Sintra
Remontam à Pré-História os vestígios mais antigos da presença do homem na região de Sintra. Com a chegada dos Romanos, a belíssima serra passou a ser conhecida por "monte sagrado" e "serra da Lua", pertencendo ao período muçulmano um curioso documento em que, ao descrever a vila "permanentemente mergulhada numa bruma que não dissipa", um geógrafo salienta que "o seu clima é são e os habitantes vivem longo tempo". Em 1147, na sequência da tomada de Lisboa, a guarnição moura do Castelo de Sintra rendeu-se ao exército do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, consumando-se assim, após diversas tentativas, a integração definitiva da vila no espaço cristão.
Hoje Palácio Nacional, o Paço de Sintra foi, durante séculos, residência de Verão da Corte, ficando para sempre ligado a importantes acontecimentos históricos. Foi aí, por exemplo, que D. João I ordenou, em 1415, a conquista militar de Ceuta - prelúdio da grandiosa expansão ultramarina de Portugal - e terá sido igualmente nesse Paço que, em 1578, o rei D. Sebastião tomou a decisão fatídica de partir para o Norte de Africa, comandando as tropas que viriam a sofrer uma derrota decisiva na batalha de Alcácer Quibir. Sintra conheceu nova vida a partir da segunda metade do século XVIII: o seu incomparável microclima e as suas paisagens admiráveis voltaram a atrair a aristrocracia nacional, a par de ilustres e influentes visitantes estrangeiros, como William Beckford (1787), Lorde Byron (1812) e Lorde Tennyson (1859).
No auge do Romantismo surgiram as edificações mais emblemáticas, com realce para o Palácio da Pena - iniciado em 1840, por iniciativa de D. Fernando de Saxe Coburgo - Gotha, marido da rainha D. Maria II - que, com os seus jardins magníficos, se tornou um autêntico ex-libris do conjunto arquitectónico e paisagístico distinguido pela Unesco, em Dezembro de 1995, com a classificação de "Património Mundial".
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