Para memória futura.

"Ricardo Sá Fernandes quer dispensar a audição de todas as testemunhas de defesa e da acusação em julgamento, designadamente peritos e inspectores da Polícia Judiciária, sugerindo que apenas sejam lidas as declarações prestadas em inquérito e instrução, para avançar já para as alegações finais. No entanto, a proposta do advogado de Carlos Cruz, classificada pela acusação como uma “manobra”, não foi acolhida pelos representantes das vítimas e de Carlos Silvino, condenando-a à partida.

O advogado de Carlos Cruz alega que o julgamento está a demorar muito e rejeita temer a presença de qualquer testemunha na sala de audiências. “Eu estou esclarecido. Não preciso de ouvir mais ninguém, tenho a minha opinião formada. Para mim este julgamento está em condições de ter um despacho final”, explicou o causídico, manifestando-se preocupado com a situação financeira do seu constituinte.

Miguel Matias, advogado da Casa Pia, atribui a morosidade do julgamento às defesas: “Se este julgamento está a demorar muito é exclusivamente por causa dos arguidos e dos seus mandatários que com requerimentos atrás de requerimentos tentam atrasar o processo”. O causídico, que lembra que a sugestão de Sá Fernandes põe em causa o princípio do contraditório, comentou ainda o ‘timing’ do advogado de defesa: “Não deixa de ser coincidência que, quando estamos a acabar de ouvir o principal acusador de Carlos Cruz – ‘Nuno’ que imputa quatro crimes ao apresentador – surja esta manobra. Não me espantarei se vierem aí mais coisas destas."

CM