domingo, maio 08, 2005

TV.

"Dizer que a televisão dá ao povo aquilo de que o povo gosta e que, portanto, o problema está no povo, é uma forma expedita de apaziguar a consciência de quem tem a responsabilidade de decidir o que deve ou não ser transmitido. Toda a gente sabe que a televisão, pela força que tem como meio e pela responsabilidade social que acumulou, não pode ser encarada como um negócio igual a qualquer outro. A concorrência tem de obedecer a critérios de razoabilidade e bom senso que, entre nós, começam a ser ultrapassados com demasiada frequência. E despertam sentimentos de revolta que, não tarda muito, induzirão apelos à censura.

Para evitar que se chegue a esse ponto, só há dois caminhos a seguir: ou as várias estações assumem, por si mesmas, o compromisso de se conterem, ou alguém tem de as obrigar a esse esforço de contenção, fazendo cumprir a lei com dureza e agravando-a se necessário.

Pode ser que a TV seja o espelho do país, como os seus directores nos querem fazer crer - e, então, só podemos lamentar a triste herança que vamos deixar às próximas gerações. O que nunca chegaremos a saber é qual será o contributo dos programas alarves que a TV oferece e dos «valores» que ela tem promovido, para que o país seja aquilo em que está transformado. "

( Email recebido )

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostei da fotografia. Noémia

sábado, julho 10, 2004  

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