Louvores.

Pela presente missiva, louvamos os seguintes funcionários:

Sr. Silva, cozinheiro:

Pela arguta e sábia avaliação das temperaturas, pelo permanente esforço de contenção verbal e pelo empenho e clarividência dos seus pratos;


Sr. Manfio, habitual assaltante

Pela sua inauferível abnegação na diligente e criteriosa análise e escolha da (mesma) vítima, sempre que esta se encontra desprotegida;


Sr. Lopes, dentista

Pela elevada atitude de cordialidade, permanente exercício de afabilidade, lhaneza e bom trato, sem desdouro da firmeza de mãos e respeito pelo primado da dor;


Dª Maria, massagista

Pela atenta preocupação com a manutenção e apresentação do físico alheio, o que contribuiu para o seu funcionamento com perfeição e alegria, bem como pelo facto de a sua acção se ter estendido para além do exigido, verdadeira pedra angular do patamar de excelência legitimamente ambicionado por todos quantos integram esta casa;


Sr. Costa, jardineiro

Pela sageza e probidade intelectual ímpares vincada na verticalidade de carácter e na nobreza das ideias que professa, pela iniciativa invulgar e elevada orientação e sentido floral;


Dª Ana, serviçal

Pela competência ímpar, zelosa e empenhada no serviço, pela demonstração de reconhecidas e soberbas qualidades intelectuais, espírito de missão e de serviço à mesa, excepcional mérito, irrepreensível aprumo e sagaz bom senso na distribuição de lugares na mesa e celestial entretimento nocturno;

Sr. José, motorista

Pela recta e proba formação moral e pelo inigualável brilhantismo e inabalável mérito gestual com que brinda com que brinda os outros condutores, bem como a forma com que perscruta caminhos para dirimir os problemas de trânsito;

Sr. Dabu, guarda-costas

Pela sua inauferível abnegação na diligente e criteriosa análise e resolução de todas as questões nefastas ao físico, bem como pelos insignes serviços prestados, paradigma em si mesmo da elevada competência e do singular brilho exigido aos melhores como ficou patente na coloração e feridas alheias.