segunda-feira, setembro 26, 2005

Compreender o Portugal profundo (revisto).

"De acordo com a sondagem da Intercampus realizada para o DN, TSF e TVI , e cujo trabalho de campo foi realizado anteontem (dia em que Felgueiras chegou a ortugal), Fátima Felgueiras, que lidera a candidatura independente "Grupo Sempre Presente", recolhe 38 por cento das intenções de voto no município.

Em segundo lugar, mas já a 11 respeitáveis pontos de diferença, aparece o candidato oficial do PS, José Campos. Depois, no terceiro lugar, e já a uns enormes vinte pontos percentuais de Fátima Felgueiras (recolhe 18 por cento das intenções de voto) está o candidato do PSD, Caldas Afonso
."

Sondagem resultado de 330 entrevistas pessoais realizadas no dia 21 de Setembro de 2005, dia em que Fátima Felgueiras regressou do Brasil e com os seus tradicionais apoiantes à pressionar à porta do tribunal, aonde a foragida esperava o desfecho da sua sorte judicial (ler aqui e aqui).

Se juntarmos a estas sondagens o regresso negociado com a PJ, o PS e a justiça (ver sentença exótica do tribunal), o mal disfarçado silêncio da oposição, os apoiantes mobilizados para saudá-la e o repentino aparecimento de cartazes de propaganda pelas ruas de Felgueiras (cuja foto foi tirada recentemente no Brasil) mal Fátima anunciou a sua candidatura, verificamos como a máquina está bem montada e os tentáculos são enormes (ler aqui e aqui). Agora tudo está nas mãos da habitual vassalagem do Portugal profundo (ler aqui).

"A juíza Ana Gabriela Freitas não deu como adquirido que Fátima Felgueiras fugiu, em Março de 2003, para o Brasil. Para a magistrada, que ontem decidiu libertar a candidata, o mandado de prisão preventiva emitido pelo Tribunal da Relação de Guimarães não foi executado porque a ex-autarca "encontrava-se ausente, ilegadamente, para o Brasil". Mais à frente no despacho, a que o DN teve acesso, Ana Gabriela Freitas afirma que a candidata estava numa situação de "aparente fuga à Justiça". "A persistência da medida de coacção de prisão preventiva não pode prevalecer como um valor em si mesmo, que poderia afrontar a própria Justiça, de que é mero e excepcional instrumento".

A magistrada recusou, assim, o pedido do Ministério Público, apresentado anteontem, para "a manutenção do estatuto coactivo da arguida". E considerou suficiente "a medida de proibição de a arguida se ausentar para o estrangeiro, prevista no artigo 200 n.º 1 do Código de Processo Penal". Uma medida que obriga à ex-presidente da Câmara de Felgueiras a entregar o passaporte, sem possibilidade de renovação."

Diz a "exótica" sentença "encontrava-se ausente, alegadamente no Brasil, numa aparente fuga à justiça" Mais: bastou entregar o passaporte Português e guardar o brasileiro para que o perigo de fuga se dissipe. Enfim: tal como diz a juíza, mais vale não afrontar a própria Justiça do que a moral da opinião pública.

Resumindo: correndo o risco de ser presa e julgada no Brasil no âmbito do «processo do futebol» (ler aqui), escudada no estatuto de imunidade que, ao abrigo da lei eleitoral autárquica, a livrava da prisão preventiva, não foi difícil a Fátima Felgueiras regressar a Portugal. Note-se que o risco estava tão bem controlado que nem caução, ou até mesmo a obrigação de permanência na habitação lhe foi aplicada.

Medidas essas aplicadas aos principais arguidos do processo e que ela esperava sofrer (ler aqui e aqui). Isto tudo esquecendo que ela em 2003 garantiu ao Tribunal que não iria fugir à Justiça e até considerava injurioso alguém pensar que era capaz de usar o seu passaporte brasileiro (ler aqui).

A maior ironia de todo o episódio reside no facto de o “sistema” lhe permitir, além da imunidade, publicidade à borla para a sua campanha, dada por toda a comunicação social, em detrimento dos outros candidatos. Isto esquecendo o simples facto de ela ter estado no Brasil a expensas do contribuinte recebendo o vencimento de presidente da Câmara (ler aqui).

“Golpe” mais perfeito do que este não há.

Mais um pequeno pormenor: o PS nunca chegou a concretizar expulsão de Fátima Felgueiras, tendo sido ela própria a pedir a sua desvinculação do partido em Agosto deste ano (ler aqui).

Tal como diz Pedro Lomba (ler aqui), "Fátima Felgueiras está há dois anos e meio a envergonhar a democracia e a justiça portuguesa e a sua candidatura à Câmara de Felgueiras só pode ser vista como um insulto"

Para terminar e parafraseado Vicente Jorge Silva “só falta agora os eleitores consagrarem nas urnas a moral da história e fazerem de Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais ou Valentim Loureiro os novos heróis do povo" (ler aqui)


1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É a vergonha TOTAL... Como é possivel estas pessoas de idade ser enganadas ...

DEVIAS DE TER VERGONHA FATIMA LARAPIA

sexta-feira, julho 17, 2009  

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