Miséria intelectual.
"A pílula abortiva que as activistas da associação Women on Waves disponibilizavam a bordo do «barco do aborto» quando, há um ano, se aproximaram da costa portuguesa, pode causar infecções mortais, segundo um estudo norte-americano. A investigação será publicada na edição de Setembro da revista médica «The Annals of Pharmacotherapy» e as conclusões estão parcialmente disponíveis na edição on-line daquela publicação.
Da autoria de Ralph P. Miech, professor na Universidade de Brown, a investigação visou explicar o papel que a mifepristona - a substância activa do medicamento RU-486, conhecido como «pílula abortiva» - desempenha nos abortos médicos que resultam num fulminante e letal choque séptico (infecção mortal). A infecção em causa é provocada por uma bactéria vaginal (a «Clostridium sordellii»). Segundo demonstra o professor Ralph P. Miech, a sua associação ao RU-486 - uma hormona sintética que bloqueia a progesterona (indispensável ao prosseguimento da gravidez) e impede a implantação do embrião no útero, provocando a sua expulsão - ocorre porque as alterações provocadas pelo medicamento permitem a entrada da bactéria no canal cervical.
A presença desta bactéria pode provocar um choque séptico e, em alguns casos, a morte. Esta investigação veio reforçar as suspeitas em relação ao RU- 486, depois de terem sido notificadas cinco mortes associadas a este medicamento, desde a sua comercialização nos Estados Unidos, há cinco anos. A comercialização do RU-486 não está autorizada em Portugal mas, há precisamente um ano, este fármaco foi disponibilizado pela organização Women on Waves às mulheres portuguesas que pretendessem abortar. O medicamento estava a bordo do barco «Borndiep» - conhecido como «barco do aborto» - da associação holandesa Woman on Waves, que se propôs fornecer o fármaco às mulheres que pretendessem abortar."
Esta história é uma delícia. Um barco fornecedor de uma pílula abortiva que provoca a morte do tomador, chefiado por uma senhora que foi mãe há pouco tempo. Só mesmo a miséria intelectual do povo português justifica tanto "barulho" à volta do tal assunto.
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