Citações e obituários
"Será impressão minha, mas o ‘Islão moderado’ é assim a dar para o débil. Se o Papa fala, o ‘Islão moderado’ vai-se abaixo. A sempre agitada ‘rua árabe’ (e adjacências) tem andado ofendidíssima com as célebres declarações de Bento XVI, que citou, no devido contexto e até com propósitos ecuménicos, as reservas de um imperador bizantino face a Maomé. O resultado, que pode ser visto nos telejornais, é o habitual: correria, gritos, barbas, ameaças, violência e rostos enfurecidos.
Sem surpresas, em vez de lamentar a destruição de igrejas e contemplar o restante espectáculo com gargalhadas e um balde de pipocas, o generoso Ocidente decidiu tomar para si as dores alheias. Não importa enquadrar as palavras do Papa. Não importa a liberdade de expressão. Não importa que as quotidianas ofensas e agressões a cristãos, judeus e “cães” em geral sejam recebidas, do lado de cá, com pia tolerância. Enquanto os muçulmanos berram, a nossa preocupação exclusiva, além de exigir ao Vaticano desculpas, é indagar se conseguirão berrar ainda mais. Para tal, consultam-se ‘especialistas’ e o diagnóstico é unânime: o episódio enfraqueceu o ‘Islão moderado’.
Será impressão minha, mas o ‘Islão moderado’ é assim a dar para o débil. Se o Papa fala, o ‘Islão moderado’ vai-se abaixo. Se um dinamarquês desenha uns rabiscos, o ‘Islão moderado’ encolhe-se. Se uma holandesa escreve o guião de um filme, o ‘Islão moderado’ foge para parte incerta. Visto que o ‘Islão moderado’ não defende os direitos ocidentais nem condena os crimes a que o mero exercício desses direitos serve de pretexto, é se calhar altura de não depositarmos demasiada esperança em tão frágil, tímida e, possivelmente imaginária, instituição.
Se calhar é preferível lidarmos apenas com o Islão visível, esse caldo de boçalidade e ressentimento que protesta e, quando surge a oportunidade, mata. Falta descobrir o método. Uma conhecida escola, que o dr. Mário Soares aqui representa, sugere a compreensão e o diálogo. Lindo. Por azar, pouco viável. Não se compreende aquilo que, sob a perspectiva das sociedades abertas e laicas, é essencialmente irracional. E não se dialoga com quem nos deseja, incondicionalmente, eliminar.
As consequências do discurso papal provam, se provas fossem precisas, que a coisa não vai com subtilezas. Acima do barulho (uma pessoa habitua-se), aquilo que impressiona no forjado ‘caso Ratzinger’ é a distância que separa a dialéctica e a erudição do pensamento unidimensional das hordas muçulmanas. E do ódio irresoluto dos seus líderes.
Oriana Fallaci, a jornalista italiana que morreu na sexta-feira, percebeu este fosso radical e dedicou os últimos anos de vida a explicitá-lo. Contra a barbárie muçulmana, claro. Mas também contra as vénias de políticos, intelectuais e clérigos ocidentais, que acolheram a barbárie com suicida ternura. Muitos, a fim de desvalorizar a autora, desvalorizavam-lhe o estilo, que afirmavam excessivo e brutal. A brutalidade dos seus livros e artigos finais é óbvia; os excessos, infelizmente raríssimos. À semelhança de poucos, a esquerdista Fallaci não deixou que interesses ‘estratégicos’ lhe toldassem a lucidez e impedissem de nomear o perigo que nos cerca. Um perigo que, como ela reconhecia, talvez não tenhamos tempo nem vontade de enfrentar. A coragem não é sinónimo de optimismo: em ‘A Força da Razão’, a sra. Fallaci lembra que Maomé viu em Roma a futura capital do Islão, ‘moderado’ ou não. E isto, reparem, sou eu a citar."
Alberto Gonçalves
Sem surpresas, em vez de lamentar a destruição de igrejas e contemplar o restante espectáculo com gargalhadas e um balde de pipocas, o generoso Ocidente decidiu tomar para si as dores alheias. Não importa enquadrar as palavras do Papa. Não importa a liberdade de expressão. Não importa que as quotidianas ofensas e agressões a cristãos, judeus e “cães” em geral sejam recebidas, do lado de cá, com pia tolerância. Enquanto os muçulmanos berram, a nossa preocupação exclusiva, além de exigir ao Vaticano desculpas, é indagar se conseguirão berrar ainda mais. Para tal, consultam-se ‘especialistas’ e o diagnóstico é unânime: o episódio enfraqueceu o ‘Islão moderado’.
Será impressão minha, mas o ‘Islão moderado’ é assim a dar para o débil. Se o Papa fala, o ‘Islão moderado’ vai-se abaixo. Se um dinamarquês desenha uns rabiscos, o ‘Islão moderado’ encolhe-se. Se uma holandesa escreve o guião de um filme, o ‘Islão moderado’ foge para parte incerta. Visto que o ‘Islão moderado’ não defende os direitos ocidentais nem condena os crimes a que o mero exercício desses direitos serve de pretexto, é se calhar altura de não depositarmos demasiada esperança em tão frágil, tímida e, possivelmente imaginária, instituição.
Se calhar é preferível lidarmos apenas com o Islão visível, esse caldo de boçalidade e ressentimento que protesta e, quando surge a oportunidade, mata. Falta descobrir o método. Uma conhecida escola, que o dr. Mário Soares aqui representa, sugere a compreensão e o diálogo. Lindo. Por azar, pouco viável. Não se compreende aquilo que, sob a perspectiva das sociedades abertas e laicas, é essencialmente irracional. E não se dialoga com quem nos deseja, incondicionalmente, eliminar.
As consequências do discurso papal provam, se provas fossem precisas, que a coisa não vai com subtilezas. Acima do barulho (uma pessoa habitua-se), aquilo que impressiona no forjado ‘caso Ratzinger’ é a distância que separa a dialéctica e a erudição do pensamento unidimensional das hordas muçulmanas. E do ódio irresoluto dos seus líderes.
Oriana Fallaci, a jornalista italiana que morreu na sexta-feira, percebeu este fosso radical e dedicou os últimos anos de vida a explicitá-lo. Contra a barbárie muçulmana, claro. Mas também contra as vénias de políticos, intelectuais e clérigos ocidentais, que acolheram a barbárie com suicida ternura. Muitos, a fim de desvalorizar a autora, desvalorizavam-lhe o estilo, que afirmavam excessivo e brutal. A brutalidade dos seus livros e artigos finais é óbvia; os excessos, infelizmente raríssimos. À semelhança de poucos, a esquerdista Fallaci não deixou que interesses ‘estratégicos’ lhe toldassem a lucidez e impedissem de nomear o perigo que nos cerca. Um perigo que, como ela reconhecia, talvez não tenhamos tempo nem vontade de enfrentar. A coragem não é sinónimo de optimismo: em ‘A Força da Razão’, a sra. Fallaci lembra que Maomé viu em Roma a futura capital do Islão, ‘moderado’ ou não. E isto, reparem, sou eu a citar."
Alberto Gonçalves
3 Comments:
ninest123 16.03
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ninest123 16.03
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