sexta-feira, dezembro 23, 2005

Fechado para balanço.

"Depois de um projecto para liquidar 512 escolas do 1º ciclo até ao fim do ano e 3500 antes do fim da legislatura, após o anúncio do propósito de encerrar alguns estabelecimentos hospitalares públicos na região de Lisboa e serviços de urgências de hospitais e centros de saúde por todo o País, o Governo tem em marcha um programa para fechar 50 esquadras da PSP e postos da GNR.

Em vias de extinção está também a Secção de Combate à Corrupção da PJ.

A questão é ainda e sempre o défice das contas públicas, a contenção das despesas, a falta de verbas. Como não há dinheiro para inaugurações, o Governo procede a encerramentos. O programa para fecho de esquadras denomina-se Plano de Reestruturação Territorial das Forças de Segurança, como o da liquidação das escolas se designa por Reorganização da Rede Escolar e o dos hospitais por Plano de Acções Prioritárias. Nas palavras de pompa e circunstância não poupa o Governo, porque as palavras, como as promessas, são grátis. Mas “reestruturação”, “reorganização” e “acções prioritárias” são nestes casos sinónimos de aldrabar, isto é, pôr as aldrabas na porta e o anúncio de “vende-se” à janela. A solução é perigosa, num País com tantos défices de educação, saúde, segurança e outros. Por exemplo, alguns postos da GNR a encerrar situam-se no Alentejo e Algarve, invocando a escassez de população e de actividade policial.

Acontece que, nessas mesmas regiões e por falta de policiamento, estão a encerrar nos horários nocturnos diversos estabelecimentos, designadamente de abastecimento de combustíveis, e a economia está a ressentir-se. Mas manda quem pode e esta é a solução que, por absurdo, poderia levar à solução final: depois de cada ministro encerrar toda a área da respectiva tutela encerram-se os ministérios e o País fecha para balanço.
"

João Paulo Guerra

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

FUNDOS COMUNITÀRIOS: Ou é desta ou empobrecemos tanto, que em 2013 descemos ao grupo dos pobres elegíveis para mais subsídios. Nesse caso mais vale profissionalizarmos os negociantes de fundos e proclamarmos o nosso parasitismo face aos demais membros. AUTOEUROPA: É o dito pelo não dito dos trabalhadores, incitados pelo Dr. Louçã contra o dirigente sindical do seu próprio partido que tinha aceite o acordo. Ainda o vamos ver à porta da Autoeuropa a vociferar contra o abandono do país pela empresa, com o ar de virginal coveiro que conhecemos a outros dirigentes sindicais, quando conseguiram proezas idênticas. HOSPITAIS: Dr. MST, porque é que o contribuinte tem direito a exigir muito mais a um governo socialista? A bitola é igual para todos! Isso é próprio de quem acha que a Esquerda tem o monopólio das preocupações sociais. Se esquecer a denominação dos partidos e se fixar nos factos, terá certamente uma surpresa ao elencar a intervenção social dos vários governos dos últimos 25 anos. "Basta" ser politicamente daltónico e deixar os factos falarem por si...

sexta-feira, dezembro 23, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Em 1800 menos de 5% da população vivia em cidades, ou seja mais de 95% viviam espalhada pelo território no meio rural. Em 2005 a população das cidades supera os 50% da população. É da mais elementar inteligência adaptar os serviços que o estado presta: segurança, saúde e educação, bem como a sua própria presença à evolução demográfica. Só assim se distribuem eficientemente os recursos! Ou faz sentido ter juntas de freguesia com 100 habitantes e outras com 100.000? Ou ter numa localidade 1 polícia por 100 habitantes e noutra 1 por 10.000? Já o mesmo não significa cortar cegamente e tabelar por baixo. Há que claramente discutir e publicar as métricas de afectação dos recursos: mímino de habitantes por freguesia e conselho, nº de médicos por especialidade e por habitante, critérios para a existência de hospitais, centros de saúde, maternidades, esquadras, etc. com o devido cuidado nos limites inferiores para não criar situações extremas para a população. Muito mal se tem dito das farmácias que têm garantido um perímetro com um mínimo de habitantes, mas imaginem um país onde se aplicasse o mesmo princípio a actividades do Estado: cada "x" habitantes 1 escola, cada "y" uma esquadra, cada "z" um jardim, cada "k" um centro de saúde... Melhorava ou não a qualidade de vida?

sexta-feira, dezembro 23, 2005  
Anonymous Anónimo said...

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sábado, fevereiro 17, 2007  

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