Putin e as ameaças
Putin ameaça Europa com mísseis
O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou ontem apontar mísseis, alguns deles com ogivas nucleares, à Europa como resposta a uma eventual instalação do escudo antimísseis que os Estados Unidos querem instalar no Leste Europeu. "É óbvio que se parte do potencial estratégico nuclear dos Estados Unidos se encontra na Europa e, segundo os nossos especialistas, nos ameaçam, teremos de responder", afirmou Putin numa entrevista que pode ser lida no site do diário canadiano "The Globe and Mail". "Que medidas é que poderemos tomar? Podemos apontar novos objectivos na Europa. Mas é tudo uma questão puramente técnica. Seja com mísseis balísticos ou de cruzeiro, ou ainda com algum tipo de novos sistemas de armamento", sublinhou o presidente russo.
Segundo o jornal, o presidente russo considera que o escudo antimísseis que os EUA querem instalar na Europa do Leste, nomeadamente na Polónia e República Checa, é uma "provocação" que arrastará para o "regresso à guerra fria entre os dois países". Num tom mais diplomático, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo propôs aos EUA o reinício das conversações, no quadro do Conselho Rússia-OTAN, sobre a defesa antimíssil.
"Estamos prontos a realizar uma análise comum.
A nossa análise é aberta, compreensível, honesta, e considero que os nossos parceiros americanos abordarão os nossos argumentos com toda a seriedade", declarou ontem Serguei Lavrov ao canal informativo russo Vesti-24, acrescentando que "os nossos argumentos mostram que não tem sentido defender-se de ameaças inexistentes".
http://jn.sapo.pt/2007/06/04/mundo/
Não creio que se trate de um prelúdio de uma nova gerra fria.
Porque hoje em dia já não há 2 modelos económicos, politicos ou sociais em disputa como no tempo de URSS. O que acontece é que independentemente do tipo de regime, a Rússia foi desde sempre, e continua a pretender ser, e a meu ver bem, uma potência regional, com ambições globais.
A meu ver bem, porque não considero positivo para o mundo uma situação uni-polar, com os EUA à cabeça, nem acho que a haver no futuro qualquer situação de bi-polarismo este seja só entre a China e os EUA, sempre factor de grande instabilidade.
A Rússia está a fazer por si, e para poder nessa altura ser um factor de equilíbrio e charneira entre as duas grandes potencias para o século XXI.
Através dos fóruns internacionais, como o do G-8 e outros e através de uma política externa mais pró-activa alicerçada em instrumentos de poder e militares que dêem consistência e credibilidade à sua política externa. Uma questão de jogos de geo-estratégia.
Os mísseis americanos, que os EUa pretendem instalar na Polónia e Rep. Checa são mísseis interceptores, defensivos, mas constituem de facto uma negação ao uso de armas da Rússia se esta considerar que as deve disparar para defender o seu território.
A Rússia, depois de anos de turbulênia e fraqueza volta a poder dar murros na mesa.
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