

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