quinta-feira, outubro 27, 2005

A guerra.

Tal como afirma Donald Kagan, quando o colapso da União Soviética pôs termo à perigosa rivalidade entre as grandes potências que ameaçou a paz e a segurança do mundo durante quase meio século, muitos acreditaram que tinha começado uma nova era de segurança, prosperidade e paz.

Alguns depositaram na vitória do mercado livre e no seu desenvolvimento em todo o mundo, as esperanças de uma paz duradoura, acreditando que o aumento de contactos internacionais e as relações comerciais mutuamente vantajosas, tornariam a guerra improvável.

Mas tal não se verificou e as guerras proliferaram. E porquê?

Pela competição pelo poder.

Para muitos, a palavra poder tem uma conotação desagradável, que se resume a impor a vontade de alguém a outrém, pelo uso da força.Mas na realidade, o poder é neutro. O poder consiste na capacidade de realizar os objectivos pretendidos e resistir às exigências dos outros. Os objectivos pretendidos é que podem ser maus ou bons.

Na resistência às exigências, o poder é essencial para a efectivação e preservação da liberdade, o que o torna uma necessidade e a luta pela sua obtenção fundamental. Os objectivos contraditórios das nações rivais são sempre conflitos de poder. Na luta pelo poder, seja por motivos racionais de auto-suficiência, seja por um impulso insaciável de obter todo o poder possível, Tucídides verificou que os povos entram em guerra por “ honra, medo e interesse”.

É essa tríade de motivos que nos dá a compreensão das origens da guerra.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nem me preocupa a autoridade moral de quem o afirma, pois...

..."quando o colapso da União Soviética pôs termo à perigosa rivalidade entre as grandes potências que ameaçou a paz e a segurança do Mundo durante quase meio século"...

...a minha primeira reação foi temer pelo facto de ter acabado o equilíbrio mundial e ficarmos privados de um contra balanço ao poderio militar do Pentágono e ao poderio industrial dos seus fornecedores.
Nunca me passou pela cabeça que a mais poderosa indústria militar do Mundo (se não mesmo a mais poderosa indústria do Mundo tout court) estivesse afim de reduzir as suas cadências de producção. Como qualquer outra industria privada, em qualquer parte do Globo, esta só poderia fugir para a frente ou começar a definhar, o que seria de duvidar seriamente.

Além do mais, o bolo, que até então tinha de ser cortado e comido com modos e alguma parcimônia, ficou, num ápice, ali descaradamente á mão de semear. Uma verdadeira orgia de acesso ao poder sem opositores de monta. É o que se chama ter o bolo e a espada com a dupla função de o cortar e encostar os esfomeados à parede.

Depois foi o que se viu e era de prever.
Por estas e outras, que não cabem neste espaço, nunca acreditei...

..."que tinha começado uma nova era de segurança, prosperidade e paz".

A prosperidade e a paz no Mundo estão hoje bem mais longe do que então.
É evidente que as pobres aves de rapina do outro lado do mar, não têm nada a ver com isto. Eles até só querem distribuir a Pax Americana, como uma dogmática religião, pelo resto do Planeta, mas andam meia dúzia de descrentes pelintras a fazer de tudo para os impedir.

Manela

P.S.: Não sou comunista e acredito nas virtudes duma economia de mercado séria desde que não sirva só a alguns.

quinta-feira, outubro 28, 2004  
Anonymous Anónimo said...

Excellent, love it! » » »

sexta-feira, março 02, 2007  

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