segunda-feira, fevereiro 20, 2006

As águas perigosas do pântano

Parece que já há motivo para regozijo para os humanos do sítio, porque estarão a chegar aos calcanhares do resto dos cidadãos da Europa, que está de cócoras e em sequestro, palavra do meio veterinário e criminal.

Como toupeira, já nada me admira nas reacções dos humanos do sítio e como bons animais, ainda não domesticados, graças a Deus, podemos ir assistindo à degradação da espécie que por aqui vive, que chamam de homo sapiens que já foi erectus e que do peso de tudo o que lhe fazem carregar às costas, outros homens, decerto mais erectus, porque o peso do saque lhes equilibra as costas, e desequilibra as dos que são, de facto, ao contrário do que lhes dizem, costas de escravos, ainda por cima escravos de rebanho, como convém a todos os pastores que neles mandam.

Assim, os que dizem mandar na Europa e que mandam nos que mandam no sítio, com as ameaças veladas de sempre, sobre os escravos bem educados e adestrados e organizados em rebanho obediente, mais sacrifícios irão pedir, porque ainda não são suficientes, serão ainda poucos, porque é necessário empobrecer ainda mais os pobres para os manter fracos, técnica há muito usada, pelo que me escuso de apontar autores, porque danificando o corpo chega-se muito facilmente à alma e é essa que se quer comprar, traficar e destruir, porque um animal sem alma é menos que uma pedra, entendendo-se por pedra o que quiser entender, porque as há com alma.

A tristeza leva-os a andar cabisbaixos, de olhar vago e sempre fixo num horizonte cada vez mais junto aos pés, pelo que erectos se tornam novamente em símios, quase com as mãos a tocar o solo e o chão, como dizia Darwin, seus irmãos ou primos antepassados. Será ainda evolução ou involução? Será que o génio queria tal desiderato?

Desempregados, ou empregados de belmiros a trabalhar por salários baixos, sem esperança, que antigamente era representada pelas proles, hoje proibidas pelos do politicamente correcto que acham que casais são parelhas e que o sexo entre anormalidades é que conta, com as escolas de centenas de aldeias a fechar em nome da sacrossanta ideia maçónica, que na I república fechava e destruía igrejas e agora fecha as escolas que ainda têm crucifixos e deveriam ter alheiras ou chouriços, como medidas draconianas, os humanos do sítio em breve deixarão de o ser e os ecos do embrutecimento aí estão.

Mas porque razão já há motivo para regozijo para os bobos de sempre e que entram nas casa sem pedir autorização?

Parece que uma inglesa, no antigo reino do Algarve, e não referendado pela república, descobriu um ganso patola morto, e como boa inglesa, não fosse ela inglesa, a crer nas descrições e se estiver enganado, disso não pedirei desculpas porque não devo, atendendo a todo o mal que essa raça de gente sempre fez nessa terra, essa criatura boa denunciante, chamou a autoridade que executará a autópsia e a sentença de morte a centenas de milhares de aves por esse país fora, como mandam os protocolos da OMS e da FAO e os seus criados de mão aqui. Portanto a sentença e o alarme está feito e bem podem os humanos se preparar para comer caca em granulado, liofilizada, esterilizada e normalizada pela directiva número qualquer coisa, da autoridade que controla a caca especialmente normalizada e controlada e com o selo de denominação de origem.

Estão marcados passeios turísticos de gentinha por praias por esse sítio fora, para apanhar todo o tipo de aves mortas, decerto infectada, pelo criminoso do costume e decerto programado, pela mão do deus homem, a sofrer a mutação desejada por todo o tipo de corporações mundiais.

Não resisto a voltar a citar, o que por certo muitos não gostam, mas que por gozo o voltarei a fazer, mesmo que a inglesa não seja inglesa, porque simplesmente me apetece provocar:

“…Não esqueçamos, por fim, que os ingleses já causaram, com a sua profunda mediocridade, uma depressão global do espírito europeu: aquilo a que se chama «as ideias modernas» ou as «ideias do século dezoito» ou também as «ideias francesas» - aquilo, pois, contra o que o espírito alemão se insurgiu com profundo nojo -, isso era de origem inglesa, não cabe duvidar. Os franceses apenas foram os macacos imitadores e comediantes destas ideias, também os seus melhores soldados e, também e infelizmente, as suas primeiras e radicais vítimas: pois que com a anglomania condenável das «ideias modernas», a ame française diluiu-se e emagreceu tanto que hoje nos recordamos quase com incredulidade dos seus séculos XVI e XVII, da sua profunda força passional, da sua engenhosa aristocracia. Mas tem que se segurar com ambas as mãos esta afirmação de justiça histórica e defendê-la com unhas e dentes contra o instante e a aparência visível: a noblesse europeia – do sentimento, do gosto, dos costumes, enfim, tomada a palavra no sentido elevado – é obra e invenção da França, a vulgaridade europeia, o plebeísmo das ideias modernas – da Inglaterra.”

Nietzsche Para além do bem e do mal

Divulgue o seu blog!