quarta-feira, outubro 19, 2005

A culpa é do outro.

"O anterior ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, recusou no início do ano comprar o antiviral Oseltamivir, uma das substâncias recomendadas para uma eventual pandemia de gripe aviária. A decisão impede agora o Governo de obter com celeridade a reserva estratégica nacional, capaz de proteger 25 por cento da população. A revelação foi feita hoje pelo actual responsável pela pasta, António Correia de Campos.

Apesar de ter «apontado o dedo» ao antecessor, Correia de Campos esclareceu que a recusa aconteceu num contexto diferente do actual, quando ainda não era tão eminente uma pandemia da gripe das aves. «Não blasfememos contra a anterior gestão», disse o ministro da Saúde, lembrando os elevados custos de uma aquisição como a que o Estado português fez com o Oseltamivir
."

Expresso

Vamos lá ver se percebemos. O actual ministro acusou o anterior de não ter comprado o antiviral no início do ano porque não era tão eminente uma pandemia da gripe das aves, sendo que o medicamento é caro?

Ou seja: o ministro não gastou dinheiro na aquisição de uma vacina para uma doença que na altura não representava ameaça.

Já agora: tendo sido demitido o governo em 30 de Novembro de 2004 e encontrando-se em funções de gestão (limitando-se à prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos - ler aqui), tinha competência para adquirir vacinas caras no principio do ano (Janeiro, Fevereiro e princípio de Março) quando ainda não se previa nada?

Se juntarmos:

A/ "A confirmação de que o vírus de gripe das aves descoberto há uma semana (princípio de Outubro - ler aqui) na Turquia pertence à estirpe potencialmente perigosa para os seres humanos levou ontem a Comissão Europeia a alertar os Estados-membros da UE de que terão de se preparar para enfrentar uma possível pandemia. "

B/ "A quota de vacinas atribuída a cada país é limitada, refere o director-geral de Saúde, Francisco George, pelo que a prescrição indiscriminada em Portugal pode comprometer a disponibilidade de vacinas para os grupos de risco que mais dela precisam. Só no caso de ser detectada a gripe das aves em Portugal é que se aconselha que também sejam vacinados os profissionais que possam vir a estar envolvidos em operações de abate sanitário de aves infectadas. O objectivo é reduzir o risco teórico potencial de recombinação genética do vírus, que poderia ocorrer se houvesse, ao mesmo tempo, uma infecção na mesma pessoa com o vírus da gripe das aves e da gripe humana, refere a circular da DGS (disponível em www.dgsaude.pt) - ler aqui e aqui.

Ok. A notícia compreende-se pelo parágrafo “a decisão impede agora o Governo de obter com celeridade a reserva estratégica nacional, capaz de proteger 25 por cento da população.”

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Very nice site! » »

quinta-feira, fevereiro 22, 2007  

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