terça-feira, julho 24, 2007

Política.

"Sempre que o PS ocupa o Governo, surgem centenas de especialistas a diagnosticar ao PSD terríveis maleitas, doenças incuráveis, um destino trágico. Não vale o trabalho: o problema do PSD é estar na oposição; a cura é deixá-la. Com maior frequência, o seu rival suporta cataclismos idênticos e idênticos diagnósticos. Nesses períodos, é o PS que falece ou que, no mínimo, necessita de violentas "refundações". Um exagero, facilmente desmentido pelo eng. Guterres, o eng. Sócrates e a memória. Estranhamente, nestas matérias a memória não abunda. A cada crise dos dois principais partidos, irrompe por aí uma amnésia que toma a crise por um fim inevitável e esquece que é próprio das instituições de poder entrarem em colapso após a sua perda. PS e PSD sobreviveram e voltarão a sobreviver a desmesuradas bagunças sem a ajuda de desmesurados planos. Basta que, através da mera inércia, o Governo se desgrace, e que a oposição finja representar o oposto das causas que a percepção pública associa à desgraça.

É, portanto, uma questão de tempo e de impaciência. Por agora, o tempo é do PS. A impaciência, do PSD, submerso em típica desordem até um dia surgir milagrosamente reflectido e refundado. Saber se o fará com ou sem Marques Mendes é secundário e sugere uma evidência nunca demasiado repetida: não foi o eng. Sócrates quem conduziu o PS à maioria, foram Durão e Santana. Logo, o futuro do PSD depende do eng. Sócrates. Visto assim, nem parece tão negro quanto o pintam e, para já, continuarão a pintar
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Alberto Gonçalves

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