terça-feira, agosto 16, 2005

Foi só uma cabra e um chibo

Pobres humanos deste sítio! E pobres dos que mais pobres ficaram! Os velhos, do velho mundo rural, que os políticos deste sítio afastaram da agricultura de sobrevivência, cujos filhos sem esperança emigraram do chamado interior profundo, agora nem árvores nem oxigénio têm para respirar, apenas a alguns escapou:" uma cabra e um chibo", que se irão alimentar de cinza.

Os criminosos escaparam e continuam de barriga cheia à conta de um estado que o deixou de ser como garante de tudo o que deveria garantir.

Culpados há muitos. Basta observar a dança das cadeiras do grande centrão como chamava um comentador de um blog.

No Brasil o mensalão, por cá o centrão.

Nomes? Eu digo:

Mário Soares, Cavaco Silva, Guterres, o assaltante à Embaixada de Espanha lembram-se? E os que foram eleitos pelo povinho e ainda por cá estão, mandados por vários patrões e pela vaidade pessoal, com a alma negra, como os campos que arderam sob sua responsabilidade, ao longo dos últimos 30 anos.

Todos eles e o enorme grupo que tem roubado e exaurido os cofres do chamado estado de direito, que de direito só tem o nome.

Onde estão os poderes constitucionais mesmo de uma constituição com letra pequena, porque com outra se não deve escrever?

A quem se deve ensinar que a Pátria não se discute, se a grande maioria deles, os dos poderes, defendia e defende o internacionalismo? Portanto aqui a palavra acusatória só deve ser traidores e como isso deveriam ser julgados.

E vergonha na cara?

Muitos dos militares que fizeram o 25 de Abril, os que ainda a têm, deveriam cobri-la, como César, quando apunhalado pelos traidores.

Afinal a grande maioria fê-lo porque não queria fazer a guerra, nem assegurar a paz, quando abandonaram as colónias, mas... não é esse o dever dos militares de carreira? Espero que ainda estejam vivos alguns, que não seguiram a trilha do facilitismo e da traição, porque os há.

De Nietzsche, In A Genealogia da Moral", que é considerado um niilista, para mim um visionário:
" A justiça, pois, que começou a dizer: « tudo pode ser pago e deve ser pago» é a mesma que, por fim, fecha os olhos e não cobra as suas dívidas e se destrói a si mesma como todas as coisas boas deste mundo. Esta autodestruição da justiça chama-se graça e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça."

Afinal foi só uma cabra e um chibo... e tudo o resto, que nada é, o chamado poder local e a chamada segurança social se encarregará de os deixar morrer lentamente de desgosto, num lar ou depósito de velhos, como se faz aos cães abandonados, na antecâmara da morte.

Eu, e todos os bichos que sobreviveram, somos mais felizes que estes humanos abandonados por uma comunidade de pessoas, que assobiam para o ar, enquanto o mal lhes não bater à porta...

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