Confusão.

"Um apalpão dado por um brasileiro a uma jovem, de etnia africana, desencadeou uma batalha campal, no Casal de São Brás, Amadora. Duas pessoas receberam assistência hospitalar, devido a ferimentos de faca, tendo o autor destas agressões sido detido, sob a acusação de dois homicídios, na forma tentada. A cena teve como palco a Praceta Notícias da Amadora, local de residência de um grupo de quatro brasileiros, com idades entre os 20 e os 30 anos. Pelas 02h00 do primeiro dia de 2005, os jovens saíram à rua, deparando-se, a poucos metros de distância da sua casa, com um grupo de rapazes e raparigas, de etnia africana.Após uma troca de palavras, um dos brasileiros, de 20 anos, e talhante de profissão, apalpou uma jovem africana, o que, de imediato, agravou o ambiente.

“Os insultos entre os dois grupos avolumaram-se, tendo o grupo de africanos sido reforçado por indivíduos vindos do Alto do Casal de São Brás”, referiu ao CM uma fonte policial. A tensão acentuou-se de tal forma que os brasileiros foram obrigados a fugir para casa, sendo perseguidos pelo grupo de africanos. A porta do prédio onde habitavam os brasileiros, local onde estes acabaram por se refugiar, foi parcialmente destruída à pedrada. No interior, cenas de pancadaria sucediam-se, tendo o brasileiro, autor do apalpão, sacado de uma faca de cozinha com 14 centímetros de lâmina, com a qual esfaqueou dois indivíduos. A PSP mobilizou para o local cerca de duas dezenas de agentes. Um dos polícias chegou mesmo a usar gás-pimenta para dispersar dois indivíduos que lutavam. O autor das facadas foi detido, acusado de dois homicídios na forma tentada. Os feridos foram levados ao Hospital Amadora-Sintra."

Teria sido mais interessante se, em vez de brasileiros, fossem ciganos. Não se compreende, no entanto, porque é que o brasileiro foi acusado de homicídio na forma tentada. Quando muito, aceitamos excesso de legítima defesa. A não ser que se verifique o tal estatuto especial dos africanos. De qualquer forma, é preciso ter em conta a atenuante de o brasileiro ser talhante. É que, com os copos, confundiu os bem constituídos africanos, com aqueles belos bovinos que trincha lá no talho.

Também seria de bom-tom informar esse pessoal da mensagem do director da PSP “os cidadãos têm de colaborar”. Acreditamos que este pequeno lapso deve-se à ausência de televisões e rádios nas casas dos arguidos, pequena lacuna cuja resolução se impõe com urgência.