Saddam.

"Saddam Hussein foi este domingo condenado à morte por enforcamento pelo Tribunal Especial iraquiano que julgou o ex-presidente do Iraque por crimes contra a Humanidade, pelo massacre de 148 civis na localidade xiita de Dujail, em 1982. O recolher obrigatório mantém-se no Iraque e o aeroporto de Bagdad encontra-se encerrado (mais aqui)."

Não deixa de ter piada muitos dos 100% de votantes em Saddam no tal referendo realizado em Outubro de 2002, estarem agora contentes pela condenação á morte dele. Mas mais engraçado ainda, é ouvir a opinião dos tais de costume a defender o Saddam. Eis alguns exemplos:

1/ “Outros juízes viram o que estavam a julgar e...foram substituídos, por este que, desejoso de protagonismo, deu a sentença. E, se mais fossem precisos, mais arranjariam até à "sentença final".Duvido que seja executado, porque piores lá ficam, mas se o for, não haverá recolher obrigatório que chegue para travar os rios de sangue nas ruas de Bagdad. A ver vamos.Com eleições nos US, a sentença tinha de sair já!”

2/ “The show must go on. A palhaçada continua... Um tribunal formado com base em xiitas inimigos fidalguais dos sunitas condena à morte o Saddam seria de esperar outra sentença???”

3/ “É esta a democracia à americana!!! Quem estiver do meu lado é amigo quem não estiver é inimigo. Quando lhe fazia falta era um "gentleman", à semelhança do que aconteceu com Bin Laden.”

4/ “Guerra Civil na certa! Sentenciá-lo com a pena máxima é no mínimo exagerado. Sabemos e condenamos o massacre na aldeia de Dujail em 1982. Isso não tem perdão. Os USA, ao ocuparem o Iraque com o pretexto das armas químicas e biológicas que nunca apareceram, cometeram graves atrocidades contra populações civis! E desrespeitaram uma grave violação do Direito Internacional! Ocuparam um país soberano.”

Quem leia estes comentários até se esquece que o homem matou milhares de iraquiano. Como está contra a América já é bom. Um verdadeiro Herói. Eis mais um pensamento que revela a habitual incoerência da “Orquestra Vermelha”. Criticar os “adversários” por defenderem os amigos sanguinários, acabando eles próprios por fazerem o mesmo. Que não haja dúvida, é preciso descer muito baixo para se defender um assassino como Saddam.

Na parte que nos toca, a condenação à morte é excessiva. Não porque ele não mereça, dado o seu historial, mas porque tirar a vida a um ser humano coloca-nos ao nível dele.