Sinais.
"Quase no fim da campanha, é preciso admitir que ninguém descobriu bons argumentos contra a eleição do prof. Cavaco Silva. Viu-se isso no desespero com que o dr. Soares proclamou ao país que o prof. Cavaco “sempre que abre a boca, diz asneira”. Não se sabe que admirar mais neste rompante: se a ingenuidade de um candidato convencido de que a grosseria rende votos, se o absurdo de um ex-Presidente que se propõe voltar para Belém confessando que, da primeira vez, manteve como primeiro-ministro, dez anos seguidos, alguém que só dizia “asneiras”. É verdade que houve anticavaquismos menos patéticos. Uns angustiaram-se com as futuras quintas-feiras do eng. Sócrates, outros com a decepção de um povo de labregos que julga ir resolver tudo com um voto no professor. A eleição do prof. Cavaco seria assim um sinal de atraso, ou de propensão para a instabilidade.
Nada disto perturbou o olímpico avanço do candidato nas sondagens. Compreensivelmente. O eng. Sócrates, há uns meses, teve o cuidado de preparar um orçamento para satisfazer o gosto rigoroso de um presidente Cavaco. Quanto à perspectiva de bodas de Canaã em Belém, ninguém as prometeu, e ninguém as espera. O prof. Cavaco nunca disse que a sua eleição seria a cura, mas que poderia ser um sinal: o sinal de que os portugueses estariam disponíveis para as “reformas” que ele, na presidência, gostaria de ajudar o governo a assumir. Só que deste ponto de vista, talvez a campanha não lhe tenha corrido como ele queria. Os candidatos do anticavaquismo foram tão maus, que o prof. Cavaco se arrisca a ser eleito, não pelo seu apego às “reformas”, mas simplesmente por ser o melhor candidato. Ao contrário dos drs. Soares e Louçã ou de Jerónimo de Sousa, não sentiu necessidade de insultar os que não pensavam como ele. Ao contrário desses e de Manuel Alegre, falou para todos, e não apenas para a capelinha. Neste contexto, em vez de sensibilidade à economia, a eleição do prof. Cavaco poderá significar algo de mais básico: o gosto do eleitorado pelo pluralismo e pela civilidade, sem os quais qualquer democracia é apenas uma guerra civil em suspenso. Uma vitória do Prof. Cavaco seria, por esse lado, um bom sinal.
O último argumento dos anticavaquistas foi a suposta vocação executiva do prof. Cavaco. Nascido para primeiro-ministro, nunca se adaptaria ao papel de Presidente. Só que a carreira do prof. Cavaco permite outras previsões. A missão do Presidente desta constituição não é passar despercebido, como agora diz o dr. Soares, mas garantir o normal funcionamento das instituições. Para a desempenhar, convêm, entre outras virtudes, independência em relação aos partidos, predilecção pela estabilidade, e uma certa capacidade para transfigurar opções políticas em “objectivos nacionais”. Para o bem e para o mal, essas foram sempre qualidades e tendências do prof. Cavaco. Nunca apreciou compromissos partidários, e preocupou-se sempre em evitar ou atenuar rupturas. No caso das “reformas”, ainda hoje prefere falar delas como uma simples questão de técnica e bom senso, em vez de uma opção por outro modelo social. Essa perspectiva terá reduzido, entre 1985 e 1995, o alcance reformista da sua governação. Fez então muitas coisas, mas talvez tivesse podido fazer mais à frente de um movimento doutrinariamente definido, e sem receio de romper barreiras constitucionais. Acontece que aquilo que o limitou em S. Bento, pode servir agora como recomendação para Belém. O país vai assim, aparentemente, votar descansado. Talvez venha também a poder dormir descansado. Esperemos, porém, que não demasiadamente. Não seria bom sinal."
Rui Ramos.
Nada disto perturbou o olímpico avanço do candidato nas sondagens. Compreensivelmente. O eng. Sócrates, há uns meses, teve o cuidado de preparar um orçamento para satisfazer o gosto rigoroso de um presidente Cavaco. Quanto à perspectiva de bodas de Canaã em Belém, ninguém as prometeu, e ninguém as espera. O prof. Cavaco nunca disse que a sua eleição seria a cura, mas que poderia ser um sinal: o sinal de que os portugueses estariam disponíveis para as “reformas” que ele, na presidência, gostaria de ajudar o governo a assumir. Só que deste ponto de vista, talvez a campanha não lhe tenha corrido como ele queria. Os candidatos do anticavaquismo foram tão maus, que o prof. Cavaco se arrisca a ser eleito, não pelo seu apego às “reformas”, mas simplesmente por ser o melhor candidato. Ao contrário dos drs. Soares e Louçã ou de Jerónimo de Sousa, não sentiu necessidade de insultar os que não pensavam como ele. Ao contrário desses e de Manuel Alegre, falou para todos, e não apenas para a capelinha. Neste contexto, em vez de sensibilidade à economia, a eleição do prof. Cavaco poderá significar algo de mais básico: o gosto do eleitorado pelo pluralismo e pela civilidade, sem os quais qualquer democracia é apenas uma guerra civil em suspenso. Uma vitória do Prof. Cavaco seria, por esse lado, um bom sinal.
O último argumento dos anticavaquistas foi a suposta vocação executiva do prof. Cavaco. Nascido para primeiro-ministro, nunca se adaptaria ao papel de Presidente. Só que a carreira do prof. Cavaco permite outras previsões. A missão do Presidente desta constituição não é passar despercebido, como agora diz o dr. Soares, mas garantir o normal funcionamento das instituições. Para a desempenhar, convêm, entre outras virtudes, independência em relação aos partidos, predilecção pela estabilidade, e uma certa capacidade para transfigurar opções políticas em “objectivos nacionais”. Para o bem e para o mal, essas foram sempre qualidades e tendências do prof. Cavaco. Nunca apreciou compromissos partidários, e preocupou-se sempre em evitar ou atenuar rupturas. No caso das “reformas”, ainda hoje prefere falar delas como uma simples questão de técnica e bom senso, em vez de uma opção por outro modelo social. Essa perspectiva terá reduzido, entre 1985 e 1995, o alcance reformista da sua governação. Fez então muitas coisas, mas talvez tivesse podido fazer mais à frente de um movimento doutrinariamente definido, e sem receio de romper barreiras constitucionais. Acontece que aquilo que o limitou em S. Bento, pode servir agora como recomendação para Belém. O país vai assim, aparentemente, votar descansado. Talvez venha também a poder dormir descansado. Esperemos, porém, que não demasiadamente. Não seria bom sinal."
Rui Ramos.
11 Comments:
Aqueles que dizem ter boa memória devem usar "cabulas" mal tiradas. Leiam o artigo "Paternidade Incógnita" que é esclarecedor do que se passa neste país com os governos da esquerda.
Cavaco não é o Messias mas o único capaz de inspirar confiança ao restabelecimento de uma política de investimento em Portugal. É com riqueza que o país cresce e é importante que os empresários acreditem na seriedade e competência do PR. Só depois de haver riqueza ela pode e deverá ser bem distribuida para uma melhor justiça social. Os esquerdistas são uns demagogos que só levarão o país à miséria.
Alguém já viu Louçã ou Jerónimo construir e fazer algo de positivo a não ser criticar? Isso é fácil e cativante mas não passa de música. E MS o que fez além de viajar à conta do povo e apregoar louros anti-fascistas? Alegre é um senhor, um poeta mas não chega. Portugal tem na mão, com Cavaco, o único caminho inteligente para dar um rumo favorável ao país. Agora aproveitem. Não sejam burros.
Curioso o facto de algumas pessoas que votam normalmente na esqª. irem votar Cavaco. Realmente, quem é de esqª. e não gosta da acção deste governo, não pode votar no M.Soares. Por outro lado, quem gosta da acção do Governo também não vai votar no Soares, porque sabe que não adianta nem atrasa nada com esse acto. No fundo e tirando os membros do governo, quem é que vai votar no SOARES?
A campanha continua! Cavaco Silva se fosse tão mau não teria o povo do seu lado! Perceberam! Ou ainda não repararam! Até quando estarão iludidos pelas vossas próprias ideias? C.S. foi um caso de sucesso em Portugal e nesta situação, ninguém quer saber se o homem ganha isto ou aquilo! Tornou a nossa sociedade mais justa! Coisa que a esquerda nunca conseguiu, daí a raiva que lhe têm.
A vitória de Cavaco silva é a vitória da competência e seriedade, e será sem qualquer dúvida uma mais valia para Portugal. Quanto aos outros ditos candidatos não apresentaram qualquer ideia a não ser a do insulto e falta de respeito pelo nosso futuro Presidente.
O candidato Soares diz que a candidatura de Cavaco está nervosa, mas não sei onde. Tranquilidade, mares de gente, apelo a uma votação massiva, tudo isto é estar nervoso? Já agora o que é isso do perfil de Presidente? O perfil dos beijinhos, abraços e dar volta ao mundo com um séquito atrás à "pala" do contribuinte? O PS quer um rei, mas o rei foi deposto em 1910...
Para aqueles que atacam Cavaco Silva e que dizem que não é messias nenhum, quero recordar-lhes que antes de se ter tornado candidato M. Soares afirmou que Cavaco Silva seria um excelente Presidente e que seria muito bom para Portugal. Isso foi há poucos meses. Agora, de repente, não pára de o insultar e de o tratar de tudo e mais alguma coisa. Mais palavras para quê...?
Despejando-me de entusiasmos, simpatias ou aversões,dessas virtudes ou defeitos absolutamente humanos,
numa tentativa de raciocínio isento de partidarismo doentio,observei as 6 alternativas que que lutam pelos nossos votos.
Excluindo 3 decorativas ,restam outras tantas viáveis,cujo comportamento eleitoral só difere no discurso aconselhado ,recomendado e mais do que estudado.
Beijos e abraços que nunca mais se repetirão (salvo nas próximas eleições),promessas imcompatíveis, mas que o pagode deseja ouvir e aplaudir,são factos que testemunhamos nos últimos dias.
Dito isto coloco a mim mesmo a questão seguinte:
Mudará alguma coisa positivamente na vida dos pobres, doentes e desempregados para melhor, com a eleição dum dos candidatos que dispomos?!
Não, não e não.
Nem que o façam o pino!!!
Sou pobre mas não sou naif.
E agora vou dormir.
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