A VANGUARDA
"Vital Moreira continua imparável na sua "cruzada" primitiva, estilo "Vasco Graça Moura ao contrário", contra Cavaco Silva. Do alto da sua cátedra na província e dando mostras de uma espécie de racismo intelectual que lhe fica bastante mal, o professor espremeu-se e esmerou-se. Cavaco Silva, visto a partir de Coimbra, e por oposição ao "cosmopolitismo, cultura e espírito humanista" de Soares, é, nem mais nem menos, do que um género caseiro do "ogre" a quem "falta dimensão internacional", que tem "estreiteza cultural" e que revela um "espírito economicista". Convém lembrar ao ilustre Mestre que, apesar de todos os ódios de "classe" e de todos os derrames elitistas vomitados para cima de Cavaco desde que ele emergiu na vida pública portuguesa, a criatura "arrancou" duas bem expressivas maiorias absolutas e obteve, num momento de profundo desgaste, quarenta e seis por cento dos votos na disputa com Sampaio, há dez anos. Ou seja, os portugueses nunca se sentiram particularmente incomodados com a "falta" de "qualidades" de Cavaco que tanto perturba Vital e outros epígonos menores do "soarismo", da "esquerda" e do "neoliberalismo". Entre outras coisas - mais substantivas e de menos mau-gosto - será esta arrogância saloiamente convencida que os perderá.
Vital Moreira ainda acredita no papel das "vanguardas". O argumento verdadeiramente reaccionário da "inigualável capacidade de atracção [de Mário Soares] no campo da cultura, das artes, da literatura, da ciência, do trabalho", utilizado para tentar menorizar Cavaco Silva, apenas popular, aos seus olhos, no meio de "empresários e gestores", advém seguramente da leitura atenta que deve ter efectuado, anos a fio, do livrinho de Cunhal, "A superioridade moral dos comunistas". Há (maus) hábitos que nunca se perdem. "
Portugal dos Pequeninos.
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