sexta-feira, julho 29, 2005

A tal justiça do Santo Ofício.

"A cadeia é o destino mais improvável para quem incendeia uma floresta em Portugal. Os números fornecidos pelo Ministério da Justiça mostram que entre 1998 e 2003 não houve um único incendiário condenado a uma pena de prisão efectiva por este crime. A polícia diz que a investigação destes casos é extremamente difícil. Em 2003, ano recorde de incêndios em Portugal – 425 mil hectares ardidos – e último com estatísticas disponíveis no Ministério, apenas cinco arguidos acabaram
condenados por incêndio florestal. E a maioria (quatro), viram a pena de prisão substituída por multa. Aliás, nenhum dos condenados por esse crime, tal como nos cinco anos anteriores, cumpriu uma pena de prisão efectiva.

Ao todo, entre 1998 e 2003 houve 72 condenados por fogo florestal. Entre 1994 e 1997, tinham sido condenados 209 indivíduos por este crime. Aliás, desde o meio da década passada que estes números não param de descer, atingindo o número mínimo de sete condenados em 2002 e cinco em 2003. Se olharmos com mais atenção para os dados de 1998 a 2003 vemos, no entanto, que nenhum dos condenados neste período acabou atrás «das grades»: 27 viram a prisão substituída por multa; e 29 viram esta suspensa por alguma outra razão
."
A Capital


Curiosamente no ano record de incêndios (2003) só houve cinco incendiários condenados. Foi o número mais baixo de sempre e isso diz tudo.

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