quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Politicamente correcto.

"Um agente do posto da GNR de Santo António da Charneca, Barreiro, atingiu a tiro um homem de 19 anos, na madrugada de segunda-feira, na localidade de Penalva. A noite terminou, segundo Luís Filipe, depois de ambos terem “bebido alguns copos”. Quando acompanhavam uma amiga a casa, repararam que dois militares da GNR rondavam uma moto que, segundo Luís Filipe, “tinha sido emprestada ao Paulo por um amigo”. A GNR desmente, referindo que a moto tinha sido furtada, na sexta-feira, na Quinta do Conde, Sesimbra.

Pelas 00h30, quando regressavam a casa, foram abordados pelos dois militares, que lhes perguntaram o que sabiam daquela moto. Luís Filipe assegura ter respondido friamente: “Mesmo se soubesse, nada vos dizia”. De imediato, acrescenta, foi agredido com uma chapada por um dos elementos da patrulha. Os dois amigos desataram então a correr.

Com a patrulha no seu encalço, os jovens tentaram ganhar avanço. Mas apenas Luís Filipe logrou fugir. Após uma corrida de cerca de 150 metros, Paulo Duque foi atingido por um disparo, pela arma de serviço de um dos militares que o perseguia. Os amigos da vítima não têm dúvidas. Paulo foi abatido pelas costas. “A bala entrou pela região dos rins e saiu pelo tórax”. Tombou numa zona arborizada. Fonte da GNR adiantou também que Paulo Duque tinha cadastro por assalto à mão armada e posse ilegal de armas.

OUTROS ASPECTOS

FILHO

Paulo Duque vivia com o pai e a madrasta em Penalva, Barreiro. No entanto, o seu maior tesouro, segundo os amigos, era o filho. Com cinco meses de idade, o bebé vive com a mãe, no Vale da Amoreira, Baixa da Banheira.

CURSO

Os objectivos de vida de Paulo Duque estavam bem definidos. No início deste ano, matriculou-se numa escola profissional em Setúbal, onde tirava um curso com equivalência ao 12.º ano.

FUNERAL

O corpo de Paulo Duque é autopsiado hoje de manhã, no Hospital do Barreiro. O funeral está marcado para amanhã de manhã, no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa
."

CM

Coitadinho do moço. Ficou tão aterrorizado com a GNR que imprimiu na sua fuga uma velocidade tão estonteante que levantou voo, razão porque a bala entrou pelos rins e saiu pelo tórax (de baixo para cima). Infelizmente não vamos poder estar presente no funeral deste jovem mártir, com os seus objectivos de vida já bem definidos, vilmente cadastrado por assalto à mão armada e posse ilegal de armas. Além de ter azar com os amigos, que lhe emprestam motos furtadas. Aproveitamos para agradecer aos senhores jornalistas a generosidade de informação sobre o mártir, faltanto no entanto informação vital sobre o acontecimento.

P.S. Que história tão mal contada...

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Compreenda-se que a história contada é "arranjada" basta a fuga para demonstrar que a verdade é outra. Embora seja a lei lastimo o trabalho que o GNR vai ter para demonstrar o bem fundado da sua actuação (o tiro foi dado baixo/rim=cintura)demostra: NÃO intenção de matar!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Democracia é a minha liberdade terminar onde começa a dos outros.Portanto, matar, roubar, assaltar, violar, agredir física e verbalmente, tudo são crimes. Uns mais graves que outros, claro! A polícia existe para precisamente para proteger e zelar pelos cidadãos, logo, se este GNR se apercebeu que algo tinha sido roubado, tem mais é que agir. Se fugiram foi porque não tinham a consciência limpa!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

O grande mal da teoria do "direito à Vida" é o de colocar no mesmo prato aqueles que não reconhecem esse direito aos outros (leia-se atentam contra este em benefício próprio, caso dos assaltos à mão armada, por ex.) com os que honestamente procuram respeitá-lo! Para mim, por mais mal que o GNR tenha agido, "quem com ferros mata, com ferros morre"!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Coitado do rapaz que agora até tinha ido para a escola... Se a autoridade disparar com mais frequência sobre essa bandidagem, pode ser que o indice de criminalidade desça. É atirar sem dó nem piedade sobre tudo o que ofereça dúvidas e simultaneamente ofereça resistência.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

"Até era um tipo porreiro, agora só "desviava" umas motas, enquanto tirava o 12º ano..."- já chega deste tipo de discursos. Alguém que se dedica ao roubo arrisca-se. E não me parece que uma estalada a quem faz frente à autoridade seja mal empregue. Agora só resta saber se isto continuaria com leis que os punisse severamente e defendesse quem se arrisca a lutar pelo que é dos outros.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Mais um elemento da autoridade em problemas por abater um ladrão em fuga (que até se verificou mais tarde já ser cadastrado). Os agentes devem aprender que em Portugal os criminosos são tão acarinhados que até chegam a postos de poder político (vidé autárquicas). Afinal, quem são os heróis dos Portugueses?

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Penso que deviam apurar os factos antes de colocarem o agente da GNR como o mau-da-fita. A vítima tinha cadastro e posse de arma ilegal, quem nos diz que não houve tiroteiro de parte a parte. Um agente também tem o direito de defesa,é também um ser humano. De certo não atirou para matar, mas sim para se defender. Senão, se calhar seria mais um agente morto como tantos outros têm sido.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

A História é sempre a mesma. Podem ser os maiores patifes ao cimo da terra, mas são sempre retratados como "pessoas exemplares", com filhos pequenos à mistura e tudo o mais. Mas na hora, vá de responder torto e abalar a fugir. Provavelmente o GNR não deveria ter disparado, mas antes ser sempre assim que 1 vez só o contrário.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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sexta-feira, março 02, 2007  

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