Portas, Maquiavel e Freud
"Passada a fase do populismo moralista e das excitações nacionalistas, Portas pretende uma Direita cosmopolita.
Paulo Portas decidiu que não pretende ser um livro de estilo. No horizonte, escrito nas estrelas, está a ambição de ser o líder da Direita em Portugal. Mas o líder da Direita em Portugal, chefe legítimo da Oposição, será sempre um candidato a primeiro-ministro. Eis o primeiro paradoxo de Portas – como ganhar eleições e chegar a primeiro-ministro à frente de um partido residual.
A prazo, o projecto de Portas implica uma “revolução” no panorama partidário nacional. Portas pretende a mudança do “centro político”, actualmente dominado pela Esquerda. E essa mudança implica uma “evolução” no perfil e no discurso. Passada a fase do populismo moralista e das excitações nacionalistas, Portas pretende uma Direita cosmopolita. Uma “Direita moderna” e pragmática que traga soluções e não convicções. Uma “Direita moderna” que se dirija ao Portugal que existe e não a um País de ficção. Eis o segundo paradoxo de Portas – a “Direita moderna” é a eterna ficção da democracia portuguesa.
Em relação ao ‘timing’ político, Portas continua a ser um exímio operacional. Face a um PSD sem líder e sem ideias, refém da memória do “cavaquismo” e dividido entre a Direita e a Esquerda, Portas encontra a oportunidade de uma geração. A oportunidade de transformar o PSD num partido do passado, um partido importante na transição para a “democracia do desenvolvimento”, mas hoje em dia esgotado na sua função. Portas sonha com um projecto reformador, sonha com um partido que estimule a responsabilidade e a liberdade, sonha com a condução da política geral e com o Governo do País. Eis o terceiro paradoxo de Portas – o futuro de Portas está na “subversão” do seu aliado natural.
Mas o projecto de Portas implica uma dimensão para além da política. Como figura popular e de referência, Portas pretende formar e educar a sensibilidade política da Direita portuguesa. Observando o espectro de personalidades à Direita, onde reside a sensibilidade para a educação política? Eis o quarto paradoxo de Portas – no seu próprio labirinto, Portas é um político só.
Paulo Portas não é um funcionário da política. A sua tarefa é a de ultrapassar as “limitações sociais”, os “preconceitos ideológicos” e preparar a Direita para os novos tempos. O tempo não muda as coisas, são os homens que acabam por mudá-las. Que Portas cresça e não se limite a engordar. "
Carlos Marques de Almeida
Paulo Portas decidiu que não pretende ser um livro de estilo. No horizonte, escrito nas estrelas, está a ambição de ser o líder da Direita em Portugal. Mas o líder da Direita em Portugal, chefe legítimo da Oposição, será sempre um candidato a primeiro-ministro. Eis o primeiro paradoxo de Portas – como ganhar eleições e chegar a primeiro-ministro à frente de um partido residual.
A prazo, o projecto de Portas implica uma “revolução” no panorama partidário nacional. Portas pretende a mudança do “centro político”, actualmente dominado pela Esquerda. E essa mudança implica uma “evolução” no perfil e no discurso. Passada a fase do populismo moralista e das excitações nacionalistas, Portas pretende uma Direita cosmopolita. Uma “Direita moderna” e pragmática que traga soluções e não convicções. Uma “Direita moderna” que se dirija ao Portugal que existe e não a um País de ficção. Eis o segundo paradoxo de Portas – a “Direita moderna” é a eterna ficção da democracia portuguesa.
Em relação ao ‘timing’ político, Portas continua a ser um exímio operacional. Face a um PSD sem líder e sem ideias, refém da memória do “cavaquismo” e dividido entre a Direita e a Esquerda, Portas encontra a oportunidade de uma geração. A oportunidade de transformar o PSD num partido do passado, um partido importante na transição para a “democracia do desenvolvimento”, mas hoje em dia esgotado na sua função. Portas sonha com um projecto reformador, sonha com um partido que estimule a responsabilidade e a liberdade, sonha com a condução da política geral e com o Governo do País. Eis o terceiro paradoxo de Portas – o futuro de Portas está na “subversão” do seu aliado natural.
Mas o projecto de Portas implica uma dimensão para além da política. Como figura popular e de referência, Portas pretende formar e educar a sensibilidade política da Direita portuguesa. Observando o espectro de personalidades à Direita, onde reside a sensibilidade para a educação política? Eis o quarto paradoxo de Portas – no seu próprio labirinto, Portas é um político só.
Paulo Portas não é um funcionário da política. A sua tarefa é a de ultrapassar as “limitações sociais”, os “preconceitos ideológicos” e preparar a Direita para os novos tempos. O tempo não muda as coisas, são os homens que acabam por mudá-las. Que Portas cresça e não se limite a engordar. "
Carlos Marques de Almeida
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