sexta-feira, dezembro 23, 2005

O Navio Polivalente Logístico para a Armada

Sobre as recentes notícias relativas a um possível adiamento sine die para ao início da construção do NavPol (Navio Polivalente Logístico), e pretensões timidamente adiantadas de que o futuro Navol, a ser uma realidade, deveria ser reduzido face ao inicialmente previsto, e já se apontam ideias para um navio que não desloque muito mais que 10.000 ton, na vez das 14.000 ton que o aproximariam muito do modelo Rotterdam, há que pensar no seguinte:

O NavPol é o principal vector para a capacidade de projecção de forças, que está consignada em sede do CEDN, discutida e aprovada, e está inscrito em Lei de Programação Militar.

Mais importante ainda, dado que Portugal não possui meios de projecção estratégicos por via aérea, não bastando para essa tarefa os c-130 da FAP, recorrendo-se sistematicamente ao fretamento de meios aéreos estrangeiros para apoiar as missões em que as FA’s portuguesas estão integradas no Kosovo, Bósnia, Afeganistão, e anteriormente em Timor, e no Iraque.

É certo que a LPM pode ser revista de 3 em 3 anos, mas esta má vontade do actual Governo relativamente a este navio representa a desistência de um vector fundamental para os desígnios da projecção de forças num quadro em que Portugal cada vez mais acorre a solicitações diversas no plano de missões internacionais.

O plano original seria um LPD com deslocamento a rondar as 14.000 ton, e quanto aos helis embarcados, o que se falava seria a utilização dos EH-101, ou dos NH-90 do Exército, logo que estes sejam entregues.

Isto para apoio suplementar ao desembarque de forças.

Os helicópteros Linx da Marinha servem para ASW, e deverão quanto a mim continuar adstritos às fragatas.

O Ministro parece querer dar prioridade ao programa dos blindados de rodas e arma ligeira para os 3 ramos, e daí, nada tenha a opor, mas quanto à Marinha o actual Governo parece querer mandá-la ao fundo, com a indefinição relativa ao LPD, e ainda a indecisão e adiamento quanto à vinda das 2 fragatas OHP.

O País e a sua Defesa vai mal, quando um Governo parece querer ver esses equipamentos como simples brinquedos para que os militares se entretenham nos quartéis, sem ter noção de que se tratam de instrumento fundamentais para a afirmação da política externa portuguesa na NATO e no Mundo.

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