sábado, janeiro 14, 2006

Liberdade de informar.

"O designado "Envelope 9" do processo Casa Pia contém disquetes com a facturação detalhada das mais altas figuras do Estado, mesmo que num primeiro olhar apenas se observe o registo dos telefonemas de um suspeito. Qualquer iniciado num vulgar programa Excel percebe que basta clicar num qualquer campo da primeira lista para aceder a um registo de quase 80 mil ligações. Importa sublinhar que a operadora telefónica esclareceu que foi "expressamente requerido" que a informação fosse "entregue em ficheiro electrónico, o que configurou uma alteração aos procedimentos até aí adoptados - listagem impressa em papel". Uma listagem em papel excluiria qualquer outro registo.

Quem pediu a listagem sabia o que estava a pedir e quem a forneceu sabia que muito facilmente se acedia a registos de duas centenas de telefones. É por isso que, tal como aconteceu com a junção ao processo de uma carta anónima envolvendo Jorge Sampaio e que a Justiça considerou irrelevante, também aqui é muito difícil ser inocente. É muito difícil ser inocente quando se constatam álbuns de fotografias das elites portuguesas representando potenciais pedófilos. É muito difícil ser inocente quando se constata a generalização de escutas telefónicas.

Algum do alcance da irresponsabilidade que grassa na Justiça deriva de reformas legislativas precipitadas que responsabilizam o poder político. O restante tem a ver com o pouco rigor dos agentes da justiça. Não é crível que Souto Moura retire as consequências da sua fragilidade. Talvez também Jorge Sampaio não queira demitir o procurador a poucas semanas do final do mandato presidencial. Justa ou injustamente, a imagem de Souto Moura é a de um ingénuo que não sabe de nada e permite tudo. E quando é esta a sensação fica a pergunta quem defende o Estado do seu procurador-geral?
"

DN

A liberdade de informar é assim tão valiosa que possa permitir rasteirar figuras do Estado impunemente? Aumentar a vendas dos jornais publicando “não notícias” também? Os jornalistas defendem que sim. Porque será?

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Onde mente o 24 horas? Diz o 24 horas que as chamadas figuras de estado estiveram sob investigação, O QUE É FALSO. Nem o Min. Púb. solicitou tais registos, nem o tribunal os autorizou. A PT violou sim o dever de guardar informação relativa à reserva da vida privada ao não garantir que a mesma permanecesse sigilosa. Se o ficheio estava protegido, praticou crime que a ele acedeu. Simples.

sábado, janeiro 14, 2006  
Anonymous Anónimo said...

o procurador é um alvo a abater. Não é de agora, é desde o dia em que os meandros mais obscuros do assunto pedofilia/casa pia começaram a vir a público. A fantochada continuará até à sua demissão e consequente nomeação de um substituto submisso.

sábado, janeiro 14, 2006  
Anonymous Anónimo said...

1º-O nome do jornalista que escreveu a noticia2º-Quem teve até agora acesso a essas provas.A defesa não teve acesso a elas?3º-A quem interessa a divulgação desses factos?4º-Se a lista estava protegida a acusação ao ter conhecimento do que pediu, obviamente que não ia á procura de mais nada,não podendo saber que alguma coisa mais havia5º-Porque é que alguns comentadores parecem tão ingénuos

sábado, janeiro 14, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Os jornalistas são cães com dono.

sábado, janeiro 14, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Ó toupeira, há jornalistas e jornalistas, entendeu?

sábado, janeiro 14, 2006  

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