sexta-feira, janeiro 07, 2005

D. Afonso IV.


Afonso IV de Portugal, cognominado o Bravo, sétimo Rei de Portugal, nasceu em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1291 e morreu na mesma cidade a 28 de Maio de 1357. Era filho do Rei Dinis de Portugal pela sua mulher Isabel, princesa de Aragão, a Rainha Santa. Afonso IV sucedeu a seu pai a 7 de Janeiro de 1325. Apesar de ser o único filho legítimo de seu pai, Afonso não seria, de acordo com algumas fontes, o favorito do rei D. Diniz, que preferia a companhia de Afonso Sanches, um dos seus bastardos. Esta preferência deu lugar a uma rivalidade entre os dois irmãos que, algumas vezes, deu lugar a confrontos armados. Em 1325, Afonso IV tornou-se rei e, como primeira decisão, exilou Afonso Sanches para Castela, retirando-lhe de caminho todas as terras, títulos e feudos concedidos pelo pai de ambos. O exilado não se conformou e do outro lado da fronteira orquestrou uma série de manobras políticas e militares com o fim de se tornar ele próprio rei. Depois de várias tentativas de invasão falhadas, os irmãos assinaram um tratado de paz, sob o patrocínio da Rainha Santa Isabel.


Em 1309, Afonso IV casou com a princesa Beatriz, filha do rei Sancho IV de Castela. A primogénita desta união, a princesa Maria de Portugal, casou com Afonso XI de Castela em 1328, mas o casamento revelou-se infeliz, dado que o Rei de Castela maltratava abertamente a mulher. Afonso IV não ficou contente por ver sua filha menosprezada e atacou as terras fronteiriças de Castela em retaliação. A paz chegou quatro anos mais tarde, e com a intervenção da própria Maria de Portugal, um tratado foi assinado em Sevilha em 1339. No ano seguinte, em Outubro de 1340, tropas portuguesas participaram na grande vitória da Batalha do Salado contra os Marínidas. A última parte do reinado de Afonso IV foi marcada por intriga política e conflitos internos em grande parte devidos à presença em solo português de refugiados da guerra civil entre Pedro I de Castela e seu meio irmão Henrique da Trastâmara. Entre os exilados contavam-se vários nobres, habituados ao poder, que cedo criaram a sua própria facção dentro da Corte portuguesa. Quando Inês de Castro se torna amante do príncipe herdeiro Pedro, os nobres castelhanos cresceram em poder e favor real. Afonso IV não ficou agradado com o favoritismo concedidos aos castelhanos e procurou de várias formas afastar Inês do filho. Sem sucesso, porque Pedro assumiu tanto a relação com a castelhana, como os filhos ilegítimos que dela teve, acrescentando em 1349 a recusa de tornar a casar com outra que não ela. Com o passar dos anos, Afonso IV perdeu o controle da situação, a facção castelhana e Inês aumentavam o seu poder, enquanto que o único filho legítimo de Pedro, o futuro rei Fernando, crescia como uma criança doente.

Preocupado com a vida do único neto que reconhecia e com o acréscimo de poder estrangeiro dentro de fronteiras, Afonso IV ordena a morte de Inês de Castro em 1355. Ao contrário do que esperava, o seu filho não se aproximou de si. Perdendo a cabeça, Pedro entrou em guerra aberta contra o pai e saqueou a região entre os Rios Douro e Minho. A reconciliação chegou apenas em 1357 e Afonso IV morreu pouco tempo depois. Como rei, Afonso IV é lembrado como um soldado e comandante corajoso, daí o cognome de Bravo. A sua maior contribuição a nível económico e administrativo foi a importância dada à marinha portuguesa. Afonso IV subsidiou a construção de uma marinha mercante e financiou as primeiras viagens de exploração Atlântica. As Ilhas Canárias foram descobertas no seu reinado.

Descendência:
Pela sua mulher, Beatriz de Castela (1293-1359)
Maria de Portugal (1313-1357), casada com o rei Afonso XI de Castela
Afonso (1315)
Dinis (1317-1318)
Pedro I, rei de Portugal (1320-1367)
Isabel (1324-1326)
João (1326-1327)
Leonor de Portugal (1328-1348), casada com o rei Pedro IV de Aragão
Wikipedia

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