sábado, maio 05, 2007

CONCORRÊNCIA EM ÁGUAS REVOLTAS

"Março de 2005. Fresco da vitória nas legislativas, José Sócrates abriu uma guerra com meia dúzia de linhas perdidas num programa de 162 páginas. “A abertura à concorrência do sector energético é essencial para gerar maior capacidade competitiva nos operadores de energia”. Para tal, e para “melhor servir os interesses dos consumidores”, acrescentava o programa do Executivo, a Galp e EDP deveriam passar a concorrer nos mercados do gás e electricidade. Eram os desígnios do modelo Sócrates, abria-se a disputa no sector energético. A eléctrica punha dois pés no gás natural, a petrolífera alimentava a passos largos o desejo de vender luz aos portugueses. Os anos trouxeram obstáculos a esta estratégia. O chumbo à central da Galp em Sines fragilizou o papel da petrolífera na electricidade, minimizando as hipóteses de um concorrência a sério. Agora, o Executivo parece destinado a entregar a exploração do Alqueva à EDP - que já detinha direitos -, num modelo que também inclui a Galp. São os desígnios de um plano que até meteu uma suposta OPA pelo meio. Um plano que, por enquanto, ainda não dá garantias."

Ricardo Domingos com Luís Reis Ribeiro e Miguel Pacheco

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