terça-feira, janeiro 16, 2007

O ciclo obrigatório e o círculo vicioso. Deixar vogar um pensamento como brisa.

"Será possível a nossa existência como estado soberano e independente?

Será possível a existência da União Europeia e a sua manutenção?

A globalização e a sua influência no mundo e na vida de cada ser humano, decerto, não é, nem será, igual para todos.

Assim na União Indiana existe ainda, dirão alguns, cerca de 350 milhões de almas a viver na miséria, como sempre viveram.

Será que a emergência do colosso e o jogo das várias castas e dos interesses dos vários estados manterá a coesão necessária, para melhorar o nível de vida dos que vivem na miséria?

Duvido, a explosão foi benéfica para alguns, baseada essencialmente no poder da sociedade da informação e das mudanças no ensino. Não sei se foi democratização do ensino, como algumas cabeças gostam de chamar.

Ao desenvolver desta forma uma sociedade também decerto a transformará numa sociedade de consumo dos seus próprios bens. Poderá ser autosuficiente?

Dirão alguns que hoje não será necessário ser autosuficiente, porque a globalização terá decerto as soluções para tal, ou melhor a globalização permite que assim seja.
Os custos da emergência dos dois colossos a nível de ambiente permitirá que o planeta mantenha o seu ciclo de vida, digo vida humana, porque as alterações climáticas aí estão e ainda se não fazem sentir na forma de grandes tragédias.

Por enquanto, é bom para muitos mentores desta maravilha, que as indústrias da velha Europa ou da velha América morram e que os produtos apenas sejam de marca Europeia ou Norte Americana, embora fabricados na Índia ou na China.

É claro que os custos sociais são diferentes aqui e na América, a flexibilização do trabalho já é um facto por aqui e só não vê quem não quer ver, ou se fecham as fábricas ou se flexibiliza, ou nem isso..

O ciclo obrigatório é ditado pela natureza, sendo conta de deve e haver à custa das contradições da sociedade mundial humana.

O círculo vicioso na Europa é o da insistência das sociedades financeiras que não criam riqueza, criam apenas usura e por aqui são elas a lei.

Repare-se, pedem aumento das taxas de juro de forma a prender e agrilhoar a inflação.
Na Europa manter o Euro alto será desastroso, para todos, excepto para as sociedades financeiras, porque de facto o capital não tem pátria.

A Europa fecha-se sobre si mesma, estabelece concorrência entre si e canibaliza-se entre os estados membros, infelizmente direi eu, que a culpa neste caso não pode morrer solteira.

Para nós portugueses pouco restará.

Temos um estado que não existe, não tem objectivos, vai sobrevivendo à custa dos que ainda têm poder para pagar impostos, mas o círculo aqui estará a fechar.

Na Alemanha aumentaram o IVA para 19%, mas sabem que é cobrado.

Aqui aumentaram para 21%, o efeito será contrário, o aumento incomportável do ISPP, matará as empresas que sobrevivem ou então Espanha tomará conta delas.

Mas a Espanha pode manter o ritmo de crescimento?

A Espanha como dizia Unamuno é uma ideia, sendo Basco e amante Portugal, será uma ideia, mas a realidade manter-se-á?

O círculo vicioso da emigração regressa em força e as estatísticas mostram a inverdade, emigra-se para Espanha, para a Grã Bretanha e não são só os operários ou a mão de obra não qualificada. Vamos assistir a transferência de enfermeiros mais tarde ou mais cedo, depois de os formarmos, por exemplo. De médicos também, com a política desastrada deste pequeno diabo formado em escola onde só se podia entrar há anos, com o cartão do partido, ficou com o vício de pequeno ditador de pacotilha se só se tratar disso, não querendo pensar que irá queimar para dar aos bombeiros a parte de leão.

832 - “Poderia dizer-se que o homem é composto de faltas. Algumas das quais são úteis à sociedade, outras prejudiciais; uma aproveitáveis e outras inaproveitáveis. Das primeiras, diz-se bem e chamam-lhes virtudes, das outras, diz-se mal e chamam-lhes faltas.

841 – “ As nossas opiniões são apenas complementos da nossa existência. Consoante o que uma pessoa pensa pode-se ver o que lhe falta. Os mais frívolos dos homens têm-se em grande consideração; os mais excepcionais desconfiam de si mesmos. O homem vicioso é ousado, o homem excelente é tímido. Deste modo, tudo se coloca em equilíbrio: cada um quer ser em absoluta outra coisa ou parecê-lo a si mesmo.- ” Goethe - Máximas e reflexões."

Do amigo Toupeira

Divulgue o seu blog!