De besta a bestial.
"Tomando apenas por empréstimo uma expressão que pertence com toda a justiça ao jogador do Sporting Liedson, "Mantorras resolve". O angolano é o mártir, o menino de ouro, o filho pródigo... enfim, um dos jogadores, senão "o", mais queridos pelos adeptos do Benfica. E, ontem, resolveu um jogo que até parecia ser tão simples, mas que a defesa encarnada complicou. A sofrida vitória frente ao Marítimo permite às águias manterem os seis pontos de vantagem sobre os perseguidores e, parafraseando dois "Gatos Fedorentos", pode dizer-se que "cheira a título" na Luz, tal foi a euforia com que se viveram todos os segundos de um muito emotivo jogo de futebol."
A euforia é o maior perigo", dizia um muito sensato Giovanni Trapattoni - que pela primeira vez em muitos meses arrancou alguns aplausos quando foi anunciado o seu nome. E esse excesso de entusiasmo quase traiu os jogadores encarnados, que procuraram a vitória de uma forma raramente vista esta temporada, mas "esquecendo-se" que nem sempre o ataque é a melhor defesa. Com todos os jogadores à sua disposição, algo inédito esta época, "Trap" manteve o seu habitual esquema, apostando em Nuno Gomes no ataque, em detrimento de Karadas, e a aposta foi ganha. Num início de jogo alucinante, o Benfica apareceu transfigurado, em comparação com o futebol pouco "alegre" que tem realizado ao longo com campeonato. Balanceado para o ataque, nem parecia a equipa cujo treinador é um acérrimo adepto do catenaccio.
O Marítimo pareceu surpreendido com a atitude dos encarnados, principalmente com as movimentações de Nuno Gomes, Geovanni, Simão e Miguel (o lateral está a jogar cada vez melhor). Só Nuno Assis esteve "apagado". O primeiro golo do Benfica surgiu logo aos seis minutos, por intermédio do regressado Nuno Gomes, dando largas à euforia que predominava e desesperava por explodir no Estádio da Luz.Mas por pouco tempo. Um minuto volvido e Pena voltou a mostrar a aptidão para marcar aos "grandes", aproveitando um erro crasso dos centrais Luisão e Ricardo Rocha. No entanto, era só o começo de um show de golos. Miguel recolocou a vantagem e depois foi a vez de Nuno Gomes fazer um remate vitorioso e levantar o estádio.As duas equipas procuravam o golo, com as ofensivas a superiorizarem-se a umas defesas muito inseguras.
Rui Rodrigues, que se estreou como treinador principal do Marítimo, arriscou e ainda no primeiro tempo reforçou o centro do terreno, fazendo entrar Evaldo. A decisão mudaria o cariz de jogo, pois no minuto seguinte Van der Gaag reduziu a diferença e os madeirenses reconquistaram confiança. E o empate chegou logo no reatamento, com Pena a bisar. O desalento na equipa de Trapattoni fez com que a reacção demorasse a acontecer. A euforia esmorecia e o fulgor físico ia, naturalmente, diminuindo. Num momento, que até se pode considerar quase de "loucura" de Trapattoni, conhecida que é a sua mentalidade conservadora, o técnico apostou em Mantorras e mais tarde em Karadas, deixando Nuno Gomes em campo. Três avançados encheram a área e o angolano aproveitou para ser o herói, com o golo que venceu mais uma final."
DN.
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